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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CONDOMÍNIO ANÊMONA FUNDAÇÃO

Faculdade de Tecnologia - FT
Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PECC Estacas Pré-Moldadas de Concreto Armado – ∅ 30cm;

DESCRIÇÃO ESTRUTURAL
Profundidade de 25m, Cravadas por Marteles Mecânicos;

ANTECEDENTES
Vigas Baldrame descarregam diretamente nas estacas;
COLAPSO DE EDIFÍCIO POR RUPTURA DAS ESTACAS:
Pilares são unidos às Baldrames por meio de chumbadores.
Estudo das Causas e da Recuperação
SEMINÁRIO

Fachada do Condomínio: folheto de propaganda

Execução, Patologia e Reforço de Fundações – 2006/2 • Edifício Residencial (Veraneio);


• Localizado em Ubatuba, S.P - Litoral Norte;
Profª.: Neusa Maria Bezerra Mota
• Lançamento : 1993 - Construtora e Incorp. Técnica Ltda.
• Término: Março 2001 - R.P.A. Construtora e Incorp. Ltda.
• Garagem no térreo e quatro andares de apartamentos;
Brasília, 30 de Setembro de 2006.
• 6 aptos por andar - total de 48 aptos = 3837m2; Disposição das estacas, vigas-baldrame e pilares.
UnB UnB UnB

ESTRUTURA DE TRANSIÇÃO ALVENARIA ESTRUTURAL


• ATERRO
DESCRIÇÃO ESTRUTURAL

DESCRIÇÃO ESTRUTURAL

DESCRIÇÃO ESTRUTURAL
• Entre o Térreo e o Pavimento-Tipo;
Foi realizado um trabalho na divisa de fundo do condomínio, • Composta por blocos estruturais de concreto - 14 x 19 x 39cm;
com a finalidade de canalizar um córrego, que possibilitou a • Vigas de C. A. apoiadas nos Pilares-paredes;
urbanização e a criação de uma rua no local; • Toda alvenaria foi construída de maneira reforçada, com
• Lajes c/ Nervuras Pré-Fabricadas, h=15cm.
amarrações nos cantos perpendiculares a cada duas fiadas e
Para posicionar o edifício em uma altura segura de possíveis graute em alguns blocos;
transbordamentos, seu nível foi elevado ≅ 2 metros,
através de um aterro em toda a área delimitada pelo terreno;

Relevância desse aterro no processo que causou a ruptura das


estacas da fundação.

Pilares-parede da obra abandonada nas proximidades


Estrutura de Transição.
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ESTRUTURA DO PAVIMENTO TIPO
Em 17 de maio de 2001, o bloco “B” do condomínio em estudo

HISTÓRICO DO DESABAMENTO

HISTÓRICO DO DESABAMENTO
sofreu desabamento parcial de sua estrutura, devido à ruptura do
• Lajes → placas pré-fabricadas protendidas tipo alveolar;
DESCRIÇÃO ESTRUTURAL

seu sistema de sustentação.


A
• Três aptos. de cada lado do pavimento, um eixo de simetria; B

• Paredes → Alvenaria Estrutural + Divisórias;

2,0 m
B A
• Algumas vidas de C.A. moldadas “in loco”.

Panorama do edifício deslocado.

Edifício recalcado apoiado sobre a superfície do térreo


O conjunto cedeu aproximadamente dois metros até o momento
em que a laje de transição do teto do andar térreo apoiou-se no
solo, descarregando todo o peso sobre este último.
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Além deste deslocamento vertical, ocorreram outras duas Pela configuração do rompimento da laje de transição, pode-se
movimentações do conjunto: translação horizontal para o sentido afirmar que os pilares do térreo localizados próximos ao fundo do
HISTÓRICO DO DESABAMENTO

HISTÓRICO DO DESABAMENTO

HISTÓRICO DO DESABAMENTO
dos fundos e pequena rotação no sentido anti-horário. terreno cederam sem qualquer restrição ao conjunto do edifício, e
não penetraram no interior do primeiro pavimento.
Já os pilares da outra face da edificação não cederam, entretanto
puncionaram a laje e penetraram no interior dos apartamentos.

Pilar afundou junto


com o edifício

Alvenaria restante sem grandes avarias.

Com exceção do térreo, no qual evidenciou-se a completa


destruição do pavimento, surpreendentemente os demais
pavimentos da estrutura mantiveram-se íntegros, sem grandes Pilar do térreo no
fissuras ou avarias graves.
Deslocamento horizontal do edifício interior do 1º. Pav.
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SOLO DE FUNDAÇÃO CAUSA DA RUPTURA DAS ESTACAS • Com o aumento do carregamento do solo, ocorreram grandes
tensões horizontais, que atuaram ao longo do fuste da estaca.
Esse empuxo lateral é chamado de “Efeito Tschebotarioff”.
ESTUDO DAS CAUSAS DO

ESTUDO DAS CAUSAS DO

ESTUDO DAS CAUSAS DO


• A pouca rigidez da estrutura de transição, localizada no
pavimento térreo, também contribuiu para a efetivação do
colapso.
COLAPSO

COLAPSO

COLAPSO
Perfil do solo sob o bloco “B”

• Sondagem → Camadas de solo com mínima capacidade de


suporte e extrema compressibilidade.

• Nivelamento do piso utilizando mais aterro → serviu para


agravar a situação, com o aumento do carregamento, acelerou-se
A base de sustentação do bloco “B” localizava-se inteiramente o processo de adensamento que o solo já vinha sofrendo. Atuação dos pilares do térreo no colapso.
sobre o solo de pior qualidade.
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 Ficou evidente que o solo de fundação foi o principal responsável

ESTUDO DAS AÇÕES NA ESTACA


pela ocorrência do sinistro.
O empuxo lateral no solo de fundação, devido ao peso excessivo do VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DAS ESTACAS
ESTUDO DAS CAUSAS DO

ESTUDO DAS CAUSAS DO

aterro, solicitou lateralmente os elementos de fundação.


Sem considerar o Empuxo Lateral:
-A armadura mínima é suficiente para suportar os esforços de
COLAPSO

COLAPSO

flexo-compressão na estaca, provenientes da superestrutura.

Considerando o Empuxo Lateral:


-Pelo Método de Tschebotarioff
As = 57cm 2, área da armadura longitudinal necessária para
resistir o esforço de flexão atuante na estaca. ( 12 ∅ 25mm)

-Pelo Método de Beer e Wallays


 Por ser muito mole, o solo não proporcionou resistência lateral
às fundações nem restringiu seus deslocamentos horizontais, As = 43cm 2, área da armadura longitudinal necessária para
permitindo que elas perdessem a estabilidade e rompessem por resistir o esforço de flexão atuante na estaca. ( 8 ∅ 25mm)
flexo-compressão.
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Logo após o acidente uma comissão formada pelos condôminos PROCESSO DE RECUPERAÇÃO
ESTRUTURA METÁLICA
foi organizada. Com a posse do laudo técnico, o grupo optou por
não demolir o prédio, e sim realizar sua recuperação estrutural. O projeto prevê que para recuperar o bloco “B” seria necessário
PROJETO DA RECUPERAÇÃO

PROJETO DA RECUPERAÇÃO

PROJETO DA RECUPERAÇÃO
reerguê-lo o equivalente à altura de um pé direito. Essa tarefa seria A estrutura será capaz de elevar o bloco desabado e sustentá-lo o
O escritório “Maffei Engenharia” foi contratado para realizar a executada com o auxílio de uma estrutura metálica provisória. tempo suficiente para que o pavimento térreo seja reconstruído.
tarefa de reerguer toda a estrutura desabada e recondicioná-la Após a recomposição de toda a sustentação definitiva de concreto
adequadamente para o uso dos proprietários. Necessidade de fundação provisória para suportar os esforços armado no pavimento inferior, a estrutura auxiliar será
ESTRUTURAL

ESTRUTURAL

ESTRUTURAL
solicitantes durante a elevação do edifício. desmontada.
Bloco “B”
Primeiras Medidas Os engenheiros estudaram
diversas alternativas.
Uma das medidas tomadas
para estabilizar a estrutura foi Optou-se pelo modelo que
compactar volumes de solo apresentou ser mais viável
adjacentes à divisa, pelo lado tecnicamente e econômico.
de fora: com esse
acréscimo de peso, Adotou-se 7 treliças
conseguiu-se equilibrar a compostas de cabos de alta
diferença de pressão exercida resistência.
na fundação.
Posicionamento da estrutura provisória
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Macaqueamento e Escoramento
Após o início das obras de recuperação, alguns problemas de
PROJETO DA RECUPERAÇÃO

Após a montagem da estrutura provisória, começaria a fase de natureza financeira inviabilizaram o projeto.
PROBLEMAS DURANTE A

içamento do bloco desabado.


Comumente são notificados problemas decorrentes de recalques
Apesar da estrutura metálica auxiliar, item de maior custo do apresentados nas edificações!
Para erguer o edifício seria acoplado, embaixo dos montantes da

CONCLUSÕES
projeto, ter sido elaborada para ser a mais econômica possível, o
ESTRUTURAL

A interação solo-estrutura constitui um tema de difícil interpretação


EXECUÇÃO

estrutura, 14 macacos hidráulicos de capacidade de 200tf. orçamento inicial ficou aquém do necessário. física, porém, os dois componentes estão intimamente
relacionados. Sendo assim, não podem mais ser considerados
Para tentar contornar tal problema, os responsáveis pela obra isoladamente, como de costume.
solicitaram um empréstimo de todos os perfis metálicos
necessários, junto à “Companhia do Metropolitano de São Paulo”. Estudo de casos, como o realizado neste trabalho, constituem um
Os responsáveis pela companhia, sensibilizados com o caso, importante subsídio para o assunto, pois é através de experiências
concederam o pedido, mas houve uma grande demora na como essas que o meio técnico aprimora seus conhecimentos e
burocracia da aprovação do empréstimo. torna-se cada vez mais apto para confrontar novos desafios.

O tempo gasto nessa fase inviabilizou a continuidade do projeto e


culminou com a necessidade de demolir o edifício, pois este já
apresentava risco de desabamento total.
Edifício posicionado na cota de origem

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BIBLIOGRAFIA

SOUZA, E. G. (2003). Colapso de edifício por ruptura das estacas:


estudo das causas e da recuperação. São Carlos. 115p.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo.

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