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DOI: 10.4025/4cih.pphuem.

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O NEGRO NO BRASIL: ONTEM E HOJE

Josineide Alves da Silvai


Jodasilva1950@hotmail.com

O processo e construção da cidadania no Brasil é algo que ocorre de maneira


lenta e gradual. Sendo que na atualidade, ainda não foi possível assegurar na prática, o
exercício pleno da mesma a toda população brasileira. Ora por leis ou decretos que impediam
sua atuação como o nº1331, em 1854 que estabelecia que nas escolas públicas do país não
fossem admitidos escravos, e a previsão de instrução para adultos negros dependia da
disponibilidade de professores.
E o decreto nº7031-A de 1878 que determinava que negros só pudessem
estudar no período noturno. Mas diversas estratégias foram montadas para impedir o acesso
pleno dessa população aos bancos escolares, ampliando ainda mais o cenário de exclusão
social e cultural vivenciados no Brasil nesse período. A Constituição de 1988, ao definir-se
como Estado Democrático de Direitos, com ênfase na cidadania e na dignidade da pessoa
humana procurou minimizar a questão social e os meios de chegada do negro à escola.
Contudo, a sociedade brasileira não em sua totalidade, mas, uma parcela da
população, ainda, faz uso de atitudes carregadas de preconceito, racismo e discriminação a
afro-descendentes que enfrentam dificuldades de acesso, permanência na escola e manutenção
econômico-social. Nessa direção, cabe uma análise histórica sob os meios de chegada e
permanência de africanos no Brasil.
Ao longo de sua historia, o Brasil enquanto colônia de Portugal recebeu em seu
território como mão de obra trabalhista, africanos vindos de algumas regiões de seu
continente. Fazendo parte de uma série de tráficos, onde seres humanos foram escravizados e
considerados como parte da propriedade senhorial.
Fato este, marcado por europeus que considerando - se civilizadores do mundo
recém descoberto pelas Navegações e a Política Mercantilista, julgaram e dominaram os
povos que consideram inferiores por não praticar seus rituais, maneiras de pensar e agir.
Desprovidos de direitos humanos inclusive a liberdade de ir e vir os escravos
acabaram fazendo parte de um cenário conflituoso, desumano e marcado por maus tratos.
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Desse modo, os escravos passaram a práticas de resistência com fugas, criação de quilombos
e revoltas, como a do Malês.
Em 1835, na província da Bahia, uma quantidade significativa de escravos
alforriados, levantou-se com o propósito de libertar escravos, matar brancos e mulatos
considerados traidores e por fim a escravidão.
Os revoltosos foram delatados e as autoridades locais armaram uma contra
ofensiva, alguns escravos morreram, outros foram a julgamento com sentença entre
açoitamento ao fuzilamento e muitos outros já libertos, foram expulsos e mandados para a
África.
Nesse contexto conflituoso entre dominados e dominadores em território
brasileiro, e a campanha internacional contra a escravidão, sendo a Inglaterra maior oponente
do sistema escravista, fato que favorecia suas atividades comerciais. O governo brasileiro
aprovou a lei Eusébio de Queiroz (1850) proibindo o tráfico de escravos para o Brasil. Com a
proibição do tráfico internacional, os cafeicultores tiveram que recorrer ao tráfico interno.
O discurso abolicionista sob a tese de que a mancha do escravismo desfigurava
a imagem “moderna” e “civilizada” de uma nação associada a Idéias Iluministas de Liberdade
e República favoreceu a aprovação de leis como a do Ventre Livre ‘assegurando’ a liberdade
de filhos de escravos que nascessem após a aprovação desta lei em 1871.
E a Sexagenário (1885) que dava liberdade a todos os escravos com mais de
sessenta e cinco anos, fato este que somente favorecia ao proprietário por não ter que
sustentar os escravos idosos sem condições de trabalho. Como confirma Emilia Viotti da
COSTA (1985): “A abolição libertou os brancos do fardo da escravidão e abandonou os
negros a própria sorte”.
A lei áurea que trouxe alforria aos escravos foi assinada em maio de 1888,
começou nesse momento as dificuldades para integrar os ex - escravos à sociedade. Alguns
plantaram roça de subsistência, outros conseguiram empregos precários em regiões rurais ou
cidade, formando uma mão de obra barata e marginalizada.
Foi grande o número de desempregados e subempregados, todos considerados
na época pelas elites da sociedade como “preguiçosos, malandros e vadios”. Juízos de valor
que em certa medida persistem numa evidência de que o preconceito é continuamente
alimentado por uma situação de inferioridade social.

“Olhamos os negros com rancor como se eles tivessem escolhido vir para cá
“manchar a sociedade branca”. Após escravizá-los, reclamamos de seu caráter
submisso. Após esmagá-los de trabalho, por séculos, falamos de sua preguiça.
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Depois de deixá-los na rua, quando da Abolição, não nos conformamos com sua
pobreza”. (PINSKY, 2000, p. 23).

Em 1890, apenas dois anos depois da assinatura da Lei Áurea, 56% dos
habitantes do Brasil eram negros, sem incentivo a educação. Onde apenas 1% dos 800 mil
escravos libertos foram alfabetizados. Esses também, não receberam apoio governamental
para sobreviver longe do julgo dos antigos senhores ou medidas políticas de preparação e
absorção dessa mão de obra desqualificada na época.
Ao invés de universalizar o acesso à escola e distribuir terras aos ex-escravos,
o Estado incentivou a imigração. Cerca de 3,8 milhões de imigrantes italianos, portugueses,
espanhóis, alemães e japoneses entraram no país entre os anos de 1887 - 1930, para trabalhar
fundamentalmente nas lavouras das regiões, sudeste e sul do país.
À medida, que tirou dos negros as vagas na lavoura e indústria nascente,
resultou num branqueamento da população brasileira. Em 1940, os negros representavam
menos de 36% dos habitantes. Essa parcela da população não conseguia trabalho por não ter
escolaridade e não conseguia educar os filhos porque não possuía trabalho. Assim a
discriminação racial passa a andar de mãos dadas com a fortíssima concentração de renda nas
mãos dos brancos, no Brasil.
A partir da década de 1970, com a redução da taxa de natalidade mais
acentuada entre os brancos, a porcentagem dos negros começou a crescer. Em 1976, o Brasil
contava 57% de brancos e 40% de negros. Em 1987, os negros já eram 43% e, em 2006,
49,5%. Segundo os dados do Ipea, se as tendências de crescimento demográfico não se
alterarem, em 2010 os negros serão maioria absoluta da população brasileira superando o total
de brancos, amarelos e indígenas juntos.
Fazendo uma leitura da realidade de vida enfrentada pela população de baixa
renda no Brasil atual, podemos constatar que boa parte desse quadro são afro – descendentes,
que vivem em situações de riscos. Com baixos índices, quanto à expectativa de vida,
educação, cultura e saúde, pela falta saneamento básico, água, alimentação saudável, escola,
lazer e o direito, de usufruir de meios mínimos para uma melhor organização social.
Contudo, por pesquisas realizadas pelo, (IPEA e PNAD) em 2005 e 2006, são
perceptíveis algumas melhorias na relação e trato com a população afro-descendente no
Brasil. Um relatório elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado
na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), mostra que: a taxa de desemprego
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entre os negros é de 9,3% contra 7,5% entre brancos e que o desemprego atinge 4,5 de negros
e 3,7 milhões de brancos.
Quanto aos pagamentos, 60% dos trabalhadores negros recebem um salário
mínimo e menos de 22% recebem mais de dez salários mínimos. Entre os brancos, essas
porcentagens são de 39% e 76%, respectivamente. Sobre a expectativa de vida e escolaridade,
podemos contatar que: a taxa de mortalidade caiu de 84% para 27%; o índice de
analfabetismo também reduziu no país, em 1995 era de 9,5% entre os brancos e 23,4% entre
os negros. Dez anos depois, essas taxas eram, respectivamente, de 6,5% e 9,5%.
Essas diferenças já foram maiores. A redução começou a ocorrer a partir de
2001, com a implementação de políticas sociais como o Bolsa Família e a valorização do
salário mínimo. A questão da escolaridade ainda é fato de questionamentos e grandes
discussões entre vários grupos sociais e representantes do movimento negro no Brasil.
Um fato que ainda gera polêmicas é o regime de cotas nas universidades, pois
há pessoas que defendem sua aplicação como meio de superação e avanço no índice de acesso
e permanência acadêmica para a população afro-descendente. Enquanto há grupos que
discordam do sistema de cotas afirmando ser uma forma de rotular e discriminar ainda mais
essa população.
Diante desta discussão, é interessante destacar que, embora seja uma fonte de
críticas ou aprovações de diferentes segmentos da sociedade brasileira, os dadosii revelam que
atualmente no país há por volta de 20 mil cotistas negros em universidades brasileiras. E
destaca a função do ProUni, desde 2005, como um sistema que abre caminhos para jovens de
baixa renda, entrar em diferentes cursos de graduação e possíveis inserções ao mercado de
trabalho.
Após essa análise e discussão de dados estatísticos e debates sobre a realidade
social entre brancos e negros no Brasil em processo e construção de cidadania identificando
perdas e avanços. É necessário salientar, que a 121 anos da abolição ainda permanece um
quadro de desigualdade racial seguida de discriminação social. Onde o próprio Governo
Federal, representado pelo Ministro da Igualdade Racial Edson Santosiii reconheceu esse
índice, através de sua fala: “o negro deixou a senzala para morar na favela”.
Tendo esta fala como base e a proposta defendida por Andrelino Campos em
seu livro intitulado: Do Quilombo à Favela a Produção do “Espaço Criminalizado” no
Rio de Janeiro. Ao destacar os negros, os pobres e seus espaços. Relatar as condições de
vida na favela controlada pelo narcotráfico em uma abordagem que considera as relações
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sociais, as questões relativas ao gênero e à idéia do país como multirracial e com sensíveis
desníveis sociais.
Cabe propor um projeto interdisciplinar, utilizando o filme Cidade dos Homens
(uma produção nacional sob a direção de Paulo Morelli - 2007), como ponto de referência
para a contextualização do negro como morador de favela na cidade do Rio de Janeiro e sua
realidade social, ao se inserir neste espaço após a abolição e na atualidade. Esta sugestão se
insere dentro da dinâmica e entendimento do cinema como fonte de pesquisa, passível de
análise e reflexão.
Por conter diversos filmes que pelo seu conteúdo e abordagem trazem
perspectivas metodológicas que se aplicam em um diálogo com o público, pela importância
que esse meio de comunicação exerce na sociedade contemporânea, quanto pela questão da
imagem estar relacionada no processo do conhecimento histórico. Exercendo um papel
importante na vida humana, pois nessas estão contidas as necessidades, os interesses, as
emoções e os desejos.

Um dos objetivos principais desse projeto é destacar o uso do cinema na sala de


aula, como uma das múltiplas linguagens no trabalho com alunos do Ensino Médio. Visto que
esse recurso faz parte da vida cotidiana de boa parte da população ao informar fatos, formar
hábitos e influenciar as idéias. Sendo inegável a popularidade do cinema nos dias atuais por
tornar-se um dos elementos centrais da vida cultural e informativa da sociedade moderna.

[...] “O cinema, ao contar histórias pessoais ou recriar acontecimentos envolvendo


grupos, proporciona-nos uma visão da época, aspectos do seu cotidiano, de como as
pessoas vivem, amam e de sua ação política, social ou cultural”. (OSTERMANN,
2006, p. 15).

Portanto, o tema em discussão requer uma linguagem e trato especial na


seleção dos mecanismos, recursos e metodologia aplicável em sua análise. Por oferecer
possibilidades de argumentações, indagações e estudos temáticos.
Sendo assim, faz-se necessário, o trabalho com o filme Cidade dos Homens
em uma linguagem que respeite o currículo/conteúdo, enquanto fio condutor da análise.
Identificando na obra os conceitos mencionados no tema estudado, no sentido de confirmação
ou aproximação do conteúdo. Como também, o desenvolvimento de habilidades e
competências que possam favorecer no andamento das atividades diárias em classe e na
convivência social entre os alunos no espaço escolar e fora dele.
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Desse modo, o documento fílmico não pode ser visto ou analisado como uma
verdade incontestável ou como simples realidade do tema apresentado na obra. Mas é preciso
reconhecer o filme como produto de seu tempo, compreender o contexto histórico de sua
produção, identificar os signos as formas de narrativa e a intencionalidade inserida na obra.

Cidade dos Homens foi ambientado em favelas do Rio de Janeiro, com uma
narrativa que relata a historia dois amigos: Laranjinha e Acerola, que cresceram juntos na
favela carioca do Morro da Sinuca. Quando chegam à maioridade, enfrentam as primeiras
dificuldades da vida adulta. Com um filho de dois anos, um casamento precipitado com a
namorada Cristiane, Acerola sente falta da liberdade. Laranjinha que dirige moto – táxi e faz
sucesso com as mulheres, sofre pela ausência do pai que não conhece.

No mês em que completam dezoito anos, os dois tomam uma decisão: Acerola
quer agitar sua vida amorosa e Laranjinha quer conhecer o pai. Mas, a guerra explode no
morro e as coisas complicam-se para ambos. Madrugadão, que comanda o tráfico no Morro
da Sinuca, perde o posto para Nefasto, seu ex-braço direito.

Laranjinha primo de Madrugadão tem que sumir de casa, assim como Acerola,
que atrai a ira de Nefasto em um lance de azar. Em meio à confusão, Cristiane anuncia que
vai trabalhar na cidade de São Paulo, deixando o filho com Acerola. E com o pai de
Laranjinha, surge uma revelação amarga, que ameaça arruinar a inabalável amizade da dupla.
Cidade dos Homens é um filme que reúne argumentos para a discussão sobre a realidade
social de favelas da cidade do Rio de Janeiro na atualidade.

Diante de algumas indicações de trabalho, vejo a linguagem interdisciplinar


entre as áreas de História, Sociologia, Filosofia, Geografia, Biologia, Educação Física,
Educação Artística, Matemática e Língua Portuguesa, a direção na aplicação da atividade
fílmica. Como uma tentativa de explorar as indagações e problemáticas sugeridas pela obra,
inicialmente destacando a sinopse e comentários explicativos sobre a cidade do Rio de Janeiro
e suas favelas, local onde o filme é ambientado.

Em seguida permitir que os alunos vejam o filme na íntegra e através de


questionamentos orais e relatos escritos, identificarem o que entenderam da narrativa, suas
tramas e como elas terminam. Na seqüência o Professor de História pode fazer uma
contextualização do período abolicionista, o inicio da República Velha, a falta de incentivo à
educação e meios de trabalho aos ex – escravos, além de destacar a formação de favelas no
Rio de Janeiro, seus aspectos físicos e moradores na época.
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O Professor de Sociologia poderia enfatizar os estereótipos lançados aos


moradores de periferias e favelas na atualidade, sua localização e os reflexos da discriminação
social: “cidade x morro”. Já o Professor de Geografia, destacaria década de 1970, período em
que as favelas cariocas se tornaram espaços de criminosos, o avanço do narcotráfico suas
causas e efeitos junto à comunidade.

O Professor de Filosofia abordaria medidas e iniciativas de políticas públicas


firmadas pelo Governo do Estado e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, no sentido de
melhorar a qualidade de vida da população. O Professor de Matemática tomando os índices de
violência na cidade do Rio de janeiro e outras metrópoles brasileiras como referência para
analise em sala de aula, destacaria as estatísticas e dimensão que a criminalidade urbana,
tomou na última década.

O Professor de Biologia voltaria – se para os cuidados com a higiene pessoal,


dos ambientes e espaços de uso comum sendo fundamental para obter saúde e qualidade de
vida. Analisaria os meios de prevenção de algumas doenças, suas diferentes formas de
contagio e a importância do saneamento básico.

O Professor de Língua Portuguesa faria um estudo sobre as expressões da


linguagem local e seu significado, demonstrando as variações da língua em diferentes
contextos sociais, dentro do mesmo país. Quanto aos Professores das disciplinas de Educação
Artística e Física caberia um estudo sobre algumas expressões e ritmos musicais com forte
influência nesse espaço e suas manifestações fora dele.

Como conclusão das discussões realizadas é importante elaborar algumas


atividades práticas para uma melhor visualização dos trabalhos, compreensão da temática e
comprometimento com os valores e conceitos analisados. Sendo assim, segue abaixo uma
tabela com algumas sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas pelas diferentes
disciplinas durante as discussões e análises da temática em sala de aula:

• Produzir um mural com imagens resgatando a memória de senzalas, quilombos e


favelas.

• Elaborar um painel com personalidades negras de diferentes atuações: esportistas,


atores, atrizes, escritores, cantores, políticos, cantoras, professores, médicos e tantos
outros.

• Montar um slide destacando os moradores de favelas inseridos em diferentes


realidades sociais, visto que as favelas não são iguais na maioria de seus aspectos.

• Fazer um relato biográfico sobre a vida e carreira da ex - senadora Benedita da Silva.


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• Apresentação de danças como a capoeira, o jongo, o coco, o samba, o hip – hop ou


maracatu.

• Realizar pesquisas sobre alimentos, palavras e instrumentos musicais de origem


africana usadas no cotidiano.

• Confeccionar um jogo da memória com personalidades negras de diferentes


profissões e atuações sociais no Brasil e demais países em diferentes épocas históricas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A sugestão de um projeto problematizando a vida cotidiana de moradores de


favelas cariocas, reconhecendo que uma parcela dessa população é afro-descendente, volta-se
para a análise e reflexão de sua inserção e permanência nesse meio social. Busca também,
esclarecer o papel, a responsabilidade e o comprometimento político governamental em suas
instâncias: federal, estadual e municipal, através de medidas políticas que procurem amenizar
os conflitos sociais ali existentes.
Além de mapear historicamente a visão carregada de juízos de valor das elites
brasileiras com relação ao ex-escravo logo após a abolição, observando que em certa medida,
persistem na atualidade quando identificamos que há dois olhares para o morador de favela:
um no eixo da piedade outro no eixo da criminalidade.
Quanto à proposta de utilizar uma metodologia de trabalho direcionada a
linguagem interdisciplinar, deve-se ao fato de poder explorar minuciosamente o contexto
histórico-social do tema abordado. Possibilitando que diferentes disciplinas lancem
questionamentos distintos enriquecendo as problemáticas e argumentações inseridas na
discussão.
É importante salientar, que o uso do filme Cidade dos Homens como
referência na aplicação e realização das atividades, incentiva os alunos a construírem
habilidade de ver e ler imagens em movimento, interpretar filmes, compreender a narrativa e
o desenvolvimento da história. Contribuem no contato com textos escritos, leituras mais
complexas e a materialização de conceitos já observados.
Tendo a educação como referência em mecanismos ativos para a transformação
social. Cabe a escola democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua
integridade, orientar na formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as
diferenças e características próprias de grupos e minorias, abrindo caminhos para a ampliação
da cidadania de um povo.
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Nesta perspectiva, é importante destacar que a lei 10.639/03 é uma das medidas
políticas em ações afirmativas de reparação, reconhecimento e valorização da cultura e
identidade da população africana e afro-descendente. Por tratar-se de uma política curricular
fundamentada em dimensões históricas, antropológicas e sociais quanto à realidade brasileira.
Em um estudo e metodologia de trabalho que resulte na conscientização social sobre a
convivência com a diversidade em suas variadas formas de expressão. Visto que a sociedade
brasileira tem suas raízes fundadas na miscigenação entre povos de nacionalidades diversas.

NOTAS:

i
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (2003). Atualmente faço parte do corpo de
funcionários da Secretaria do Estado de Educação de São Paulo, como Titular de Cargo: Professora Educação
Básica II (História), com sede e exercício na Escola Estadual Florivaldo Leal, Diretoria de Ensino de Presidente
Prudente. E-mail e032050a@see.sp.gov.br.
ii
Trecho do “Manifesto em defesa da justiça e constitucionalidade das cotas” entregue ao Supremo Tribunal
Federal em maio de 2008.
iii
Frase mencionada à imprensa nas comemorações dos 120 da assinatura da Lei Áurea. 13/05/2008.

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