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O uso da cloroquina contra a Covid-19 gera incertezas e dúvidas, leia o texto abaixo para

seus familiares e converse com eles sobre o que pensam sobre o assunto.
Ministério da Saúde diz que vai orientar uso de cloroquina para pacientes com quadros
leves de Covid-19
Protocolo será adotado apesar de estudos internacionais já terem concluído que não há
evidências de que o medicamento reduza os riscos de intubação ou morte de pacientes.
Por G1
15/05/2020 19h58  Atualizado há uma semana

Foto conceitual do medicamento Hidroxicloroquina (sigla HCQS, sulfato de Hidroxicloroquina). — Foto: CADU
ROLIM/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Um protocolo atualizado para o uso do medicamento cloroquina no tratamento da Covid-19 está


sendo preparado pelo Ministério da Saúde, conforme nota divulgada na noite desta sexta-feira
(15). De acordo com a pasta, o uso do medicamento será indicado também em casos leves.
A decisão será tomada mesmo depois de estudos recentes apontarem que a droga utilizada
contra a malária não teve a eficácia comprovada contra o coronavírus Sars-Cov-2, que possui
efeitos colaterais e pode estar associada a um aumento de mortes entre os pacientes de Covid-
19 
A medida vai se aplicar também à hidroxicloroquina, que é um derivado da cloroquina e guarda as
mesmas propriedades, mas tem a toxicidade atenuada.
Médicos, os dois ex-ministros da Saúde da gestão Bolsonaro eram contra a ampliação do
protocolo. O ex-ministro Nelson Teich, exonerado nesta sexta-feira, lembrou que o medicamento
tem efeitos colaterais e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta chegou a dizer que o uso de
cloroquina em casos leves poderia levar ao aumento de hospitalizações por causa de problemas
cardíacos.
"O Ministério da Saúde está finalizando novas orientações de assistência aos pacientes com
Covid-19. O objetivo é iniciar o tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utilização
de UTI (Unidades de Terapia Intensiva). Assim, o documento abrangerá o atendimento aos casos
leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e
estruturas, e profissionais capacitados. As orientações buscam dar suporte aos profissionais de
saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) e acesso aos usuários mais vulneráveis às melhores
práticas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo." - Ministério da Saúde
Protocolo anterior
De acordo com o próprio Ministério da Saúde, antes do novo documento que está em elaboração,
o protocolo válido é o publicado em 1º de abril de 2020.
O documento relata que distúrbios vasculares e retinopatia estavam entre os efeitos colaterais.
Também afirmavam que era "estreita" a janela terapêutica (margem entre a dose terapêutica e
dose tóxica). "O seu uso deve, portanto, estar sujeito a regras estritas, e automedicação é
contraindicada."
Mesmo com ressalvas, o protocolo previa o uso em duas situações: "pacientes hospitalizados
com formas graves da Covid-19" e em "Casos críticos da Covid-19". A dosagem indicada mudava
em cada condição, mas o tratamento indicado permanecia limitado ao máximo de cinco dias.
O protocolo também fazia recomendação de que deveria ser mantido o monitoramento do
funcionamento do coração por meio de eletrocardiograma.
Estudos recentes não mostram eficácia contra o coronavírus
No início de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a contabilizar que eram feitos
estudos em 74 países para tentar entender como funcionava a hidroxicloroquina contra o Sars
CoV-2. Resultados mais robustos começaram a sair nas últimas duas semanas.
Três estudos tiveram destaque e mostraram que não houve comprovação de eficácia da
substância no tratamento da Covid-19. O primeiro deles foi publicado na revista britânica "The
New England Journal of Medicine" e investigou a efetividade do tratamento em pacientes
hospitalizados em um hospital de Nova York. De acordo com os autores, não foram encontradas
evidências de que a droga tenha reduzido o risco de entubação ou de morte. Participaram 1.446
pessoas.
Outra pesquisa, também feita em Nova York, mostrou mais evidências de que a hidroxicloroquina
pode não ser eficaz contra a Covid-19. O estudo avaliou o uso da substância em 25 hospitais da
região metropolitana da cidade. Desta vez, foram analisados os dados de 1.438 pacientes com a
doença - e os que receberam o medicamento tiveram uma taxa de mortalidade maior.
Por último, divulgado nesta quinta-feira (14) na revista “The BMJ”, cientistas mostraram que não
ficou comprovada a eficácia no tratamento da Covid-19 também em pacientes leves a
moderados. O total de participantes (150) foi dividido em dois grupos: 75 receberam a
hidroxicloroquina, 75 não receberam. A eficiência contra o Sars Cov-2 foi a mesma, sendo que
10% dos pacientes que receberam o remédio apresentaram diarreia e dois desenvolveram efeitos
colaterais graves.
Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/05/15/ministerio-da-saude-diz-que-vai-orientar-uso-de-cloroquina-para-pacientes-com-quadros-leves-de-covid-10.ghtml.
Acesso em: 28 maio 2020.

E você, concorda ou discorda do uso desse medicamento no tratamento da Covid-19?


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