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Fichamento do Livro Casa de Vereança

O termo de Vila de Nossa Senhora do Carmo/Mariana e suas freguesias no século


XVIII
Maria do Carmo Pires

P.26
Na região do Ribeirão do Carmo o paulista Bento Rodrigues, ao atravessar o morro de
Vila Rica, encontrou uma área excepcionalmente opulenta no morro denominado Mata
Cavalos. Entre o final do século XVII e os primeiros anos do século XVIII teve início o
processo de colonização nas redondezas do ribeirão.
Nota de rodapé 29

Em poucos anos o arraial do Carmo já contava com uma população suficientemente


numerosa, que permitia pleitear o reconhecimento institucional de seu crescimento
perante a Igreja. Isso ocorreu com a elevação da simples capela ao patamar de paróquia
ou freguesia, denominação usada tanto para a administração civil como para a
eclesiástica. A freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão do Carmo foi
instituída entre 1700 e 1703 e elevada à natureza colativa em 1724.
Nota de rodapé 30

P.28
Após o final da Guerra dos Emboabas, Dom Antônio de Albuquerque criou as primeiras
vilas com o intuito de conseguir um maior controle da região mineradora. Como em
1711 o arraial do Carmo já contava com uma população numerosa, isso também
justificou a ascensão da paróquia a um novo patamar, a de vila.

P.29
Em 1745 a Vila de Ribeirão do Carmo passou a se denominar cidade de Mariana, após a
criação do bispado do qual se tornou sede.

As primeiras freguesias de provisões episcopais se desenvolveram em torno das


atividades mineradoras ou agrícolas e, aos poucos, a população foi se dedicando
também a outras atividades necessárias para o desenvolvimento da região.
O termo de Vila do Ribeirão do Carmo/Mariana era mais extenso que o termo de Vila
Rica, possuía um número maior de freguesias, além de ser mais populoso. Abrangia os
sertões do Rio Pomba, Muriaé e Doce, atingindo as fronteiras do Rio de Janeiro. Era
uma região que apresentava um quadro natural diverso, possibilitando uma ampliação
econômica e abrigava áreas mineratórias, agrícolas e regiões ainda intocadas.
Notas de rodapé 40 e 41.

P.31-32
O "populoso e opulento" arraial de São Caetano, situado à margem esquerda do
Ribeirão do Carmo, foi fundado pelo Coronel Salvador Fernandes e seu filho Antônio
Fernandes Cardoso que, a princípio, resistiram ao período de escassez na região do
Carmo graças à prosperidade de suas lavras, mas acabaram tendo que seguir para uma
região conhecida como Morro Grande, onde encontraram ricos focos de ouro. Em 1703
a capela de Nossa Senhora de Loreto foi consagrada e serviu para administrar os
sacramentos dos povoados que também estavam surgindo nas redondezas, como Santa
Rita e Rio do Peixe e sem Peixe, tornando-se freguesia colativa em 1752.
Nota de rodapé 48

P.32
Antônio Furquim da Luz descobriu as minas do extenso arraial denominado Furquim,
situado a cinco léguas da Vila do Carmo e à margem esquerda do Ribeirão do Carmo,
onde a capela do Senhor Bom Jesus do Monte foi consagrada em 1704. Foi elevada à
freguesia colada em 1724 abrangendo os arraiais de Nossa Senhora do Pilar do Gualaxo
do Norte, São Gonçalo do Ubá e São José da Barra de Matias Barbosa do Gualaxo do
Norte, posteriormente denominado São José da Barra Longa, elevada à categoria de
paróquia de provisão episcopal no ano de 1741. De acordo com Raimundo Trindade,
Barra Longa tornou-se uma das mais prósperas freguesias da região do Ribeirão do
Carmo.

P.37
Na segunda metade dos setecentos o espaço da capitania mineira se transformou,
produzindo redesenhos internos de sua economia e de sua estrutura demográfica. A
múltipla abertura de novas fronteiras agrícolas imprimiu uma nova relação entre o
urbano e o rural.
Nota de rodapé 71

P.38
O termo de Mariana, ao contrário do termo de Vila Rica, foi ampliando o número de
arraiais na segunda metade dos setecentos e início do século XIX.

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