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AFIAÇÃO DE BROCAS

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2009
Reeditada em 2010 por Adilson Cunha Rusteiko

SUMÁRIO

1. AFIAR BROCA HELICOIDAL 03

2. PONTAS DE BROCAS RECOMENDADAS PARA VÁRIOS MATERIAIS 08

3. METODOS PARA AFIAR UMA BROCA HELICOIDAL 09

3.1 Afiação realizada manualmente 09

3.2 Afiação realizada com dispositivos 11

4. VERIFICADOR DE ÂNGULO 12

5. BROCA HELICOIDAL (ÂNGULOS) 15

6. BROCAS COM ORIFICIOS PARA FLUIDO DE CORTE 17

7. BROCAS DE CANAIS RETOS E BROCAS “CANHÃO” 17

8. BROCAS MÚLTIPLAS OU ESCALONADAS 18

9. VELOCIDADE DE CORTE (VC) 18

10. DEFEITOS NO TRABALHO DE BROCAS MAL AFIADAS. 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

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1. AFIAR BROCA HELICOIDAL

É necessário observar uma afiação correta, para que a broca trabalhe bem.

Uma broca helicoidal que não está bem afiada, não realiza um bom trabalho;
o furo pode desviar-se e o tempo necessário para furação é maior. Por este motivo é
indispensável ao mecânico saber afiar bem a broca helicoidal.

A ferramenta está bem afiada quando o cavaco sai de uma forma ondulada e
continua; e defeituosa, quando o cavaco sai em pequenos pedaços, sem encrespar

A afiação desta ferramenta é feita em rebolo abrasivo, á mão ou com


dispositivo apropriado. A afiação realizada manual é uma operação difícil que exige muita
habilidade por parte do mecânico.

Há afiação de brocas varia conforme o material que se esta trabalhando.


Observe tabela a baixo:

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Para o trabalho com aço doca e ferro


fundido utilizamos uma afiação normal
como será passada mais a frente.

Aços de trilho 7% a 13% de


manganês e materiais duros.

Aços forjados e de tratamento até


uma dureza Brinell 250

Ferro fundido mole

Bronze e latão

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Madeira dura, baquelite, borracha,


fibra e ebonite.

Cobra,alumínio e metal branco.

Afiação de pequenas brocas para


perfuração muito profundas.

Ao começa a operação de furar, é de grande importância para a conservação


da broca fazer dois ou três furos, dependendo do diâmetro da broca, como furo de alivio, em
vez de trabalhar logo com a medida correta da broca, a não ser que o diâmetro da braça esteja
abaixo de 5mm.

Deste modo se produz um aquecimento progressivo na broca, o que


aumenta sua resistência e duração.

É indispensável a utilização de liquido refrigerante (óleo solúvel) em todo


processo do trabalho para se evitar o aquecimento da ferramenta.

A imagem abaixo representa os detalhes de uma broca bem afiada.

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Antes de iniciar o método de afiação de brocas, há necessidade de


conhecermos a ferramentas em toda sua extensão, com seus respectivos nomes.

1 – Broca helicoidal de haste cilíndrica.

2 – Broca helicoidal de haste cônica.

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2. PONTAS DE BROCAS RECOMENDADAS PARA VÁRIOS


MATERIAIS.

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3. METODOS PARA AFIAR UMA BROCA HELICOIDAL


Abaixo estará os dois métodos de afiação de brocas, manualmente ou com
dispositivos, descritos passo a passo para um melhor entendimento dos que estão utilizado
esta apostila.

3.1 Afiação realizada manualmente.

1.ª Fase

Primeiramente devemos consulte a tabela, descrita anteriormente, a fim


de determinar o ângulo da broca, que seja ideal ao material na qual se realizara o trabalho.

2.ª Fase

Inicie a afiação da broca.

a) Encoste a broca no rebolo, orientando-a convenientemente como mostra a figura 1 e 2.

b) Movimente-a, conforme indicado na figura 3.

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Precaução: Em todo processo de afiação é extremamente necessário o uso


de óculos ou máscara de proteção (figuras. 4 e 5).

Observação: Resfrie a broca em uma vasilha com água ou óleo solúvel para
evitar que ela se destempere.

3.ª Fase

Verificar o ângulo da broca se esta correta usando verificadores fixo (figura


6) ou transferidor (figura 7).

Fig. 6 – Usando verificadores fixos.

Fig. 7 – Usando transferidor.

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4.ª Fase

Repeti-se a segunda fase quantas vezes forem necessárias, até afiar o


primeiro gume.

Observação: Se necessário, corrija a posição, para obter os ângulos


desejados.

5.ª Fase

Afie o outro gume e faça as verificação e as correções finais (figura 8).

3.2 Afiação realizada com dispositivos


O dispositivo, montado na espera do rebolo, permite a regulagem precisa da
posição da broca.

Para a afiação, o operador executa em um movimento simples avançando a


broca contra o rebolo, por meio de um parafuso de apoio (fig. 9)

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4. VERIFICADORES DE ÂNGULOS

As figuras abaixo apresentam alguns modelos de verificadores de angulo


para diferentes usos.

Fig. 4 – Verificador de ângulos universal para ferramentas de torno,


brocas, porcas sextavadas.

Fig. 5 – Verificador de ângulos de ferramentas para roscar.

Fig. 6 – Verificador de ângulo de broca.

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Verificador de ângulos de ferramentas de torno para roscas triangulares.


(As escalas medem os números de fios por polegada da rosca).

Fig. 7 – Vista da face anterior

Fig. 8 – Vista da face posterior.

Fig. 9 – Verificador de ângulos diversos de ferramentas de corte para


plaina e torno.

Fig. 10 – Verificador de ângulos de 120º ou verificador de perfil sextavado.

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Fig. 11 – Verificador de ângulos de 135º ou verificador de perfil oitavado.

Os verificadores de 120º e de 135º se usam, em geral, para ângulos de peças.


É errado chamá-los de “esquadro de 120º” e “esquadro de 135º”.

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5. BROCA HELICOIDAL (ÂNGULOS)

Devido a forma especial da broca helicoidal, é praticamente impossível


medir diretamente e com exatidão, os ângulos c (ângulo cortante), f (ângulo de folga ou de
incidência) e s ( ângulo de saída ou de ataque), que influem nas condições do corte com a
broca helicoidal (fig. 1).

A prática indica, entretanto, algumas regras para a afiação da broca que lhe
dão as melhores condições de corte.

Condições: para que uma broca faça bom corte:

1. O ângulo da ponta da broca deve ser de 118º, para os trabalhos em


materiais comuns. (fig. 2)
Valores especiais que a prática já consagrou:

150º , para aços 1060 – 1080

125º , para aços tratados ou já forjados;

100º , para o cobre e o alumínio;

90º , para o ferro fundido cinzento e ligas leves;

60º , para baquelite, fibra e madeira.

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2. As arestas cortantes devem ter, rigorosamente, comprimentos iguais,


isto é, A = A’ (fig. 3).

3. O ângulo de folga ou de incidência deve ter de 9º a 15º ( fig. 4). Nestas


condições, dá-se melhor penetração da broca.

Estando a broca corretamente afiada, a aresta da ponta faz um ângulo de


130º com uma reta que passa pelo centro das guias (fig. 5). Quando isto acontece, o ângulo de
folga tem o valor mais adequado, entre 9º e 15º.

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4. No caso de brocas de maiores diâmetros, a aresta da ponta, devido ao


seu tamanho, dificulta a centragem da broca e também a sua penetração do metal. É
necessário, então, reduzir sua largura.
Desbastam-se, para isso, os canais da broca, nas proximidades da ponta
(figs. 6 e 7). Este desbaste, feito nas esmerilhadora, tem que ser muito cuidadoso, devendo-se
retirar rigorosamente a mesma espessura nos canais.

6. BROCAS COM ORIFICIOS PARA FLUIDO DE CORTE

São usadas para produção continua e em alta velocidade, que exige


abundante lubrificação, principalmente em furos profundos (fig 8 e 9)

O fluido de corte é injetado sob alta pressão. No caso do ferro fundido e dos
metais não ferrosos, aproveitam-se os canais para injetar ar comprimido, que expele os
cavacos a e sujeira.

7. BROCAS DE CANAIS RETOS E BROCAS “CANHÃO”

A broca da fig. 10 apresenta dois canais retilíneos e é usada especialmente


para bronze e latão.

A fig 11, broca canhão, tem um corpo seme-cilindrico com uma só aresta de
corte. È própria para furos profundos e de pequenos diâmetros, pois, além de serem mais
robustas do que as brocas helicoidais utilizam o próprio furo como guia.

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8. BROCAS MÚLTIPLAS OU ESCALONADAS

São empregadas em trabalhos de grande produção industrial seriada (fig. 12


e 13).

Servem para executar, numa mesma operação, os furos e os rebaixos


respectivos.

Para que se tenha uma boa condição de uso, para as brocas serem utilizadas
com rendimento, devem estar bem afiadas, a haste em boas condições e bem fixadas.

Para uma boa conservação, é necessário evitar quedas, choques, limpa-las


após o seu uso e guardá-las em lugar apropriado, para proteger seus gumes.

9. VELOCIDADE DE CORTE (VC)

Em todo processo de furação, a velocidade utilizada na furadeira é um dos


pontos importantes para que se tenha um bom trabalho sem danificar a broca, ao girar, durante
o corte. Expressa–se em metros por minuto e os diferentes valores se obtém variando o
numero de rotações por minuto da árvore da furadeira.

No caso das brocas, a velocidade ideal de corte depende dos seguintes


fatores:

- do material a furar;

- do material da broca;

- do diâmetro da broca.

Avanço de corte da broca é a penetração, em cada volta, que esta realiza no


trabalho. Expressa-se comumente em milímetros por volta (mm/v).

Na tabela seguinte, indica-se os valores médios de velocidade e avanço de


corte das brocas de distintos diâmetros, para os materiais usuais.
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Esta tabela apresenta valores para serem utilizados somente quando se usam
brocas de aço rápido. Usando brocas de aço carbono, os valores devem ser reduzidos
aproximadamente a metade.

Observação: As velocidades de corte e avanço foram extraídas dos livros


“Manutenção Dle Taller Mecânico” de Colvin-Stanley Ed. Labor e Alrededor de Lãs
Máquinas-Herramentas de Gerling Ed. Reverte S/A.

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10. DEFEITOS NO TRABALHO DE BROCAS MAL AFIADAS.

A – Fios de comprimentos desiguais: o diâmetro do furo é maior do que o


da broca.

B – Fios desiguais e ângulos de corte diferentes: o furo fica excessivamente


grande e a broca oscila.

C – Angulo de cortes desiguais, ponta descentrada, só corta um dos


fios: o broca trabalha desequilibrada e tende a oscilar.

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D – Começo do furo descentrado.

E – Coreção por meio de ranhura feita com um pequeno cinzel.

F – Começo do furo corrigido.

G – Comprovação de angulo dos fios.

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H – Medição das alturas dos fios.

DIAGNÓSTICO DA BROCA.

A tabela abaixo informa as possíveis soluções para problemas que possa


ocorrer no decorrer do trabaho.

SINTOMA CAUSA REMÉDIO

Empenamento na máquina Examine a rigidez da


ou na peça. máquina ou da peça a furar.

Muito pouco espaço no Reafiar.


Broca partida gume
Aumente a velocidade.
Muito pouca velocidade
Empregue o refrigerante
Refrigeração inadequada. adequadamente.

O material que se fura é Reduza a velocidade e


Pontas exteriores dos fios sujo e muito duro.
limpe o furo que está
de corte partidas
Demasiada velocidade. fazendo.

Demasiado avanço ou mais


provavelmente a espiga não Reduza o avanço ou limpe
Espiga partida se ajusta na garra da e examine se ajusta bem na
furadeira por estar suja ou garra.
gasta.

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Gumes ou fios de cortes Excessivo avanço ou Reduza o avanço.

com dentes. demasiado espaço do gume Reafiar.

Aquecida muito
Broca de alta velocidade Aqueça devagar antes de
rapidamente ao afiar ou
estilhaçada ou rachada. usar
furar.

Fios de cortes ou angulos


Furo maior do que a broca. desiguais, ou ambos os Reafiar
defeitos ao mesmo tempo.

Broca partida ou mal


afiada. Lubrifique bem ou reafie
Furos com partes rugosas.
Lubrificante ruim ou falta se estiver sem corte.
de lubrificação.

Reafie com o devido


Muito pouca espessura do espaço de gume.
O centro se racha
gume ou avanço excessivo
Reduza o avanço.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
CASSILAS, A. L. Máquinas: Formulário Técnico. São Paulo: Editora Mestre Jou
Apostila Afiador de Ferramentas, SENAI VW
Apostila Verificador de Ângulos, SENAI VW

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