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A lenda do Negrinho do Pastoreio tem origem cristã e data provavelmente do século 19.
Tornou-se popular durante a campanha abolicionista, já que focaliza a crueldade de um senhor de
escravos. Simões Lopes Neto (1865-1916), escritor que fixou o folclore e as tradições do Rio Grande
do Sul em sua obra, apresenta um minucioso registro escrito da lenda do Negrinho do Pastoreio, no
livro "Lendas do Sul".
Conta a lenda que um fazendeiro ou estancieiro, como dizem os gaúchos, mandou um
menino negro pastorear uma tropa de cavalos recém-comprados. Durante a noite, o menino
adormeceu e um dos cavalos fugiu. O estancieiro castigou o menino com uma violenta surra de
chicote e mandou-o à procura do cavalo perdido.
O menino chegou a encontrá-lo, mas a corda com que o laçou partiu-se e ele não conseguiu
capturá-lo. Dessa vez, o estancieiro além de surrar o menino, amarrou-o num tronco, ao pé dum
formigueiro, onde as formigas vieram se alimentar nas feridas do negrinho, devorando-o vivo.
No dia seguinte, porém, em vez de encontrar o cadáver do escravo, o fazendeiro encontrou o
Negrinho solto, ao lado da Virgem Maria. Assustado, o estancieiro ajoelhou-se e pediu perdão ao
escravo. Este, porém, montou num cavalo a pelo e fugiu dali, levando consigo todos os cavalos da
fazenda.
A partir de então, o Negrinho passou a percorrer os pampas, pastoreando sua tropa. Na
região, quem perder alguma coisa pode rezar para ele. O Negrinho acha as coisas perdidas e as
coloca em lugar que seus donos possam encontrá-las, desde que estes acendam uma vela para a
Virgem Maria.
https://www.youtube.com/watch?v=s5JSlErKw1I
Referências:
https://www.palaciopiratini.rs.gov.br/a-lenda-do-negrinho-do-pastoreiro
https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/negrinho/