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QUESTÕES OAB ADAPTADA - 25/06/2020

1. Em reclamação trabalhista, a reclamante postulou a condenação da empresa


reclamada ao pagamento de horas extraordinárias e sua projeção nas parcelas
contratuais e resilitórias citadas na inicial. Ao pregão da Vara Trabalhista respondeu o
empregado-reclamante, assistido do seu advogado. Pela empresa, compareceu o
advogado, munido de procuração e defesa escrita, que explicou ao juiz que o preposto do
empregador-reclamado estaria retido no trânsito, conforme whatsApp recebido. Em face
dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagações a seguir.
a) 0 juiz deve receber a defesa e os documentos apresentados pelo advogado da
reclamada?
Com a entrada em vigor da reforma trabalhista, ainda que ausente o preposto da
reclamada, se presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os
documentos eventualmente apresentados (Artigo 844, § 5º).
b) 0 preposto precisa ser empregado da empresa.
Com a entrada em vigor da reforma trabalhista, empregador poderá ser representado
em audiência por qualquer preposto sem necessidade de vínculo empregatício com a
reclamada (Artigo 843, § 3º).
2. Um ex-empregado ajuíza reclamação trabalhista contra a ex-empregadora (a empresa
“Branca") e outra que, segundo alega, integra o mesmo grupo econômico (a empresa
“Amarela"). Em defesa. a empresa “Branca" afirma que pagou tudo ao reclamante, nada
mais lhe devendo, enquanto a empresa “Amarela“ sustenta sua ilegitimidade passiva,
negando a existência de grupo econômico. Considerando que:
1) as reclamadas possuem advogados diferentes e estes pertencem a escritórios de
advocacia diferentes;
2) não se trata de PJe;
3) que o pedido foi julgado procedente, condenando-se solidariamente as rés; e
4) que a empresa “Branca" recorreu efetuando o recolhimento das custas e depósito
recursal, responda às indagações a seguir.
RESPONDA:
a) O prazo para recurso das empresas é diferenciado, haja vista terem procuradores
diferentes? Como é contado o prazo?
Mesmo possuindo procuradores diferentes, o prazo não será diferenciado porque o
TST entende que o disposto no Art. 191 do CPC é inaplicável ao Processo do Trabalho,
conforme OJ 310.
b) A empresa “Amarela" deverá efetuar depósito recursal para viabiliza o recurso, no qual
insistirá na sua absolvição por não integrar com a litisconsorte um grupo econômico?
Será desnecessário o depósito recursal pela empresa “B”, pois havendo
condenação solidária e já havendo recolhimento pela empresa “A”, que não requereu
sua exclusão da lide, o depósito por ela feito poderá ser aproveitado pela empresa “B”,
na forma da Súmula n. 128, III, do TST.
3. Daniel ingressou com ação contra seu ex-empregador, e, por não comparecer, o feito
foi arquivado. Trinta dias após, Daniel ajuizou nova ação com os mesmos pedidos, mas
dela desistiu porque não mais nutria confiança em seu advogado, o que foi homologado
pelo magistrado. Optou por contratar um novo profissional e, 60 dias depois, demandou
novamente, mas, por não ter cumprido exigência determinada pelo juiz para emendara
petição inicial, o feito foi extinto sem resolução do mérito. Com base no relatado,
responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos cabíveis e a
fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Para propor uma nova ação, Daniel deverá aguardar algum período? Em caso
afirmativo, qual seria?
não ocorreram dois arquivamentos. A primeira extinção decorreu de arquivamento por
ausência do reclamante à audiência e o segundo, de homologação de desistência.
Assim, Reginaldo não deverá aguardar nenhum prazo caso queira mover nova
reclamação, pois não se configurou a perempção.
b) Quais são as hipóteses que ensejam a perempção no processo do trabalho?
Perempção no processo do trabalho é diferente da que ocorre no processo civil.
Perempção no processo do trabalho é a impossibilidade temporária, por 6 meses, (no
proc. civil é definitiva) de ajuizamento da mesma reclamação trabalhista mais uma vez.
A perempção ocorre em 2 hipóteses no processo do trabalho (arts. 731 e 732 da CLT):
1 - Quando, na reclamação trabalhista verbal, o reclamante não comparecer em juízo
para a redução a termo, no prazo de 5 dias, contados a partir da distribuição. Não
comparecendo pra redução à termo, o reclamante ficará 6 meses sem poder ajuizar
nova reclamação trabalhista. É a primeira hipótese de perempção.
2 - Quando o reclamante não comparece em audiência no processo do trabalho, ocorre
o arquivamento do processo (é uma sentença que extingue o processo sem resolução
do mérito). Não vai gerar coisa julgada, mas se o reclamante der causa a 2
arquivamentos seguidos por falta de comparecimento em audiência, tem-se uma outra
hipótese de PEREMPÇÃO, e ele terá que esperar 6 meses pra ajuizar a mesma ação uma
terceira vez.
4. Roberto ajuizou ação trabalhista em face de seu empregador (empresa de serviço
fornecedora de serviço geral na área de limpeza), logo após haver sido dispensado. Na
ação aduziu que era detentor de estabilidade decorrente de doença acidentária,
supostamente causada pelo trabalho. Para tanto, Roberto juntou aos autos carta de
concessão de beneficio previdenciário por doença comum, não produzindo qualquer
outra prova. A empregadora ré apenas negou que a doença era decorrente do trabalho
desempenhado. Sobre o caso apresentado, utilizando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, responda aos itens a seguir.
a) Indique, sob o aspecto da distribuição do ônus da prova, a quem caberia comprovar se
a doença do empregado decorre ou não do trabalho.
O ônus da prova cabe à parte autora, pois se trata de fato constitutivo de seu direito,
nos termos do Art. 333 do CPC e do Art. 818 da CLT.
b) Qual o outro meio de prova passível de utilização no caso em tela?
O nexo de causalidade poderia ser demonstrado por meio de prova pericial médica, nos
termos do Art.21-A da Lei nº 8.213/91 OU da Súmula 378, II, do TST.
5. (OAB/FGV – XIV EXAME) Thales moveu ação contra a empresa Butter Promoções e
Imagens, da qual foi empregado, pleiteando o pagamento de indenização por dano moral
de R$ 12.000,00 e horas extras. sentença foi deferido o pagamento de indenização por
dano moral de R$ 6.000,00 e as horas extras no quantitativo desejado na petição inicial.
Somente a empresa interpôs recurso ordinário, e o TRT da Região manteve a sentença
em todos os seus aspectos. Então, o reclamante interpôs recurso de revista pretendendo
a majoração da indenização por dano moral para R$ 12.000,00, tal qual desejado na
exordial.
a) Analise a possibilidade de Thales interpor recurso de revista no caso apresentado,
justificando.
Não seria possível o recurso porque a decisão transitou em julgado em relação à
Thales, ocorrendo preclusão ate porque houve aceitação tácita em relação à sentença,
na forma do artigo 503 do CPC.
b) Caso a empresa opusesse embargos declaratórios contra o acórdão proferido pelo
TRT, informe em que situação, à luz da jurisprudência consolidada, o autor teria de ser
intimado para se manifestar.
Caso nos embargos de declaração houvesse pedido de efeito modificativo, conforme OJ
142, I, do TST.

6. Plínio é auxiliar de laboratório, ganha R$3.200,00 mensais e ajuizou reclamação


trabalhista contra a empresa saúde saudável Fármacos Ltda., sua empregadora,
requerendo o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Designada
perícia pelo juiz, foi constatado pelo expert que no local de trabalho o frio era excessivo,
sem a entrega de equipamento de proteção individual adequado, além de perigoso, pois
plínio trabalhava ao lado de um tanque da empresa onde havia grande quantidade de
combustível armazenado. Contudo, a empresa impugnou expressamente o laudo pericial,
afirmando que o perito designado era um engenheiro de segurança do Trabalho, e não
um médico do trabalho, como deveria ser.
Diante do caso, responda:
a) Analise, de acordo com a CLT, a possibilidade de condenação da empresa nos dois
adicionais desejados, justificando.
Impossível o deferimento de ambos os adicionais cumulativamente, na forma da CLT,
artigo 193, § 2º. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou
periculosidade que porventura lhe seja devido.
b) Caso Plínio postulasse o adicional de insalubridade, alegando que o ruído era
excessivo, analise se seria possível o deferimento do adicional se a perícia constatou que
o único elemento insalubre presente no local era o frio. Justifique.
Seria possível, pois o juiz não fica adstrito ao agente agressor indicado pela parte, na
forma da Súmula 293, do TST.

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