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M JARBAS PASSARINHO
A lenda da Mulher do Táxi nuvens grandes. Então eles pularam mais alto ainda e
fugiram para as nuvens e foram viver nas águas que
De lenda urbana, Josephina foi alçada ao status de "santa moravam no céu.
popular". Dezenas de pessoas a homenageiam com velas,
flores e placas de mármore que fazem referência a bênçãos: E os homens, que não tinham mais peixe para comer,
segundo a necrópole de Belém, as visitas ao túmulo começaram a morrer de fome na terra inteira, em cima das
começaram na década de 40, e hoje o local é um dos mais pedras, na beira dos rios vazios de peixe. Os peixes olharam
procurados. lá do céu e viram os homens morrendo e chorando, todos
com fome. E eles ficaram com pena dos homens e
O escritor Walcyr Monteiro estuda o folclore de Belém há começaram a chorar. As lágrimas dos peixes aumentaram
mais de 40 anos. Foi ele quem publicou, no livro “Visagens muito as águas do céu e o céu não pôde mais segurar as
e assombrações de Belém”, de 1972, o primeiro registro águas.
escrito da história da Moça do Táxi. “Desde criança ouço
falar da moça do carro de praça, pois em Belém não se
usava a palavra táxi antes de 1960”. Segundo ele, existem
várias versões da lenda. “Os trajetos variam: do cemitério
para casa, da casa para o cemitério, e dizem ainda que, na
data do seu aniversário, Josephina pede que o taxista faça
um tour pela cidade”.
Os dedos das mãos e dos pés de cem guerreiros são poucos A lenda do negrinho do pastoreio
para mostrar há quantas luas se passou o que vou contar, na
beira deste fogo. Tempo. Muito tempo mesmo. "A lenda conta que o negrinho do pastoreio era órfão, não
tinha padrinhos e não recebeu um nome, sendo chamado
Naquele tempo, começo do mundo, não tinha chuva. Era só pelo seu malvado proprietário, um estancieiro gaúcho,
dia e noite, sol e lua e nada mais. Não tinham bichos, não apenas como “negrinho”. O menino afirmava que a Virgem
tinha planta, não tinha árvore, não tinha verde. Só pedras Maria era sua madrinha, e sempre acendia velas e rezava
grandes e rios grandes, no meio das pedras. Nada mais. para ela.
Os homens só comiam os peixes dos rios, que eram muitos. Um dia ele apostou uma corrida de cavalo com o
Mas, se não comiam peixe, morriam de fome porque não escravizado de outro estancieiro e acabou perdendo. Como
tinham outra coisa não. E os peixes então pularam muito punição, seu senhor ordenou que ele cuidasse de alguns
alto e descobriram que no céu tinha água também, nas
E.E.E. JARBAS PASSARINHO CARLOS E IZABELLE DAYANY LOPES
cavalos. O menino, extremamente cansado, acabou pegando
no sono, e um cavalo baio, o preferido do patrão, acabou
fugindo. Em outras versões, é o filho do patrão, tão maldoso
quanto o pai, que abre a porteira e deixa o cavalo fugir para
prejudicar o negrinho do pastoreio.
A lenda do Mapinguari