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Trabalho individual
Discentes Docente
Lúcio Hortêncio Ponto Victor Mariacanto Tárcila Sorte
Trabalho individual
1 Introdução .............................................................................................................. 1
2.3 Relação entre o crédito ao sector público e o crédito ao sector privado ............ 4
3 Conclusão ............................................................................................................ 16
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2 Crédito ou empréstimo
Com o tempo, aqueles primeiros “bancos” ou casas de crédito, verificaram que, nem
todos os clientes que haviam depositado seus metais preciosos como ouro e prata,
faziam o resgate ou retirada ao mesmo tempo. As pessoas, por segurança, mantinham os
seus valores depositados nestes primeiros bancos, até por serem mais seguros e
confiáveis. Ao mesmo tempo, já haviam pessoas, como os mercadores e os primeiros
empreendedores no ramo da tecelagem, que necessitavam de recursos para expandirmos
os seus negócios. Os bancos então passaram a emprestar os valores depositados, em
troca de uma remuneração pelo uso do dinheiro, durante o tempo em que o mesmo fosse
utilizado. Os primeiros bancos emprestavam para comerciantes, exigindo garantias.
Também emprestavam a reis e imperadores, financiando suas guerras e seu luxo. Hoje o
crédito é o responsável por empréstimos e financiamentos concedidos a todos os
agentes e sectores na economia.
Tal como referido por Costa & Manolescu (2004), crédito tem um papel importante no
processo de acumulação de capital, isto é, transformador financeiro de diversas
modalidades, prazos e níveis de risco, sendo essencial no funcionamento dos sectores
produtivos e também às famílias. Neste sentido, os dados financeiros funcionam como
um indicador da trajectória futura de crescimento económico de um país, influenciando
directamente o nível de poupança das economias.
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Os aforradores podem, por um lado, guardar as suas poupanças (num cofre ou em casa)
não as canalizando para o investimento ou, por outro lado, podem direccioná-las com a
finalidade de obter um rendimento, confiando-as ao sistema financeiro. No primeiro
caso, em que os aforradores guardam as suas poupanças, estas não irão desempenhar o
seu papel de financiamento da economia e, além disso, por conta da inflação, vão
perdendo valor. No segundo caso, em que os aforradores confiam as suas poupanças ao
sistema financeiro, além destas ajudarem a financiar a economia, como geram um
rendimento, isto possibilita aos aforradores manter ou aumentar o valor dessas
poupanças.
2.2 Conceito
Muitas vezes os agentes económicos procuram realizar projectos para os quais não
possuem o rendimento disponível necessário. Neste caso, terão de recorrer ao
financiamento que passa pela procura de crédito bancário junto das instituições
financeiras, tornando-se agentes deficitários.
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O contrato de crédito é definido como aquele “pelo qual um credor concede ou promete
conceder a um consumidor um crédito sob a forma de diferimento de pagamento,
mútuo, utilização de cartão de crédito, ou qualquer outro acordo de financiamento
semelhante”
De uma forma mais genérica, Pereira (2000, p. 7) define contrato de crédito aquele
“através do qual um banco, creditante, constitui a favor do seu cliente, creditado, por um
período de tempo, determinado ou não, uma disponibilidade de fundos que este poderá
utilizar se, quando e como entender conveniente”
Assim, podemos afirmar que o contrato de crédito bancário é aquele em que o banco,
enquanto creditante, se vincula perante o cliente, a conceder-lhe crédito, durante um
determinado período de tempo, onde este se obriga a um pagamento de uma prestação
de capital e juros.
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Alguns críticos a esta abordagem argumentam que no caso de excesso de liquidez, um
aumento de empréstimos ao sector púbico não irá ter efeitos significativos sobre o
crédito ao sector privado. Outros defendem ainda que empréstimos “sem risco” ao
sector público geram margens de conforto que permitem aos bancos comerciais
incorrerem a algum risco com empréstimos ao sector privado. Neste sentido espera-se
uma relação positiva entre o crédito ao sector público e o crédito ao sector privado.
A segunda teoria é a hipótese de preguiça dos bancos comerciais (Emran & Shilpi,
2009). Esta teoria centra-se na constatação de que a possibilidade de crédito sem risco
ao sector público desincentiva os bancos comerciais de realizarem empréstimos de
riscos ao sector privado ou até de despender recursos para avaliar possibilidades de
concessão de empréstimos financeiramente viáveis ao sector privado, daí o termo
“preguiça”. Assim, o empréstimo de uma unidade monetária ao sector público, por parte
dos bancos comerciais, pode resultar na “expulsão” de mais de uma unidade monetária
de crédito ao sector privado.
Segundo Pereira (2000), O crédito bancário engloba seis elementos: finalidade, prazo,
preço, montante, risco e garantias.
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As garantias estão associadas ao risco e visam garantir a capacidade de
cumprimento do contrato por parte do cliente, traduzindo-se numa via
alternativa de ressarcimento do credor (o Banco).
Todos estes elementos estão interligados, são dependentes uns dos outros e por isso
devem ser alvo de uma análise exaustiva, tanto por parte do cliente como por parte da
entidade credora. Cabe a cada parte procurar informação sobre a outra, de forma a
salvaguardar os seus interesses e a obter as condições que se considerem mais
vantajosas.
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Sistemas financeiros com um bom funcionamento conduzem a uma diminuição
das restrições ao financiamento externo, conduzindo assim à expansão das
empresas e, consequentemente, ao crescimento económico.
A prestação do empréstimo:
É mais uma despesa fixa durante todo o prazo do crédito;
Torna mais rígida a estrutura do orçamento familiar e mais difícil gerir eventuais
imprevistos financeiros.
Na avaliação da capacidade financeira deve também ter-se em conta que o
compromisso financeiro é para todo o prazo do empréstimo. Por isso, é
necessário:
Identificar rendimentos e despesas presentes;
Identificar rendimentos e despesas previstos para o futuro e avaliar a incerteza
associada.
Na avaliação da capacidade financeira é ainda habitual o cálculo da taxa de
esforço, que corresponde à percentagem de rendimento destinada ao pagamento
das prestações de empréstimos.
No cálculo da taxa de esforço devem ser considerados os rendimentos líquidos e
as despesas com os empréstimos já existentes e com os que estão a ser
ponderados contrair.
A taxa de esforço é de 45%, o que significa que 45% dos rendimentos líquidos do
agregado familiar se destinam ao pagamento de empréstimos.
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Quanto maior for a taxa de esforço, maior o risco de surgirem dificuldades financeiras
caso ocorram situações imprevistas (por exemplo, a redução de salário ou o aumento
das despesas de saúde).
A taxa de esforço nos vários exemplos é igual a 35%, mas a avaliação da capacidade
financeira de cada agregado familiar não é a mesma pois o rendimento disponível após
o pagamento mensal dos empréstimos é diferente e destina-se às despesas de um
diferente número de pessoas.
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Quando pede um empréstimo, o cliente deve prestar informação verdadeira e
completa à instituição de crédito sobre a situação económica do agregado
familiar. A instituição de crédito utiliza esta informação para:
Avaliar a capacidade financeira de reembolso do empréstimo;
Definir as condições da proposta de crédito;
A instituição de crédito pode recusar o pedido de empréstimo.
a) Empréstimo Consignado
Neste caso, é um tipo de empréstimo em que o banco disponibiliza ao cliente que tem
conta corrente, um crédito pré-aprovado com um limite de recurso em dinheiro
estabelecido de acordo com o perfil do correntista, que pode usá-lo como
empréstimo quando quiser. A única facilidade é não ter que pedir o dinheiro
emprestado na hora de ter que equilibrar o orçamento ou em alguma emergência.
O ponto negativo são os juros altos cobrados quase que de forma abusiva, e o fato de
achar que esse dinheiro já faz parte de sua renda. É bom pensar muitas vezes antes de
utilizar cheque especial como empréstimo de dinheiro.
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c) Empréstimo Rotativo
Neste tipo de empréstimo seria como pegar um dinheiro emprestado e pagar somente
uma parte dele, neste caso o valor mínimo da factura. Aqui as taxas e encargos cobrados
pelo crédito rotativo são altíssimos. É interessante utilizá-lo nessa condição somente em
situações de emergência e tomar cuidado para não se acostumar e virar escravo do
empréstimo rotativo, ficando sempre na mão do financiamento da factura do cartão.
Com esse tipo empréstimo a pessoa tem acesso a um crédito rápido, se livra de análise
de cadastro de crédito e não tem que apresentar nenhum avalista. Além disso o
consumidor pode estar com o nome sujo, ou seja, pode estar inadimplente que ainda
assim pode penhorar qualquer coisa sem problema.
e) Empréstimo Pessoal
Exemplo: alguns bancos exigem que o tomador do empréstimo tenha conta salário na
própria instituição e carteira de trabalho assinada há, no mínimo, 12 meses. A
transacção é rápida e pode, até mesmo, ser realizada por terminal electrónico da
instituição financeira. Os recursos vão, de imediato, para a conta corrente do cliente.
f) Leasing Financeiro
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g) Crédito Directo ao Consumidor – CDC
É importante que você sempre verifique qual é o custo total do seu financiamento, uma
vez que, no valor total das prestações estão inclusos o Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) e a Taxa de Abertura de Crédito (TAC), que pode ou não vir
embutida no valor das prestações aumentando o valor do seu financiamento.
h) Cartão de crédito
É uma forma de pagar as compras. É muito popular hoje no Brasil. Com base em sua
renda ou em seu perfil de consumo, as empresas oferecem cartões com determinados
limites de crédito. Você escolhe um dia do mês para pagamento da factura e chega a ter
até 40 dias de prazo se utilizar o cartão em data boa (nove dias antes do vencimento da
factura, por exemplo).
Existem vários financiamentos de curto prazo, mas apresenta-se dois como exemplo.
Crédito à Tesouraria – empréstimo com duração máxima de 1 ano. Destina-se, por
norma, a suprir carências de tesouraria, que decorrem da normal actividade da empresa.
O Factoring é uma operação pela qual uma determinada empresa cede os seus direitos
sobre um crédito a uma outra, mediante o recebimento do respectivo valor.
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O Leasing é um outro instrumento financeiro disponibilizado pela Caixa. O Leasing
pode ser operacional ou financeiro. No primeiro caso, as despesas de manutenção do
bem ficam a cargo do locador, tratando-se assim de um contrato de aluguer de um bem
para uma eventual utilização. No segundo caso, no final do prazo o locador tem a
possibilidade, mas não a obrigação, de adquirir o bem por um preço pré-fixado, por
norma o seu valor residual, onde o locatário escolhe o bem que necessita, negoceia as
condições do contrato e encontra um locador que financie a operação
Juros - os juros são o principal custo do crédito e são calculados com base na Taxa
Anual Nominal (TAN), que pode ser fixa ou variável.
Taxa de Juro Fixa – nos contratos com taxa de juro fixa, as prestações mantêm-
se constantes durante todo o empréstimo, independentemente do comportamento
da taxa no mercado.
Taxa de Juro Mista – associada por norma a contratos com período inicial de
taxa fixa, seguida de taxa variável no período restante do contrato. São
acrescidos a esta taxa outros encargos ou comissões, como custos do processo,
despesas de avaliação, entre outros, que são cobrados pelas instituições de
crédito no início do contrato e durante a vigência do mesmo.
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Taxa Anual Efectiva (TAE) – mede o custo do empréstimo à habitação. A
TAE representa assim, numa base anual e em percentagem do volume de
crédito concedido, a totalidade de encargos associados a esta operação.
Quando o cliente beneficia de alguma melhoria das condições de
financiamento, a instituição de crédito deve divulgar, não só a TAE, como a
TAER (Taxa Anual Efectiva Revista, que reflecte eventuais custos adicionais
ou reduções associadas ao cliente).
Seguros de vida - os seguros de vida ou outros podem ser exigidos pelas instituições
como garantia do crédito. O cliente pode sempre escolher a seguradora da sua
preferência. Os custos do crédito incluem os juros, as comissões e despesas e os
prémios de seguros exigidos.
Garantias - as garantias podem ser exigidas pela instituição de crédito pois ajudam a
assegurar o pagamento do empréstimo, no caso de o cliente não o conseguir fazer. São
exemplos de garantias a hipoteca, a fiança, a reserva de propriedade, o penhor de
activos financeiros, entre outros.
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Reembolso antecipado - o reembolso antecipado do empréstimo, ou seja, o pagamento
de todo ou parte do dinheiro emprestado antes do fim do prazo é sempre possível. Mas,
em geral, está sujeito
Prestações decrescentes
Nesta modalidade as prestações iniciais são mais elevadas e exigem, por isso, um
esforço adicional no início do pagamento, decrescendo com o passar do tempo.
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Trata-se de uma modalidade também pouco utilizada, uma vez que é mais exigente nos
primeiros anos do empréstimo.
Reembolso antecipado
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3 Conclusão
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4 Referencias Bibliográficas
Buckland, R., & Davis, E. W. (1995). Finance for Growing Enterprises. New York:
Routledge.
Emran, M., & Shilpi, S. F. (2009). Lazy Banks. Government Borrowing and Private
Credit in Developing Countries. Institute for International Economic Policy
Levine, R. (2004) Denying foreign bank entry: Implications for bank interest margins.
In Ahumada, L.A., Fuentes, J.R. (Eds.). Banco Central de Chile, Santiago, Chile:
Bank Market Structure and Monetary Policy.
Levine, R., & Zervos, S. (1996) Stock Markets, Banks and Economic Growth. Policy
Research Department, The World Bank, Washington.
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