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Curso Profissionalizante
Procurando Emprego
Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização:
Jacqueline Leire Roepke Capellaro

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Herminio Kloch

Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância


Prof ª. Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Davi Schaefer Pasold

Revisão:
Harry Wiese
José Roberto Rodrigues

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ALÉM DAS ENTREVISTAS


Depois de termos aprendido a respeito da elaboração
do currículo e da entrevista seletiva, chegou o momento
de vasculharmos outras técnicas que podem ser aplicadas
durante um processo de seleção. Quer saber quais são?
Então, não deixe de ler as próximas páginas!

SURPRESA! NÃO ERA SÓ ENTREVISTA!

Como vimos, a entrevista é uma técnica utilizada


em praticamente todos os processos seletivos. Existem
outras técnicas utilizadas nestes processos. Embora menos
frequentes, são muito importantes para que a empresa
identifique as características pessoais dos candidatos. Estas
técnicas também são fundamentais para ajudar o selecionador
a escolher um candidato, entre dois que o tenham agradado
igualmente. Vamos conhecer estas técnicas?

Atenção! Se você tiver um currículo excelente e um


ótimo desempenho na entrevista, já estará com grandes
vantagens. Contudo, mesmo que tenha se saído bem
nestas etapas, se decepcionar o selecionador no que
tange a estas técnicas extras, corre sérios riscos de ser
desclassificado do processo seletivo! Portanto, fique
atento às dicas que serão apresentadas a seguir, para
potencializar suas chances de conquistar a vaga almejada!

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“Algumas organizações (não é a maioria),


adicionalmente às entrevistas, utilizam-se de testes e outros
instrumentos de avaliação durante o processo de recrutamento
e seleção de pessoal.” (PEREIRA, 1997, p. 83).

As técnicas extras mais comuns no processo seletivo


são os testes, as dinâmicas e as situações inusitadas. Vamos
explorá-las juntos? Então prossiga a leitura!

OS TESTES

Você poderá ser testado durante um processo seletivo,


através dos testes de conhecimentos gerais/específicos, dos
testes psicológicos, dos testes práticos e do portfólio.

Os testes de conhecimentos gerais/específicos


consistem em provas escritas ou orais que o candidato precisa
responder. Os assuntos variam de acordo com a empresa e
com a vaga. Por exemplo, podem ser aplicados testes de
língua portuguesa, informática, atualidades, matemática,
inglês etc.

Conforme Ribeiro (2007), o objetivo da utilização de


testes de conhecimentos ou de capacidades consiste na
avaliação do nível de conhecimentos gerais e/ou específicos
do candidato, comparando-o ao nível exigido pelo cargo
a ser preenchido. Além de medir o grau de capacidade ou
habilidade para certas tarefas, ainda apresenta o desempenho
dos candidatos.
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Há uma enorme gama de testes de conhecimentos


gerais/específicos. A maneira de aplicar o teste varia: alguns
testes são cronometrados e respondidos individualmente,
sendo observados pelo selecionador, outros são feitos
sem restrição de tempo e sem a presença do avaliador.
A formulação das questões também varia. Podem ser
discursivas, em formato de redação ou objetivas: múltiplas
escolhas, verdadeiro/falso, ordenação ou ligação de colunas,
escala de importância, preenchimento de lacunas, escala de
concordância/discordância etc.

E se a redação for de tema livre? Pode ser o momento


ideal para você demonstrar seu conhecimento a respeito da
vaga. Por exemplo, se for uma vaga de contador, é pertinente
que o candidato escreva sobre as principais tarefas de um
contador, sobre os maiores desafios da profissão etc. Você
também pode escrever a seu próprio respeito e enfatizar
seus pontos positivos. Se o sonho da sua vida é trabalhar
naquela empresa, seria uma boa oportunidade para escrever
os pontos positivos da empresa, demonstrando que você tem
conhecimentos significativos sobre ela.

Caso considere que ainda não domina as atribuições


da vaga, que tenha um autoconhecimento muito limitado
ou que não tenha assunto para redigir cerca de 30 linhas
sobre a empresa, a dica é escolher o tema sobre o qual você
mais domina. As regras da escola continuam valendo para
esta redação: tenha cuidado com a ortografia e gramática,
respeite os parágrafos e regras de pontuação, evite borrões,

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faça uma letra decifrável, não esqueça de criar um bom título


e de contemplar início, meio e fim, no seu texto.

Como preparar-se para tais testes? Na maioria dos


casos, a empresa não avisa com antecedência que haverá
testes, muito menos, sobre o assunto dos mesmos. Por isso,
convém estar sempre atualizado sobre os acontecimentos
que vêm sendo noticiados, desenvolver o hábito da leitura e
participar de cursos de curta duração sobre língua portuguesa,
matemática, enfim, das áreas que forem mais próximas à sua
profissão.

Como responder os testes? Procure obedecer às


instruções (regras, coordenadas) que o entrevistador lhe
transmitir. Geralmente, o que mais conta na avaliação do
candidato pressupõe à eficiência (respostas corretas), à
agilidade (quanto tempo levou para responder as questões)
e ao comportamento (como recebeu as orientações e como
executou a atividade).

Além de testes escritos ou numéricos, existem


empresas aplicando testes mais lúdicos, como enigmas que
demandam ser decifrados, atividades com massinhas de
modelar etc.

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A intenção dos testes de conhecimentos gerais/


específicos é verificar o grau das habilidades
gerais e/ou específicas do candidato, em relação
ao que o cargo requer, no que tange à cultura,
escrita, aos cálculos, ao raciocínio lógico etc.
FIGURA 1 - PROVA ESCRITA

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com/


images/42-26288465.jpg?size=572&uid=f81d650e-4699-
4a34-99b1-3d98b0c7e70a&uniqID=aff28160-9f7d-4a20-
85c0-4a71896e1033>. Acesso em: 25 maio 2011.

Os testes psicológicos, por sua vez, são


necessariamente aplicados por psicólogos. Existem diversos
testes e é difícil prever qual será utilizado por cada empresa,
ou selecionador. Não perca tempo procurando as respostas
corretas para tais testes, pois é muito difícil encontrá-
las através de uma fonte confiável. Apenas os psicólogos
conhecem as “respostas esperadas”, e eles não costumam
divulgá-las. Se você encontrar dicas para burlar os testes
psicológicos, lembre-se de que provavelmente elas foram
elaboradas por alguém que não conhece a fundo a avaliação
psicológica e que está expressando sua opinião a respeito –
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que pode estar equivocada.

O melhor a fazer na hora de realizar um teste


psicológico é procurar o autocontrole, ouvir atentamente as
orientações do psicólogo e procurar segui-las à risca. Além
disso, mantenha-se concentrado em responder o seu teste.
Às vezes, estes testes são aplicados em grupo. Não perca
tempo observando como seus colegas estarão respondendo.
Isto poderá desconcentrá-lo e, consequentemente, prejudicá-
lo.

Os psicólogos utilizam os testes psicológicos para


identificar características de personalidade ou habilidades
específicas, tais como: inteligência, atenção, concentração,
memória, aptidões numéricas, verbais e espaciais etc. Cada
teste tem um objetivo exclusivo.

Vale frisar que nem todos os psicólogos aplicam estes


testes. Além disso, não é o teste por si só que aprovará ou
reprovará algum candidato. Os testes psicológicos são apenas
uma ferramenta do processo seletivo, e são analisados em
conjunto com o currículo, entrevista e demais testes.

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FIGURA 2 - TESTE PSICOLÓGICO

FONTE: Disponível em: <http://www.consultivelabs.com.br/A-


Palo.jpg>. Acesso em: 25 maio 2011.

Os testes práticos envolvem a execução de


determinada atividade. O aplicador fica de olho na maneira
que o candidato executa a atividade e o tempo que leva para
concluí-la. Por exemplo, é muito comum que os processos
seletivos para vagas de digitadores tenham como proposta
que o candidato digite um texto estipulado pela empresa. O
selecionador avaliará o tempo que o candidato levou para
concluir a digitação, bem como, a qualidade da escrita, ou
seja, a quantidade de erros x acertos.

Quando alguém candidata-se para ser professor,


poderá ser convidado a dar uma aula que será assistida
exclusivamente pelo selecionador. Engenheiros podem
deparar-se com a necessidade de elaborar um projeto
conforme as coordenadas estabelecidas pela empresa.
Vagas que exigem habilidades com desenho podem solicitar
que, em algum momento do processo seletivo, o candidato
esboce algum desenho.

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Outro tipo de teste prático é realizado através de cases.


A empresa apresenta uma situação específica e o candidato
precisa posicionar-se diante da mesma, descrevendo quais
seriam suas ações na ocasião.

Os testes práticos servem para a empresa confirmar


competências que o candidato possa ter mencionado
durante a entrevista e o grau de tais competências.
Portanto, redobre o cuidado quando cogitar mentir
ou aumentar alguma característica sua, numa
entrevista. Seu plano pode desmoronar minutos
após, durante a realização de um destes testes.

FIGURA 3 - TESTE PRÁTICO

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com/


images/42-17731374.jpg?size=572&uid=25d41dae-
005b-4cdc-917f-277e3f9ccfdb&uniqID=c201274f-
a023-4624-8cbd-4a9318bf99ef>. Acesso em: 25 maio
2011.

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Dificilmente uma empresa permite que o candidato


realize o teste em casa. Pelo motivo óbvio de que talvez seja
outra pessoa que acabe realizando o teste, em nome do
candidato. Todavia, há uma “lição de casa” que as empresas
estão deixando para os candidatos, e isto está se tornando
cada vez mais frequente. O nome desta lição é portfólio.
Que tal arregaçar as mangas e fazer o seu antes mesmo que
alguém lhe peça? Vamos lá!?

Apesar de ter um nome requintado, portfólio nada mais


é do que um dossiê da trajetória profissional de uma pessoa.
Ou seja, é uma coleção de documentos ou das realizações
mais importantes da carreira profissional. Também pode ser
considerado como uma coletânea dos principais trabalhos
realizados, podendo ser composto por fotos dos projetos,
desenhos, textos elaborados pelo próprio candidato, croquis
de roupas etc. Caso algum dos trabalhos que você efetuou
tenha sido veiculado pela mídia, convém acrescentar a
matéria no portfólio. O conteúdo e a forma de apresentar
o portfólio variam de acordo com a área em que a pessoa
trabalha.

As áreas que mais estão solicitando o portfólio são


principalmente ligadas à comunicação, moda, engenharia,
arquitetura, publicidade e propaganda.

Ao elaborar o seu portfólio, leve em consideração os


seguintes aspectos:

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• Seja sucinto e objetivo. Selecione no máximo 10 trabalhos


para compor seu portfólio. Da mesma forma que o currículo,
a qualidade vale mais do que a quantidade.
• Deixe seu portfólio alinhado ao seu currículo, ou seja, que
as informações que constam em um deles não sejam
incongruentes com as informações do outro.
• Fique atento à ética. Não exponha trabalhos que são tratados
com sigilo pela empresa pela qual você trabalhava.
• Só inclua trabalhos ou projetos sobre os quais tenha domínio.
Se você foi apenas um coadjuvante na realização de um
projeto, pode ser melhor deixá-lo de lado. Afinal, é bem
provável que o selecionador faça questionamentos sobre
os projetos. Se você não tiver propriedade para explanar
sobre o mesmo, mais vale omitir tal trabalho.
• Você pode fazer seu portfólio impresso ou digital, por
exemplo, numa apresentação de Power point.
• Ao comparecer à entrevista, comente com o entrevistador,
no início da conversa, que você trouxe o seu portfólio e
que ficaria grato se pudesse apresentá-lo, no decorrer da
conversa.

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AS DINÂMICAS DE GRUPO

Você já participou de alguma dinâmica de grupo


em processo seletivo? Como foi? Caso ainda não tenha
experimentado uma delas, é bem provável que um dia você
seja convidado a fazer parte de alguma dinâmica.

Em geral, as dinâmicas de grupo ocorrem numa sala


da própria empresa. Pode ser conduzida por uma pessoa
de qualquer área ou cargo. O número de participantes varia,
bem como, o tempo de duração. A pessoa que propõe a
dinâmica irá relatar uma situação hipotética ou real e passará
as orientações para que o grupo saiba como proceder.
Existem dinâmicas que requerem materiais (objetos, artigos
de papelarias etc), mas fique tranquilo, pois geralmente a
pessoa que conduz a dinâmica dispõe de todo o material
necessário.

As empresas apostam nas dinâmicas para avaliarem


como cada candidato se comporta durante elas. Avaliam
como ele age, se ele interage com os demais, se é propositivo,
se é criativo, como lida com desafios, como é o senso de
humor etc. Enfim, é possível avaliar inúmeras características
pessoais numa dinâmica de grupo, e o condutor escolhe a
dedo uma dinâmica que revele exatamente as características
que ele quer analisar ou que são mais importantes para o
preenchimento do cargo.

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Como se deve comportar numa dinâmica? A única


resposta adequada para esta pergunta é: sendo verdadeiro.
Pois se o candidato tenta agir fora do que está habituado, isto
é perceptível pelo condutor da dinâmica. O comportamento
do candidato fica nitidamente sem espontaneidade.
Além disso, não é tão fácil descobrir qual característica
a empresa está procurando. Por exemplo, certa vez uma
empresa encaminhou um perfil ideal de candidato para
uma determinada vaga. Queriam uma pessoa que falasse
bastante, que se destacasse na dinâmica, ou seja, a pessoa
mais ativa/participativa. Em contrapartida, também já recebi
um perfil ideal de uma empresa que esperava um funcionário
introspectivo, mais quieto e tranquilo. Portanto, não tem uma
receita pronta de como agir numa dinâmica.

FIGURA 4 - DINÂMICA DE GRUPO

FONTE: Disponível em: <http://www.


corbisimages.com/images/42-18391931.
jpg?size=572&uid=9ceb4ee0-84e0-497b-917b-
5a7fd9129267&uniqID=cedb6b8e-df03-42a1-9572-
cb28a49dc0b2>. Acesso em: 6 jun. 2011.

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O melhor é ser autêntico e verdadeiro, pois, se


você é tímido, não adiantará fingir que é extrovertido na
dinâmica. Além de perceberem que você não está agindo
com naturalidade, caso seja o candidato escolhido, acabará
demonstrando sua timidez no dia a dia do seu trabalho. Isto
poderá desagradar a liderança. Ou você mesmo se deparará
com atribuições que requerem extroversão e por não ter tal
característica, se sentirá demasiadamente desconfortável.
Ambas as situações poderão acarretar no seu desligamento
da empresa.

A dinâmica por si só não classifica nem desclassifica


um candidato do processo seletivo. É uma ferramenta
complementar, analisada em conjunto com os demais
resultados apresentados pelo candidato (na entrevista, nos
testes etc).

Fique atento! Ao participar de uma dinâmica, seja você


mesmo! A empresa pode estar à procura de alguém que
possui exatamente as suas características! Agindo de
forma autêntica, você terá mais chances de sentir-se
confortável durante a dinâmica. Assim, poderá ter um
desempenho melhor. E, independente de ser o candidato
escolhido ou não, poderá concluir que a empresa tomou
a melhor decisão. Afinal, ser contratado para um trabalho
que não se adéqua às suas características poderá ter
consequências negativas tanto para você quanto para a
empresa.

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AS SITUAÇÕES INUSITADAS

Além dos testes anteriores, nos quais a empresa


deixa claro que está testando o candidato, há técnicas que
são aplicadas sem serem percebidas pelos candidatos. São
situações inusitadas, ou seja, em que o candidato é pego de
surpresa e está sendo avaliado, mesmo sem perceber.

São raras as empresas que utilizam situações


inusitadas. No entanto, é interessante que você saiba da
existência delas, para sentir-se mais preparado. Na verdade,
geralmente estas situações são aplicadas de tal maneira que
o candidato nem as perceba. Isto não é necessariamente
ruim. Lembre-se de que quanto mais natural e autêntico você
for, melhor para ambos!

As situações inusitadas podem ser pequenas ações ou,


até mesmo, situações mais elaboradas. Por exemplo, você
sabia que, às vezes, a empresa atrasa o horário da entrevista
propositalmente? O único intuito é identificar a sua reação
diante do atraso. Outros exemplos de situações inusitadas
mais simples são: o entrevistador deixa um objeto cair, para
checar se o candidato tem a iniciativa de ajuntar. Ou, age
de maneira áspera, avaliando como a pessoa reage diante
deste comportamento. O intuito é o mesmo das pegadinhas
que a televisão transmite: checar a reação de quem “cai na
armadilha”.

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Na busca pelo meu segundo emprego, acredito que


fui avaliada desta maneira, por uma empresa. Eu tinha
aproximadamente 18 anos. Marcaram a entrevista na parte
da noite, quando, aparentemente, só eu e o entrevistador
estávamos na empresa. Fui prontamente atendida, no entanto,
a empresa parecia um labirinto e atravessamos diversas salas
até chegarmos ao local da entrevista. Estranhei, pois conforme
íamos passando pelas salas, o entrevistador trancava cada
porta com duas ou três chaves diferentes. O molho de chaves
dela era enorme. Até chegarmos à sala da entrevista, ele
havia trancado umas sete portas, aproximadamente. Confesso
que aquilo me amedrontou um pouco. Todas as janelas que
eu via tinham grades reforçadas. Levei meu currículo, mas o
entrevistador disse que não precisava dele. Ele não falou nada
sobre a empresa, nem sobre si mesmo, muito menos sobre a
vaga. Assim que nos sentamos, ele simplesmente me disse:
“Fale-me sobre o seu pai”. Sempre tive uma boa relação com
meu pai e admiração por ele, também. Portanto, não foi difícil
discursar sobre isso, apesar de estar um pouco apreensiva
pelo excesso de cadeados acionados. Percebi que demonstrar
pânico diante de tantas trancas e grades não resolveria. Se
a intenção dele fosse ruim em relação à minha pessoa, gritar
seria inútil, pois não havia pessoas por perto, nem outras casas
na redondeza. Achei melhor conter o medo e falar sobre o meu
pai. Contei tudo o que meu pai tinha de melhor. Tentei falar um
pouco de mim, do meu trabalho anterior, tecendo comentários
sobre características que eu e meu pai temos em comum.
Todavia, sempre que eu começava a falar algo neste sentido,
o entrevistador me interrompia: “Só quero saber sobre o seu
pai”. Vale mencionar que a expressão facial do entrevistador

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manteve-se intacta durante todo o período em que estivemos


juntos: absolutamente apática e nada cordial. Ele não fazia
perguntas enquanto eu falava, nem sinalizava se eu deveria
prosseguir a fala ou não. Quando concluí minha explanação
– que levou cerca de cinco minutos – ele disse que já estava
de bom tamanho. Perguntei se eu poderia contar sobre mim,
e se ele poderia me apresentar a vaga. Ele apenas disse que
“não” e me levou para fora da empresa, passando novamente
por todo aquele labirinto e destrancando e trancando cada
porta. Evidentemente, ele nunca mais entrou em contato
comigo. Até hoje não entendi a moral da história! Afinal, que
critério ele utilizou para me avaliar? Será que ele esperava
que a candidata se recusasse a entrar pelas salas com tantas
trancas? É difícil adivinhar o objetivo dele.

Tenho uma colega que participou de um processo similar.


Tratava-se de uma vaga de nível gerencial, para trabalhar no
município de Blumenau-SC. Os candidatos que enviaram o seu
currículo para a vaga, receberam um convite para participar do
processo seletivo que ocorreria em outra cidade, distando cerca
de 30 km de Blumenau. Tendo chegado ao local, minha colega
encontrou outros 10 candidatos ali, esperando a chegada do(a)
entrevistador(a). Os onze aguardaram mais de uma hora ali. O
local combinado consistia numa casa aparentemente abandonada.
Depois de uma hora, uma mulher chegou, identificando-se como a
avaliadora. Apenas entregou uma chave para eles, e onze folhas de
papel (uma para cada um) com um enigma que teriam que responder.
Saiu dali rapidamente, informando que dentro de uma hora voltaria
para pegar as folhas preenchidas. Os candidatos fizeram perguntas,
mas a entrevistadora não respondeu nenhuma, demonstrando
estar muito apressada. Depois que ela saiu, discutiram entre si, se

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responderiam o enigma na calçada mesmo, ou se tentariam colocar a


chave na fechadura daquela casa abandonada. Depois da discussão,
decidiram tentar abrir a casa. A chave era daquela porta realmente.
A casa estava praticamente vazia. Apenas um quarto mobiliado: seis
cadeiras, seis mesas e seis canetas. Cada um começou a tentar
responder seu enigma. Cinco pessoas ficaram de pé. O horário
equivalente à volta da entrevistadora seria às 11h00 da manhã.
Todavia, já passava do meio-dia e ela não havia aparecido. Um
candidato amassou a folha e desistiu. Os outros dez aguardaram até
a chegada dela, que ocorreu às 13h00. Uns saíram para almoçar e
retornaram às 13h30. A maioria ficou ali, aguardando a entrevistadora.
Quando ela chegou, pediu para conversar a sós com cada candidato,
numa espécie de entrevista. O último candidato foi liberado às
15h00. Minha colega acredita que um dos supostos “candidatos”
provavelmente era alguém da empresa e que estava observando
como se comportavam as pessoas. Possivelmente, cada detalhe foi
pensado pela empresa, com objetivos específicos. Ela não sabe o
final da história, pois a empresa não a contatou para dar um feedback.
Ela não possuía informação alguma sobre a empresa, muito menos o
contato da entrevistadora, que recusou-se a fornecê-lo.

Outros casos, igualmente raros, tratam-se dos processos


seletivos ao ar livre. Os candidatos são encaminhados a
um campo aberto e são convidados a participarem de uma
espécie de gincana. As provas podem variar, mas geralmente
são as mesmas aplicadas nas gincanas comuns, como, por
exemplo, a corrida de sacos.

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FIGURA 5 - GINCANA - CORRIDA DO OVO

FONTE: Disponível em: <http://planeteen.zip.net/images/MVC-036S.


JPG>. Acesso em: 26 maio 2011.

Uma vantagem desta ferramenta envolve a


descontração do candidato, que acaba agindo de maneira
mais natural. E este é justamente o objetivo central de
um processo seletivo: identificar as características das
pessoas, para conhecer as diferenças individuais e detectar
o conjunto de características que mais se adéqua ao perfil
do cargo (esperado pela empresa). Além disso, um processo
seletivo no formato de gincana costuma ser divertido para os
participantes. No entanto, é absolutamente compreensível
que alguns candidatos não aceitem participar deste tipo
de atividade, principalmente porque nem sempre eles são
informados com antecedência a respeito delas.

Talvez você esteja achando que a utilização destas


técnicas seja “injusta” e que até podem ser encaradas
como falta de respeito ao candidato. Entretanto, este não
é o momento mais apropriado para discutirmos sobre isso.
Particularmente, não sou favorável a este tipo de técnica, mas

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há empresas utilizando-as. O intuito, aqui, não é amedrontá-lo


quanto às situações inusitadas. Ressalta-se que as situações
inusitadas mais elaboradas são pouco usuais. Afinal, entende-
se que o tempo está cada vez mais escasso, tanto para a
empresa quanto para os candidatos. Neste sentido, a análise
do currículo, a entrevista e a aplicação de um teste levam
menos tempo.

Independente da técnica escolhida pela empresa,


seja você mesmo! Estes exemplos foram apresentados
simplesmente porque a maioria das pessoas alega que “teria
se saído melhor” se soubesse que a situação inusitada fazia
parte do processo seletivo.

Inclusive, reforça-se que ao comparecer à entrevista,


procure ter o restante do dia sem compromissos agendados.
Você não sabe quanto tempo levará a entrevista e se serão
aplicadas outras técnicas, além da entrevista. Nada impede
que você pergunte o tempo médio que a empresa pretende
contar com a sua presença. Todavia, esta pergunta pode ser
interpretada de inúmeras formas pelos entrevistadores.

O FINAL DO PROCESSO SELETIVO

Como já vimos, o processo seletivo varia de acordo


com cada empresa e com cada selecionador. Há empresas
mais ágeis na contratação de um novo profissional, podendo
defini-la em cerca de uma semana. Mas, as empresas tendem
a levar mais tempo para concluir o processo, pois divulgar

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a vaga, receber currículos, avaliá-los, escolher alguns para


fazer a entrevista, aplicar dinâmicas, aplicar testes e analisar
os resultados de cada um, demanda certo tempo. Portanto,
não desanime se já tiverem passado 15 dias desde que você
fez a entrevista e ainda não tenha sido informado sobre o
resultado final.

Na maioria dos casos, a empresa se compromete a


contatar o candidato novamente, independentemente se ele
será contratado ou desclassificado. Geralmente a empresa
até pretende fazer este contato, mas acaba deixando-o de
lado, por falta de tempo. Sendo assim, apenas dá o retorno
para o candidato escolhido, para que traga seus documentos
e informando a data de início no trabalho. E então, será
que os candidatos desclassificados ficarão até a eternidade
aguardando uma resposta que não virá? Ou poderão
posicionar-se de outra maneira?

Ao terminar a entrevista, você pode perguntar se


há uma previsão para que a empresa estabeleça um novo
contato com você. Também é plausível perguntar se você
pode contatar a empresa, caso surja alguma dúvida. É salutar
que, antes de se despedir do entrevistador, você agradeça
pela oportunidade de participar do processo seletivo.

Caso tenha o e-mail de contato do selecionador, você


pode enviar uma mensagem simples e direta no dia seguinte,
agradecendo a oportunidade, mantendo-se à disposição e
finalizando com o seu nome. Trata-se de um diferencial.
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Procurando Emprego

Quando a empresa lhe informar uma data em que


pretende fazer novo contato, anote-a ou memorize-a. Tente
controlar sua curiosidade e aguarde mais dois dias além do
prazo estipulado pela empresa. Quando entrar em contato,
evite ligar no início ou no final do expediente. Identifique-se
à pessoa que atender e peça se a empresa já tem novidades
sobre o processo seletivo. Procure ser cordial, independente
da resposta. Tenha bom senso. Cuidado para não ser
inconveniente, fazendo diversas ligações para a empresa.
Ligue cerca de duas vezes para a empresa, no máximo.

Mais do que isso, pode indicar elevada insistência


da sua parte. Caso a empresa tenha dito que trata-se de
uma vaga sigilosa, só fale sobre a vaga com a pessoa que
lhe entrevistou. Por exemplo, às vezes, a empresa está
descontente com o trabalho da secretária (ou de qualquer
outro profissional). Então, o selecionador faz o possível para
conduzir as entrevistas com discrição, para que a secretária
não perceba. Por favor, seja discreto e não passe informações
sobre o processo seletivo com mais ninguém da empresa.

Recomenda-se que você não cruze os braços enquanto


espera retorno sobre um processo seletivo. Continue
procurando, só desista quando tiver sido contratado! Se você
desistir da vaga, contate a empresa e dê sua justificativa.
Por exemplo: “Estou ligando para informar que já consegui
outro emprego, estou trabalhando há dois dias no cargo X
e estou com boas perspectivas. Agradeço a oportunidade e,
talvez, futuramente possamos nos encontrar. Mantenho-me à
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disposição”.

Se a empresa entrar em contato com você para dar o


retorno “negativo”, agradeça pela atenção. Evite perguntar o
que você fez de “errado”, até porque, se você foi autêntico,
não cometeu erros. Se não conseguir conter a curiosidade,
peça o que você poderia fazer para melhorar. Dificilmente
a empresa aceita se comprometer dando uma resposta a
este tipo de pergunta. Todavia, talvez seja algo que poderia
ser resolvido em pouco tempo, como a participação de
um curso de curta duração. Mas, se a empresa não quiser
apontar melhorias, não insista. Não fique tentando adivinhar
o “erro”, muito menos, dê justificativas para a empresa sobre
o mesmo. Parece inacreditável, mas existem candidatos que
reagem assim, diante do feedback negativo:

“Decerto fui desclassificado porque vocês devem ter


ligado pro meu ex patrão e ele deve ter aberto o jogo... Me
deem uma chance, desta vez vou ser diferente”.

“Pode falar que o motivo da desclassificação foi a falta


de domínio do inglês.”

“Vou processá-los, pois já percebi que estou sendo


discriminado.”

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25
Procurando Emprego

FIGURA 6 - HOMEM GRITANDO AO TELEFONE

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com/


images/42-22063287.jpg?size=572&uid=138c41dc-
c378-464a-9fe1-6d49471f254b&uniqID=8f2b20a5-
81e3-4751-b0b5-d5955b9b4a8c>. Acesso em: 26 maio
2011.

Este tipo de comportamento só prejudica o próprio


candidato. Como vimos no decorrer deste curso, dificilmente
é UM motivo que garante a contratação ou a desclassificação
do candidato. O selecionador observa o conjunto, o todo.
Ser descortês com a empresa na hora de receber o “não”
desfavorece seu marketing pessoal, além de fechar futuras
oportunidades de trabalho naquela empresa ou com aquele
selecionador. Não esqueça que você poderá se deparar com
ele em outra empresa, um dia desses...

A melhor forma de lidar com uma notícia destas é


simplesmente agradecendo à empresa pela oportunidade
e mantendo-se à disposição para futuros contatos. Depois

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26
Curso Profissionalizante

de desligar o telefone, você até pode chorar, se sentir


necessidade. Em seguida, seque as lágrimas, erga a cabeça
e continue procurando o seu lugar no mundo do trabalho.
Ou crie a sua própria oportunidade. Você já pensou em ser
empreendedor?

Extraia aprendizados de cada processo de que você


participar. O simples fato de você estar realizando este curso
revela que você é um bom candidato, pois está interessado/
preocupado com a sua atuação no processo seletivo. Na
próxima etapa deste curso, você visualizará onde poderá
encontrar a sua oportunidade. Também poderá entender e
refletir sobre o marketing pessoal. Para finalizar, receberá
dicas de como se tornar um candidato de destaque.

Bons estudos!

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27
Procurando Emprego

R EFERÊNCIAS
PEREIRA, Paulo. Enfrentando o mercado de trabalho:
orientações para um posicionamento mais adequado para
os tempos atuais. São Paulo: Nobel, 1997.

RIBEIRO, Elizete Inez Boing. Gestão de pessoas. Indaial:


ASSELVI, 2007.

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28
Curso Profissionalizante

A UTOATIVIDADES
1) Relacione as colunas corretamente:

A- Testes gerais/específicos. Coluna B

B- Testes psicológicos. ( ) Avaliação camuflada.

C- Portfólio. ( ) Avaliação do saber fazer.

D- Dinâmica de grupo. ( ) Avaliação de


habilidades específicas
E- Situações inusitadas. ou de características da
personalidade.
F- Teste prático.
( ) Avaliação do
comportamento.

( ) Provas escritas ou orais.

( ) Dossiê da trajetória
acadêmica e/ou profissional.

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30
Curso Profissionalizante

G ABARITO
1) Relacione as colunas corretamente:

A- Testes gerais/específicos. Coluna B

B- Testes psicológicos. (e) Avaliação camuflada.

C- Portfólio. (f) Avaliação do saber fazer.

D- Dinâmica de grupo. (b) Avaliação de habilidades específicas ou


de características da personalidade.
E- Situações inusitadas.
(d) Avaliação do comportamento.
F- Teste prático.
(a) Provas escritas ou orais.

(c) Dossiê da trajetória acadêmica e/ou


profissional.

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