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INTRODUÇÃO
2. Deus criou o sexo. Logo, através de um só casal - Adão e Eva - vieram a existir todas as
nações. Há alguns anos, com base na genética, os cientistas concluíram que todos os seres
humanos descendem de uma única mulher - a chamada Eva mitocondrial. Com base no DNA
mitocondrial que, pelo que consta, apenas é transmitido pela mãe, conseguiram afunilar todos os
seres humanos até uma só mulher. O sexo é um bom presente de um Deus bom que se deleita
em nossa alegria. Em Provérbios 5.18,19, Salomão diz a seus filhos: “Seja bendita a sua fonte!
Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua
esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela”. O Senhor instrui
aqui, que o ideal de Deus é apenas uma esposa desde a juventude!
3. Os dois sexos. De fato, esta ideologia é a última rebelião da criatura contra a sua condição de
criatura. É uma teoria absurda, cheia de incoerências e contradições e que apesar disso, tem-se
tentado impor seu ensino nas escolas como uma teoria científica. Apesar de suas
incongruências, tem encontrado muitos adeptos e defensores. Dizem que não existe “homem” e
“mulher”. Para eles “Sexo” seria biológico e “gênero” seria construído socialmente. Sendo
assim, não poderia nem mesmo existir o conceito de “homossexual” ou “heterossexual”, que
supõe um sexo básico pelo qual a pessoa é atraída. Logo, a “ideologia do gênero” destrói os
mesmos direitos dos “homossexuais” e combate os que lutam pelos direitos deles. A Bíblia
revela que Deus criou dois sexos anatomicamente distintos: “E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto,
biologicamente o sexo está relacionado aos órgãos genitais e às formas do corpo humano.
Assim sendo, os seres humanos nascem pertencendo ao sexo masculino ou ao feminino; o
homem, designado por Deus como macho, a mulher como fêmea. Por conseguinte, não
podemos alterar a verdade bíblica para acomodar a ideologia de gênero. A cultura humana
permanece sob o julgamento de Deus (1Pe 4.17-19). Teóricos da “ideologia de gênero”
afirmam que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua
própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem” e “mulher”, portanto, seriam
apenas papéis sociais flexíveis, que cada um representaria como e quando quisesse,
independentemente do que a biologia determine como tendências masculinas e femininas.
2. União conjugal. “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a
glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36); “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). O padrão bíblico é que o sexo
expresso dentro do casamento entre um marido e mulher é santo, saudável e bom. O sexo
expresso em outro lugar fica aquém da intenção de Deus e viola o seu mandamento. A união
sexual é reservada exclusivamente para o casamento (Hb 13.4). O intercurso sexual não é
pecaminoso, nem uma concessão ao pecado, mas uma dádiva prazerosa de Deus. O autor de
Hebreus (13.4) afirma: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito
[intercurso sexual] sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros”. O livro de
Cantares é uma canção de amor tenra, às vezes erótica, entre um homem e uma mulher
enquanto eles preparam para o casamento. Não há um traço de autoconsciência moral sobre o
intercurso sexual matrimonial. É verdade que os pais da igreja frequentemente tinham uma
visão que diminuía o sexo e o corpo humano, mas isso se devia à influência de ideias gnósticas
e pagãs greco-romanos. Eles não tiraram essa convicção da Bíblia, que retrata o intercurso
matrimonial como belo, prazeroso e santo.
3. A glória de Deus. Cantares é uma canção de amor tenra, às vezes erótica - embora alguns
repudiem essa idéia, espiritualizado o livro - entre um homem e uma mulher enquanto eles
preparam para o casamento. Sexo fora do casamento é pecado; todos os cristãos sabem isso, e
os incrédulos também. Não ter sexo no casamento (sob as circunstâncias ordinárias) também é
pecado; talvez nem todos estejam cientes disso. De acordo com 1 Coríntios 7.3-5, sexo no
casamento é uma dívida. Negligenciar ou recusar fazer sexo com o seu cônjuge é roubo, uma
quebra do oitavo mandamento: “Não furtarás”. Interessante essa colocação, e pouco pensamos
acerca disso, de que o sexo também é para a glória de Deus! Dizemos que Jesus Cristo é
Senhor, e devemos ter a compreensão de que isso significa que Ele é Senhor do casamento e do
lar do casal também. Assim, nosso objetivo é a glória de Deus em Jesus Cristo e a edificação
dos santos. Dentro dessa estrutura e com esse espírito, consideremos o dever do sexo no
casamento.
1. A fornicação. Fornicação vem da palavra grega porneia, cujo significado inclui adultério e
incesto. Porneia vem de outra palavra grega, cuja definição inclui também ceder a qualquer tipo
de luxúria ilícita, inclusive a homossexualidade. Em 1 Timóteo 1.10, os "impuros" e
"sodomitas" (ou "homossexuais") violam o sétimo mandamento (Êx 20.14), que proíbe a
atividade sexual fora do leito conjugal. Deus nunca tolera o pecado, o qual não tem lugar, de
modo algum, em seu reino, e nem a pessoa cujo padrão de vida seja o de imoralidade, impureza
e cobiça habituais estará em seu reino, pois tal pessoa não é salva (1Co 6.9,10; Gl 5.17-21; 1Jo
3.9,10).
2. O adultério. O adultério, por outro lado, refere-se ao pecado sexual de pessoas casadas com
alguém que não seja seu cônjuge, e a palavra é usada no Antigo Testamento, literal e
figurativamente. A palavra hebraica traduzida por "adultério" significa literalmente "quebrando
o casamento." Curiosamente, Deus descreve a deserção do Seu povo a outros deuses como
adultério. O povo judeu foi considerado como o cônjuge de Jeová, então quando eles se
voltaram aos deuses de outras nações, foram comparados com uma esposa adúltera. O Antigo
Testamento muitas vezes se refere à idolatria de Israel como uma mulher devassa que
"prostituiu-se" com outros deuses (Êx 34.15,16; Lv 17.7; Ez 6.9). Além disso, todo o livro de
Oseias compara a relação entre Deus e Israel com o casamento do profeta Oseias e sua esposa
adúltera, Gomer. As ações de Gomer contra Oseias eram um retrato do pecado e da infidelidade
de Israel, que, vez após vez, abandonou o seu verdadeiro marido (Jeová) para cometer adultério
espiritual com outros deuses. No Novo Testamento, as duas palavras gregas traduzidas como
"adultério" são quase sempre usadas para se referirem literalmente ao pecado sexual envolvendo
parceiros casados. A única exceção é na carta à igreja de Tiatira, que foi condenada por tolerar
"Jezabel, que a si mesma se declara profetisa" (Ap 2.20). Esta mulher chamou a igreja à
imoralidade e práticas idólatras e qualquer um seduzido por suas falsas doutrinas foi
considerado como se tivesse cometido adultério com ela.
4. A ideologia de gênero. De fato, esta ideologia é a última rebelião da criatura contra a sua
condição de criatura. É uma teoria absurda, cheia de incoerências e contradições e que apesar
disso, tem-se tentado impor seu ensino nas escolas como uma teoria científica. Apesar de suas
incongruências, tem encontrado muitos adeptos e defensores. O Comentário da Bíblia Diário
Vivir do texto de Romanos 1.26 e 27, traz o seguinte: “O plano divino quanto às relações
sexuais normais é o ideal de Deus para sua criação. É lamentável, mas o pecado distorce o uso
natural dos dons de Deus. Freqüentemente, o pecado não só implica negar a Deus, mas
também negar a forma em que nos fez. Quando uma pessoa diz que qualquer ato sexual é
aceitável sempre que não fira ninguém, está-se enganando. A mudança ou abandono das
relações sexuais naturais propagou-se nos dias de Paulo como nos nossos. Muitas práticas
pagãs o respiravam. No mundo de hoje, muitos consideram aceitável esta prática, inclusive
algumas Igrejas. Mas não é a sociedade que estabelece o padrão para as leis de Deus . Ainda
sobre Romanos 1.26 e 27, Paulo registra as tríplices rejeições: “Deus os entregou”, “Deus os
entregou”, “foram entregues pelo próprio Deus” (Rm 1.24,26,28, A21). A conjunção do verbo
“entregar” no pretérito perfeito exibe o sentido do abandono pleno do Criador, como uma
resposta iminente de Deus deixando os seres humanos a mercê de suas perversidades explicitas
nos versículos 22 e 23. Para os defensores da “nova perspectiva”, não se devem fazer distinções
porque qualquer diferença é suspeita, má, ofensiva. Por isso procuram estabelecer a plena
igualdade entre homens e mulheres, independentemente das diferenças naturais entre os dois. É
interessante notar que a mesma Dale O’ Leary evidencia que a finalidade do “feminismo do
gênero” não é melhorar a situação da mulher, mas separar totalmente a mulher do homem e
destruir a identificação de seus interesses com os interesses de suas famílias. Além disso,
acrescentava que o interesse primordial do feminismo radical nunca foi diretamente melhorar a
situação das mulheres nem aumentar a sua liberdade, mas sim impulsionar a agenda
homossexual/lesbiana/bissexual/transexual. O “feminismo do gênero” não se interessa pelas
mulheres comuns e correntes. As “feministas de gênero” pretendem assim, “desconstruir” os
“papéis socialmente construídos”, principalmente os seguintes: (1) A distinção entre
masculinidade e feminilidade. Consideram que o ser humano nasce sexualmente neutro e, em
seguida, é socializado em homem ou mulher. Essa socialização afeta negativamente e de forma
injusta as mulheres; (2) As relações de família: pai, mãe, marido e mulher; (3) As ocupações ou
profissões próprias de cada “sexo”; e, (4) A reprodução humana. Diz uma autora da dita
perspectiva: “em sociedades mais imaginativas a reprodução biológica poderia ser assegurada
com outras técnicas”.
CONCLUSÃO
A sociedade atual está cada vez mais perdendo de vista o princípio que Deus definiu para a
união sexual entre os seres humanos: um homem e uma mulher, unidos pelo compromisso
eterno do matrimônio. Em virtude deste crescente desvio do padrão idealizado por Deus no
princípio, têm surgido anomalias sexuais como as descritas na lição. O propósito de Deus é que
o homem junte-se com a mulher e os dois formem “uma só carne” (Gn 2.24), constituindo-se
numa família heterossexual, na qual os filhos poderão ser educados em meio a um ambiente
sadio e livre de preconceitos. Este ideal está totalmente corrompido na sociedade moderna, e as
relações sexuais passaram a ser apenas um meio de obter prazer a qualquer custo, sem atentar
para as orientações dadas por Deus no passado, e para os perigos de não seguir estas
orientações.
Introdução: Deus fez o homem macho, para ser macho sempre e a mulher fêmea, para ser
fêmea sempre, assim foi no princípio e assim será para toda a eternidade, no contexto de reino
terreno, que continuará pós arrebatamento da Igreja. Um homem e uma mulher, nada mais além
disso, pois se Deus criasse mais de uma mulher para Adão, então haveria um precedente, mas
ele fez só uma. Isso significa que o homem e a mulher formam um casal e essa situação
conjugal é indissolúvel e o que Deus ajuntou o homem não pode separar.
a) Jesus pregou, curou muitos, mas entre eles, mentes mal intencionadas. Jesus foi
incansável na Sua missão evangelizadora, onde percorria grandes distâncias levando as boas
novas da salvação, como também realizando curas em todos que se chegavam a Ele. Esse é um
trabalho que incomoda o Diabo e sendo assim, ele sempre está arquitetando os seus planos
malignos para perturbar um trabalho que envolve misericórdia e compaixão pelas almas
perdidas. Entre as multidões que seguiam Jesus, havia também não só seguidores com boas
intenções, mas também alguns seguidores com mal intenções. Quem trabalha com fidelidade na
seara do Senhor, já está acostumado com esse tipo de gente e sabe como lidar com eles.
c) É macho e fêmea e fêmea e macho, mudar isso é ir contra o Deus criador. Deus faz tudo
perfeito e na questão da sexualidade, Ele criou macho e fêmea com a finalidade principal, que
era a multiplicação da raça humana. Para isso foram criados com corpos adaptados para a
geração de filhos, sendo que o homem para fecundar e a mulher para gerar. Mas para que os
dois pudessem copular seria necessário que tivessem o desejo sexual, pois se não tivessem esse
desejo, não iriam copular. Assim, tendo os dois, esse desejo, a multiplicação da raça aconteceria
e Deus permitiu que esse desejo continuasse para poderem manter relações também na sua vida
continua, ao contrário dos animais que só copulam para gerar filhotes, fora disso não. Macho e
fêmea é algo racional, fora disso é irracional e diabólico, pois Satanás sempre age para tornar
imperfeito, o que Deus faz perfeito.
d) Os pais não podem fazer parte da união dos filhos que são uma só carne. A Bíblia diz
que o cordão de três dobras não se rompe entendendo que significa o casal e a presença de
Cristo. Porém se o pai ou mãe, ou ambos querem fazer parte desse cordão é óbvio que não vai
dar certo e nessa condição, o que tem tudo para ser um lar feliz passará a ser um transtorno. O
casamento é o início de uma nova família, a qual será constituída dentro do planejamento do
casal, sem a interferência de pai ou mãe, ou parentes. O casamento que sofre interferência dos
pais está sujeito a confusões, discussões e certamente uma das partes, principalmente a mulher é
que sofrerá as consequências. Deus na sua sabedoria já deixou esse conselho para que uma
união que poderia ser feliz pode tornar-se uma infelicidade e sujeita ao fracasso e em alguns
casos em separação.
e) Moisés permitiu o divórcio, mas visava livrar a mulher do marido opressor. As mulheres
nos tempos do antigo testamento, quando Israel saiu do Egito, não eram tratadas pelos seus
maridos como uma adjutora conforme a ordem divina. A maioria vivia num regime de semi-
escravidão e tratadas com rudeza pelos seus maridos, o que tornava a vida conjugal um
tormento contínuo. Os fariseus inquiriram Jesus acerca do divórcio baseados no texto da lei em
Deuteronômio 24.1 onde Moisés escreveu sobre essa questão, a qual erroneamente eles
interpretavam para dar respaldo ao divórcio. Moisés diz se for encontrado coisa indecente na
mulher, o homem poderia pedir o divórcio. Coisa indecente não era adultério, pois o adultério
era penalizado com sentença de morte segundo a lei. Nesse caso coisa indecente poderia ser
interpretada como qualquer coisa que desagradasse o marido. Esse termo não foi definido por
Jesus, mas deixou claro que a lei mosaica a respeito do divórcio era uma concessão e não uma
prescrição. Na realidade os homens interpretavam a lei como uma prescrição e quando se
cansaram de viver com a sua mulher, simplesmente usavam dessa prerrogativa para se divorciar
deixando a mulher numa situação difícil de desamparo. Assim Moisés abriu essa concessão para
que a mulher não ficasse no sofrimento atormentada e oprimida por um marido estúpido e cheio
de ignorância. Eles não estavam interessados no padrão divino para o casamento que Deus tinha
estabelecido desde a criação e queriam impor os seus próprios padrões achando que estavam de
acordo com a lei mosaica.
g) Jesus veio colocar ordem na questão do divórcio para resguardar a mulher. Os fariseus
hipócritas interpretando a lei segundo os seus interesses foram os grandes culpados pela
proliferação do adultério, através de um divórcio que burlava e distorcia o que a lei intencionava
nessa questão. Jesus deixou bem claro que o divórcio era permitido somente em caso de
adultério e que a parte vitimada ficava livre para constituir um novo casamento, a fim de que ele
ou ela tivesse outra oportunidade de desfrutar novamente as bênçãos de uma nova convivência,
que foram destruídas na relação anterior. No caso de um casal que um seja crente e ou outro não
a separação deve partir do incrédulo, independente se houve adultério, ou não; e nesse caso, ele
ou ela fica livre para um novo casamento. O casamento que tem possibilidade de ser bem
sucedido é o que vem de uma relação de amor e não de paixão. O amor a bíblia diz que as
muitas águas não podem apagá-lo, mas o que se une por paixão é totalmente incerto, porque a
paixão acaba com o tempo, mas o amor não. Paulo falou sobre o celibato, isso porque por força
da sua condição, ele realmente tinha que estar solteiro para realizar a sua missão evangelizadora
e instruiu a quem tinha essa vocação que vivessem dessa maneira, mas quem não continha os
desejos sexuais, então que se casassem.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos da Queda de Adão, o primeiro ser humano. Este trágico acontecimento é
apresentado, literalmente, na Bíblia Sagrada. Não é um relato teórico ou figurativo, mas um
relato histórico. Deus deu um mandamento a Adão, e Satanás o instigou a desobedecer a esse
mandamento, e as consequências foram fatais (cf. Gn 3.14-24), para ele e para sua posteridade,
chegando até nós. Portanto, a essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à
vontade divina e na realização de sua própria vontade. O pecado de Adão e Eva foi uma
transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia estabelecido. Deus concedeu ao ser
humano o livre-arbítrio, mas estabeleceu uma linha divisória entre o certo e o errado; ultrapassar
esse limite estabelecido por Deus é considerado um erro gravíssimo, e isto trará consequências
danosas, que poderá repercutir por toda a eternidade; o apóstolo Paulo advertiu: “Não erreis:
Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl
6.7).
I. LIVRE-ARBÍTRIO DO SER HUMANO
2. A soberania divina. Sendo um dos seus atributos (aquilo que lhe é próprio, qualidade), a
soberania de Deus é uma autoridade inquestionável que o Senhor detém sobre o Universo, pelo
fato óbvio de que Ele é o Criador de todas as coisas (Is 44.6; 45.6; Ap 11.17). “Assim diz o
SENHOR, Rei de Israel e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o
último, e fora de mim não há Deus” (Is 44.6). (1) Por ser soberano, Deus decidiu criar todas as
coisas e, por isso, o mundo foi criado, pois, em Deus, o simples desejo já é efetuar (Fp 2.13); (2)
Por ser soberano, Deus quis criar o ser humano com o livre-arbítrio, ou seja, com liberdade para
escolher entre o bem e o mal; e, (3) Por ser soberano, Ele estabeleceu a única maneira de o ser
humano alcançar a salvação, Jesus Cristo (Jo 14.6). Entretanto, a soberania divina não interfere
na liberdade do homem, porque a soberania diz respeito a Deus, que está além de toda a criação;
é algo imputável somente a Ele, faz parte da sua própria natureza e, por isso, não podemos
querer transferir a soberania divina para algo que diz respeito apenas ao homem. Vemos, pois,
que o fato de Deus ser soberano, tem, logicamente, implicações no plano estabelecido para a
salvação do homem. Este plano só existe porque Deus é soberano e quis criar uma forma de o
homem se livrar do pecado.
Para muitos, o capítulo 3 de Gênesis não passa de lenda, mito, fábula, alegoria ou um simples
fato isolado na história antiga. Se essa narrativa bíblica não corresponde a um fato histórico com
implicações históricas universais até a época presente, então, esse capítulo não deve ser levado a
sério e ninguém precisa se preocupar com a ideia de pecado nem aguardar algum tipo de
solução ou intervenção divina. Com base nessa interpretação das Escrituras Sagradas é que
diversas teorias apostam no homem como a solução para si e para o mundo. Entretanto, para os
que confiam na autoridade da Bíblia, os fatos e as consequências da história, que estão narradas
em Gênesis 3.14-24, foram e são reais. Acreditar na Queda do homem implica acreditar numa
catástrofe que tem afetado todo o curso da humanidade - a minha e a sua vida.
1. A possibilidade da Queda. A Queda do homem foi uma catástrofe que afetou toda a criação,
cujo reflexo se perenizou na história da humanidade, chegando até os dias atuais, ainda com
grande intensidade. Alguém pode indagar: “Deus tinha conhecimento de que o homem ia cair,
isto é, pecar?”. Sim, tinha. Nós já afirmamos que um dos atributos de Deus é a Onisciência.
Seu conhecimento é absoluto: Ele conhece o passado, o presente e o futuro. Conhece tão bem o
eterno passado como o futuro eterno. Se Deus não conhecesse o eterno futuro, Ele não seria
Deus. Só conhecemos Deus como aquele ser que tem todo o poder no Céu, o Universo, e na
Terra. “Se Deus sabia que o homem ia pecar, por que o criou?”. O autor do livro “A Bíblia
responde. CPAD”, dá a seguinte resposta a esta pergunta: “Apesar de saber disso, Deus criou o
homem por causa de seu imensurável amor para com aqueles que haveriam de herdar a
salvação. Por causa dos que não quiseram no passado, dos que rejeitam no presente e dos que
recusarão no futuro a graça oferecida por Deus, esse Deus de amor não poderia deixar de
mostrar sua inefável bondade para com aqueles que no passado aceitaram, para com os que no
presente estão recebendo, e para com os que no futuro aceitarão com corações transbordando
de alegria o eternal plano de salvação. “Estas verdades sublimes, que não podem ser
contraditadas, estão reveladas na Palavra inspirada do apóstolo Pedro: ‘eleitos segundo a
presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência…’ (1Pe 1.2). Não
aceitamos uma predestinação arbitrária que permite uma vida desregrada para os
‘contemplados’ porque isso ofende a santidade de Deus. Mas cremos numa eleição em
santificação do Espírito para a obediência. Foi para isso que Deus nos chamou, e isso glorifica
o Seu nome”. Ao criar Adão e Eva, Deus conferiu ao este casal a liberdade de manutenção (ou
não) do seu estado de inocência original. Essa possibilidade dependia da maneira como eles
usariam a liberdade. Lemos em Gênesis 2.16,17 que, após a criação de Adão, Deus lhe deu uma
ordem de natureza positiva e negativa. A positiva dizia: “de toda a árvore do jardim comerás
livremente”; e a negativa: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”. A
partir desse exato momento, Adão se viu num teste, no qual poderia se alimentar do fruto de
qualquer árvore do jardim, exceto de uma árvore em particular. O teste pode ser visto sob duas
perspectivas: Provação e Tentação. (1) Com a Provação, Deus estava aplicando um teste de
obediência à Sua vontade. É claro que Deus não precisava de algum tipo de instrumento para
conhecer as livres reações humanas no futuro, pois Ele é Onisciente (Sl 139.1-6). O alvo do
teste na perspectiva divina era o sucesso de Adão e Eva, o qual dependia do alinhamento do
coração, alma e entendimento deles (fator interno) à vontade e ao caráter de Deus (fator
externo); e, (2) Com a Tentação, Satanás pressionou o primeiro casal a uma atitude de rebelião
contra a vontade de Deus. Como uma criatura “caída” que se rebelou contra Deus (Is 14.13,14;
Ex 28.11-19), Satanás tentava convencer Adão e Eva a seguirem os passos dele. O alvo do teste
na perspectiva diabólica era o fracasso dos dois, o qual dependia do alinhamento do coração,
alma e entendimento deles (fator interno) à vontade e ao caráter do diabo (fator externo).
Portanto, a possibilidade da Queda foi um período de teste. Não sabemos quanto tempo durou
tal teste. Sabemos que ele passou a ter validade no momento em que foi instituído.
a) Satanás instigou dúvida em relação à Palavra de Deus. “É assim que Deus disse: não
comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3.1b). Eva estava distraída e, por causa disto, o diabo
pôde se aproximar e iniciar um diálogo com ela, lançando-a no campo da dúvida. Diante de
tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois a sua resposta não
correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de
Deus tornam Satanás mais ardiloso e com uma vantagem enorme para atuar.
d) Satanás desperta na mulher a soberba e o desejo de ser como Deus. Não tendo havido
nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com
maior sutileza deu sua cartada final, despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus:
“Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis
como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.5). Satanás utilizou-se de um motivo sincero para
testar Eva: “sereis como Deus”. Eva não estava errada em querer ser como Deus; tornar-se mais
parecido com Deus é o maior objetivo da humanidade. Deveríamos ser assim. Mas, Satanás
enganou Eva no que diz respeito ao modo de alcançar esse objetivo. Ele alegou que ela poderia
parecer-se com Deus desafiando a autoridade dele, tomando o seu lugar e decidindo por si
mesma o que era melhor para a sua vida. Na verdade, ele a instruiu a ser seu próprio deus.
Entretanto, parecer-se com Deus não é o mesmo que querer ser Deus; ao contrário, é refletir nas
características de Deus e reconhecer a autoridade dele sobre a vida de cada pessoa. Assim como
Eva, possuímos um objetivo valioso, mas tentamos alcançá-lo de forma errada. Agimos como
um candidato político que usa de suborno para ser “eleito”; ao fazer isto, servir a comunidade já
não é mais seu objetivo. A exaltação própria conduz à rebelião contra Deus. Logo que
começamos a retirar Deus de nossos planos, colocamo-nos acima dele. E é exatamente isto o
que Satanás deseja. O humanismo secular tem perpetuado a mentira de Satanás: “você será
igual a Deus”.
e) A derrocada de Adão e Eva. O diabo mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou
fantasias nas quais o primeiro casal acreditou, e isto determinou a sua derrocada. Sem qualquer
ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás já estava com a mulher na
“palma de sua mão”. Eva se deixou enganar - pensou que seria como Deus. Veja a linha
sequencial da derrocada de Adão e Eva: (1) Olhou: “vendo a mulher que a árvore era boa para
se comer, agradável aos olhos”; (2) Desejou: “... árvore desejável para dar entendimento...”;
(3) Tomou: “... tomou-lhe do fruto...”; (4) Comeu: “... comeu...”; e, (5) Morreu: morte
espiritual instantânea e morte física gradativa. A punição por transgredir o mandamento era a
morte: “... no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Uma vez se
desprendendo das Escrituras, as pessoas são iludidas com falsas promessas e fantasias - que as
Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4;
2Pe 1.16), falsidades que a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão
a morte eterna. Paulo, profeticamente, advertiu o povo de Deus acerca disso: “Porque virá
tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para
si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade,
voltando às fábulas” (2Tm 4.4). Adão e Eva tiveram o que queriam: um conhecimento
profundo do bem e do mal. Mas isto eles conseguiram cometendo pecado e os resultados foram,
portanto, desastrosos. Algumas vezes, temos a ilusão de que “liberdade” é fazer o que
queremos. Mas Deus diz que a verdadeira liberdade vem da obediência e da consciência do que
não deve fazer. As restrições impostas por Ele são para o nosso bem, para ajudar-nos a evitar o
mal. Temos a liberdade de andar em frente a um carro em alta velocidade, mas não precisamos
ser atropelados para perceber quão tolo isto seria. Não dê ouvidos às tentações de Satanás. Você
não precisa fazer o mal para adquirir mais experiências e aprender mais sobre a vida. No Jardim
do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal como forma de testar a
obediência do ser humano. A única razão para não comerem daquele fruto era o fato de Deus
assim haver ordenado. De muitas maneiras, tal fruto ainda se encontra em nosso meio nos dias
de hoje.
3. A historicidade da Queda. A Queda do ser humano, como já disse no introito deste tópico, é
uma realidade indubitável, deve ser aceita tal como foi narrada no capítulo 3 de Gênesis.
Argumenta o Pr. Claudionor de Andrade que “a narrativa da Queda do ser humano tem de ser
acolhida de forma literal, pois o Livro de Gênesis não é uma coleção de parábolas mitológicas,
mas um relato histórico confiável (2Co 11.3; Rm 15.4)”. Argumenta, ainda, o Pr. Claudionor de
Andrade: “a hermenêutica pós-moderna, manejando ferramentas e armas forjadas do inferno,
ataca impiedosa e malignamente os 11 primeiros capítulos de Gênesis, como se tais passagens
fossem meras parábolas morais. E, dessa forma, em repetidos e monótonos golpes, intenta
destruir as bases, as colunas e o majestoso edifício da soteriologia bíblica. O que esses
pretensos exegetas e hermeneutas não sabem é que a Doutrina da Salvação, qual penha de
comprovada solidez, jamais será desgastada por seus martelos. Antes, como já tem ocorrido
tantas vezes, são estes a se agastarem, e não aquela, porquanto o Calvário, apesar desses dois
milênios já decorridos, continua tão firme hoje quanto na tarde em que o Filho de Deus,
entregando o Espirito ao Pai, exclamou: ‘está consumado’”. Portanto, se não aceitarmos a
historicidade e a literalidade do Livro de Gênesis, não teremos condições de entender o restante
das Escrituras Sagradas.
Deus fez o homem com o poder de escolher entre o bem e o mal, sendo real a possibilidade da
escolha do mal, só que, uma vez feita a escolha pelo mal, o homem sofreria as consequências de
sua opção. Ao criar o homem com liberdade, Deus também estabeleceu que o homem
responderia diante d’Ele sobre o uso desta liberdade.
1. Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal: seus olhos "foram abertos" (Gn 3.7).
“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de
figueira, e fizeram para si aventais”. Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a Deus,
distinguindo entre o bem e o mal, porém, seu conhecimento se diferencia do conhecimento de
Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência pecaminosa e contaminada. Deus, ao
contrário, conhece o mal como um médico conhece o câncer, porém, o homem caído conhece o
mal como o paciente conhece sua enfermidade. A consciência deles despertou para um
sentimento de culpa e vergonha.
2. Perderam a comunhão com Deus - foram expulsos do Paraíso (Gn 3.23,24). O pecado
sempre despoja a alma da pureza e do gozo da comunhão com Deus. A vida no jardim do Éden
era como a vida no Céu. Tudo era perfeito e, se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, eles
poderiam ter vivido ali para sempre. Mas, após desobedecerem, Adão e Eva não mais
mereceriam o Paraiso, e Deus os expulsou dali, onde, diariamente, conversavam com o Senhor
(Gn 3.8). “o SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que
fora tomado. E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e
uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”. Se
continuassem a viver no Jardim e a comer da árvore da vida, viveriam para sempre, mas seu
estado de pecado significaria a tentativa de esconder-se de Deus por toda a eternidade. A partir
daí o ser humano, para reatar a comunhão com Deus, deve ter a presença de um intermediador,
Jesus Cristo, que nos atende pela fé que depositamos n’Ele (Hb 11.6). O apóstolo Paulo
enfatizou isto: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo” (Rm 5.1). Ele é o único mediador entre Deus e o homem (1Tm 2.5).
5. A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu marido (Gn 3.16). “E à mulher
disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu
desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. Estar sujeita ao esposo é maldição? Não
deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a
Igreja? (Ef 5.22,23). O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o propenso a
abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a
mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de
angústia. O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas as suas aspirações
de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a mulher fica desolada.
6. O homem foi sentenciado a obter alimento de uma terra amaldiçoada com espinhos e
cardos (Gn 3.17-19). “E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher e
comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa
de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te
produzirão; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te
tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. Isto significa
que o homem teria de trabalhar o resto da vida em fadigas e com suor do rosto até retornar ao
pó. Devemos observar que o trabalho não é uma maldição. Em geral, o trabalho é uma bênção.
A maldição está mais ligada à tristeza, à frustração, ao suor e ao cansaço que acompanham o
trabalho. Toda a raça humana e a própria natureza ainda continuam sofrendo como
consequência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala
poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm
8.22). Todavia, quando Jesus implantar o seu Reino Milenial, logo após a Grande Tribulação, o
planeta será plenamente restaurado e haverá perfeito gozo, justiça, paz, fartura, harmonia,
perfeita saúde (Is 35). Vem logo, Senhor Jesus!
CONCLUSÃO
A Queda levou o mundo ao caos, consequência do pecado cometido pelo primeiro casal.
Entretanto, apesar da Queda, Deus não abandonou o ser humano e provou esse cuidado
oferecendo Jesus para religar o pecador a Si. Portanto, há uma esperança para o pecador, em
Cristo Jesus. Através de Cristo, Deus Pai provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-
nos um tratamento mui especial. O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física,
ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo. Se ele o aceitar, estará aceitando ir morar
com Cristo, estar ao lado d’Ele para sempre (Jo 3.16-21; 14.1-3; 17.24).
INTRODUÇÃO
Esta lição é longa e seu assunto complexo, então, não espere esgotar o tema em apenas 45
minutos. No entanto, tentarei, mesmo que resumidamente, tocar cada subtópico, a fim de
esclarecer os pontos propostos. Iniciando com o tema livre-arbítrio, trago não apenas a visão
Arminiana, mas apresento também uma breve explicação da visão Reformada (livre-agência).
De início, a Queda do primeiro casal foi devastadora para a posteridade humana. Para qualquer
um de nós é algo completamente impossível supor o que tenha sido o conhecimento prático da
queda. Como projetar a experiência da perda da perfeição original? Nada, em nossa existência,
serve de parâmetro para isso. Até onde tentamos imaginar o Éden, partimos de nossa realidade
caída e, efetuando alguma modalidade de matemática espiritual, aplicamos o maior exponencial
que a nossa mente pode conceber, e temos um lugar paradisíaco aos nossos olhos. Todavia,
segundo o que afirmam as Escrituras, ainda assim tal realidade está muito aquém da realidade
que aguarda os filhos de Deus: ...mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles
que o amam (1Co 1.29). A ordem original do meio ambiente do ser humano na terra deve ser
distinguida do que ele veio a tornar-se após o impacto da queda do homem, a maldição e o
posterior dilúvio. Na carta aos Romanos, Paulo afirma que toda a humanidade está por natureza
sob a culpa e o poder do pecado, sob o reino da morte e sob a inescapável ira de Deus (Rm 1.18-
19;3.9,19;5.17,21). Ele relaciona a origem desse estado ao pecado de um homem - Adão, que
ele descreve como o nosso ancestral comum (At 17.26; Rm 5.12-14). Apocalipse 12.9 identifica
a serpente como o próprio Satanás, aqui em forma corpórea. Vamos pensar maduramente a fé
cristã?
Quem nunca ouviu falar em livre-arbítrio? A palavra é conhecida, mas seu significado pode ser
desconhecido pela maioria das pessoas, que a utilizam assim mesmo. O conceito dessa palavra é
tão importante que, quando entendido corretamente, pode causar grande confusão. Foi o que
ocorreu na época da Reforma Protestante. Depois de ter afixado nas portas da catedral de
Wittenberg suas 95 teses, Martinho Lutero precisou debater com Erasmo de Roterdã sobre livre-
arbítrio. Ele até escreveu um livro muito conhecido intitulado A escravidão da vontade, no qual
argumentou contra a Igreja Católica Apostólica Romana e expôs as ideias bíblicas sobre livre-
arbítrio. Para Lutero, era impossível conciliar o verdadeiro evangelho da graça de Deus com a
ideia de livre-arbítrio pregada e crida na Igreja Católica. Por causa disso, Lutero foi
excomungado e tratado como herege, mas, apesar disso, ele abriu as portas para um movimento
de retorno às Escrituras, o que permitiu a compreensão desse tema tão importante, à luz da
Palavra de Deus. Popularmente, livre-arbítrio é entendido como a possibilidade do homem de
fazer escolhas de forma “livre”, ou seja, o homem pode fazer o que quiser, e isso o tornaria
livre de qualquer influência, até mesmo de Deus. É como se o Senhor não tivesse nada a ver
com as nossas decisões diárias. Porém, o termo livre-arbítrio sob a óptica da teologia e da
filosofia é muito técnico e restrito. Nesta lição, o que nos interessa é o livre-arbítrio relacionado
à Soberania de Deus na salvação e como deve ser entendido à luz das Escrituras.
3. A responsabilidade humana. A Bíblia ensina de forma clara que Deus é soberano e também
que, o homem é responsável pelos seus atos. Essas são verdades bíblicas encontradas ao longo
de todo o texto, ensinadas de Gênesis a Apocalipse. “Se eu não viera, nem lhes houvera falado,
não teriam pecado, mas agora não tem desculpa do seu pecado” (Jo 15.22). Neste texto o
Senhor não diz que, se ele não tivesse vindo, eles estariam sem pecado, mas que a sua vinda
havia incitado o pecado mais severo e mais mortal, o pecado da rejeição a Deus e de rebelião
contra Deus e contra a verdade de Deus. Foi o pecado decisivo da rejeição, da escolha
deliberada e fatal das trevas em vez da luz, da morte em vez da vida da qual Jesus falou. Ele
havia feito tantos milagres e dito incontáveis palavras para provar que era o Messias e o Filho
de Deus, mas eles foram hostis no seu amor pelo pecado e na rejeição do Salvador (Hb 4.2-5;
6.4-6; 10.29-31). Aqui entra a responsabilidade humana, o pecado marcante dos judeus, o
pecado que agravou suas iniquidades anteriores acima de qualquer outra, foi sua recusa em
receber Jesus Cristo como o Messias. gora, o pecado dos judeus é repetido todos os dias pelos
gentios; aquilo que eles fizeram uma vez, muitos continuam a fazer dia após dia.
2. A realidade da tentação. Adão foi colocado sob provação. O teste consistia de obediência à
ordem do seu Criador. Ele foi proibido de comer o fruto de certa árvore. Não foi um pecado em
particular, mas a propensão inerente ao pecado que entrou no âmbito humano; os seres humanos
tornaram-se pecadores por natureza, condição essa, herdada. Essa natureza está presente a partir
do momento da concepção (Sl 51.51.5). Foi Satanás, o pai do pecado quem levou a primeira
tentação a Adão e Eva, e como nós estávamos nele, por conseguinte, toda humanidade pecou
com ele (Rm 5.18; Hb 7.7-10).
3. A historicidade da queda. A Queda do Homem foi um evento histórico, e não existe espaço
na Bíblia para outro tipo de interpretação. Algumas pessoas insistem em tentar interpretar a
história da Queda do Homem como uma alegoria ou um mito. Mas a Bíblia é clara ao afirmar a
historicidade desse evento. Qualquer interpretação que desconsidera essa realidade contradiz as
Escrituras. Entre os mais caluniados, desacreditados e distorcidos trechos da Bíblia encontram-
se os três primeiros capítulos de Gênesis. A alguém que frequentasse qualquer universidade
secular, ou alguma igreja liberal ou modernista, lhe seria dito que os primeiros capítulos de
Gênesis não relatam fatos reais. O professor de uma faculdade secular humanista e o pastor
modernista argumentariam que essas primeiras narrativas são mitos, lendas, contos ou parábola.
Em outras palavras, que não existiu um Adão e uma Eva literais, ou uma queda literal e
histórica no tempo e no espaço. Devido à frequente e largamente divulgada negação de um
Adão e de uma Eva literais e históricos (e sua conexão com a exposição do evangelho no Novo
Testamento), é muito importante compreender os ensinos bíblicos sobre a historicidade de
Adão. Para examinar a historicidade de Adão, precisamos considerar os seguintes tópicos: (1)
Em primeiro lugar, precisamos considerar o fato de que a rejeição modernista e neo-ortodoxa da
historicidade de Adão é fundamentada em axiomas seculares e apóstatas. Cristãos liberais e
barthianos (seguidores da filosofia de Karl Barth - um neo-ortodoxo) chegaram às suas posições
sobre Adão não por causa de cuidadosos estudos exegéticos da Bíblia, mas devido às suas
pressuposições modernistas, racionalistas e antibíblicas. Não podemos esquecer que esses
homens não formulam suas teorias de forma isolada e objetiva. Eles têm seus pontos de partida,
suas pressuposições. Por isso, ignoram as abundantes e claras evidências bíblicas de que Adão
foi uma figura histórica, real e literal; (2) Em segundo lugar, precisamos examinar
resumidamente os argumentos usados para negar a historicidade de Adão. Isso provará que tais
argumentos não passam de falácias, que são, tanto, fundamentados sobre mentiras grosseiras
(macro-evolução, posições sobre o Pentateuco baseadas na Alta Crítica, etc.) como sobre pura
especulação humana; e, (3) Em terceiro lugar, devemos considerar a impressionante evidência
bíblica de que Adão realmente existiu. Então, veremos que a historicidade de Adão e de uma
queda literal, ocorrida no tempo e no espaço, são tão teologicamente interligadas com o ensino
do evangelho e do segundo Adão (Jesus Cristo), que negar a historicidade do primeiro Adão
logicamente conduz à negação do próprio cerne do evangelho.
4. O estrago do pecado. A condição espiritual do homem depois do pecado é conhecida como
depravação total ou radical. Primeiro, sobre essa condição, é necessário saber que o pecado de
Adão atingiu todos os homens em todas as épocas, incluindo até mesmo a criação inanimada
(Rm 8.19-21). “… pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23), e “… assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Adão era o representante
da criação diante de Deus; quando ele pecou, toda a criação caiu com ele. É importante entender
a extensão do pecado para reconhecer que ninguém está alheio aos seus efeitos, nem mesmo as
crianças. Diz o rei Davi: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl
51.5; cf. Is 48.8). Após a Queda, todos os seres humanos nascem na condição de pecadores.
Segundo, o pecado nos tornou inimigos de Deus. Em sua carta aos Efésios, o apóstolo Paulo diz
“… andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e
dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3).
Tiago registra que “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”
(Tg 4.4b; cf. Cl 1.21). A ruptura que o pecado causou na comunhão de Deus com o homem
tornou esse último não apenas desobediente, mas também um potencial rival da vontade divina.
Terceiro, o pecado matou o homem, afastando-o de Deus. Em Efésios, lemos: “Ele vos deu
vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1; cf. Gn 2.17). O profeta Isaías
disse: “… as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados
encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). A morte espiritual diz respeito à
impossibilidade que o homem tem de se voltar para Deus. Há um abismo tão grande entre o
pecador e o Senhor que é impossível para o homem aproximar-se dele. Em último lugar, o
pecado afetou todas as faculdades do ser humano. Isso significa que não há um pensamento,
atitude e palavra que não estejam manchados pelo pecado; e isso é assustador. As Escrituras
relatam que “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era
continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6.5). Esse retrato não se refere somente
à geração do dilúvio. O que o Senhor revela em sua Palavra sobre nossa condição é humilhante:
“… como está escrito: Não há um justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem
busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não
há um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de
víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus
pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram
o caminho da paz. Não há temor de Deus diante dos seus olhos” (Rm 3.10-18). Alguns
apontamentos são interessantes. Perceba que o apóstolo Paulo faz várias citações do Antigo
Testamento, ou seja, essa verdade está presente em toda Escritura. Note que todos os homens
são colocados sob o mesmo patamar, e por duas vezes ele afirma “não há um sequer”. Agora,
veja a lista de pecados que ele coloca como nossos, pois todos nós estamos sujeitos a praticá-
los. Isso significa ser depravado de forma total, ou radical. Quando observamos a nossa vida,
podemos até pensar que não somos tão maus assim. Mas, de fato, o que a Palavra ensina é que a
raiz - por isso usamos o termo radicalmente - está contaminada e compromete tudo o que dela
procede. Essa raiz é o coração. O pecado habita no coração do homem e, como nosso Senhor
Jesus ensinou, “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19). Após a Queda, “Enganoso é o coração,
mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9).
Todas as decisões que o ser humano toma estão permeadas de pecado. O homem não consegue
agir contra as rédeas que são o legado de sua carne contaminada. Por isso, dizemos que o
homem perdeu o livre-arbítrio, isto é, ele não tem mais a capacidade de arbitrar entre o bem e o
mal; mas a condição da sua vontade é de livre-agência.
a) Pré-conversão. Antes de crer em Cristo Jesus, como vimos brevemente, o homem está morto
em seus delitos e pecados e vive em desobediência a Deus (Ef 2.1-3). “Pode, acaso, o etíope
mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando
acostumados a fazer o mal” (Jr 13.23). Veja a constatação do profeta Jeremias. É importante
lembrar que ele fala para um povo e em uma época em que não existiam as cirurgias estéticas
tão comuns atualmente. É como se ele estivesse dizendo que, se fosse possível alguém mudar a
cor da pele, só porque quer, então, alguém acostumado a fazer o mal conseguiria fazer o bem. A
situação é de escravidão, servidão é: “… todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo
8.34). A vontade do homem está condicionada e servilmente sujeita ao pecado que habita nele.
Não há nada que o homem caído possa fazer para, sozinho, desvencilhar-se dessa situação, pois
ele está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1). Assim, sua vontade não é de maneira alguma
livre; ele não pode arbitrar entre o bem e o mal, e segundo a Palavra todo homem deseja
somente pecar. Se Deus não usar de sua graça e misericórdia, o homem continuará fazendo
somente a vontade da carne.
b) Pós-conversão. A livre-agência do cristão não é a mesma daquele que ainda não conheceu a
Cristo e foi salvo por ele. Quando Deus nos salva, ele retira de nós o coração de pedra - lembre-
se, a raiz do problema - e coloca em nós um novo coração, disposto a servi-lo, obedecê-lo e
buscá-lo (Ez 11.19; 36.26; Sl 51.10). Ao mesmo tempo, ainda estamos presos a nosso estado
corruptível; mas, em sua nova vida, o cristão tem condições de lutar contra o pecado e, em
Cristo, ser vitorioso sobre os seus inimigos: a carne, o mundo e o diabo (Jo 16.8-11,33; Rm
6.13,18; 8.10, 37; 1Jo 2.13,14; 5.4,5). Cristo Jesus foi morto “… carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos
para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1Pe 2.24). Contudo, não dizemos que o cristão
volta a ter livre-arbítrio de Adão, porque ainda reside nele o pecado, e seu coração precisa ser
constantemente fortalecido e preenchido pela Palavra e pelo Espírito para que ele obedeça a
Deus de modo que o agrade (Gl 5.16; Ef 5.15-20; 2Tm 3.16,17; Hb 4.12). Adão e Eva, antes de
pecarem, não precisavam se esforçar para obedecer a Deus, pois tinham sido criados santos e
justos. Quanto ao crente, nascido sob o pecado, mas regenerado pelo Espírito de Deus, ele
precisa se esforçar para cumprir a vontade do Senhor (Êx 19.5; Dt 6.17; At 24.16; Ef 4.3; Hb
4.11; 12.15; Jd 3). Assim sendo, mesmo tendo a capacidade de vencer sua natureza maligna, o
crente tem também uma natureza transformada, e age de acordo com ela (Gl 5.17). Seguindo o
ensino bíblico, nos novos céus e nova terra, não mais pecaremos (non posse peccare), assim
nossa natureza estará cativa somente à vontade de Deus.
2. A perda da comunhão com Deus. Após o pecado, tiveram medo e fugiram: “E ouviram a voz
do Senhor Deus que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua
mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a
Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava
nu, e escondi-me” (Gn 3.8-10). Adão e Eva se escondem ao chamado de Deus. Consciência
culpada sempre produz medo e fuga. Pecaram e agora têm medo da sentença condenatória que
Deus pode proferir contra eles. O pecado os separou de Deus, rompeu a comunhão com Deus. E
é sempre assim. A menos que a obra de Cristo seja realizada em nosso favor, estaremos frente a
frente com o juízo de Deus (Hb 2.3).
4. A enfermidade da Terra. Por causa do pecado do homem a terra e toda a criação sofreram a
maldição e isso se agrava a cada dia, porque o mesmo homem que causou a maldição da terra,
tudo tem feito para destrui-la. Veja o que está escrito: “Porque sabemos que toda a criação
geme e está juntamente com dores de parto até agora.” (Rm 8.22). Deus amaldiçoou o objeto
do trabalho do homem e fê-lo relutantemente, ainda que ricamente, obter o seu alimento por
meio do trabalho árduo. A natureza sofre junto com a humanidade, compartilhando assim as
conseqüências da queda. As Escrituras descrevem esta maldição em três maneiras:
a) O sustento será obtido com fadiga. Assim como a mulher terá seus filhos com dor, o
homem haverá de comer o fruto da Terra por meio de trabalho penoso. Antes da queda, o
trabalho de Adão no jardim era prazeroso e agradável, mas de agora em diante, seu trabalho,
bem como o dos seus descendentes será seguido de cansaço e tribulação.
b) A Terra produzirá cardos e abrolhos. O cultivo da terra seria mais difícil do que antes.
Cardos e abrolhos aqui significam: plantas indesejáveis, desastres naturais, enchentes, insetos,
secas e doenças. A natureza foi subvertida com o pecado do homem. (Rm 8.20,21).
c) No suor do rosto comerás. O trabalho árduo se tornaria a porção do homem. A vida não
seria fácil.
5. A morte física. Pela desobediência aos termos do seu governo, o homem cai, experimentando
assim a perda do seu domínio. Desta forma, o homem perde o poder da vida, essencial ao
governo no Reino de Deus. Foram postos dois querubins para guardar a Árvore da Vida para
prevenir que o homem dela comesse e, portanto, viesse a viver para sempre. Agostinho,
seguindo Paulo, vê um elo entre o pecado e a morte. Todos os homens morrem porque todos
tem pecado. Na criação, Adão foi feito com a posse mori e a pose non mori. Isto refere-se à
capacidade para morrer e para não morrer. Adão não foi feito intrinsecamente imortal. Ele
continuaria a viver apenas enquanto se refreasse do pecado. Ele poderia ou não morrer
dependendo da sua resposta ao comando de Deus. A palavra “morte” ocorre na Bíblia, com 3
sentidos diferentes, embora o conceito de separação seja comum aos três: (1) Morte Física: (Ec
12.7); (2) Morte Espiritual: (Rm 6.23; 5.12); e, (3) Morte Eterna: (Mt 25.46). Deus não criou o
homem para que viesse a morrer. Pelo contrário, Ele o fez imortal (Gn 2.17). Se Adão e Eva não
tivessem pecado, ainda estariam vivos, e nós não precisaríamos conviver com a morte. Deus não
criou o homem para que viesse a morrer. Pelo contrário, Ele o fez imortal (Gn 2.17). Se Adão e
Eva não tivessem pecado, ainda estariam vivos, e nós não precisaríamos conviver com a morte.
CONCLUSÃO
Deus criou o homem para a Sua glória (Is 43.7). Ele é a Sua imagem e glória (1Co 11.7). Deus
não precisava mostrar a Sua glória ao homem, pois Ele já a tem e ninguém a pode tirar. No
homem, sua eterna majestade é demonstrada nos atos da criação, queda e redenção. O Senhor
Jesus que morreu para adquirir a salvação para os perdidos estava cumprindo o plano eterno,
desde a fundação do mundo. De acordo com o propósito eterno de Deus antes da criação, a
morte de Cristo sela para sempre a redenção daqueles que crêem (At 2.23; 4.27,28). No Éden, o
primeiro casal, Adão e Eva, foi criado santo e justo, mas desobedeceu e caiu em pecado. A
partir daí, todos os homens nascem sob as correntes do pecado, tendo sua vontade sempre cativa
pelo mal e por este são influenciados; nessa condição, não conseguem por si mesmos voltar-se
para Deus. No entanto, quando, por meio da ação sobrenatural do Espírito, Deus transforma um
pecador e o resgata, este passa a ter o privilégio de obedecer e fazer a vontade do Criador. A
nossa esperança, que se encontra fortalecida pela promessa de Deus, é que um dia seremos
totalmente transformados e nunca mais pecaremos. Diante de tudo isto, a conclusão que
podemos chegar é que a fé que temos abraçado não é uma quimera ou uma falácia, mas sim, a fé
tem uma firme âncora: Deus. Nossa confiança está firmada numa verdade que tem saído
incólume de todas as batalhas ao longo dos séculos. As teorias humanas vêm e vão-se e caem no
esquecimento e se cobrem com a poeira do tempo, mas a Palavra de Deus permanece para
sempre!
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre a realidade da queda do ser humano à luz das Escrituras;
veremos também, que o homem foi criado com o livre-arbítrio e que Deus não é o autor do
pecado; pontuaremos o que o pecado trouxe para o ser humano e quais as consequências deste
terrível ato contra Deus.
1. Deus não é o autor do pecado. Precisamos destacar que de modo algum Deus pode ser
responsabilizado pela entrada do pecado no universo. Atribuir a culpa a Deus, torna-se uma
blasfêmia contra o seu caráter moral, que é absolutamente perfeito (Dt 32.4; 2Sm 22.31; Jó
34.10; Sl 18.30), sendo um erro gravíssimo afirmar como fazem alguns, que o Senhor decretou
o pecado. Pois afirma Tiago: “[…] Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém
tenta” (Tg 1.13, ARA).
1. O livre-arbítrio humano. O dicionário Vine diz que livre-arbítrio vem do termo grego:
“eklego”, “escolher, selecionar, eleger” e, “eleutheros”, “liberdade de ir onde quer”. O
dicionário Houaiss define como: “possibilidade de decidir, escolher em função da própria
vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante”. A palavra
livre vem do latim: “liber”, que significa: “livre” e o termo arbítrio: “arbiter”, que é
“uma pessoa escolhida para decidir sobre uma questão”. A Declaração de Fé das Assembleia
de Deus no Brasil nos diz: “CREMOS, professamos e ensinamos que o homem é uma criação
de Deus […], dotado por Deus de livre- arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o
bem e o mal […] essa escolha continua mesmo depois da queda no Éden (Jo 7.17). Deus dotou
Adão do livre-arbítrio com o qual ele era capaz tanto de obedecer quanto de desobedecer ao
Criador”. Mesmo depois de haver pecado e se tornado espiritualmente “morto” (Gn 2.17; cf.
Ef 2.1) e, portanto, um pecador, em função da sua natureza pecaminosa (Ef 2.3), Adão não se
tornou tão completamente depravado a ponto de não mais ouvir a voz de Deus e poder
responder de maneira livre (Gn 3.9,10).
Tudo o que Deus criou, o fez perfeitamente (Gn 1.31; Ec 7.29). Contudo, por causa do mal uso
do livre-arbítrio, o pecado teve o seu lugar na humanidade, manchando (não destruindo) a
imagem de Deus (imago Dei) no homem. Sobre alguns efeitos ou consequências do pecado no
homem, podemos destacar:
1. O pecado herdado. Uma controvérsia gerada no século V, foi a que a raça humana não teria
sido afetada pela transgressão de Adão, ou seja, que o homem não herda o pecado original de
seu primeiro pai. No entanto, o que a Bíblia afirma é que, pelo fato de Adão ser o cabeça e o
representante de toda a raça humana, seu pecado afetou a todos (Rm 3.23; 5.12-19), por isso
que todos possuímos a “natureza pecaminosa”, herança que recebemos de nossos pais Adão e
Eva (Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2 Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18), dessa forma todos somos
por natureza, culpados diante de Deus (Ef 2.1-3). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes
mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3; Pv 22.15); no entanto, as
crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não conhecem
experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem
condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Is 7.15;
Jn 4.11; Rm 9.11).
3. O pecado não destruiu a imagem de Deus. Embora o homem tenha sido afetado
extensivamente pelo pecado, isto não significa dizer que a imagem de Deus no homem tenha
sido destruída completamente (Rm 2.12-14). Encontramos um mandamento para não
amaldiçoar outras pessoas, pois elas também foram criadas a imagem de Deus, e isto seria o
mesmo que amaldiçoar a representação do próprio Deus (Tg 3.9,10). (Veja também Gn 9.6).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver na aula de hoje, o pecado só trouxe ruína e destruição. A queda nos
fala do patamar que tínhamos, de uma comunhão quebrada e que o homem em si nunca poderá
restaurar. O pecado foi um ato deliberado contra a santidade de Deus, como consequência a
morte nos âmbitos e físicos e espirituais foram o salário recebido por tamanho mal. Louvamos
a Deus por Jesus Cristo, que tem poder sobre o pecado como também para nos restaurar.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A perspectiva das Escrituras quanto a natureza humana é realista: o ser humano é inclinado ao
mal. A Bíblia diz que o ser humano foi manchado totalmente pelo pecado. Seu interior foi
corrompido pela maldade. A natureza humana, nesse sentido, é má por causa do pecado. As
Escrituras revelam que só por meio de Jesus Cristo há redenção para o ser humano caído. A
Bíblia diz que Deus quer todo o homem seja salvo. Só o Evangelho pode remover a mancha do
pecado.
Não ignore os objetivos. Para mostrar essa realidade a lição deseja conscientizar os alunos
acerca da gravidade do pecado. Para realizar essa conscientização temos três objetivos
específicos para atingir. O primeiro, relacionar o livre- -arbítrio com a soberania divina. O
segundo, apresentar a Queda como um evento histórico e literal. Em terceiro, pontuar as
consequências da queda de Adão. Assim, podemos perceber que tudo na lição concorre para o
seguinte ponto: a queda humana representou a perda do completo domínio do homem sobre a
criação e o tornou vulnerável à morte.
A verdade prática permite compreender que ao pecar contra Deus, o homem perdeu o
completo domínio sobre a criação e tornou-se vulnerável à morte; em Cristo, porém temos o
Reino e a vida eterna. Verdade prática que corrobora com o texto áureo, que assim está escrito:
Pelo que como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim
também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. O presente texto
Bíblico permite compreender as seguintes verdades: Por causa da desobediência de Adão o
pecado entrou no mundo; O pecado original teve como uma das consequências à morte; e, O
fim da vida com a consumação da morte ensina que o pecado original tornou todos os
homens pecadores. Portanto, o objetivo geral da presente lição é: Conscientizar acerca da
gravidade da queda do ser humano. E os objetivos específicos são: Relacionar o livre-arbítrio
com a soberania divina; Apresentar a Queda como um evento histórico e literal; e, Pontuar
as consequências da queda de Adão.
2. A queda, um evento histórico e literal. Adão representava perante Deus toda a humanidade.
A aliança de Deus com Adão tinha uma promessa (vida eterna), uma condição (obediência) e
uma pena (a morte). Para a obtenção da promessa de viver eternamente, Adão não poderia
desobedecer a Palavra divina de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal. Adão desobedeceu, logo sofreu como pena a morte. A desobediência de Adão descreve a
queda da humanidade. Queda que teve como iniciação a tentação que foi motivada pela
concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida. A concupiscência dos
olhos é descrita pelo ato de olhar para o objeto proibido, enquanto a concupiscência da carne é
descrita pelo desejo de possuir, isto é, tomar posse, e por fim, a soberba da vida se resume no
sentimento do indivíduo de ser igual a Deus, tendo o conhecimento do bem e do mal.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, iremos estudar sobre o início da civilização humana; veremos como Deus a
partir do primeiro casal originou a todos os povos; estacaremos também, a soberania de Deus
sobre as nações da terra; e por fim, pontuaremos o destino final da civilização humana.
I – DEFINIÇÕES
A civilização humana teve início quando Adão recebeu Eva como esposa (Gn 2.18-25). A partir
daí, não somente a família, mas a nação, o povo e o Estado tornaram-se possíveis (Gn 5; 10).
Após o pecado do primeiro homem, duas linhagens irão se desenvolver, a de Caim e a de Sete.
Essas duas irão formar a primeira civilização, marcada por pessoas ímpias, como também por
pessoas piedosas.
1. O início da civilização com Adão e seus descendentes. O início da civilização começa com
o surgimento do primeiro homem, Adão, (Gn 1.26; 2.7) a partir dele toda humanidade é criada
(At 17.26), pois a Bíblia relata que Adão teve filhos e filhas (Gn 5.4) e que ele viveu 930 anos.
Os filhos de Adão foram gerados depois da queda, a palavra de Deus não relata uma
descendência anterior a Adão, e nem, a existência de filhos antes da queda do homem, no Éden
(Gn 3.28; 4.2) caso contrário, existiria uma geração que não herdaria o pecado universal e a
afirmação bíblica que todos pecaram seria contraditória (Rm 3.9,12,23; Rm 5.12,18). Dessa
forma, toda a descendência adâmica, logo após a expulsão do Jardim, deu origem aos primeiros
povos e nações.
3. A linhagem de Sete. É a partir de Sete, filho de Adão, que se desenvolve uma nova geração.
Esta prioriza a Deus, pois um dos seus filhos, Enos foi o pioneiro da oração e da adoração
pública. Já a família ímpia de Caim buscou a autossuficiência ao desenvolver e centrar sua
vida em torno das artes e atividades seculares. Por outro lado, a família de Sete invoca “o
nome do Senhor” afim de expressar a sua dependência d’Ele. É dessa linhagem que surge
Enoque (Gn 5.19-22), o homem que andou com Deus e que o Senhor o tomou para si (Hb 11.5).
Judas nos informa que Enoque se manifestou contra a impiedade e imoralidade daquela época,
além de anunciar o juízo vindouro (Jd 14,15). Semelhantemente, a Igreja do Senhor vive no
mundo, mas não é desse mundo (Jo 15.19; 17.14; 1Jo 3.1; 4.5). Ela proclama o reino de Deus
(Mt 28.19,20; Mt 4.17; Mc 1.15; 16.15) e convoca o mundo ao arrependimento (At 2.38; 3.19).
4. Os pecados da primeira civilização. O texto bíblico destaca os erros dessa civilização: (a)
os filhos de Deus casaram-se com as filhas dos homens (Gn 6.2). A expressão “os filhos de
Deus” embora seja uma expressão polissêmica (mais de um significado dependendo do
contexto) nessa passagem referem-se à descendência de Sete, uma vez que esta expressão é
utilizada também nas Escrituras, para se referirem a pessoas que servem a Deus (Dt 14.1;
32.5; Sl 73.15; Os 1.10). A Teoria de que “os filhos de Deus” são anjos caídos não tem
sustentação bíblica, pois a palavra de Deus afirma que os anjos não se casam e nem se dão em
casamento (Mt 22.30; Mc 12.25); e, (b) a Bíblia revela que a maldade dos homens cresceu
extremamente, tanto de ordem sexual como em violência (Gn 6.4,5), de maneira que Deus
declarou que o seu Espírito não “contenderia” ou “permaneceria” mais com homem (Gn 6.3
ARA), e determinou a destruição daquela geração (Gn 6.7). Tudo isso evidencia um princípio:
quando o pecado de um povo ultrapassa todos os limites (Gn 15.16; Mt 23.32; 1Ts 2.16),
Deus exerce o seu justo juízo (Ez 36.23; 39.21,22; 1Sm 2.25; Jn 1.1,2).
5. A civilização pós-dilúvio. O dilúvio foi o juízo de Deus exercido sobre a maldades dos
homens (Gn 6.13-16). Após esse evento, Noé, o homem justo no meio daquela geração
perversa (Gn 7.1; Hb 11.7) foi o precursor da nova civilização. Seus filhos: Sem, Cão e Javé
deram origem as principais nações (Gn 10.1,32). O propósito desse capítulo é demostrar
como as nações e povos tiveram origem a partir de Noé e seus filhos. Essa expansão de nações
também é explicada pela confusão das línguas na torre de Babel (Gn 11.7,8).
6. A torre de Babel. Uma cidade e uma torre foram construídas para evitar que a população se
espalhasse pela Terra, em rebelião direta à ordem de Deus (Gn 9.1). Esta torre serviu como um
ponto de reunião e símbolos da fama e grandeza daquela civilização. Ao confundir as línguas,
Deus estabeleceu as línguas básicas da Terra, à partir das quais se desenvolveram outras línguas
e dialetos (existem hoje mais de 7.000 línguas catalogadas). O resultado dessa confusão foi a
dispersão da humanidade.
Deus é soberano (Dt 10.17; Sl 103.19; 135.5) sobre toda sua criação, inclusive sobre as nações.
É Ele que estabelece o lugar dos povos no planeta e intervém nos reinos humanos. Vejamos:
1. Deus tem controle sobre as nações. Deus por ser o criador dos céus e da terra (Gn 1.1; 2Cr
6.30; Sl 33.6; Sl 124.8; Sl 146.6; Is 66.1; At 7.48; At 14.15; Ap 14.7) tem domínio sobre as
nações que compõe a civilização. Esse domínio é de tão grande majestade que até o local onde
as nações habitam foi determinado por Deus: “Quando o Altíssimo distribuía as heranças às
nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, pôs os termos dos povos...” (Dt
32.8; ver At 17.26). Ele é quem estabelece os reis das nações e mudas os tempos. (1Sm 2.8;
Dn 2.20). Todas as nações para o Senhor são como pó miúda da balança ou como uma gota
d’água (Is 40.15). Por isso, o salmista afirma: “[…] Ele domina entre as nações” (Sl 22.29).
Nenhuma nação está fora do controle soberano de Deus.
2. Deus intervém nas nações. Como Deus possui o controle tudo, é fato que o Senhor
intervém nas nações: (a) destronando reis e estabelecendo reinos (Sl 75.7; Dn 2.21,44), (b)
destruindo nações (Jr 51.1), como também (c) revertendo o juízo quando existe
arrependimento: “No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para
arrancar, e para derribar, e para destruir se a tal nação, contra a qual falar, se converter da
sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18.7,8). A prova
bíblica mais contundente que Deus intervém nas nações é o povo de Israel; quantas nações
tentaram destrui-la, mas Deus não permitiu. Sempre houve uma intervenção do Senhor no
sentido de evitar a aniquilação do Estado de Israel (2Sm 7.16).
O destino final da civilização humana já estar revelado por Deus em sua Palavra. De acordo
com as profecias bíblicas, três julgamentos ocorrerão no futuro em relação a humanidade, sendo
que, em ocasiões diferentes, para propósitos distintos e para pessoas específicas. Notemos a
tabela abaixo:
Para quem será? Para os salvos que serão Para os que sobreviverem Para todos os vivos e
na Grande Tribulação (Mt mortos ímpios e os anjos
ressuscitados e
25.32). caídos (Jd 6; Ap 20.12).
arrebatados (Rm 14.10).
Quais os propósitos? Galardoar os salvos (2Co Decidir quem entrará no Condenação eterna (Ap
5.10). Reino Milenial (Mt 20.12-15).
25.34-46).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que a partir de Adão e Eva a civilização humana foi originada, vimos
que Deus é soberano entre as nações. E que o Senhor tem traçado um plano de redenção que
envolve toda humanidade: novos céus e nova terra para os que aceitarem Jesus como Salvador,
e condenação para os ímpios.