gónadas e pelas vias genitais, (ovários) e as vias genitais (trompas de encontrando-se anatomicamente Falópio, útero e vagina). separado do sistema urinário. Ovários – órgãos responsáveis pela produção e amadurecimento dos oócitos e pela secreção das hormonas femininas (estrogénio e progesterona). Trompas de Falópio – recebem o oócito e é o local de fecundação. As fímbrias são estruturas na extremidades das trompas que sugam o oócito (não tocam nos ovários). Os órgãos externos (vulva) são: Útero – aloja e permite o desenvolvimento do feto durante a Grandes e pequenos lábios – pregas de gestação. pele com a função de proteção dos restantes órgãos externos. Vagina – órgão que recebe o pénis, que deposita os espermatozoides. Clitóris – órgão excitável que intervém no ato sexual. Orifício urinário – abertura da uretra para a expulsão da urina (pertence ao sistema urinário). É o processo de formação de oócitos, segunda divisão da meiose formando ocorre nos ovários. duas células haploides: o óvulo e o segundo glóbulo polar. Este último, de As oogónias são as células germinativas dimensões muito reduzidas, degenera. primitivas da mulher. O óvulo é uma célula rica em Fase de multiplicação – durante os 2º substâncias nutritivas que asseguram a e 3º meses de desenvolvimento alimentação do embrião nos primeiros embrionário, as oogónias (46 dias de gestação. cromossomas), migram para os ovários e aumentam significativamente o seu número, por mitose. Fase de crescimento – as oogónias aumentam de tamanho devido à síntese e acumulação de substâncias Nos ovários, os oócitos são rodeados de reserva, transformando-se em por um invólucro de células somáticas oócitos I (46 cromossomas). Ainda (que os alimentam e protegem), durante o desenvolvimento intrauterino, constituindo uma estrutura funcional os oócitos I iniciam o seu processo de denominada folículo ovárico. Em cada divisão meiótica, ficando esta ovário é possível observar folículos em bloqueada na fase profase I até à vários graus de desenvolvimento. Cada puberdade. Muitos oócitos I folículo demora cerca de quatro meses degeneram. a ficar maduro, sendo classificado de acordo com o seu grau de Fase de maturação – a partir da desenvolvimento. Durante o puberdade, e até à menopausa, desenvolvimento folicular, muitos desencadeia-se o ciclo ovárico sempre folículos degeneram – atresia folicular. que, ciclicamente, 6 a 12 oócitos I prosseguem a maturação. Contudo, no geral, apenas um deles conclui a maturação, pois os restantes degeneram. Origina-se um oócito II e um glóbulo polar, acabando este por degenerar. De seguida, o oócito II entra na segunda divisão meiótica, que é interrompida na metafase II. O Folículos primordiais – os oócitos I são oócito II é então libertado para as rodeados por células foliculares Trompas de Falópio, durante a ovulação. achatadas. Estes folículos formam-se No caso de ser fecundado por um durante o desenvolvimento embrionário. espermatozoide, o oócito II termina a Folículos primários – a partir da ovário para as Trompas de Falópio. puberdade, e até à menopause, os oócitos I aumentam de volume e as células foliculares proliferam, formando uma camada contínua de células cuboides à volta do oócito I. Folículos secundários – os oócitos I continuam a aumentar de volume e a camada de células foliculares fica mais espessa, denominando-se por granulosa. Forma-se uma zona pelúcida que A oógenese encontra-se intimamente contém enzimas que permitem a ligada ao desenvolvimento dos folículos prenetração dos espermatozoides, ováricos. Cada ovário funciona constituída por substâncias orgânicas, ciclicamente – ciclo ovárico. Cada ciclo localizada entre o oócito I e a dura, em média, 28 dias, e divide-se granulosa. A zona pelúcida previne a em fase folicular, ovulação e fase entrada de substâncias como iões e luteínica (ou fase do corpo amarelo). drogas que poderiam destruir o folículo. Posteriormente, surgem duas camadas, a teca interna e a teca externa, com espaço entre as duas altamente vascularizado, em redor do folículo. A granulosa continua a proliferar e Fase folicular – 6 a 12 folículos apresenta várias cavidades preenchidas primordiais iniciam um processo de por líquido. crescimento e desenvolvimento. Folículos maduros ou de Graaf – as Contudo, salvas raras exceções, apenas cavidades existentes na camada um folículo completa o seu granulosa aumentam de tamanho, desenvolvimento, pois os restantas originando a cavidade folicular (uma degeneram. Durante o desenvolvimento, única cavidade cheia de líquido as células foliculares e da teca folicular). A zona granulosa fica produzem estrogénios (hormona reduzida a uma fina camada celular a sexual). rodear o oócito e a cavidade folicular. Ovulação – o folículo de Graaf segrega Os oócitos II iniciam a divisão II da enzimas proteolíticas que rompem a meiose (bloqueando na metafase II) e parede do ovário, permitindo que o ficam aptos a serem libertados do oócito II se liberte para a Trompa de Falópio – ovulação. Caso não haja fecundação, o oócito II é expulso do organismo. Fase luteínica – depois da ovulação, as células foliculares, que permacem no folículo, continuam a proliferar, formando uma massa de tecido endócrino, o corpo lúteo (ou corpo Fase proliferativa – coincide com a amarelo), que permanece no ovário fase folicular do ciclo ovárico; dá-se a produzindo hormonas (progesterona e proliferação das células do endométrio, estrogénio). No caso de o oócito II não a vascularização e a formação de ter sido fecundado, o corpo lúteo glândulas, em resposta aos estrogénios regride. sintetizados nos ovários. Fase secretora – coincide com a fase luteínica do ciclo ovárico; o endométrio atinge a vascularização e a espessura máximas, em resultado da estimulação conjunta de estrogénios e progesterona produzidos pelo corpo lúteo. As Paralelamente ao ciclo ovárico, ocorre o glândulas produzem um muco rico em ciclo uterino (ou ciclo menstrual), que glicogénio. Com estas modificações, o consiste no desenvolvimento e endométrio preparado para receber o renovação parcial do endométrio. Estas embrião (caso tenha ocorrido modificações cíclicas do revestimento fecundação) e suportar uma gravidez. uterino acompanham as modificações Fase menstrual – se não ocorrer do ciclo ovárico por intermédio de uma fecundação o corpo lúteo regride, regulação hormonal que é mais deixando de produzir estrogénio e complexa do que a do sistema progesterona. O endométrio deixa de reprodutor masculino. Tem uma ser estimulado, desagregando-se. duração média de 28 dias, e é Ocorrem hemorragias, devido à constituído pelas fases proliferativa, contração e rompimento dos vasos secretora e menstrual. O ciclo ovárico sanguíneos. O fluxo constituído por controla diretamente o ciclo uterino sangue e restos da mucosa uterina através das hormonas produzidas: (menstruação) é expulso durante cerca estrogénio e progesterona. A de 5 dias. diminuição brusca do estrogénio e da progesterona induz a fase menstrual. Se ocorrer a fecundação., o útero mantém-se na fase secretora. Os ciclos ovárico e uterino são Uns dias antes do início da controlados pelas gonadoestimulinas menstruação, que marca o início do secretadas pela hipófise (a FSH e a ciclo uterino, a hipófise aumenta a LH). A produção destas hormonas na secreção de FSH e LH. Em hipófise é estimulada pela produção da consequência, alguns folículos gonadotrofina, a GnRh, ao nível do começam a sofrer maturação nos hipotálamo. ovários, ocorrendo o aumento da Até à puberdade, a secreção de produção de estrogénio. O estrogénio, gonadoestimulinas é reduzida, através de um processo de mantendo-se os ovários inativos. Na retroalimentação negativa, controla a puberdade, o hipotálamo aumenta a libertação de gonadoestimulinas pela secreção de hormonas gonadotrofinas hipófise durante os primeiros 12 dias (GnRH), o que estimula a hipófise a do ciclo ovárico, em que o aumento secretar FSH e LH, o que tem como moderado de estrogénio diminui a consequência a produção de produção de FSH. Entre o 12º e o 14º estrogénios e progesterona pelos do ciclo ovárico, o contínuo aumento da ovários. O aumento dos níveis de concentração de estrogénios passa a estrogénio promove o desenvolvimento exercer um controlo por das características sexuais secundárias retroalimentação positiva sobre a da mulher, nomeadamente o hipófise, resultando num aumento crescimento do útero. vertiginoso de LH e num ligeiro aumento de FSH. A elevada concentração de LH estimula a rutura do folículo maduro e a libertação do enquanto as concentrações de GnRH, oócito II (ovulação). O LH também FSH e LH aumentam. A menopausa estimula, posteriormente, a envolve numerosas alterações físicas e transformação das células foliculares emocionais, devidas principalmente à em corpo lúteo; este passa a secretar diminuição da taxa de estrogénio no progesterona e estrogénios entre o 15º sangue. e o 26º dias, sendo estas hormonas fundamentais para o crescimento e manutenção do endométrio. O estrogénio e a progesterona, por retroalimentação negativa, inibem a produção de gonadotrofinas e impedem o início de um novo ciclo ovárico. No caso de o oócito II não ser fecundado, o corpo lúteo degenera por volta do 26º dia do ciclo, reduzindo significativamente a concentração de progesterona e de estrogénios. Esta redução provoca a desintegração do endométrio (menstruação) e a estimulação da hipófise e do hipotálamo, resultando num aumento da produção de GnRH, FSH e LH. Estas hormonas induzem a maturação folicular, iniciando um novo ciclo ovárico.
Por volta dos 50 anos, a mulher atinge
o fim da sua fertilidade, entrando gradualmente na menopausa. Os últimos oócitos degeneram, não havendo a produção de novos oócitos II.. Os índices de progesterona e estrogénio diminuem drasticamente,