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PUBLICAÇÃO MENSAL DA AMALBA

ACADEMIA MAÇONICA DE LETRAS E ARTES


DA BAHIA

ANO II MARÇO 2017 NÚMERO 7

Editorial — JOSÉ BERTOLDO CAVALCANTE


“panelão”, onde cada um pro- dirigia para um lado que esta-
curava se aproximar o mais va livre, passava tranquila-
rápido que podia para pagar mente e começava a sabore-
sua colherada. Ocorre que ar o produto sem tumulto e
com a colher com cabo longo sem melação, todos felizes e
quando as pessoas pegavam a contentes.
sopa e procuravam levar até a MORAL DA HISTÒRIA
boca topava em alguém e ge- Quando alguém adota postura
ralmente derramava parte da egoísta ou individualista, di-
sopa que caia sobre as pesso- ficilmente colhe bons frutos.
as que estavam próximas e Todavia, quando
COLHER logo tudo se transformou as pessoas são so-
DE CABO LONGO num verdadeiro caos, todas lidárias, fraternas
as pessoas estavam lambuza- e visam colaborar
Conta-se uma história de um das de sopa. com o próximo,
Anjo Pesquisador que em su- Então o Anjo Pesquisador, normalmente con-
as pesquisas entrou no infer- resolveu se retirar do Inferno seguem excelen-
no e lá encontrou um grande e foi bater na porta do céu, tes resultados. Sa-
Salão e no centro do mesmo onde procurou o salão de re- úde e Paz
um “panelão” com sopa fer- feições e lá também encon-
PAG NESTA
vendo e ao seu redor muitas trou um “panelão” de sopa
fervendo no fogo e muitas EDIÇÃO
pessoas aguardando a sopa
ficar pronta. O curioso é que pessoas ao redor e cada pes- 2 Agenda
2017
cada pessoa tinham uma soa com uma colher de cabo
3 Momento de poesia
grande colher de pau com um comprido, esperando a sopa
cabo comprido! ficar pronta e logo alguém 4 Paz

Assim, em dado momento informou que as pessoas po- Histórias que


5
alguém anunciou que a sopa diam se aproximar do ensinam
estava pronta e que todos po- “panelão” e pegar sua colher 6 Pedra
diam se aproximar para pegar de sopa e assim as pessoas
7 O Bode
o alimento. presente formaram uma gran- na Maçonaria
Naquele momento houve um de fila e cada uma com sua Significado de
8
certo tumulto em torno do colher pegavam a Sopa e se expressões
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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA ACADEMIA MAÇONICA


CONVOCAÇÃO DE LETRAS E ARTES
Ilustre Confrade, DA BAHIA
Dando cumprimento ao que estabelece o artigo 20 Agenda 2017
do estatuto da AMALBA, e por determinação do
Eminente Presidente da ACADEMIA MAÇÔNICA
DE LETRAS E ARTES DA BAHIA, acadêmico Jo-
sé Bertoldo Cavalcante, convidamos a todos os con-
frades para a Assembleia Geral Ordinária a realizar- Fevereiro 15—Reunião de diretoria—15h—GOEB
se no próximo dia 07 de abril de 2017, em 1ª e 2ª Abril 7—Assembleia Geral Ordinária
convocação, às 15 h e às 15h30min, respectivamen- Junho 9— Reunião de diretoria—15h—GOEB
te, na sede do GOEB, à rua Jogo do Carneiro, Saúde, Agosto 18—Reunião de diretoria—15h—GOEB
Salvador, Bahia. Outubro 13—Reunião de diretoria—15h—GOEB
PAUTA Novembro 17—Encerramento das atividades.
Apresentação das contas do exercício 2016. Para pagamento da anuidade
Apresentação do orçamento 2017. BRADESCO
O que ocorrer. Ag. 3596 conta poupança 1002459-5
Salvador, 15 de fevereiro de 2017. C
Titulares: Israel B. Medrado e José Bertoldo
Candido Augusto Vaccarezza o
Valor R$ 170,00—até 30/05/17—R$ 150,00
Secretário Geral. Atenção—Fator identificador:
Quando depositar colocar o nº da cadeira como
centavos, por exemplo, cadeira 05 deposita R$
150,05— cadeira 31 deposita R$ 150,31—e assim
por diante.

PUBLICAÇÃO MENSAL DA AMALBA


diretoria
José Bertoldo Cavalcante
Presidente
Cândido Augusto Vaccarezza
Secretário Geral
José Alconso da Silva Filho
Diretor de Relações Públicas
Fernando Gimeno
Diretor de Imprensa e Comunicação

ACADEMUS é uma publicação mensal da


AMALBA
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Bahia
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GOEB (71) 3243.9162
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Os artigos assinados são responsabilidade de seus autores.
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NOVA
A alma
CRIAÇÃO aprende

No princípio criou o homem o Disco Rígido Virtudes são exemplos de fragrância,


e a imagem no Monitor era sem forma e vazia, São perfumes recolhidos na existência,
da Microsoft o espírito em mil Pixels pairaria, Aprendizados repletos de paciência
o Teclado a enriquecer em fluxo hígido. Ou sofridos sacrifícios desde a infância.
Depois a luz se produziu no seio túrgido Mas na vida, muitas vezes a inconstância
de uma tela que em cada lar introduzia; Marca fundo o ditame da consciência;
da tela em proteção seu logotipo reluzia, E o saber santo da Divina Ciência
bidimensionalidades furtadas ao sol fúlgido. Perde-se completamente na distância.
Então surgiram a Tela Plana e o Celular, Quem sabe até, se nas linhas do futuro
com a insistência de mil Redes Sociais, Encontro luz pra iluminar-me a mente
a vida humana já sem forma e mais vazia, Que, teimosa, permanece no escuro...
seus Teclados o teu tempo a devorar E na ânsia de viver eternamente
em mundos falsos que te ocupam mais e mais Em um ambiente livre e seguro,
inclusão cega que tua mente alienaria. Aceito humilde meu fardo no presente.
William Lagos—tradutor e poeta Fergi Cavalca

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www.clubedeautores.com.br
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mais iníquos e os grupos mais ateus, dentre outros,
são aqueles que não amam a Paz, fabricam, usam e
vendem armas bélicas.
Existe um profundo vínculo entre ateísmo e guerra e
entre o desprezo de Deus e desprezo da Paz.
Ao Maçom cabe buscar a troca das armas homicidas,
pelos instrumentos da Paz entre os homens, como
parte da missão de amar o próximo como a si mes-
mo. As guerras são monstruosidades dos campos de
e. figueiredo (*) batalha e invocam o advento da Paz eterna. Entre-
tanto, poucos estão dispostos a construir a verdadeira
Paz e defendê-la, porque nem todos os homens estão
"Eu vos deixo a Paz, com o propósito de amar o Deus da Paz.
Eu vos dou a minha Paz !"
Jesus Christo
O Maçom crê no Grande Arquiteto do Universo. O
Os cristãos costumam saudar desejando a Paz: Homem precisa crer em Deus. Nas religiões mais
“Paz à você !”, A Paz esteja contigo !”. Jesus puras e mais aperfeiçoadas existe a crença em Deus.
Christo, nos encontros com os apóstolos depois da E, naqueles que Nele creem, há a busca da Paz. To-
ressurreição, saudava dizendo “A paz seja convos- davia, existe uma diferença entre a Paz do Mundo e
co ! Não tenham medo !” (cf Lc 24,36; Jo 20, 19- a Paz que a Maçonaria prega. O Mundo procura a
26). Paz alicerçada no equilíbrio das forças e no temor às
armas; a nossa Ordem prega uma Paz entre os Ir-
A liberdade de consciência e a liberdade para profes- mãos, entre os povos, através do trinômio Liberdade,
sar a própria fé, ou de não ter fé ou religião alguma, Igualdade e Fraternidade, lema que a Maçonaria
ou de ter opção política de sua escolha, ou qualquer adota como programa de emancipação das classes
outra tendência, deveriam ser garantidas a todos. É sociais, dentro da lei e da justiça, independente de
um direito humano fundamental, reconhecido pela cor, raça e religião. A Paz que permanecerá para
Organização das Nações Unidas (ONU). Desgraça- sempre. E a Paz para sempre não é apenas a Paz da
damente, essa liberdade é, quiçá, vista como secun- consciência, a Paz íntima, a Paz social, mas a Paz
dária e, por isso, vitimada diante de outros interesses completa, a Paz na Terra, que vem da ausência de
que acabamos, por vezes, não compreendendo quais combates, a Paz nos corações, que vem da prática do
são. amor: a Paz nas cidades e nos campos, que vem da
implantação da justiça social. A Paz dentro de nós, a
Cálculos perversos nos conduzem a violências sem- Paz fora de nós. A Paz que nasce com a morte do
pre maiores. Não haverá Paz verdadeira enquanto a racismo, do ódio, do egoísmo, da
liberdade, num todo, não for respeitada e assegurada tirania e da ignorância. Um com-
a todas as pessoas. bate que a Maçonaria se propôs,
promovendo o bem estar da Hu-
Antes de sermos iniciados na Sublime Ordem, nos é manidade, levantando templos à
perguntado se acreditamos em Deus. Depois, como virtude e cavando masmorras ao
Maçom, temos ciência do porquê. São inúmeros os vício. Um combate que, ao con-
motivos para que os Maçons acreditem no Grande trário do que nos leva a vislum-
Arquiteto do Universo, que é Deus. Um dos moti- brar, procurará sempre buscar e
vos é a busca da felicidade geral e da Paz Universal; manter aquilo que existia no iní-
a Paz entre os Homens; a Paz definitiva. cio dos tempos: A PAZ !
Quem não ama a Paz ? Quem não deseja a Paz ? (*) E. Figueiredo – é jornalista – Mtb 34 947
e pertence ao CERAT – Clube Epistolar Real Arco do Templo/Integra o
Os países mais malévolos do globo, os governos GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas/
Membro do GEMVI – Grupo de Estudos Maçônicos Verdadeiros Irmãos/

Homens fracos acreditam na sorte.


Homens fortes acreditam em causa e efeito.
Ralph Waldo Emerson
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te.
– Se você pode, vamos ver! desafiei.
– Folhas! Juntem-se todas! disse o velho, nu-
ma voz de comando. E lá continuou limpan-
do a relva até que as folhas ficaram juntas
num só monte.
Viu? Disse-me, sorrindo – É este o melhor
meio de vermos realizados os nossos dese-
jos. Trabalhar, com afinco, para que aquilo
que queremos seja feito.
Contato: eugeniofnsc@yahoo.com
O incidente calou-me no espírito. Mais tarde,
ao estudar a biografia dos cientistas e de to-
Como Vermos Realizados dos aqueles cujas obras nos parecem, por ve-
os Nossos Desejos zes, milagres verdadeiramente sobre huma-
Estava eu olhando o velho João, entretido em nos, descobri que adotavam geralmente o
varrer as folhas secas do jardim. A área era sistema do velho jardineiro.
grande, e o velho caprichava em não deixar Todas as suas realizações resultaram do fato
nem uma folha no gramado. de que estes homens, desejando fortemente
– João, disse eu sorrindo, que maravilha se chegar a certo objetivo, nunca cessaram de
você pudesse, só a um desejo seu, ver todas lutar por alcançá-lo.
estas folhas, de repente, empilhadas num
monte!
– E posso mesmo, disse o velho prontamen-

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Bertoldo Cavalcante
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Taboqueiro novo, Ataíde é o cabra


Não bambeie o aço, De coragem sem limites.
Se eu lhe der um rele Que sempre, sempre insiste
Lhe arranco o braço. Pra que o Detonador,
Lá no céu lhe visite
Tu me arrancas o braço, Os oito primeiros versos
Eu não vou chorar, deste poema são de domí- Macaqueiro vesgo,
Tenho o acidente, nio popular—letra de uma Porrilha alucinado!
Vou comer sem trabalhar cantiga bastante conhecida
Entorta o ponteiro
E quebra a pedra, errado.
por antigos moradores da
Macaqueiro vesgo,
Centralize o aro, Cidade de Santa Luz— Paralelo torto
Atente pra que a brita semiárido da Bahia. O con- Serviço mal empreitado.
Não vire estilhaço teúdo restante é de criação Depois se vê o Macaqueiro
deste autor. Do trampo afastado.
Brocador esperto,
Broca a rocha e roxo fica, Faisqueiro no lajedo
Não espera o Ataíde, Cavouca e marreta, determinado,
Pra correr da dinamite, No encalço da mais bela pedra!
Na labuta de milhares de dias de espera,
E pra Deus encomendou, o Ataíde O grande achado, por fim, se revela
Surdo que a sirene não escutou

Estudo do Poema: “Pedra”. O Brocador - é o cabra que bate a marreta na cabeça da talha-
deira em vai-e-vem girado, sacudido e insistido, que termina
por fazer um torneado furado de 25mm de diâmetro e 40cm de
Aço - é uma alavanca de aço, de um metro e meio de compri- profundidade, pouco menos ou pouco mais.
mento, pouco mais ou pouco menos que, fincada na racha da Furado - é o buraco na rocha onde a banana de dinamite é
pedra, se vê castigada pela merenda, que bate, bate, até a gran- colocada e detonada.
de pedra, em bandas, ser lascada. Paralelos - são as pedras trabalhadas até ficarem retangulares
Merenda - é uma marreta de aço de 10 kg, que parte lá do ou quadradas, que são largamente utilizadas na construção de
alto da cabeça do Trampeiro com destino à cabeça do aço, que, alvenarias, paredes e calçadas.
quando bambeado, a merenda rela no taboqueiro, que pelo A brita, moço, usada em construções a perder de vista - é, das
golpe errado, vê o seu braço, do seu corpo, caindo ao lado! pedreiras, a carga mais extraída, porque é a mais consumida!
Trampeiro - vem de trampo; serviço pesado. Também é o Detonador - é o Trampeiro que coloca a dinamite no furado e
nome dado aos trabalhadores de pedreiras. taca fogo no pavio e, também, o que tem a responsabilidade de
Taboqueiro - é o Trampeiro que segura o aço. tocar a sirene pra todos do local da explosão se adiantarem!!!
Faisqueiro - é o Trampeiro que trabalha na extração de pe- Sirene - é sirene. Nas pedreiras, é a sirene que avisa tudo,
dras ornamentais - algumas são tão belas e raras, que chegam a inclusive, a hora de “se picar”, mais que depressa, pra não se
custar “os olhos da cara”. espedaçar!
Lajedo – parte de um rio, onde o Faisqueiro cavouca na busca Pedra – é pedra um mineral! Sendo desde os primórdios um
de pedras ornamentais. dos mais antigos materiais empregados pelo homem, inclusive,
Marreta - é uma marreta (espécie de martelo com duplo bate- para a construção de armas, utensílios domésticos e, principal-
dor) de 1kg, que castiga o ponteiro na rebarba dos paralelos, mente, moradias, por séculos, deu aos Pedreiros – no sentido
que têm nas pedras miúdas e em seus restos, a geração de brita. íntegro da palavra... daqueles que detinham a arte das constru-
O aro - é um aro (círculo), feito artesanalmente de cipó, ara- ções de pedras, a exemplo de: castelos, palácios, templos, pon-
me, ou madeira, recurso de que o macaqueiro se utiliza pra tes, sobrados, fortes, muralhas, alvenarias, paredes, igrejas,
centralizar e conter o resvalar das pedras que vão ser transfor- túneis, catedrais, represas, casas, cidades, enfim..., uma condi-
madas em brita. ção de destaque dentre os ofícios que ladearam o homem em
Macaqueiros - são os Trampeiros que trabalham na fabrica- toda sua evolução. Da pré-história aos nossos dias, além da
ção de brita. Entre os vários ofícios na extração e beneficia- lida nas pedreiras, de onde toneladas de rochas são extraídas
mento da pedra bruta, os macaqueiros são os únicos que não para variados fins da construção civil, ainda é possível se ob-
precisam estar, necessariamente, numa pedreira para trabalhar. servar em cidades do semiárido da Bahia, a labuta de Trampei-
Ao contrário, em um passado não muito distante, não era difí- ros no duro trabalho de transformar grandes pedras, em brita; e
cil encontrar famílias inteiras (crianças, jovens, adultos e ido- de Macaqueiros na mineração de pedras ornamentais.
sos) sentadas debaixo de árvores ao lado de suas casas, trans-
formando grandes pedras em britas (pedras miúdas). Autor: José Alconso da Silva Filho
Da obra: Luzdibolso, do mesmo autor.
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O BODE NA bode é seu confidente. Como o bode nada fala, o


confesso fica ainda mais seguro de que seus segre-
MAÇONARIA dos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A
Dentro da nossa organi- Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no
zação, muitos desconhe- seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto
cem o nosso apelido de de silêncio por parte do padre confessor - nesse pon-
bode. A origem desta to a história não conta se foi o Apóstolo que levou a
denominação data do ideia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela
ano de 1808. Porém, pa- faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, o
ra saber do seu significa- povo passou a contar as suas faltas.
do temos necessidade de Voltemos a 1808: na França de Bonaparte, que após
voltarmos no tempo. Por o golpe do 18 de Brumário, se apresentava como
volta do III ano d.C. vá- novo líder político daquele país, a Igreja, sempre
rios Apóstolos saíram oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir to-
Ir .’. José Castellani para o mundo das as instituições que não governo ou
(in memoriam) a fim de divul- a Igreja. Assim a Maçonaria que era
gar o cristia- um fator pensante, teve seus direitos
nismo. Alguns suspensos e seus Templos fechados;
foram para o lado judaico da Palestina. E proibida de se reunir. Porém, irmãos
lá, curiosamente, notaram que era comum de fibra na clandestinidade, se reuni-
ver um judeu falando ao ouvido de um ram, tentando modificar a situação do
bode, animal muito comum naquela regi- país. Neste período, vários Maçons
ão. Procurando saber o porquê daquele foram presos pela Igreja e submetidos
monologo foi difícil obter resposta. Nin- a terríveis inquisições. Porém, ela nun-
guém dava informação, com isso aumen- ca encontrou um covarde ou delator
tava ainda mais a curiosidade dos repre- entre os Maçons. Chegando a ponto de
sentantes cristãos, em relação aquele fato. um dos inquisidores dizerem a seguin-
Até que Paulo, o Apóstolo, conversando te frase a seu superior: - “Senhor este
com um Rabino de uma aldeia, foi informado que pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu
aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fa- flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma pala-
zia parte da cultura daquele povo, contar a alguém vra”. Assim, a partir desta frase, todos os Maçons
da sua confiança quando cometia, mesmo escondi- tinham, para os inquisidores, recebem esta denomi-
do, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua nação: “BODE” - ou seja, aquele que não fala, e
consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou sabe guardar segredo.
problema.
Mas por que bode? Quis saber Paulo. É porque o Ir.'. José Castellani

A Falta de Cultura Ética mo é de grande importância. Essa compreensão,


da Nossa Civilização porém, só pode ser fecunda quando acompanhada
do sentimento de que é preciso saber compartilhar
Creio que o exagero da atitude puramente intelec- a alegria e a dor.
tual orientando muitas vezes a nossa educação, em Cultivar estes importantes motores de ação é o que
ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu pa- compete à religião, depois de libertada da supersti-
ra pôr em perigo os valores éticos. ção. Nesse sentido, a religião toma um papel im-
Não penso propriamente nos perigos que o pro- portante na educação, papel este que só em casos
gresso técnico trouxe diretamente aos homens, mas raros e pouco sistematicamente se tem tomado em
antes no excesso e confusão de considerações hu- consideração.
manas recíprocas, assentes num pensamento es- O terrível problema magno da situação política
sencialmente orientado pelos interesses práticos mundial é devido em grande parte àquela falta da
que vem embotando as relações humanas. nossa civilização. Sem «cultura ética» , não há sal-
O aperfeiçoamento moral e estético é um objetivo a vação para os homens.
que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os
seus esforços. É certo que a compreensão do próxi- Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'
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O que é Oxente? O que é Uai?


Oxente é uma interjeição utilizada com o Uai é uma interjeição utilizada particular-
significado de admiração, surpresa ou mes- mente no estado de Minas Gerais com o
mo estranheza. O termo é bastante popular significado de dúvida, espanto ou surpresa.
na região nordeste do Brasil, onde se pode É um dos símbolos da linguagem e cultura
ouvir oxente, nas mais diversas situações mineira e um termo bastante utilizado para
de comunicação. fazer referência aos mineiros. O termo dá
nome a sites online com informações sobre
O Nordeste é muito rico em interjeições Minas Gerais, a bares, a restaurantes e a
desse tipo, como por exemplo, arre-égua!, diferentes eventos.
vixe!, vice!, oxe!, eita!, que podem adquirir
diversos significados dependendo da ocasi- UAI é também sigla de Unidade de Atendi-
ão e do tom de voz usado. mento Integrado, que são unidades hospita-
lares localizadas em várias regiões da cida-
Em muitas partes do Brasil são encontra- de de Uberlândia, Minas Gerais.
das interjeições com significado similar, por
exemplo, “uai” em Minas Gerais e “tchê” no Origem da palavra uai
Rio Grande do Sul. Com uso generalizado
pelo país são encontradas as interjeições
ave!, ave maria!, vixe!, vixe maria!, dentre A palavra uai tem origem controversa. Uma
outras. das versões, atribuída a Sílvio Carneiro e
Dorália Galesso , relata que UAI são as ini-
O termo oxente é formado através da aglu- ciais de União, Amor e Independência. UAI,
tinação da expressão “ó, gente!”. É comum, portanto, seria uma senha (juntamente com
no entanto, ouvir a interjeição “oxe!”, que é as três batidas clássicas da Maçonaria) uti-
uma forma ainda mais abreviada da expres- lizada pelos integrantes da Inconfidência
são original que evoluiu da seguinte forma: Mineira (quase exclusivamente composta
Ó, gente! – Oxente! – Oxe! por maçons) para que a porta do local de
encontros secretos fosse aberta. Era uma
As frases abaixo exemplificam a utilização maneira de se protegerem da polícia portu-
do termo: guesa. A palavra foi popularizada pelos mi-
neiros e faz parte da linguagem corrente.
“Oxente, você ainda não está pronta? “
“Oxente, já está aqui? Pensei que hoje fos- Fonte: https://www.significados.com.br
se chegar mais tarde”.
“Oxente, ele já não é mais o gerente da lo-
ja?”
O REGIONALISMO É O TEMPERO DA LINGUA BRASILEIRA.
Fergi Cavalca

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