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ATIVIDADE EXTRA

Projeto Araribá – Geografia


8º ano

Professor, o texto abaixo faz uma análise dos recentes acontecimentos em Cuba que pode ser
trabalhado em aula como Atualidade, se preferir, ou como uma reflexão, aprofundamento da
unidade 6 sobre a América Central.

Cuba sem Fidel


Fidel Castro, depois de 50 anos no comando de Cuba, anuncia que seu
corpo não mais suporta a sua vontade, que seria de ficar no poder até "o
desenlace adverso" de que ele fala em sua carta de renúncia. Sua longa
permanência no cargo se deve, em grande parte, aos acordos feitos por
Kruschev com Kennedy. A então União Soviética, para retirar os foguetes com
ogivas atômicas de Cuba, exigiu dos Estados Unidos a retirada de armas
nucleares da Turquia e o compromisso de não invadir Cuba. Com essa
garantia, Fidel pôde tomar todas as atitudes de hostilidade que tomou contra os
Estados Unidos, tentar exportar a revolução para o continente e também para a
África, onde fez desembarcar tropas cubanas para ajudar o MPLA, movimento
de independência de Angola.
A América Latina pagou um alto preço no contexto da Guerra Fria.
Montaram-se, para enfrentar e resistir ao avanço do comunismo, regimes
militares que acabaram com instituições democráticas e levaram muitos países,
inclusive o Brasil, a um período longo de autoritarismo. Também surgiram as
guerrilhas que resultaram, no Peru, no Sendero Luminoso, no Uruguai, nos
Tupamaros, na Argentina, nos Montoneros, na Colômbia, nas Farc.
Na América Central, com a crise da Nicarágua, chegou-se também à
beira de uma invasão americana, que não ocorreu devido à ação diplomática
do Grupo de Contadora e à participação neutralizante dos presidentes da
época. Fidel sobreviveu até ao desmoronamento do Muro de Berlim e ao fim do
comunismo. Permaneceu como o último baluarte ideológico da Guerra Fria. Ele
entrou como um mito igual a Bolívar na história das Américas. Usou mão-de-
ferro para sobreviver. Conseguiu acuar os Estados Unidos, limitando as suas
ações imperiais.

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Sua renúncia vira uma página da história. É o fim de um ciclo. Para
muitos especialistas Fidel está deixando o poder nas condições que ele próprio
escolheu. Não houve invasão externa, operação clandestina, novo embargo,
radicalização das sanções econômicas ou novas iniciativas americanas. O que
vem pela frente ninguém sabe. O que se sabe é que seu nome, para amigos e
inimigos, é tão forte que nem a morte apagará.
Fonte: Folha de S.Paulo, 22 fev. 2008. Adaptado.

Professor, conduza com os alunos a leitura do texto fazendo uma análise da trajetória de Fidel
no poder desde a revolução de 1959. A seguir, proponha a discussão dos seguintes
questionamentos.

1. De que forma Fidel conseguiu se manter no poder por quase meio século?
Sua longa permanência no cargo se deve, aos acordos feitos por Kruschev com Kennedy. A
então União Soviética, para retirar os foguetes com ogivas atômicas de Cuba, exigiu dos
Estados Unidos a retirada de armas nucleares da Turquia e o compromisso de não invadir
Cuba.
2. Que relação há entre o regime cubano e a ordem imposta nos anos da
Guerra Fria?
Durante o período de bipolaridade da Guerra Fria, o país foi aliado do bloco socialista liderado
pela antiga União Soviética.

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3. Por que o texto diz que a América Latina “pagou um alto preço no contexto
da Guerra Fria”?
Montaram-se, para enfrentar e resistir ao avanço do comunismo, regimes militares que
acabaram com instituições democráticas e levaram muitos países a um período longo de
autoritarismo. Também surgiram as guerrilhas que resultaram, no Peru, no Sendero Luminoso,
no Uruguai, nos Tupamaros, na Argentina, nos Montoneros, na Colômbia, nas Farc.

A partir dessa análise inicial, sugerimos a seguinte questão desafio.

Que mudanças futuras podem ocorrer em Cuba com a


saída de Fidel Castro à frente do poder?

a) Sem a presença de Fidel, os membros do Partido Comunista poderiam enfim colocar em


prática as reformas econômicas, copiando algumas medidas favoráveis adotadas na China ou
no Vietnã e mantendo intacta a estrutura política.
b) Com uma possível abertura econômica, seu sucessor daria início à transição democrática.
c) Permanece a situação atual, sem abertura política ou econômica.

Pesquisando...
É possível pedir aos alunos uma pesquisa para saber como vivem os milhares
de cidadãos cubanos que migraram para outros países americanos, fugindo da
ditadura castrista: onde vivem, o que fazem, o desejo da volta para a terra
natal, dentre outros aspectos interessantes.

Sugerimos também os filmes abaixo para enriquecer o estudo:


• Bananas (EUA, 1971). Com a direção de Woody Alen, o filme explora
situações bem humoradas em relação a Cuba de Fidel Castro e o
subdesenvolvimento latino-americano.
• Cuba. O filme consegue retratar a situação dos estrangeiros na capital
Havana, às vésperas da deposição do governo de Fulgêncio Batista.

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