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CAMPINAS
2015
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Ciências Médicas
_________________________
CAMPINAS
2015
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Dedico este trabalho à minha noiva,
Keli, à minha mãe, Cristiane, e ao meu irmão,
João Otávio.
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AGRADECIMENTOS
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Adriana, Simone, Lena, Ana Leda, Janine, Fernanda Niemann, Irene, Audrey e
Karla, agradeço a oportunidade de compartilhar as experiências e o carinho.
Aos amigos da graduação, Meire, Jacqueline, Luciana e Silvana que
compartilharam os primórdios deste sonho, me incentivaram e me permitiram
crescer ao seu lado. Valeu a pena.
Ao Gilberto e ao Dr. Alexandre a disponibilidade do biotério no CIPOI e a
ajuda nos experimentos com animais.
Ao Prof. Dr. José Barreto Carvalheira, a disponibilidade de seu laboratório.
Ao aluno Guilherme agradeço a excelente recepção e auxílio com as dúvidas nos
experimentos.
.
Aos docentes da disciplina de Hematologia da UNICAMP, Prof. Dr.
Fernando F. Costa, Profa. Dra. Irene Lorand-Metze, Prof. Dr. Cármino A. de
Souza, - o apoio e estrutura na
realização deste trabalho.
Aos pacientes, um agradecimento especial, pois sem eles este trabalho não
teria sido idealizado e nem realizado.
À Dra. Nicola Conran o auxílio na correção ortográfica do inglês e a
convivência no laboratório.
À Cleide e Juliana o auxílio com as análises estatísticas.
Ao Michel o auxílio na confecção de painéis e formatação de figuras.
Às secretárias Patrícia e Raquel a disponibilidade no serviço burocrático e
amizade.
À secretária da pós-graduação Adriana pela disponibilidade no serviço
burocrático.
Agradeço a Deus a oportunidade da vida, da saúde, de uma família feliz, de
ter conhecido todas as pessoas aqui citadas, de ter seguido este caminho e, mais
uma vez, conquistar um objetivo.
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Este estudo foi financiado com recursos fornecidos pela FAPESP (Projetos
2009/00268-8; 2011/06840-5; 2011/51959-0; 2012/09982-8) e do Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue/CNPq (610021/2009-5)
xi
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"Um Homem é constituído por aproximadamente
sete octilhões de átomos, agrupados em cerca
de dez trilhões de células. Essa aglomeração de
células e átomos tem algumas propriedades
assombrosas: é viva, experimenta alegria e
sofrimento, discrimina entre o belo e o feio,
distingue o bem do mal."
Theodosius Dobzhansky
(Genética do Processo Evolutivo)
xiii
xiv
ABSTRACT
The identification of genes/proteins differentially expressed in hematopoietic
neoplasms and the functional investigation of these proteins in the neoplastic
phenotype are essential for the understanding of disease biology. ANKHD1 is
highly expressed in acute leukemia cells and has a potential role in regulating
many cellular processes through its ankyrin repeat domains. Our research group
has previously identified the interaction between ANKHD1 and SIVA through two-
hybrid assay. Other proteins potentially related to ANKHD1 that were of interest of
this research are Stathmin 1 that interacts with SIVA, and YAP1 that interacts with
ANKHD1 in non hematologic cells. The aim of this study was to investigate the
functional role of ANKHD1 and its related-proteins in hematologic malignancies.
We used human leukemia cell lines and primary hematopoietic cells from healthy
donors (n=52) and patients with myelodysplastic syndromes (MDS; n=65),
myeloproliferative neoplasms (MPN; n=82), acute myeloid leukemia (AML; n=60)
and acute lymphoid leukemia (ALL; n=19). Techniques for the evaluation of gene
expression (qPCR), protein expression and interaction (western blotting), functional
assays of migration (transwell assay), proliferation (in vitro MTT and clonogenicity,
in vivo tumor formation) and apoptosis (Annexin V/PI, TUNEL), and inhibition of
proteins of interest through pharmacologic agents or gene therapy tools were used.
The interaction between ANKHD1 and SIVA was confirmed by co-
immunoprecipitation assays. In leukemia cell lines U937 and Jurkat, ANKHD1
silencing reduced cell proliferation, migration and tumor growth, while SIVA
inhibition increased migration and tumor growth, and reduced sensitivity to UV-
induced apoptosis of U937 cells. Inhibition of ANKHD1 reduced Stathmin 1 activity
and the interaction between SIVA/Stathmin 1. A large proportion of leukemia cell
lines and primary samples from patients with hematologic malignancies did not
present YAP1 expression, and ANKHD1 silencing did not modulate YAP1 activity
in U937 cells. Stathmin 1 expression was significantly higher in primary
hematopoietic cells from patients with hematological malignancies (MDS RAEB-
1/RAEB-2, AML, ALL and primary myelofibrosis) compared to samples from
healthy donors. Stathmin 1 silencing reduced cell proliferation and clonogenicity of
U937 and Namalwa leukemia cells, and HEL JAK2V617F cells. Specifically in HEL
JAK2V617F cells, Stathmin 1 silencing or treatment with the microtubule-stabilizing
agent paclitaxel had a potentiating effect to treatment with the JAK1/2 inhibitor
ruxolitinib on apoptosis induction. In conclusion, we propose that ANKHD1
participates in the leukemia phenotype through its interaction with SIVA, SIVA
inhibition, and Stathmin 1 activation. Our results indicate that ANKHD1 plays a role
in leukemogenesis independently of its interaction with YAP1. In human cells with
a constitutive activation of the JAK2/STAT pathway, we identified the relevant role
of Stathmin 1 in the malignant phenotype.
xv
xvi
RESUMO
A identificação de genes/proteínas diferencialmente expressos em
neoplasias hematológicas e a investigação funcional destas proteínas no fenótipo
neoplásico são essenciais para o entendimento da biologia da doença. ANKHD1 é
altamente expressa em células de leucemia aguda e tem potencial para regular
vários processos celulares através de seus domínios de repetição de anquirina.
Nosso grupo de pesquisa havia previamente identificado a interação entre
ANKHD1 e SIVA através de ensaio de duplo híbrido. Outras proteínas
potencialmente relacionadas à ANKHD1 que foram de interesse deste trabalho
foram a Stathmin 1 que interage com SIVA e a YAP1 que interage com ANKHD1
em células não hematológicas. O objetivo principal do presente trabalho foi
investigar a participação funcional de ANKHD1 e proteínas relacionadas em
neoplasias hematológicas. Utilizamos modelos de linhagens leucêmicas humanas
e células hematopoéticas primárias provenientes de indivíduos normais (n=52) e
de pacientes com diagnóstico de síndrome mielodisplásica (SMD; n=65),
neoplasia mieloproliferativa (NMP; n=82), leucemia mieloide aguda (LMA; n=60) e
leucemia linfoide aguda (LLA; n=19). Técnicas para avaliação de expressão
gênica (qPCR), expressão e interação proteica (western blotting), ensaios
funcionais de migração (ensaio transwell), proliferação (MTT e clonogenicidade in
vitro, formação de tumor in vivo) e apoptose (Anexina V/IP, TUNEL), e inibição de
proteínas de interesse através do uso de inibidores farmacológicos ou ferramentas
de terapia gênica foram utilizados. A interação entre ANKHD1 e SIVA foi
confirmada por ensaios de coimunoprecipitação. Em linhagens celulares
leucêmicas U937 e Jurkat, o silenciamento de ANKHD1 reduziu a proliferação
celular, migração e o crescimento tumoral, enquanto que a inibição de SIVA
aumentou a migração e o crescimento tumoral e reduziu a sensibilidade à
apoptose induzida por radiação UV de células U937. A inibição de ANKHD1
reduziu a atividade de Stathmin 1 e a interação entre SIVA/Stathmin 1. Grande
parte das linhagens leucêmicas e amostras primárias de pacientes com neoplasias
hematológicas não apresentou a expressão de YAP1, e o silenciamento de
ANKHD1 não modulou a atividade de YAP1 em células U937. A expressão de
Stathmin 1 foi significativamente elevada em amostras de células hematopoéticas
de pacientes com neoplasisa hematológicas (SMD AREB-1/AREB-2, LMA, LLA e
mielofibrose primária) quando comparada às amostras de doadores saudáveis. O
silenciamento de Stathmin 1 reduziu a proliferação celular e clonogenicidade em
células leucêmicas U937, Namalwa e células HEL JAK2V617F. Especificamente em
células HEL JAK2V617F, a inibição de Stathmin 1 ou o tratamento com o agente
estabilizador de microtúbulos paclitaxel teve um efeito potencializador ao
tratamento com ruxolitinib, inibidor de JAK1/2, na indução de apoptose. Em
conclusão, propomos que a ANKHD1 participa do fenótipo neoplásico de células
leucêmicas através de sua interação com SIVA, inibição de SIVA e ativação de
Stathmin 1. Os nossos resultados indicam que a função de ANKHD1 na
leucemogênese independe de sua interação com YAP1. Em células humanas com
ativação constitutiva da via JAK2/STAT, identificamos a relevância funcional da
participação de Stathmin 1 no fenótipo neoplásico.
xvii
xviii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ANKHD1 - Ankyrin Repeat Single KH Domain containing 1
APC - Allophycocyanin
BAX - BCL2-associated X protein
BCL2 - B-cell lymphoma 2
BCL-XL - B-cell lymphoma-extra large
BSA - Bovine serum albumin
CALR - Calreticulin
cDNA - Complementary DNA
CMSP - Células mononucleares de sangue periférico normal
CTH - Célula tronco hematopoética
CXCL12 - Chemokine (C-X-C motif) ligand 12
DNA - Deoxyribonucleic acid
ERK - Extracellular signal-regulated kinase
ET - Trombocitemia essencial
FITC - Fluorescein isothiocyanate
GFP - Green fluorescent protein
HPRT - Hypoxanthine Phosphoribosyltransferase 1
IP - Iodeto de propídeo
JAK2 - Janus Kinase 2
JNK - c-Jun N-terminal kinase
LLA - Leucemia linfoide aguda
LMA - Leucemia mieloide aguda
Mask - Multiple Ankyrin repeat and single KH domain
MFP - Mielofibrose primária
MO - Medula óssea
MOI - Multiplcity of infection
MTT - Methylthiazoletetrazolium
NMP - Neoplasias mieloproliferativas
NOD/SCID - Non-obese diabetic/severe combined immunodeficiency
OMS - Organização Mundial de Saúde
xix
OP18 - Oncoprotein 18
PHA - fitohemaglutinina A
PV - Policitemia vera
qPCR: Reação em cadeia da polimerase quantitativa
R-IPSS - Sistema Internacional de Escore Prognóstico Revisado
RNA - Ribonucleic acid
SFB - Soro fetal bovino
SHP2 - src homology 2 domain-containing protein-tyrosine phosphatase 2
shRNA - Short hairpin RNA
SMD - Síndromes mielodisplásicas
SP - Sangue periférico
STAT - Signal transducer and activator of transcription
STAT5 - Signal transducer and activator of transcription 5
STAT3 - Signal transducer and activator of transcription 3
STMN1 - Stathmin 1
TUNEL - Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling
UV - Ultra violeta
Vs. - Versus
YAP1 - Yes-associated protein 1
xx
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características dos pacientes. .............................................................. 28
Tabela 2. Características das linhagens celulares humanas. ............................... 30
Tabela 3. Sequência e concentração dos iniciadores. .......................................... 33
Tabela 4. Sequências alvo usadas para shRNA. .................................................. 38
Tabela 5. Características clínicas e laboratoriais dos pacientes com SMD
estratificados de acordo com a expressão de Stathmin 1 ..................................... 65
Tabela 6. Análises univariadas da sobrevida global e sobrevida livre de evento
para os pacientes com SMD. ................................................................................ 66
xxi
xxii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura esquemática da proteína ANKHD1. Os domínios com
repetições de anquirina (Ankyrin repeat domain, ANKRD) e o domínio homólogo à
K (K homology domain, KH) são ilustrados. A posição dos ácidos aminados (aa)
são indicadas na figura. .......................................................................................... 6
xxiii
Aurora kinase B (AURKB), Protein kinase A (PKA) e Ca2+/calmodulin-dependent
protein kinases (CamKs) fosforilam Stathmin 1 em sítos de serina e modulam sua
associação com heterodímeros de alfa/beta tubulina. Protein phosphatase 2A
(PP2A), Protein phosphatase 2B (PP2B) e Phosphoprotein phosphatase 1 (PP1)
defosforilam Stathmin 1. A alternância no estado de fosforilação e desfosforilação
de Stathmin 1 contribui para a regulação da dinâmica dos microtúbulos.
Abreviações: RTK, receptor de tirosina kinase; P, fosforilação; Ac, acetilação.
Figura foi produzida utilizando o Servier Medical Art
(http://www.servier.com/Powerpoint-image-bank). ................................................ 16
xxiv
Figura 11. Silenciamento eficiente de ANKHD1 e SIVA em células U937 e
Jurkat. Células leucêmicas mieloides U937 e linfoides Jurkat foram transduzidas
com lentivírus contendo shRNA controle (shControle) ou shRNA tendo como alvo
ANKHD1 (shANKHD1) ou SIVA (shSIVA). Níveis de mRNA (A) e proteína (B) de
ANKHD1 em células shANKHD1 relativos às células shControle. Níveis de mRNA
(C) e proteína (D) de SIVA1 em células shSIVA relativos às células shControle. Os
anticorpos utilizados para immunoblotting (IB) estão indicados. ........................... 48
Figura 15. ANKHD1, mas não SIVA, modula a proliferação celular de células
leucêmicas in vitro. A proliferação foi determinada pelo ensaio de MTT após 48
horas de incubação de células shANKHD1 (A) ou shSIVA (B) através de
comparação com as células shControle. Os resultados estão respresentados
como média±DP de seis replicatas, sendo estas representativas de pelo menos
três experimentos independentes; *P<0,05; **P<0,01; Teste de Mann–Whitney.
Colônias contendo células viáveis foram detectadas por MTT após 8 dias de
cultura de células shANKHD1 (C) ou shSIVA (D), e normalizadas pelas células
shControle correspondentes. Os resultados estão respresentados como
xxv
média±DP de pelo menos três experimentos independentes; **P<0,01;
***P<0,001; teste t Student.................................................................................... 54
xxvi
periférico (GSP) e (D) em LSP tratados com fitohemaglutinina (PHA). Os
anticorpos utilizados para immunoblotting (IB) estão indicados na figura. ............ 61
xxvii
apoptótica. Os resultados são representativos de pelo menos quatro experimentos
independentes. As linhagens celulares são indicadas nas figuras. ....................... 70
xxviii
células HEL tratadas ou não com paclitaxel (5 nM e 10 nM) e/ou ruxolitinib (300
nM) utilizando o método de marcação com Anexina-V/IP; um dot plot
representativo do ponto é ilustrado. (B) As médias±DP de seis experimentos
independentes são indicados no gráfico; *P<0,05 vs. células não tratadas,
#P<0,05 vs. ruxolitinib ou paclitaxel isoladamente; Teste t Student. (C) A
viabilidade celular foi determinada pelo ensaio de MTT após 48 horas de
incubação de células HEL tratadas ou não com paclitaxel (5 nM e 10 nM) e/ou
ruxolitinib (300 nM) e normalizada por células HEL não tratadas. Os resultados
são apresentados como média±DP de seis experimentos independentes; *P<0,05
vs. Células não tratadas, #P<0,05 vs. ruxolitinib ou paclitaxel isoladamente; Teste
Mann-Whitney. ...................................................................................................... 78
xxix
paclitaxel ultrapassa o efeito de tratamento ruxolitinib, mantendo a estabilidade de
microtúbulos e inibindo Stathmin 1. Abreviações: Ac, acetilação; P, fosforilação. 92
xxx
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
1.1. Neoplasias hematológicas ....................................................................... 1
1.2. ANKHD1 .................................................................................................. 5
1.3. SIVA....................................................................................................... 10
1.4. Stathmin 1.............................................................................................. 14
1.5. YAP1...................................................................................................... 21
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 25
2.1. Objetivo geral ......................................................................................... 25
2.2. Objetivos específicos ............................................................................. 25
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 27
3.1. Casuística .............................................................................................. 27
3.1.1. Células hematopoéticas normais .................................................... 27
3.1.2. Células hematopoéticas de pacientes com diagnóstico de neoplasia
hematológica ............................................................................................. 27
3.2. Linhagens celulares ............................................................................... 29
3.3. Métodos ................................................................................................. 30
3.3.1. Processamento das amostras ......................................................... 30
3.3.2. Obtenção do cDNA ......................................................................... 31
3.3.3. PCR quantitativo (PCRq) ................................................................ 32
3.3.4. Western Blot .................................................................................... 33
3.3.5. Proliferação de linfócitos ................................................................. 36
3.3.6. Imunofluorescência e microscopia confocal .................................... 36
3.3.7. Plasmídeos e Tranfecção ................................................................ 37
3.3.8. Produção de lentivírus ..................................................................... 38
3.3.9. Transdução de lentivírus ................................................................. 39
3.3.10. Ensaios de Migração ..................................................................... 40
3.3.11. Ensaio de Methylthiazoletetrazolium (MTT) .................................. 41
3.3.12. Ensaio de formação de colônia ..................................................... 41
3.3.13. Indução de apoptose com exposição à radiação UV .................... 41
3.3.14. Avaliação de apoptose por marcação com anexina-V e PI ........... 42
xxxi
3.3.15. Avaliação de apoptose pelo ensaio de TUNEL ............................. 42
3.3.16. Modelo de xenoenxerto de células U937 em camundongos NOD/SCID
.................................................................................................................. 43
3.3.17. Análise Estatística ......................................................................... 43
4. RESULTADOS ............................................................................................. 45
4.1. Investigação da interação entre ANKHD1 e SIVA e da relevância funcional
desta interação proteica no fenótipo leucêmico ............................................ 45
4.1.1. ANKHD1 associa-se com SIVA ....................................................... 45
4.1.2. ANKHD1 e SIVA têm efeitos opostos na migração e na ativação de
Stathmin 1 em células leucêmicas ............................................................ 47
4.1.3. ANKHD1 não modula a apoptose induzida por UV em células
leucêmicas ................................................................................................ 51
4.1.4. ANKHD1 modula proliferação e clonogenicidade de células leucêmicas
.................................................................................................................. 53
4.1.5. ANKHD1 e SIVA têm efeitos opostos no crescimento tumoral de células
leucêmicas in vivo ..................................................................................... 54
4.1.6. O silenciamento de ANKHD1 não modula as vias de sinalização Hippo,
SHP2 e JAK2/STAT em células leucêmicas ............................................. 56
4.2. Investigação da expressão de YAP1 em células hematopoéticas
neoplásicas ................................................................................................... 57
4.3. Investigação da expressão e participação funcional de Stathmin 1 em
síndromes mielodisplásicas e leucemias agudas ......................................... 60
4.3.1. Stathmin 1 é altamente expressa em células hematopoéticas em
proliferação ............................................................................................... 60
4.3.2. Elevada expressão de Stathmin 1 em células de medula óssea de
pacientes com SMD AREB-1/AREB-2, LMA e LLA ................................... 62
4.3.3 O silenciamento de Stathmin 1 reduz a proliferação celular e a
clonogenicidade de linhagens celulares leucêmicas ................................. 67
4.4. Investigar a expressão e a participação funcional de Stathmin 1 em modelos
de neoplasia hematológica com ativação constitutiva de JAK2/STAT3 ........ 70
xxxii
4.4.1. O tratamento com ruxolitinib modula a estabilidade dos microtúbulos em
células HEL JAK2V617F .............................................................................. 70
4.4.2. O silenciamento de Stathmin 1 reduz a proliferação, a clonogenicidade,
e aumenta os efeitos pró-apoptóticos de ruxolitinib em células HEL JAK2V617F
.................................................................................................................. 73
4.4.3. Stathmin 1 é um possível alvo da via de sinalização JAK2/STAT3 e
modula a dinâmica de microtúbulos em células HEL JAK2V617F ............... 75
4.4.4. A indução da estabilidade dos microtúbulos melhora a resposta ao
ruxolitinib em células HEL JAK2V617F ........................................................ 77
4.4.5. Stathmin 1 é altamente expressa em células CD34 + de sangue
periférico de pacientes com mielofibrose primária .................................... 80
5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 83
6. CONCLUSÃO............................................................................................... 95
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 97
8. ANEXOS .................................................................................................... 115
xxxiii
xxxiv
1. INTRODUÇÃO
uma célula tronco hematopoética (CTH) pluripotencial de longo prazo, que possui
divisão das CTH na medula óssea ocorre de maneira assimétrica, onde uma CTH
não apenas das CTH, mas também do microambiente da medula óssea, fatores
1
(OMS) 2008, através da avaliação da porcentagem de blastos, número de
[6]. Apesar da diversidade clínica entre os pacientes com SMD, do ponto de vista
porcentagem de blastos <5% na medula óssea são caracterizados por altas taxas
[3].
2
As NMP são desordens clonais que acometem uma ou mais linhagens
NMP são as mutações no éxon 12 do gene JAK2 e mutações no gene MPL [17].
pacientes com TE e MFP negativos para mutação no gene JAK2 e MPL [18,19].
3
As leucemias agudas constituem um grupo heterogêneo de doenças
esclarecidos [4].
4
sinalização celular em comum [23], o estudo da função de uma determinada
1.2. ANKHD1
Ankyrin repeat and single KH domain (hMASK), e depositada no NCBI por Poulin e
5
pacientes com diagnóstico de leucemia aguda, quando comparadas às células
ilustrada na Figura 1.
aquirina, o que sugere que esta proteína participe de interações proteicas e vias
6
Ao contrário de outros domínios proteicos, como os domínios SH2 e SH3,
DOCK180 [34]. Ankyrin repeat domain 1 (ANKRD1) foi identificada como fator
indenficou que ANKHD1 interage com a tirosina fosfatase SHP2 em células K562
7
que ANKHD1 associa-se com SHP2, estudos funcionais investigando a função de
realizados.
1243) como isca. Dentre as diferentes presas isoladas, foi identificada uma
2).
8
Figura 2. Interação entre ANKHD1 e SIVA identificada em sistema de duplo híbrido.
Representação esquemática das estruturas primárias das proteínas, a região de ANKHD1 usada
como isca e a região de SIVA identificada em nosso ensaio de duplo híbrido. O alinhamento das
sequências de aminoácidos obtidos do clone do duplo híbrido foi realizado pelo software Multalin
(http://bioinfo.genopole-toulouse.prd.fr/multalin); as regiões contendo similaridades estão indicadas em
vermelho. Abreviações: ANKRD, domínio de repetição de anquirina; KH, domínio de homologia K;
SAH, região Amphipathic helical; DDRH, região homologa death domain; ZF, domínio zinc finger-like.
supressor tumoral p53 [40]. Estas evidências iniciais constituíram as bases para
9
linhagens celulares, e validação de alguns dados em amostras de pacientes com
entre ANKHD1 e/ou sua proteína ortóloga Mask com YAP1 e/ou sua ortóloga
1.3. SIVA
10
Figura 3. Estrutura esquemática das proteínas SIVA1 e SIVA2. A região helicoidal anfipática
(amphipathic helical region, SAH), na região N-terminal, uma região homóloga ao domínio de morte
(death domain homology region, DDHR) na parte central, e uma estrutura semelhante ao dedo de
zinco (Zinc finger-like, ZF) na sua região C-terminal são ilustrados. A posição dos aminoácidos (aa)
é indicada na figura.
via extrínseca [47,48]. SIVA interage com BCL2 e BCL-XL, inibe suas funções
interage com XIAP e regula a apoptose mediada pela sinalização NFB e JNK
celular [40]. SIVA1 liga-se a p53 e regula sua estabilidade, agindo como uma
11
regulação entre p53 e o gene SIVA1 [40,54]. SIVA1 associa-se com ARF
p53/MDM2 [55].
12
Figura 4. Vias de sinalização de SIVA1. (1) SIVA1 liga-se a receptores de morte e modula a via
extrínseca da apoptose. (2) SIVA1 liga-se a proteínas da família BCL2, inibe as proteínas
antiapoptóticas BCL2 e BCL-XL, induz a oligomerização de proteínas pró-apoptóticas BAD, e
modula a via intrínseca da apoptose. (3) SIVA1 se liga à proteína XIAP, equilibra a sinalização pró-
apoptótica e antiapoptótica através da via JNK e NFkB, respectivamente, e modula a via extrínseca
da apoptose. (4) O gene SIVA1 é um alvo transcricional de p53, p73 e E2F1. (5) SIVA1 atua como
uma proteína adaptadora entre p53 e MDM2, e promove a ubiquitinação de p53. (6) SIVA1 atua
como uma ubiquitina ligase E3 para ARF (CDKN2A) e regula a proliferação celular através da via
de sinalização ARF/p53/MDM2. (7) SIVA1 promove a interação entre Stathmin 1 e CaMKII,
induzindo a fosforilação de Stathmin 1 e modulando a dinâmica dos microtúbulos. Abreviações: P,
fosforilação; Ac, acetilação; Ub, ubiquitinação. A figura foi produzida utilizando o Servier Medical
Art (http://www.servier.com/Powerpoint-image-bank).
13
o silenciamento de SIVA1 aumenta a metástase em modelo de xenoenxerto de
de DNA, foi observada uma expressão reduzida de SIVA1 nas amostras de câncer
cólon, SIVA1 foi encontrada como alvo transcricional de p53 e E2F1 e participa da
1.4. Stathmin 1
14
desta família possuem um domínio Stathmin-like que contém até quatro sítios de
que significa "retransmissão"; esta proteína recebe este nome devido a sua
15
Figura 6. Via de sinalização de Stathmin 1. Cyclin-dependent kinases (CDKs), Mitogen-activated
protein kinases (MAPKs), phosphoinositide 3-kinase (PI3K), Aurora kinase B (AURKB), Protein
2+
kinase A (PKA) e Ca /calmodulin-dependent protein kinases (CamKs) fosforilam Stathmin 1 em
sítos de serina e modulam sua associação com heterodímeros de alfa/beta tubulina. Protein
phosphatase 2A (PP2A), Protein phosphatase 2B (PP2B) e Phosphoprotein phosphatase 1 (PP1)
defosforilam Stathmin 1. A alternância no estado de fosforilação e desfosforilação de Stathmin 1
contribui para a regulação da dinâmica dos microtúbulos. Abreviações: RTK, receptor de tirosina
kinase; P, fosforilação; Ac, acetilação. Figura foi produzida utilizando o Servier Medical Art
(http://www.servier.com/Powerpoint-image-bank).
16
Activated Kinase (PAK1) e Ca2+/calmodulin-dependent protein kinases (CamKs)
S38, que não é suficiente para inibir a associação entre Stathmin 1 e alfa/beta-
17
induzida de Stathmin 1 em células humanas primárias CD34 + reduz a
18
Figura 7. Representação esquemática da relação entre a expressão de Stathmin 1 e a
participação na diferenciação de células hematopoéticas. Este modelo baseia-se em estudos
que avaliaram a participação de Stathmin 1 na diferenciação de células hematopoéticas primárias.
A expressão de Stathmin 1 é alta durante a proliferação das células progenitoras mieloides e é
negativamente regulada durante a diferenciação celular, em paralelo à redução do potencial de
proliferação dessas células.
leucemia aguda; naquele momento, esta proteína foi nomeada como leukemia-
19
correspondente à Stathmin 1 [81] e reportou que a fosforilação de Stathmin 1
modelo murino, sugerindo que os altos níveis de Stathmin 1 são necessários para
sobrevida global em pacientes com mieloma múltiplo [88]. Além disso, Marafioti e
20
fibroblastos murinos 3T3, resultando na formação de agregados e sobreposição
1.5. YAP1
21
YAP1 é o efetor nuclear da via de sinalização Hippo e atua como um
sequestro no citoplasma e/ou sua degradação [94]. YAP1 liga-se a vários fatores
de transcrição, que incluem ErbB4 [95], p53BP-2 [96], RUNX2 [97], TEAD1-4
22
Figura 8. Via de sinalização Hippo em células de tecidos normais e tumores sólidos. Na
presença do contato célula-célula, as quinases que compõem a via de sinzalização Hippo são
fosforiladas em forma de cascata e culminam na fosforilação do ativador de transcrição YAP1,
fazendo com que YAP1 seja degradada ou fique sequestrada no citoplasma. Em células normais,
na perda do contato célula-célula, a fosforilação das quinases que compõem a via Hippo deixa de
ocorrer e YAP1 é translocada para o núcleo e liga-se a fatores de transcrição (TF), ativando a
transcrição de genes relacionados com proliferação e sobrevivência celular. Em células
neoplásicas, a via Hippo não é ativada mesmo na presença do contato célula-célula, e YAP1
exerce sua função oncogênica. A figura foi produzida utilizando o Servier Medical Art
(http://www.servier.com/Powerpoint-image-bank).
não alterou a hematopoese ou as funções das CTH, sugerindo que YAP1 não
23
exerce uma função oncogênica em células hematopoéticas. Safari e
colaboradores [104] reportaram que os genes MST1, MST2 e YAP1 não são
24
2. OBJETIVOS
25
26
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Casuística
(n=30) ou de medula óssea (MO) (n=22) de doadores normais com idade mediana
consentimento informado.
hematológica
consentimento informado.
27
pacientes estavam em uso de hidroxiuréia no momento da coleta das amostras. O
Leucemias Agudas 79
LMA 60
Gênero
Masculino/Feminino 29/31
Idade (anos), mediana (intervalo): 60 (18-93)
Blastos na MO (%), mediana (intervalo) 60 (20-98)
Risco citogenético**
Baixo 4
Intermediário 31
Alto 14
Ausência de metáfase 11
LLA 19
28
Gênero
Masculino/Feminino 7/12
Idade (anos), mediana (intervalo): 33 (19-79)
Blastos na MO (%), mediana (intervalo) 89 (54-99)
Cariótipo
Normal 8
t(9;22) 1
t(4;11) 1
Complexo 1
Ausência de metáfase 8
EUA) e cultivadas em meio apropriado contendo 10% soro fetal bovino, glutamina,
29
gentilmente cedidas pelos pesquisadores: Prof. Dr. Eduardo Magalhães Rego
(Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil) e Prof. Dr. Martin Dreyling
3.3. Métodos
30
MIDI-MACS utilizando anti-CD34, anti-CD3 ou anti-CD14, respectivamente, de
kit RNAspin Mini RNA Isolation (GE Healthcare UK Limited, Buckinghamshire, UK)
contaminação do RNA por proteínas, e esse varia normalmente entre 1,6 e 2,1.
O RNA obtido pelo método que utilizou Trizol foi tratado com DNAse livre de
com DNA genômico. A reação foi interrompida pela adição de uma solução de
31
10 minutos a 65ºC. O RNA obtido pelo kit RNAspin Mini RNA Isolation (GE) foi
tratado com DNAse nas etapas de purificação com reagentes do próprio kit.
utilizando o kit RevertAidTM First Strand cDNA Synthesis (MBI Fermentas, St.
reconhecem apenas o cDNA desse gene como molde. A PCR para amplificação
mM, 2,5 unidades de Taq polimerase e 200 nM de cada iniciador. Foi realizado um
segundos a 94ºC, 40 segundos a 55ºC e 40 segundos a 72ºC, com uma fase final
System (Life Technologies) utilizando-se Maxima Sybr green qPCR master mix
32
utilizados na reação com os iniciadores para os genes alvos. As sequências e as
negativo, sem adição de cDNA, foi realizado para cada par de iniciadores. O
amplificações não específicas. Cada reação foi repetida três vezes no mesmo
33
celulares. Ao produto do extrato total proteico, adicionou-se tampão de Laemmli
membrana por 1 hora com tampão de bloqueio (5% leite em pó magro, 10 mmol/L
de incubação (0,3% leite em pó magro, 10 mmol/L Tris, 150 mmol/L NaCl, e 0,02%
Tween-20) por 12 horas a 4°C e então lavadas 3 vezes com solução basal (10
34
JAK2 (sc-294), STAT3 (sc-7179), STAT5 (sc-835) e Actina (sc-1616) foram
obtidos da Santa Cruz Biotechnology (Santa Cruz, CA, EUA). Os anticorpos que
35
3.3.5. Proliferação de linfócitos
horas. Após esse período, o sobrenadante que contém os linfócitos foi recolhido.
Uma fração dos linfócitos foi incubada com fitohemaglutinina A (PHA) por 72
previamente tratadas com poli-L-lisina (1 mg/mL), lavadas com PBS e fixadas com
com as células em câmara úmida a 4ºC durante 18 horas. Após 3 lavagens com
ligações cruzadas entre eles, uma vez que 4 anticorpos diferentes foram utilizados
36
montadas em lâminas utilizando-se o meio de montagem para fluorescência
um microscópio Axio Observer Z.1 (Carl Zeiss AG, Jena, Alemanha), utilizando-se
gentilmente cedidos pelo Dr. Serge Benichou (Institut Cochin, Université Paris
Médium; Gibco, Rockville, MD, EUA) com 10% de soro fetal bovino (SFB) (Gibco,
reagente fosfato de cálcio. O meio de cultura foi substituído por DMEM 5% SBF e
proteína.
37
3.3.8. Produção de lentivírus
das células transduzidas; o vetor lentiviral que foi produzido pelo sistema BLOCK-
lentivírus foram titulados em células HT1080, que, após 15 dias de seleção com
blasticidina, foram coradas com violeta cristal. As colônias foram contadas nas
38
diferentes diluições do lentivírus (Figura 9), gerando o MOI (número de partículas
Figura 9. Titulação dos lentivírus em células HT1080, coradas com violeta cristal. A:
diluição 1:2, B: diluição 1:50, C: diluição1:100, D: diluição 1:1000, E diluição 10000 e F:
ausência de lentivírus.
diferentes para cada gene de interesse foram obtidas da Santa Cruz Bitechnology,
108080).
shRNA controle (que não reconhece nenhum gene humano) ou shRNA tendo
39
polibrene (Sigma). O MOI utilizado foi igual ou superior a 2. Após a transdução, as
S C 10 μg/ L b (L T g ) por
Essas placas são compostas por dois compartimentos: um inferior, onde são
placas transwell foram inicialmente lavadas duas vezes com PBS e bloqueadas
durante 1 hora a 37°C com meio RPMI (Roswell Park Memorial Institute; Gibco,
Rockville, MD, EUA) suplementado com 0,5% de BSA (albumina sérica bovina). O
compartimento inferior foi preenchido com 500 L de RPMI contendo 10% de soro
fetal bovino (SFB), 0,5% BSA ou 0,5% BSA mais 200 ng/mL de CXCL12. As
no ensaio.
40
3.3.11. Ensaio de Methylthiazoletetrazolium (MTT)
cultivadas em meio RPMI contendo 0,5% SFB por 12 horas. Um total de 2,5 x 104
células por poço foram semeadas em uma placa de 96 poços em 100 µL de meio
foram adicionadas aos poços e incubadas a 37ºC por 4 horas. A reação foi parada
apoptose.
41
3.3.14. Avaliação de apoptose por marcação com anexina-V e PI
amostra.
resumo, as células (2X106) foram lavadas com PBS, fixadas com 5 mL de PBS
PBS. Após a fixação, as células foram armazenadas por pelo menos 18 horas em
reação foi incubada por 60 minutos à 37ºC. Ao fim da reação as células foram
42
FACSCalibur (Becton–Dickinson). Dez mil eventos foram adquiridos para cada
amostra.
(GraphPad Software, Inc., CA, EUA) ou SAS System for Windows 9.2 (SAS
Institute, Inc., NC, EUA). Para as comparações, foi utilizado o teste exato de
Fisher para variáveis categóricas com dois níveis. Foram utilizados o teste t de
43
correlação. O teste Log-rank (Mantel-Cox) foi utilizado para as estimativas de
sobrevida global (SG) e sobrevida livre de eventos (SLE). SG foi definida a partir
censurados na data da última avaliação. Para pacientes com SMD, SLE foi
AREB-1 para AREB-2 e/ou LMA, ou AREB-2 para LMA com alterações
44
4. RESULTADOS
duplo híbrido realizado anteriormente pelo nosso grupo de pesquisa [38] foi
proteínas ANKHD1-HA e GFP foi utilizada como controle negativo (Figura 10A). A
45
Figura 10. ANKHD1 associa-se com SIVA. (A) Imunoprecipitação (IP) e Immunoblotting (IB) de
lisados de HEK293T coexpressando ANKHD1-HA e SIVA1-GFP ou SIVA2-GFP com anticorpos
específicos. (B) Imunoprecipitação (IP) e Immunoblotting (IB) de lisados de células U937 com o
anticorpo anti-ANKHD1 ou anti-SIVA. Extrato de proteína total (input) e anticorpos IgG isotipo
foram utilizados como controles. (C) Análise confocal de células U937, Jurkat e Namalwa
marcando: SIVA (verde), ANKHD1 (vermelho) e DAPI (azul); MERGE indica as imagens
sobrepostas. A análise de colocalização foi realizada através do uso da ferramenta "colocalization
finder" do software ImageJ NIH e evidencia a colocalização de ANKHD1 e SIVA (pontos brancos).
Os valores do coeficiente de correlação (r) da colocalização estão indicados.
46
4.1.2. ANKHD1 e SIVA têm efeitos opostos na migração e na ativação de
neoplásico, através de sua interação com SIVA, nosso próximo passo foi realizar
lentivírus contendo shRNA que tinha como alvo ANKHD1 (shANKHD1), SIVA
47
Figura 11. Silenciamento eficiente de ANKHD1 e SIVA em células U937 e Jurkat. Células
leucêmicas mieloides U937 e linfoides Jurkat foram transduzidas com lentivírus contendo shRNA
controle (shControle) ou shRNA tendo como alvo ANKHD1 (shANKHD1) ou SIVA (shSIVA). Níveis
de mRNA (A) e proteína (B) de ANKHD1 em células shANKHD1 relativos às células shControle.
Níveis de mRNA (C) e proteína (D) de SIVA1 em células shSIVA relativos às células shControle.
Os anticorpos utilizados para immunoblotting (IB) estão indicados.
quando estimuladas com SFB ou CXCL12 (P<0.05; Figura 12A). Em contraste, foi
quando comparada às células shControle (Figura 12C). Por outro lado, a inibição
48
desestabilização dos microtúbulos e maior capacidade de migração. A seguir, nós
49
Figura 12. O silenciamento de ANKHD1 e SIVA tem efeito oposto na migração de células
leucêmicas e na ativação de Stathmin 1. Ensaios de migração transwell de células U937 e Jurkat
submetidas à transdução com shControle, shANKHD1 (A) ou shSIVA (B) na presença de 0,5% BSA,
10% FBS or 200 ng/mL de CXCL12. Os resultados representam a média±DP de pelo menos três
experimentos independentes; *P<0,05; **P<0,01; teste t Student. Análise por Western blot da
fosforilação da Stathmin 1 e acetilação de alfa-tubulina em células U937 e Jurkat submetidas à
transdução com shControle, shANKHD1 (C) or shSIVA (D). Immunoprecipitação (IP) de SIVA e
immunoblotting (IB) com anti-Stathmin 1 em células shControle e shANKHD1; extrato proteico total
(input) foi usado como controle (E). Análise por Western blot para Stathmin 1 e acetilação de alfa-
tubulina em células shControle e shSTMN1 (F). As linhagens leucêmicas utilizadas estão indicadas.
50
4.1.3. ANKHD1 não modula a apoptose induzida por UV em células
leucêmicas
51
Figura 13. ANKHD1 não modula a apoptose induzida por radiação UV em células
leucêmicas. A apoptose foi detectada por citometria de fluxo em células U937 e Jurkat
transduzidas com shControle, shANKHD1 (A) e shSIVA (B) após a exposição com radiação UV (40
2
J/m ) usando método de marcação com Anexina-V/iodeto de propridío (IP). As barras indicam o
número relativo (%) de células viáveis (Anexina- −/I −) apoptóticas (Anexina- +/I −)
necróticas (Anexina-V+/IP+ mais Anexina- −/I +), e representam a média de pelo menos três
experimentos independentes; *P<0,05; ***P<0,001 teste t Student.
Figura 14. ANKHD1 não modula a expressão e a ativação de proteínas relacionadas com a
apoptose. Análise por Western blot da expressão de BCL-XL, BAX, BCL2 e p-JNK em extrato
celular de células shControle, shANKHD1 (A) e shSIVA (B). As linhagens leucêmicas utilizadas
estão indicadas.
52
4.1.4. ANKHD1 modula proliferação e clonogenicidade de células leucêmicas
53
Figura 15. ANKHD1, mas não SIVA, modula a proliferação celular de células leucêmicas in
vitro. A proliferação foi determinada pelo ensaio de MTT após 48 horas de incubação de células
shANKHD1 (A) ou shSIVA (B) através de comparação com as células shControle. Os resultados
estão respresentados como média±DP de seis replicatas, sendo estas representativas de pelo
menos três experimentos independentes; *P<0,05; **P<0,01; Teste de Mann–Whitney. Colônias
contendo células viáveis foram detectadas por MTT após 8 dias de cultura de células shANKHD1
(C) ou shSIVA (D), e normalizadas pelas células shControle correspondentes. Os resultados estão
respresentados como média±DP de pelo menos três experimentos independentes; **P<0,01;
***P<0,001; teste t Student.
U937.
54
dias de crescimento. ANKHD1 e SIVA tiveram efeitos opostos no crescimento
leucêmicas (P<0.05; Figura 16B). Fato interessante foi que o efeito de ANKHD1 ou
(Figura 16C), sugerindo que ambas podem estar envolvidas em uma mesma via
presença de SIVA.
Figura 16. ANKHD1 e SIVA têm efeitos opostos na formação de tumores de xenoenxerto de
células U937 em camundongos NOD/SCID. Medição do tumor (volume e peso) 12 dias após a
injeção de células shANKHD1 (A), shSIVA (B), shANKHD1/shSIVA (C) versus shControle via
subcutânea em camundongos fêmeas NOD/SCID. O volume do tumor (V) foi calculado utilizando a
2
fórmula (V = W x L x 0,52), em que W e L são os diâmetros menor e maior, respectivamente.
Número de animais está indicado; *P<0,05; **P<0,01; teste de Mann-Whitney.
55
4.1.6. O silenciamento de ANKHD1 não modula as vias de sinalização Hippo,
ANKHD1 e/ou sua proteína ortóloga Mask (Multiple Ankyrin Repeats Single KH
Hopscotch; hop) [46] em outros modelos celulares. Tais evidências nos induziram
Jurkat. Entretanto, nós observamos que essas vias de sinalização não são
ativadas e não são moduladas pela inibição de ANKHD1 em células U937 e Jurkat
56
Figura 17. A inibição de ANKHD1 não modulou a ativação das vias de sinalização Hippo,
SHP2 ou JAK2/STAT em células leucêmicas. Análises por Western blot para expressão e
fosforilação de proteínas da via sinalização Hippo (YAP1), SHP2 (SHP2 e ERK1/2), e JAK2/STAT
(JAK2, STAT3 e STAT5) foram realizados em extratos proteicos provenientes de células
shControle e shANKHD1; os anticorpos usados para immunoblotting (IB) estão indicados. As
linhagens celulares usadas estão indicadas. Extratos proteicos de células DU145 (para via Hippo)
e HEL (para vias SHP2 e JAK2/STAT) foram utilizadas como controle positivo.
neoplásicas
57
em apenas 2 das 14 linhagens de células leucêmicas estudadas, e nenhuma
pacientes com SMD, LMA e LLA, a expressão do gene YAP1 foi encontrada em
saudáveis (6/22 [27%] dos doadores saudáveis, 24/42 [60%] dos pacientes com
SMD, 22/42 [52%] dos pacientes com LMA, 5/15 [33%] dos pacientes com LLA,
pacientes com SMD (9,90 [0,02-260,84]), LMA (8,40 [0,01-25,48]) e LLA (8,30
67%) ou nos níveis de mRNA (9,55 [0,02-260,85] vs. 10,43 [3,64-74,80]) entre as
58
Figura 18. Expressão de YAP1 em células normais, mielodisplásicas e leucêmicas. (A)
Análise da expressão proteica de YAP1 por Western blotting em células mononucleares do sangue
periférico (CMSP) de doadores normais e em linhagens leucêmicas. Os anticorpos utilizados para
immunoblotting (IB) estão indicados. (B) O gráfico de barras indica as porcentagens de amostras
positivas para a expressão do gene YAP1 por PCR quantitativo (qPCR) em doadores saudáveis e
em pacientes com síndromes mielodisplásicas (SMD), leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia
linfoide aguda (LLA). O número total de amostras e porcentagem de amostras positivas e
negativas para YAP1 estão indicados na figura. (C) O gráfico de dispersão ilustra os níveis de
mRNA de YAP1 para os indivíduos que apresentaram expressão de YAP1 (P>0,05, teste de Mann-
Whitney). O número de indivíduos é indicado na figura e as linhas horizontais representam a
mediana. (D) Eletroforese em gel de agarose representativa dos fragmentos gerados pela qPCR
dos genes YAP1 e HPRT. Uma reação sem adição de cDNA foi utilizada como controle negativo
(N), e cDNA de células HeLa foi utilizado como controle positivo.
59
4.3. Investigação da expressão e participação funcional de Stathmin 1 em
proliferação
K562 [75,84].
60
com fitohemaglutinina (PHA) durante 72 horas (Figura 19D). Estes resultados
61
4.3.2. Elevada expressão de Stathmin 1 em células de medula óssea de
SMD (Figura 20A). Quando o grupo de SMD foi estratificado pela classificação da
62
+
Figura 20. Elevada expressão de Stathmin 1 em células totais e CD34 de medula óssea
de pacientes com SMD AREB-1/AREB-2 e leucemia aguda. (A) Análise por qPCR dos
níveis de mRNA de Stathmin 1 em células totais da medula óssea de doadores saudáveis e de
pacientes com diagnóstico de síndrome mielodisplásica (SMD), leucemia mieloide aguda
(LMA) e leucemia linfoide aguda (LLA) e (B) pacientes com SMD estratificados de acordo com
a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) 2008. (C) Análise por qPCR dos
+
níveis de mRNA de Stathmin 1 em células CD34 da medula óssea de doadores saudáveis e
de pacientes com diagnóstico de SMD e LMA, (D) pacientes com SMD estratificados de
acordo com a classificação OMS 2008. O número de indivíduos incluídos no estudo e os
valores de P (teste de Mann-Whitney) estão indicados nos gráficos. (E) Expressão de
Stathmin 1 em células totais de medula óssea de cinco pacientes com SMD no momento do
diagnóstico e da progressão da doença. O gráfico de barras representa a média±DP de três
análises por qPCR.
63
Para melhor avaliar a correlação da expressão de Stathmin 1 com o
dois grupos com base em tercil dos níveis de expressão de Stathmin 1. Alta
expressão de Stathmin 1 foi definida pelo tercil mais alto (mediana: 1,89; mínimo-
máximo: 1,67-3,28); baixa expressão de Stathmin 1 foi definida pelos dois tercis
óssea e a expressão de Stathmin 1 nos pacientes com SMD (r=0,30, P=0,01; teste
ratio: 2,94; IC95%: 1,02-8,44 P=0,04), alto risco pelo IPSS (6,68; 2,19-20,36;
independes de pior SLE, enquanto que alto risco pelo IPSS (13,93; 4,74-40,94;
64
Tabela 5. Características clínicas e laboratoriais dos pacientes com SMD
estratificados de acordo com a expressão de Stathmin 1
Alta expressão Baixa expressão
Fatores de Stathmin 11 de Stathmin 11 P2
n=20 n=41
Gênero, n (%)
Masculino 10 (50) 24 (59)
Feminino 10 (50) 17 (41) 0,59
Idade, mediana (intervalo) 69 (40-85) 69 (16-87) 0,95
Blastos na MO, mediana %
5 (0-17) 2 (0-16) 0,15
(intervalo)
Idade no momento da coleta
< 60 4 (20) 13 (32)
≥ 60 16 (80) 28 (68) 0,38
Estratificação pela OMS 2008, n (%)
AR/ARSA/del(5q)/CRDM 10 (50) 34 (83)
AREB-1/AREB-2 10 (50) 7 (17) 0,01
Estratificação pela IPSS3, n (%)
Baixo/Intermediário-1 13 (68) 37 (92)
Intermediário-2/Alto 6 (32) 3 (8) 0,02
3
Grupos de risco citogenético , n
(%)
Baixo 19 (84) 34 (85)
Intermediário/Alto 3 (16) 6 (15) 1,0
Dados do hemograma, mediana
(intervalo)
Hemoglobina, g/dL 8,9 (3-13,5) 9,5 (7,1-14,5) 0,18
9
Leucócitos, x10 /L 3,6 (0,9-10,6) 3,1 (1,2-11,7) 0,53
Neutrófilos, x109/L 1,3 (0,2-5,7) 1,4 (0,2-9,1) 0,79
9
Plaquetas, x10 /L 109 (6,7-589) 124 (9-499) 0,97
Blastos na MO, %
<5 10 (50) 34 (83)
≥5 10 (50) 7 (17) 0,014
<10 14 (70) 38 (93)
≥ 10 6 (30) 3 (7) 0,045
1
Pacientes com SMD foram categorizados em dois grupos de acordo com a expressão de
Stathmin 1; alta expressão de Stathmin 1 (tercil superior) e baixa expressão de Stathmin 1 (dois
tercis inferiores).
2
O teste exato de Fisher e teste de Mann–Whitney foram utilizados para variáveis categóricas e
numéricas, respectivamente.
3
Metáfases ausentes em dois pacientes.
4
Comparação de pacientes com porcentagem de blastos na medula óssea <5 vs. ≥ 5
5
Comparação de pacientes com porcentagem de blastos na medula óssea <10 vs. ≥ 10
Abreviações: MO, medula óssea; OMS, Organização Mundial da Saúde; IPSS, sistema
internacional de escore prognóstico.
65
Tabela 6. Análises univariadas da sobrevida global e sobrevida livre de evento para os pacientes com SMD.
Sobrevida livre de evento Sobrevida global
1 1
Fatores Hazard Ratio (I.C. 95%) P Hazard Ratio (I.C. 95%) P
Genêro
Masculino vs. feminino 1,45 (0,66-3,17) 0,35 1,70 (0,72-3,99) 0,21
Idade no momento da coleta
≥ 60 vs. <60 1,37 (0,57-3,26) 0,47 1,50 (0,59-3,79) 0,39
Estratificação pela OMS 2008
AR/ARSA/del(5q)/CRDM vs.
6,40 (2,67-15,35) 0,0001 6,41 (2,58-15,91) 0,0001
AREB-1/AREB-2
2
Grupos de risco pela IPSS
Alto/Int-2 vs. Int-1/Baixo 8,53 (3,40-21,38) 0,0001 9,08 (3,41-24,14) 0,0001
1
Risco citogenético
Intermediário/Alto vs. Baixo 2,32 (0,92-5,85) 0,07 2,15 (0,79-5,87) 0,13
Hemoglobina, g/dL
<10 vs. ≥ 10 3,07 (1,24-7,61) 0,01 3,42 (1,30-9,02) 0,01
9
Leucócitos, x10 /L
< 3 vs ≥ 3 2,54 (1,17-5,49) 0,01 2,49 (1,10-5,64) 0,02
9
Neutrófilos, x10 /L
< 1,5 vs. ≥ 1 5 2,56 (1,12-5,87) 0,02 2,16 (0,92-5,06) 0,07
9
Plaquetas, x10 /L
< 100 vs. ≥ 100 1,50 (0,69-3,24) 0,29 1,48 (0,65-3,34) 0,34
Número de citopenias
3/2 vs. 1/0 1,70 (0,78-3,70) 0,17 1,64 (0,72-3,71) 0,23
Blastos na MO, %
≥ 5 vs. <5 3,96 (1,82-8,60) 0,0005 4,17 (1,84-9,47) 0,0001
≥ 10 vs. <10 7,22 (2,91-17,90) 0,0001 9,97 (3,74-26,56) 0,0001
3
Expressão de Stathmin 1
Alta expressão vs. Baixa expressão 1,44 (0,61-3,38) 0,40 1,96 (0,81-4,74) 0,13
1
Hazard Ratio >1 indica que o primeiro fator confere pior prognóstico
2
Metáfases ausentes em dois pacientes.
3
Pacientes com SMD foram categorizados em dois grupos de acordo com a expressão de Stathmin 1; alta expressão de Stathmin 1
(tercil superior) e baixa expressão de Stathmin 1 (dois tercis inferiores ).
Abreviações: MO, medula óssea; OMS, Organização Mundial da Saúde; IPSS, sistema internacional de escore prognóstico.
66
4.3.3 O silenciamento de Stathmin 1 reduz a proliferação celular e a
silenciamento de Stathmin 1 foi verificada por qPCR (Figura 21A) e Western blot
(Figura 21B).
67
Para determinar se o silenciamento de Stathmin 1 modula a proliferação
Figura 22A). Avaliação do potencial proliferativo de longo prazo foi realizada por
shControle (P<0,01; Figura 22B). Não foram observadas diferenças nas taxas de
apoptose através dos ensaios de Anexina V e TUNEL (Figura 23). Estes dados
ensaio de MTT.
68
Figura 22. A inibição de Stathmin 1 reduz a proliferação celular e o crescimento clonal em
células U937 e Namalwa. (A) A proliferação celular foi determinada pelo ensaio de MTT após 48
horas de incubação de células shSTMN1 normalizada pelas células shControle correspondente.
Os resultados são apresentados como média±DP de quatro experimentos independentes, *P<0,05;
**P<0,01; teste de Mann-Whitney. (B) As colônias contendo células viáveis foram detectadas por
MTT após 8 dias de incubação de células shSTMN1 normalizadas pelas células shControle
correspondentes. Imagens das colônias são representativas de um experimento e os gráficos de
barras representam a média±DP de pelo menos três experimentos independentes realizados em
triplicata; **P<0,01; ***P<0,001; teste t de Student.
69
Figura 23. O silenciamento de Stathmin 1 não modula a apoptose em células U937 e
Namalwa. (A) A apoptose foi detectada por citometria de fluxo em células shControle e shSTMN1
usando o método de marcação com Anexina V/IP. O quadrante inferior direito contém a população
apoptótica (Anexina V+/IP-). Os resultados são representativos de pelo menos quatro
experimentos independentes. (B) A apoptose foi detectada por citometria de fluxo em células
shControle e shSTMN1 utilizando TUNEL. A região P1 contém a população apoptótica. Os
resultados são representativos de pelo menos quatro experimentos independentes. As linhagens
celulares são indicadas nas figuras.
JAK2/STAT3
indicam que ANKHD1 associa-se com SIVA e modula seu efeito sobre Stathmin 1,
70
mas não sobre as outras vias de sinalização mediadas por SIVA. Informação
linfoma Hut78 [70] e células de tumor gástrico humano SGC7901 e MGC803 [71].
primária de alto-risco. Uma vez que o ruxolitinib inibe a atividade de STAT3, nós
71
acetilação da alfa-tubulina (um marcador de estabilidade dos microtúbulos),
Figura 24. O tratamento com ruxolitinib induz atividade de Stathmin 1 e instabilidade dos
microtúbulos em células HEL. Análises por Western blot dos níveis de p-Stathmin 1 (S16) (um
sítio inibitório) e acetilação de alfa-tubulina (um marcador de estabilidade dos microtúbulos) em
extratos proteicos de células HEL tratadas ou não com diferentes concentrações de ruxolitinib
(100 e 300 nM). Os anticorpos usados para immunoblotting (IB) estão indicados. Fosfo-STAT3
(p-STAT3) foi utilizada como controle da eficiência do tratamento com ruxolitinib e actina como
controle da quantidade de proteína aplicada no gel.
72
4.4.2. O silenciamento de Stathmin 1 reduz a proliferação, a clonogenicidade,
com uma construção lentiviral contendo shRNA específico para inibir Stathmin 1
Figura 25. Silenciamento eficiente de Stathmin 1 em células HEL. Células HEL foram
transduzidas com lentivírus mediando a entrega de shRNA controle (shControle) ou tendo como
alvo Stathmin 1 (shSTMN1). Níveis de mRNA (A) e proteína (B) de Stathmin 1 em células
shSTMN1 relativas às células shControle. Os anticorpos usados para immunoblotting (IB) estão
indicados.
73
comparada às células shControle, e o silenciamento de Stathmin 1 teve um efeito
HEL, e não foi observado o efeito adicional à inibição de Stathmin 1 (Figura 26B).
mas aumentou a apoptose induzida por ruxolitinib 300 nM (P<0.01, Figura 27).
com ruxolitinib.
74
Figura 27. A inibição de Stathmin 1 aumenta os efeitos pró-apoptóticos de ruxolitinib (A) A
apoptose foi detectada por citometria de fluxo em células HEL transduzidas com shControle ou
shSTMN1 tratadas ou não com ruxolitinib (100 e 300 nM) usando o método de marcação com
Anexina-V/IP. Um dot plot representativo está ilustrado. (B) O gráfico de barras representa a
média±DP de seis experimentos independents; **P<0,01; Teste t Student.
apoptose). Análise por Western blot das células shControle tratadas com
JAK2 e STAT3 após o tratamento com ruxolitinib (Figura 28). Corroborando com
75
observados nas células shSTMN1 comparadas às células shControle na dose de
ruxolitinib 300 nM. Estes resultados indicam que Stathmin 1 está envolvida na
76
4.4.4. A indução da estabilidade dos microtúbulos melhora a resposta ao
melhor resposta das células HEL ao tratamento com ruxolitinib. O tratamento com
conjunto com ruxolitinib resultou em uma maior redução na viabilidade das células
apenas uma das drogas (Figura 29; P<0,05). A análise por Western blot indicou
Além disso, o tratamento com paclitaxel mais ruxolitinib resultou em aumento dos
(Figura 30).
77
Figura 29. A estabilidade dos microtúbulos induzida por paclitaxel melhora a resposta ao
ruxolitinib. (A) A apoptose foi detectada por citometria de fluxo em células HEL tratadas ou não
com paclitaxel (5 nM e 10 nM) e/ou ruxolitinib (300 nM) utilizando o método de marcação com
Anexina-V/IP; um dot plot representativo do ponto é ilustrado. (B) As médias±DP de seis
experimentos independentes são indicados no gráfico; *P<0,05 vs. células não tratadas, #P<0,05
vs. ruxolitinib ou paclitaxel isoladamente; Teste t Student. (C) A viabilidade celular foi determinada
pelo ensaio de MTT após 48 horas de incubação de células HEL tratadas ou não com paclitaxel (5
nM e 10 nM) e/ou ruxolitinib (300 nM) e normalizada por células HEL não tratadas. Os resultados
são apresentados como média±DP de seis experimentos independentes; *P<0,05 vs. Células não
tratadas, #P<0,05 vs. ruxolitinib ou paclitaxel isoladamente; Teste Mann-Whitney.
78
Figura 30. O tratamento com paclitaxel induz fosforilação de Stathmin 1 e potencializa a
clivagem de caspase 3 induzida por ruxolitinib. A análise por Western blot para os níveis de p-
Stathmin 1 (S16), alfa-tubulina acetilada, p-JAK2 (Y221), p-STAT3 (Y705) e caspase 3 (total e
clivada) em extratos proteicos provenientes de células HEL tratadas ou não com paclitaxel (5 nM e
10 nM) e/ou ruxolitinib (300 nM). Os anticorpos utilizados para immunoblotting (IB) estão indicados.
79
4.4.5. Stathmin 1 é altamente expressa em células CD34+ de sangue
2,73 [intervalo de 0,49-8,32] vs. 1,08 [0,08-7,17]; P=0,005), mas não foi observada
CALR no éxon 9 nos pacientes com NMP, não sendo observadas diferenças entre
(mediana 1,10 [intervalo 0,07-6,99] vs. 1,39 [0,19 -5,84], P=0,63; Figura 31C).
80
+
Figura 31. Níveis de mRNA de Stathmin 1 em células CD34 de sangue periférico de
pacientes com neoplasias mieloproliferativas e doadores saudáveis. (A) Análise por qPCR da
+
expressão de Stathmin 1 (STMN1) em amostras de células CD34 de sangue periférico de
doadores saudáveis e de pacientes com diagnóstico de trombocitemia essencial (TE), policitemia
vera (PV) e mielofibrose primária (MFP), e de pacientes com neoplasias mieloproliferativas
V617F
estratificados de acordo estado mutacional para JAK2 (B) ou CALR éxon 9 (C). As linhas
horizontais indicam as medianas. O número de indivíduos e os valores de P (teste Mann-Whitney)
são indicados no gráfico.
81
82
5. DISCUSSÃO
identificar SIVA como uma proteína ligante de ANKHD1 [38]. Através desse
proliferação [54]. Inicialmente, nossa hipótese foi que ANKHD1 poderia modular a
apoptose, pois SIVA possui uma função pró-apoptótica bem estabelecida [54]. Nós
de que ANKHD1 interage com SIVA, mas apenas SIVA desempenha um papel no
ANKHD1 com SIVA não estaria modulando as proteínas apoptóticas, mas poderia
83
Em 2011, foi descrito que SIVA1 suprime a transição epitelial-mesenquimal
Estes efeitos opostos sugerem que ANKHD1 liga-se a SIVA e inibe sua função na
84
células tumorais [114,115,116]. Em concordância, verificou-se que o silenciamento
Dois pontos principais precisam ser discutidos aqui: (i) por que o efeito oposto do
vivo, mas não em ensaios in vitro, (ii) como justificar os nossos resultados sobre o
Du e colaboradores [40].
mas não em células cancerosas com TP53 ausente (ou mutado) em ensaios in
inativa) [120,121]. Desta forma, tal como indicado por Du e colaboradores [40], os
mutação de TP53, como células U937, pode-se inferir que o efeito de SIVA sobre
85
o crescimento tumoral foi relacionado com o aumento da resistência à apoptose
apenas e/ou pode também ter sido modulado pelo efeito de SIVA na ativação de
tumoral.
leucêmicas.
medula óssea e a expressão de Stathmin 1. Três dos cinco pacientes com SMD
86
na identificação de biomarcadores de doenças relacionadas com o
saudáveis, mas não foram fornecidas características clínicas dos pacientes com
apoptose induzida por dano ao DNA através da ativação de p73 [126], sugerindo
87
que, diferentemente do que ocorre em tumores sólidos, onde YAP1 atua como um
ANKHD1 (U937 e Jurkat), apenas a linhagem U937 expressou YAP1 (em baixos
interação ANKHD1 e YAP1 ter sido descrita em células humanas HEK293 (células
Hippo.
88
representado na Figura 29. Desta forma, ANKHD1 deve ser um oncogene que
Figura 32. Modelo potencial para a participação de ANKHD1 e SIVA em células leucêmicas.
1: SIVA é uma proteína adaptadora que promove a fosforilação e a inativação de Stathmin 1, a
estabilidade dos microtúbulos e regula negativamente a migração de células leucêmicas; 2:
ANKHD1 associa-se com SIVA, inibe SIVA, induz ativação de Stathmin 1, despolimerização da
tubulina e aumento da migração e da proliferação celular, 3: SIVA pode induzir apoptose através
da regulação positiva das proteínas pró-apoptóticas BAX e p-JNK, e regulação negativa da
proteína antiapoptótica BCL-XL. Abreviações: Ac: acetilação; P: fosforilação. A figura foi produzida
usando o Servier Medical Art (http://www.servier.com/Powerpoint-image-bank).
89
melanogaster, em que o silenciamento de Mask modulou negativamente a via de
90
independentes[84,85]. É importante notar que a inibição de Stathmin 1 teve um
[131,132,133,134,135].
menor sobrevida [136]. Desta forma, inferimos que, assim como a menor atividade
91
indesejáveis do ruxolitinib e para a fibrose na medula óssea, uma vez que a menor
pode estar envolvida com a melhor resposta das células inibidas para Stathmin 1
Figura 33. Modelo proposto para a participação de Stathmin 1 nas células HEL. (A) A ativação
V617F
constitutiva de STAT3 pela presença da mutação JAK2 induz a inibição de Stathmin1 e
estabilização de microtúbulos. (B) O tratamento com ruxolitinib resulta na inibição de JAK2, inibição
de STAT3, ativação de Stathmin 1 e aumento da instabilidade dos microtúbulos. (C) O tratamento
com paclitaxel ultrapassa o efeito de tratamento ruxolitinib, mantendo a estabilidade de
microtúbulos e inibindo Stathmin 1. Abreviações: Ac, acetilação; P, fosforilação.
92
de uma determinada proteína depende do modelo biológico estudado, e, neste
sua interação com YAP1. Em células humanas com ativação constitutiva da via
93
94
6. CONCLUSÃO
95
dos microtúbulos. A inibição farmacológica da instabilidade dos microtúbulos
(Anexo IV e V), um artigo de revisão (Anexo VI), uma correspondência (Anexo VII)
96
7. REFERÊNCIAS
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8. ANEXOS
ANEXO I
115
116
ANEXO II
117
118
ANEXO III
119
ANEXO IV
120
ANEXO V
121
ANEXO VI
122
ANEXO VII
123
ANEXO VIII
124
ANEXO IX
125
ANEXO X
126