Você está na página 1de 1

INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP

Educação e Formação de Adultos B3


Linguagem e Comunicação

O Senhor do Galo de Barcelos e o Milagre do Enforcado

Uma das várias versões da lenda do galo de Barcelos está relacionada com um
crime cometido em Barcelinhos, que ficou impune.
Um dia, um peregrino galego que se dirigia a Santiago resolveu pernoitar num
albergue dessa localidade. Enquanto tomava a sua refeição, um homem resolveu
denunciá-lo como o criminoso ao juiz.
O peregrino foi preso e condenado à forca. No dia do enforcamento, o
peregrino pediu, como última vontade, para falar com o juiz. Em casa do juiz, que
estava a preparar-se para trinchar um galo assado, o condenado ajoelhou-se, insistiu
na sua inocência e suplicou para não ser enforcado.
Como o juiz não se deixou comover com as suas palavras, o peregrino pediu
ajuda a Santiago, de quem era devoto, e disse:
- É tão certo eu estar inocente como o galo que tem aí na mesa cantar antes do
dia acabar!
Todos os que estavam presentes riram-se da afirmação mas, para espanto de
todos, antes do fim do dia o galo levantou-se e cantou.
Correram para a forca a fim de evitar a morte do peregrino. Quando lá
chegaram, ficaram atónitos com o que viram: o peregrino estava vivo, com uma corda
lassa à volta do pescoço.
Assustados, libertaram o homem, que prosseguiu o seu caminho.
Outra versão conta que dois galegos peregrinos, pai e filho, foram atraiçoados
por uma estalajadeira que acusou injustamente o filho de roubo. O rapaz foi
condenado à forca e o pai, desesperado, foi ter com o juiz e pediu-lhe que acreditasse
na inocência do seu filho.
O juiz, incomodado por ter sido interrompido quando estava a comer, disse que
para o declarar inocente seria preciso que o galo assado que tinha na mesa cantasse
três vezes.
E assim foi, o galo pôs-se de pé e cantou. O juiz correu a evitar o enforcamento,
mas chegou tarde.
No entanto e para seu espanto, o condenado não tinha morrido, pois estava a
ser amparado por Santiago.
https://www.infopedia.pt/

Você também pode gostar