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COLÉGIO GREGOR MENDEL

A LENDA DA COBRA NORATO


Teatro do 4º ano.
Adaptação Fátima Carvalho

Narradora: A Cobra Grande ou Cobra Norato é uma das lendas do folclore brasileiro,
muito conhecida na Amazônia. Segundo a história, uma índia, que na nossa
história vamos chamá-la de Mayara, se apaixonou por Bocaiuva, uma cobra bem
grande. Mayara visitava Bocaiúva quase todas as noites na beira do Rio.

Mayara: Bocaiúva eu gosto muito de ficar com você, sabia.

Bocaiúva: Rodeia Mayara e não lhe faz nenhum mal.

Narradora: Um dia Mayara descobriu que estava grávida de Bocaiúva. Quando seus
filhos nasceram eram duas cobras, duas cobras gêmeas. As crianças ao nascerem
receberam o nome de Norato, o menino e Maria Caninana, a menina.

Mayara: Meus filhotes são tão bonitos, mas parecem duas cobras, duas lindas
cobras…

Narradora: A mãe logo percebeu que os bebês possuíam semelhança de cobra e foi
consultar com o chefe da tribo, o Pajé. Ela perguntou o que deveria fazer com seus
filhos caso eles virassem cobras. O pajé informou que ela deveria soltar seus filhos
no rio Tocantins.

Pajé: Mayara, se você ama seus filhos como diz, tem que deixa-los viver no
ambiente deles. Solte-os no Rio.

Narradora: Mayara solta as crianças no Rio, que de imediato viram cobras. Norato e
Maria Caninana conseguiram sobreviver e tornaram-se adultos. Ao anoitecer, como
mágica, podiam se transformar em humanos e sair das águas, tendo que retornar
ao rio, ao amanhecer, quando voltavam a ser cobras. Norato tinha boa índole, era
generoso, carinhoso, bonito e adorava ajudar os pescadores e protegê-los para que
os barcos não afundassem. Geralmente quando ele se transformava em homem ia
visitar sua mãe, ia em festas, fazia amigos e namorava. Maria Caninana era
violenta e malvada, gostava de assustar os pescadores, prejudicar animais e
pessoas, derrubar embarcações, entre outras maldades. Diferente do irmão, Maria
não se encontrava com sua mãe.

Norato: Oi mãe, estava morrendo de saudades da senhora.

Mayara: Eu também meu filho!


Norato: Vamos ver meus amigos na festa na orla?

Mayara: Vamos sim meu filho. Mas me diga uma coisa, cadê sua irmã?

Norato: Mãe, a senhora conhece Caninana, deve está assustando alguém por aí…

Narradora: Não muito distante dali, Caninana assustava alguns pescadores.

Caninana: Olá pessoas! Acho melhor vocês correrem senão eu vou matar todos
vocês.

Pescadores: Socorro! A Caninana está solta hoje.

Narradora: De acordo com a lenda, Norato estava cansado das malvadezas da


irmã e queria se tornar humano para sempre. Ele acabou descobrindo que se
matassem seu corpo de cobra, enquanto ele era um humano, antes do sol nascer,
ele viveria somente como homem. Alguém precisava ter coragem para realizar
essa façanha. Norato pediu sua mãe, que por diversas vezes tentou realizar o
procedimento e não conseguiu, pois se assustava com a enorme cobra e ficava
com medo.

Mayara: Hoje eu vou criar coragem e mata a cobra na beira do Rio. Meu deus! Ela
é muito grande! Tenho medo! Não posso!

Narradora: Numa noite, já transformado, saiu pela cidade de Cametá (município


de Pará) e conheceu um soldado que era famoso por sua bravura. Então Norato fez
o pedido ao soldado que resolveu ajudá-lo.

Norato: Então amigo, você pode matar meu corpo cobra? Você vai ter coragem?

Soldado: Sim amigo! Sou corajoso e farei isso por nossa amizade!

Narradora: O soldado encontrou-se com a enorme cobra na beira do rio, e


corajosamente, deu-lhe uma paulada em sua cabeça. O encanto havia sido
quebrado, então, fizeram uma fogueira e queimaram o corpo da cobra. Norato
viveu feliz numa cidade do interior do Pará. E todas as noites de lua eram festa na
vila de pescadores. Com Norato sua mãe e seus eternos amigos. Ele só sentia
saudades da irmã, que desde que ele virou homem, nunca mais veio te visitar.

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