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Aula 06: Tipos de Estudos

Epidemiológicos

Profª Me. Stefanie Marina Correia Cairo

E-mail: stefanie.cairo@ftc.edu.br
Tipos de Estudos Epidemiológicos
Objetivos dos Estudos Epidemiológicos

Um dos objetivos principais de um estudo epidemiológico é obter uma


estimativa válida do efeito da exposição na ocorrência de um evento.

Exposição
Exposição

Exposição
Associação Causal

Evento
Associação Causal
“Uma relação causal é reconhecida quando evidências indicarem que determinados
fatores formam parte do complexo de circunstâncias que aumentam a
probabilidade de ocorrência do evento e que a diminuição de um ou mais destes
fatores reduz a frequência do mesmo.” (Lilienfeld)

Indivíduo Exposição ou Aumenta a probabilidade


saudável Fator de Risco do indivíduo ficar doente
Pesquisa Epidemiológica
o Construção do estudo epidemiológico:

1. Marco teórico
Planta
2. Pergunta científica

3. Escolha do delineamento

4. Medidas e eventos de exposição Alicerce

5. Proposta analítica

6. Obtenção de dados Tijolos

7. Interpretação dos dados Casa pronta

8. Publicação Exposição
Pesquisa Epidemiológica

Escolhas

O que desejo Como vou


perguntar? responder?

o Quantitativo X Qualitativo
Abordagem
Objetivo
metodológica o Experimental X Observacional
Quantitativo x Qualitativo
Métodos Qualitativos: Métodos Quantitativos:
• Entrevistador atento ao verbal e ao não verbal; • O entrevistador realiza uma entrevista de forma
• Participação mais ativa do entrevistador: analisa os mais genérica com participação limitada e seguindo
dados no momento da coleta e pode modificar as um questionário;
questões/roteiro; • Ritmo da entrevista e ordem das perguntas
• O entrevistados determinam: o ritmo e até certo ponto, estabelecidos previamente;
a ordem dos assuntos abordados; • Busca informações precisas (onde, quando e
• Investiga os “porquês” – explicações mais amplas; quanto?);
• Dados são subjetivos e íntimos. • Dificuldade em explorar dados mais profundos.
Desenho de Estudos
Relato de Caso

Descritivos

Série de Casos

Observacionais Transversal

Caso-controle
Estudos
Analíticos

Coorte
Ensaio Clínico
Experimentais
Randomizado
Ecológico
Relato de Caso

Descritivos

Série de Casos

Observacionais Transversal

Caso-controle
Estudos
Analíticos

Coorte
Ensaio Clínico
Experimentais
Randomizado
Ecológico
Medicamento
novo

Medicamento
antigo

O ensaio controlado randomizado (ECR) é considerado como o padrão ouro para


determinar a evidência científica sobre os efeitos de tecnologias em saúde.
Estudos Experimentais
• Indivíduos são alocados de modo aleatório em diferentes grupos de exposição aos
fatores que se julga serem de risco ou de prognóstico.
• O investigador controla a exposição ao fator de interesse.

• Mais comuns → Ensaios clínicos


✓ Terapêutico: avaliar a efetividade e a segurança de uma intervenção terapêutica;
✓ Profilático: a intervenção se dá sobre indivíduos não doentes – Prevenção;
✓ Estudo de intervenção em comunidades: extensão dos ensaios profiláticos, onde
a intervenção se dá sobre a comunidade como um todo.
Relato de Caso

Descritivos

Série de Casos

Observacionais Transversal

Caso-controle
Estudos
Analíticos

Coorte
Ensaio Clínico
Experimentais
Randomizado
Ecológico
Estudos Observacionais
Estudos Observacionais
o O investigador não controla nem a exposição nem a alocação dos indivíduos,

lançando mão de uma situação dada, e observando os resultados.

o Três dimensões devem ser consideradas:

1. Estratégia de observação (seccional ou longitudinal)

2. Esquema de seleção (completo ou incompleto)

3. Unidade de observação/análise (individual ou agregado – ecológico)


Estudos Observacionais
Descritivos
Relato de Caso

Descritivos

Série de Casos

Analisa a distribuição do fenômeno em função do tempo, lugar e das características


das pessoas por ele acometidas para identificar possíveis fatores de risco e descobrir
sua origem e modo de propagação. Levantam hipóteses.
Relato de Caso
Descrição detalhada de um ou alguns casos clínicos, geralmente de um evento clínico raro
ou uma nova intervenção.
A série de casos é um estudo com maior número de participantes (mais de 10).

Fatores Positivos: Colaboram com o delineamento de casos clínicos.

Atenção: Possuem limitações importantes e podem levar a conclusões equivocadas, uma vez
que frequentemente avaliam acontecimentos passados, não possuem grupos de comparação
e apresentam resultados que se aplicam somente àquele paciente ou grupo de participantes
específicos.
Estudos Observacionais
Analíticos
Ecológico

Transversal

Analíticos
São delineados para examinar a existência de
Caso-controle
uma associação entre uma exposição e
uma doença ou condição relacionada à
saúde. Coorte
1. Estudo Ecológico
Compara-se a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde e a exposição de
interesse entre agregados de indivíduos (populações de países, regiões ou
municípios – uma área geográfica) para verificar a possível existência de associação
entre elas.

• Vantagem: possibilidade de examinar associações


entre exposição e doença na coletividade.

• Desvantagem: falácia ecológica (ou viés ecológico) -


inferência causal inadequada sobre fenômenos
individuais na base de observações de grupos – o
resultado é generalizado.
Estudo Ecológico
Estudo Transversal-Seccional-Prevalência
A exposição e a condição de saúde dos participantes são determinadas
simultaneamente.
Estudo Transversal-Seccional-Prevalência

• Em geral, não é possível saber se a exposição antecede ou é consequência da


doença/condição de saúde;
• Adequado para a obtenção de estimativas populacionais, como prevalências ou para
levantar hipóteses etiológicas.
Estudo Transversal-Seccional-Prevalência

Medida de Associação = Razão de prevalência


RP = P doentes expostos ÷ P doentes não expostos

RP=1,0 Não há associação


RP>1,0 Associação positiva – Fator de risco
RP<1,0 Associação negativa – Fator de proteção
Estudo Transversal-Seccional-Prevalência

- Relativamente mais - Difícil separar causa e


baratos e mais rápidos efeito
quando comparado com - Viés temporal (Ex.: IR x
os estudos de coorte e hipertensão)
caso-controle.
- Viés de informação
- Tem maior poder de
generalização; - Dificuldade em construir
bons questionários
- A população do estudo é
selecionada por amostra.
Estudo de Coorte
Primeiramente, identifica-se a população de estudo e os participantes são
classificados em expostos e não expostos a um determinado fator de interesse.
Estudo de Coorte

Medida de Associação = Risco Relativo


RR = Incidência dos doentes expostos ÷ Incidência
doentes não expostos

RR=1,0 Não há associação


RR>1,0 Associação positiva – Fator de risco
RR<1,0 Associação negativa – Fator de proteção
Estudo de Coorte – Risco Relativo

- Permite esclarecer/garantir - São muito caros.


a relação temporal entre - Não é eficiente nos estudos
exposição e desfecho. de doença rara.
- Permite examinar os - A validade dos resultados
múltiplos efeitos de uma pode ser muito comprometida
única exposição. pelas perdas durante o
- Permite que se façam período de seguimento
medidas diretas na incidência
da doença nos expostos e
nos não expostos
Estudo Caso-Controle
• Podem ser utilizados para investigar a etiologia de doenças ou de condições
relacionadas à saúde e para avaliar ações e serviços de saúde.
• Primeiramente, identificam-se indivíduos com a doença (casos) e, para efeito de
comparação, indivíduos sem a doença (controles).
Estudo Caso-Controle

1º - Seleciona os doentes e não doentes


2º - Verifica a ocorrência da exposição no passado
Estudo Caso-Controle

Medida de Associação = Odds Ratio ou


Razão de Chances

OR = doentes expostos / doentes não


expostos ÷ não doentes expostos / não
doentes não expostos

OR=1,0 Não há associação


OR>1,0 Associação positiva – Fator de risco
OR<1,0 Associação negativa – Fator de proteção

Chance de um evento ocorrer dividido pela chance do evento


não ocorrer – mediante uma exposição.
Estudo Caso-Controle

- Tempo mais curto para o - Viés de seleção (casos e


desenvolvimento do estudo, controles podem diferir
uma vez que a seleção de sistematicamente, devido a um
participantes é feita após o erro na seleção de
surgimento da doença; participantes);
- Custo mais baixo da pesquisa; - Viés de memória (casos e
- Maior eficiência para o estudo controles podem diferir
de doenças raras; sistematicamente, na sua
capacidade de lembrar a história
- Possibilidade de investigação da exposição).
simultânea de diferentes
hipóteses etiológicas.
Próxima Aula!!!

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