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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

Histórias de Portugal e Marrocos

sobre Património, História e outras histórias

Glossário

ABASSIDAS . Califado fundado pelos descendentes do profeta islâmico ‘Abbas ibn ‘Abd al‑Mu땇�alib,
o tio mais jovem do Profeta Muhammad. Estabelecido em Bagdade, após o célebre massacre de Abu
Fotros, no qual grande parte dos Omíadas foram assassinados, pondo termo ao seu Califado

ACOBERTADO . Designação de cavalaria pesada, em que o cavalo é protegido por uma armadura
de ferro ou tecido grosso

AÇOUGUE . As‑Suq . Talho (O termo original significa “mercado”)

ADAÍL . Comandante militar. Termo que deriva do Árabe Ad‑dalid, que significa chefe ou guia

ADARVE . Também chamado “caminho de ronda”, é um parapeito interior ao pano da muralha, com
a função de ronda das sentinelas e distribuição dos defensores. Tem origem no árabe ad‑darb ou
“caminho”.

ADIMA . ‘Adada . Carpir, esgadanhar‑se e arranhar‑se pela alma de um morto

ADUAR  .  Um  douar  é  tradicionalmente  um  acampamento  nómada  disposto  em  círculo,  com  um
espaço livre central, onde ficavam os rebanhos. Actualmente é o nome dado a um aglomerado rural

AGADIR . Celeiro fortificado, muito comum no Sul de Marrocos

AGUA DE BACALHAU . Água benta dos Cristãos (para os mouriscos)

AHENDIR . Roupa tradicional das mulheres da tribo Ait Haddidou

AHIDOUS . Dança tradicional da região do Médio e Alto Atlas, na qual homens e mulheres, lado a
aldo, formam círculos ondulantes

AHOUACH . O mesmo que Ahidou

ALAMAR . Al‑‘Amara . Cordão, galão que guarnece a jaqueta dos saloios

AL‑ANDALUS  .  Nome  dado  à  Península  Ibérica  durante  o  período  Árabe.  A  origem  do  termo  é
incerta,  existindo  autores  que  defendem  que  provém  de  vandalicia,  designação  da  Bética  Romana
ocupada  pelos  Vândalos;  para  outros  o  termo  provém  de  landa  hlauts,  designação  dada  pelos
Visigodos  à  Bética;  para  outros  a  sua  origem  está  no  Árabe  jazirat  al‑andaluz,  que  significa  ilha  do
atlântico
ALAMBOR  .    Alargamento  da  base  de  uma  muralha,  através  de  um  plano  inclinado,  que  trazia
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

ALAMBOR  .    Alargamento  da  base  de  uma  muralha,  através  de  um  plano  inclinado,  que  trazia
várias  vantagens  em  termos  de  eficácia  defensiva,  já  que  afastava  os  atacantes,  inviabilizando  a
utilização de máquinas de guerra, dificultando a colocação de escadas e evitando a sua minagem, ao
mesmo tempo que facilitava o ângulo de tiro dos defensores, que não precisavam de se debruçar para
efectuarem disparos

ALARDO . Parada militar

ALARAVE ou ALARVE . Al‑‘Arabi . O Árabe

ALBACAR . Porta da muralha por onde entra e sai o gado

ALBARDA . Al‑Barda’ . Sela, arnez de cavaleiro

ALCACER CEGUER . Nome português da cidade de Ksar es‑Seghir

ALCACER QUIBIR . Nome português da cidade de Ksar el‑Kebir

ALCAIDES  MOURISCOS  .    Mouriscos  expulsos  da  Península  no  século  XV,  alcaides  de  cidades
como  Tetuão  e  Xexuão,    como  Sidi  Ali  Al‑Mandari  (Almandarim)  e  Mulai  Ali  Berrechid  (Berraxe),
que se celebrizaram como grandes combatentes da presença de Portugal em Marrocos, transportando
para o Norte de África a luta contra os cristãos que os tinham expulso dos seus países

ALCAIMA . Do Árabe khaima que significa tenda

ALFAQUEQUE  .  Pessoa  que  tinha  por  missão  tratar  do  resgate  de  cativos  cristãos,  fossem
escravos  ou  prisioneiros  de  guerra.  A  palavra  tem  origem  no  Árabe  “alfàkkãk”  que  significa
“emissário”

ALFAQUI . Especialista em direito Islâmico, geralmente pertencente a uma das escolas tradicionais
da jurisprudência Islâmica

ALFITETE . Al‑Fitat . Massa doce, composta de farinha, açúcar, ovos e vinho

ALFORGE . Al‑Hurj . Sacola dupla para colocar no dorso das montadas

ALFORRIA (ou manumissão) . Acto pelo qual um proprietário de escravos liberta os seus próprios
escravos.  Esta  libertação  assume  diferentes  formas  consoante  o  tempo  e  o  local  da  sociedade
esclavagista. A palavra alforria tem origem no árabe Al‑Hurria, que significa “liberdade”

AL‑GHARB . Significa em Árabe o Ocidente

ALIFATO . Nome dado ao alfabeto árabe

ALJAMAS DE MOUROS . Comunidades mouriscas

ALJAMÍA  (ESCRITA  ALJAMIADA)  .  Escrita  em  Língua  Românica  Peninsular  ou  Romance,  mas
utilizando caracteres Árabes. Aljamía deriva do Árabe Al‑ajamiyya, designação que é dada às línguas
estrangeiras

ALMÁCEGA . Al‑Mustanqa . Tanque para lavar a roupa usado pelas lavadeiras mouriscas

AL‑MAHALA  .  Significa  a  zona  do  exército  onde  se  encontra  o  seu  comandante  e  a  sua  guarda
pessoal

ALMEXIA  .  Al‑Mawxya  .  Espécie 


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o
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ALMEXIA  .  Al‑Mawxya  .  Espécie  de  túnica  que  os  mouriscos  usavam  obrigatoriamente  sobre  o
vestuário “normal” quando não utilizavam roupagem oriental (aljuba, albornoz ou turbante), para se
distinguirem  dos  cristãos.  Foi  também  imposta  a  utilização  do  sinal  do  Crescente  de  pano
vermelho, cozido nas suas roupas, no ombro, e o uso do cabelo rapado

ALMÓADAS . Originários da tribo Masmuda, do Alto Atlas marroquino, os Almóadas (do Árabe Al‑
Muahidin,  ou  os  unitaristas,  no  sentido  de  monoteísmo  religioso),  têm  a  sua  origem  enquanto
movimento  organizado  na  mesquita  de  Tin  Mal,  situada  na  região  do  Tiz’n’Test,  junto  á  actual
estrada que liga as cidades de Marraquexe e Taroudant. Derrotam os Almorávidas em Marrocos no
ano  de  1130,  conquistando  o  Norte  de  Africa  até  Tripoli.  Os  Almóadas  invadem  a  Península,  que
unificam  sob  o  seu  poder.  A  batalha  de  Navas  de  Tolosa,  travada  no  ano  de  1212,  na  qual  os
Almóadas são derrotados por uma coligação cristã liderada por Afonso VIII de Castela e que integra
os  reinos  de  Leão,  Portugal,  Navarra  e  Aragão  e  as  ordens  militares  de  Santiago,  Calatrava,
Hospitalários e Templários marca o início da desagregação da dominação Almóada no Al‑Andalus,
abrindo as portas ao terceiro e último período de Reinos de Taifas.

ALMOCADÉM  .  Nome  dado  aos  mouriscos  usados  como  batedores  nas  almogavérias  de
Marrocos. Do Árabe al‑muqqadam, que significa o que precede, o que vai à frente

ALMOCREVE . Condutor de bestas de carga

ALMOGÁVARES . Força de elite que levava a cabo almogavérias. Termo vem do Árabe Al‑mighuar (pl.
Al‑maghauir), que significa corajoso

ALMOGAVÉRIA (ou CORRERIA) . Surtida militar de uma Praça‑forte para fazer razias nas aldeias,
roubando gado, destruindo colheitas e fazendo cativos

ALMORAVIDAS . Nos confins do deserto do Sahara, na área hoje ocupada pelo Senegal, Mauritânia
e  Sul  de  Marrocos,  uma  confederação  de  tribos  nómadas  islamizadas  desde  os  finais  do  século  IX,
lideradas pelos Lamtuna e Sanhadja, organiza‑se em confraria religiosa e militar, os Almorávidas (do
Árabe Al‑Murabitun, ou aqueles que vêm do Ribat ou mosteiro muçulmano). Conquistam todo o Norte
de Africa Ocidental e estabelecem a sua capital na cidade de Marraquexe. Respondendo a um pedido
de  auxílio  dos  Reinos  de  Taifas  Andaluses  invadem  a  Península,  que  unificam  e  integram  no  seu
império. O surgimento de outra dinastia Berbere em Marrocos, os Almóadas, a derrota que sofrem na
Batalha  de  Ourique  frente  aos  cristãos  de  Afonso  Henriques  e  os  levantamentos  que  levam  ao
estabelecimento dos segundos Reinos de Taifas do Al‑Andalus estão na origem da sua queda.

ALMOXARIFE . Tesoureiro, inspector, intendente

ALPERROS . Nome dado aos Turcos

AL‑QUIBRA . Al‑Quibla . Direcção de Meca

AL‑SALAT . As‑Salat . A Oração

AMARG  .  Significa  em  Tacheliht,  poesia  cantada.  Tem  também  os  significados  de  amor,  desgosto  e
lamento

AMAZIGH  (pl.  IMAZIGHEN)  .  Nome  do  povo  que  habitava  o  Norte  de  Africa  à  data  da  sua
arabização.  Significa  “homem  livre”  na  língua  Tamazight.  Constitui  actualmente  cerca  de  60%  da
população de Marrocos

AMEIA . Abertura no cimo da muralha, situada entre dois merlões

ANDALUSINOS . Designação dos habitantes do Al‑Andalus
ÂNGULO MORTO . Porção de terreno exterior a um perímetro muralhado, não abrangido pelo tiro
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ÂNGULO MORTO . Porção de terreno exterior a um perímetro muralhado, não abrangido pelo tiro
das bocas de fogo colocadas no mesmo

ARAVIA,  ARAVYA  ou  ARABYA  .  Arabia  .  Língua  Árabe


(h땇�ps://historiasdeportugalemarrocos.wordpress.com/2014/02/04/influencias‑da‑lingua‑arabe‑no‑
portugues/)

ARCABUZ . Arma de fogo portátil, chamada pelos portugueses “espingarda”

ARDER . Ser executado por morte na fogueira, considerada a pena máxima, aplicada a crimes como
heresia  e  bruxaria,  mas  também  a  homossexualidade  e  outros  comportamentos  considerados
desviantes

AROSSA . Noiva

ARRAIAL . Do árabe ar‑Rahl . Redil, acampamento; assentamento

ARRAIS  .  Ar‑Rayys  .  Chefe,  Presidente  (Título  atribuído  geralmente  aos  chefes  corsários
(h땇�ps://historiasdeportugalemarrocos.wordpress.com/2014/02/19/corsarios‑mouros/))

ARZILA . Nome português da cidade de Asilah

AZUAGO . Mercenário argelino

ATALAIA  .  Local  de  observação,  geralmente  situado  em  situação  elevada.  Designação  dada  aos
postos  de  observação  das  Praças  em  Marrocos,  com  a  finalidade  de  detectar  qualquer  movimento
inimigo e alertar as defesas

ATALAIAS (ou FACHEIROS) . Sentinelas que fazem serviço de vigia nas Atalaias

ATALHO  .  Tramo  de  muralha  que  dividia  uma  área  muralhada  em  duas.  “Imediatamente  após  a
conquista de um local, os portugueses tinham por princípio reduzir, por vezes de forma drástica, o tamanho das
cidades em que se instalaram. Esta espécie de “redução” toma o nome de atalho e materializa‑se na construção,
no  interior  da  muralha  existente,  de  novas  muralhas.  Após  essa  construção,  parte  dos  bairros  ficam  fora  do
recinto fortificado.”

AZAQUI . Az‑Zaki . Tributo pago pelos mouriscos correspondente a uma décima parte dos tributos
da terra

AZUAGOS . Tropas do Leste da Argélia

BALUARTE . Estrutura defensiva integrante das muralhas, avançada em relação ao seu plano. A
designação era geralmente atribuída aos elementos situados nas inflexões das muralhas, chamando‑
se “estâncias” ou “plataformas” àqueles que se situavam num ponto de determinado “pano”.

BANDOLEIRISMO  MOURISCO
(h땇�ps://historiasdeportugalemarrocos.wordpress.com/2014/08/30/piratas‑manfios‑e‑gandulos/)  .  As
condições  duríssimas  em  que  os  mouriscos  resistem  após  a  obrigatoriedade  de  conversão  ao
cristianismo e a própria fatalidade que marca o seu destino, originam que a sua resistência tenha um
carácter extremamente clandestino e desesperado, marcado pelo ambiente de terror em que viviam.
Muitos deles, os que optam pela luta armada contra os cristãos, aderem ao chamado “bandoleirismo
mourisco”,  de  carácter  violento  e  marginal,  organizando‑se  em  três  grupos  distintos  _  Corsários,
Mânfios e Gandulos

BARAKA . Benção divina
BARBACà. Muro anteposto às muralhas, de menor altura do que estas, com a função de defesa do
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BARBACà. Muro anteposto às muralhas, de menor altura do que estas, com a função de defesa do
fosso de uma fortificação, onde era oferecida a primeira resistência ao agressor

BASTIDA  (ou  CASTELO  DE  MADEIRA)  .  Torre  de  madeira  revestida  com  peles  de
animais, utilizada para assalto a recintos muralhados

BEDUÍNO  .  Termo  que  significa  em  Árabe  semi‑árido  ou  pessoa  do  deserto,  e  designa  as  populações
originárias da Península Arábica

BELCHOR . O mesmo que elche, ou ateu; cristão renegado, convertido ao Islão; indivíduo que muda
de religião

BENDIR . Instrumento musical de percussão

BENI MAAQIL . Tribo Árabe originária do Yemen que se fixou entre os séculos XIII e XV no Vale do
Dadés, trazendo consigo a famosa “arquitetura das Kasbahs”

BERBERE  .  Designação  generalizada,  considerada  por  alguns  como  depreciativa,  dada  ao  povo
Amazigh. Termo que deriva do latim barbarus, que por sua vez deriva do grego com o significado de
estrangeiro

BEY . Título turco que designava os governadores das cidades

BIDAOUI  .  Nome  dado  aos  habitantes  de  Casablanca.  Tem  origem  em  Dar  Al‑Beida,  que  significa
“Casa Branca”

BIOCO . Burqu’ . Parte da capa que cobria o rosto das mulheres, ainda usado no Algarve nos finais
do século XIX, concretamente no ano de 1892, data em que foi proibido. Era também conhecido por
“rebuço”

BLED  EL‑MAKHZEN  (ou  País  da  Lei)  .  Designação  do  conjunto  das  regiões  do  território  de
Marrocos governadas pelo poder centralizado do sultão

BLED ES‑SIBA (ou País Dissidente) .  Designação do conjunto das regiões do território de Marrocos
governadas autonomamente pelas tribos Amazigh

BOCA DE FOGO . Abertura na muralha para disparo de artilharia

BORJ . Significa em Árabe “Torre”

BORTUQAL . Nome dado pelos Andalusis a Portugal. A alteração das consoantes P e G deve‑se ao
facto de não fazerem parte do alfabeto Árabe

BRANCO . Cristão‑Velho

BRIJA . Diminutivo de “Borj”

BUXA  .  Dispositivo  colocado  num  fosso  ligado  ao  mar,  com  a  função  que  o  mesmo  fique  seco  na
maré‑baixa

CABILA . Tribo

CACIS . Qassis . Sacerdote, Imam, homem nobre, notável

CÁFILA . Caravana

ÇAFIM ou SAFIM . Nome português da cidade de Safi
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ÇAFIM ou SAFIM . Nome português da cidade de Safi

CAFRE . Kafir. Ateu; rude, desumano

CALIFADO  .  Território  que,  para  além  de  deter  poder  político  e  militar  autónomo,  detém  também
poder religioso, no sentido de constituir uma forma Islâmica de governação

CALVI  ARAVI  .  Qalbi  ‘Arabi  (h땇�ps://youtu.be/h8HBa868e0Y)  .  O  meu  coração  é  Árabe  (Canção


popular do século XVI recolhida por Gil Vicente e referida na Comédia de Rubena)

CANHONEIRA . Boca de fogo para disparo de artilharia pesada

CAPRIFICAÇÃO . Operação arbórea praticada pelos agricultores que consiste em tornar fértil uma
figueira que se tornou estéril

CARÍAS  .  Kharyas  .  Cantilenas  de  origem  Árabe,  geralmente  cantadas  por  mulheres,  na  base  das
“cantigas de amigo”

CARRIAGEM  .  Conjunto  de  carros  de  tracção  animal,  onde  se  transportavam  os  mantimentos  do
exército

CASAMATA . Abrigo coberto integrado num baluarte, para proteger posições de artilharia

CASBAH (QASBAH ou KASBAH) . Cidadela fortificada. O termo está na origem da palavra alcáçova

CAVALEIROS‑VILÃOS  .  Cavaleiros  designados  pelos  concelhos  para  combater  nas  hostes  do  rei,
devendo  para  isso  ter  posses  suficientes  para  possuir  cavalo,  armas  e  ter  um  determinado
rendimento,  já  que  normalmente  eram  donos  de  terras.  Não  recebiam  qualquer  pagamento,  mas
ficavam  isentos  de  determinados  impostos.  Nos  concelhos  são  os  homens‑bons  e  nas  cortes
representam a classe popular, estando assim entre a nobreza e o povo

CELA ou CELLA . Salat . Oração

CEUTA . Nome português da cidade de Sebta

CHAHADA . Profissão de fé muçulmana

CHARK  AL‑ANDALUS  .  O  Oriente  do  Al‑Andalus.  Nome  dado  aos  territórios  do  Al‑Andalus
situados do lado Oriental da Península

CHAVE (de ARCO ou de ABOBADA) . Também conhecida como fecho ou pedra angular é a aduela
central de um arco ou de uma abóbada

CHIADMA  .  Nome  de  tribo  de  origem  Árabe  que  vive  na  região  costeira  entre  Souira  Qadima  e
Essaouira. A designação refere‑se também ao território que habitam e que partilham com os Regraga

CHLEUH  .  Nome  de  uma  das  três  grandes  Nações  ou  grupos  étnicos  Amazigh  que  habitam  em
Marrocos. Os Chleuh vivem no Alto Atlas, Anti‑Atlas e na região do Sousse

CHORFA . Pessoa notável, nobre

CID ou CIDE . Título derivado do Árabe “saíd”, que significa senhor ou santo

CIDADELA . Fortaleza ou fortificação construída em ponto estratégico de uma cidade, visando sua
proteção.  A  cidadela  pode,  por  vezes,  incorporar  parcial  ou  totalmente  um  castelo  existente  nesta
cidade ou mesmo partes da sua estrutura urbana
CORSARIO  (ou  CORSO)  .  Comandante 
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CORSARIO  (ou  CORSO)  .  Comandante  de  navio  autorizado  a  atacar  e  pilhar  navios  de  outras
nações,    legitimado  por  uma  autorização,  chamada  “carta  de  corso”,  emitida  por  um  governo.  Os
corsários eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo, perturbando as suas
rotas marítimas, sem que o estado tivesse que suportar os custos relacionados com a manutenção e
construção naval.

COURA . Protecção feita de couro que substituía a armadura

COURAÇA  .    Tramo  de  muralha  que  estabelece  a  ligação  entre  esta  e  o  mar.  “Consolidada  na  sua
extremidade  por  uma  torre,  a  couraça  permite  deslocações  protegidas  entre  a  cidade  e  o  mar  e,
portanto, facilita o carregamento e descarregamento de tropas e equipamentos sob pressão inimiga.
Também  ajuda  a  “conquistar”  a  praia  e  dissuadir  o  inimigo  de  qualquer  manobra  para  bloquear  a
passagem.”

CRISTÃOS‑NOVOS . Judeus ou Muçulmanos convertidos ao cristianismo

CUBELO . Torre de forma quadrada adossada às muralhas

DAIA . Lago natural

DAOUR  .  Também  chamada  de  “Primavera  Regraga”,  é  o  nome  da  peregrinação  que  essa  tribo
realiza todos os anos. Significa “volta, passeio”

DARIJA . Dialecto Árabe Magrebino falado correntemente em Marrocos.

DEBUXADOR .  Desenhador, projectista

DEGREDADOS . Indivíduos condenados, que cumpriam as suas penas nas colónias, num regime de
semi‑liberdade

DERDEBA . Ritual ancestral Gnawa praticado à noite “visando transformar uma possessão mórbida por
uma  possessão  controlada.  Durante  a  cerimónia,  são  invocados  diversos  espíritos  ligados  às  cores,  santos
venerados pelas confrarias sufis marroquinas e entidades femininas”

DEVASSA  .  Visita  temporal  feita  pela  inquisição  para  recolher  denúncias  de  “pecados  públicos”,
como “heresia, bigamia, adultério, mancebia, casais separados, superstições e feitiçarias, alcoolismo,
incumprimento  da  obrigação  de  ir  à  missa  aos  domingos  e  dias  santos  e  da  confissão  e  comunhão
anuais,  insultos”,  detectando‑se  “adulteros,  barregueiros,  concubinários,  alcoviteiros,  e  os  que
consentem  as  mulheres  fazerem  mal  de  si  em  suas  casas,  incestuosos,  feiticeiros,  benzedeiros,
sacrílegos, blasphemos, perjuros, onzeneiros, simoníacos, os que dão publicas tabolagens de jogo em
suas casas”

DIWAN . Conselho, órgão governativo colegial

DRAKKAR  .  Nome  dos  navios  dos  Vikings,  famosos  pelas  suas  proas  com  cabeça  de  dragão.  De
baixo calado, podiam navegar em águas pouco profunda e eram extremamente manobráveis

DUQUELA  .  Nome  dado  pelos  portugueses  às  actuais  regiões  marroquinas  de  Doukkala,  Abda  e
Sousse

ELCHE . Ilj . Cristão que opta pela conversão ao Islão, partindo para a Terra dos Mouros (Norte de
África)

EMIRATO . Significa em Árabe Principado. Refere‑se a determinado território com autonomia política
e militar
ENAGUA . An‑Nawa . Saia branca que as saloias usam entre a combinação e a saia
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

ENAGUA . An‑Nawa . Saia branca que as saloias usam entre a combinação e a saia

ESMERILHÃO . Peça de artilharia ligeira

ESPAQUI  (do turco Spahi) . Atirador montado

FACHEIROS (ou ATALAIAS) . Sentinelas que fazem serviço de vigia nas Atalaias

FADA  .  Cerimónia  que  os  mouriscos  faziam  aos  seus  filhos,  após  serem  baptizados  à  força,  para
anular o baptismo e os converterem ao Islão

FADO  .  Khadu  .  Canção  com  caracter  de  lamento  saudosista,  cantada  em  ambientes  restritos  e
clandestinos, na calada da noite. O Fado encaixa perfeitamente enquanto expressão da marginalidade
dos mouriscos urbanos, gandulos ou simplesmente cidadãos espoliados, atacados e sem futuro

FANTASIA  .  A  arte  da  fantasia  consiste  em  imprimir  às  montadas  de  um  grupo  de  cavaleiros,
chamado a Sorba, um galope de carga, o Baroud, e disparar um tiro de espingarda em uníssono no
final  da  corrida.  Os  grupos  mais  hábeis  conseguem  que  os  seus  tiros  façam  uma  só  detonação
perfeitamente sincronizada

FARNEL . Farda . Cada um dos lados do alforge, provisão para viagem

FATIMITAS . Califado estabelecido em Kairuan, na Tunisia, que deve o seu nome à filha do Profeta
Muhammad,  Fátima  Zahra,  mulher  de  Ali  Ibn  Abu  Talib.  O  seu  fundador  foi  um  Mahdi  que  se
declarou descendente de Fátima

FATWA  .    Pronunciamento  legal  no  Islão  emitido  por  um  especialista  em  lei  religiosa,  sobre  um
assunto específico. Normalmente, uma fatwa é emitida a pedido de um indivíduo ou juiz de modo a
esclarecer uma questão onde a jurisprudência islâmica, é pouco clara

FEZ . Nome português da cidade de Fes

FORMIGÃO . Também conhecido como “taipa militar” é um processo construtivo que adiciona a cal
na composição do material para construir em taipa

FORTALEZA  .  Lugar  ou  imóvel  fortificado,  organizado  para  a  defesa  de  uma  cidade  ou  de  uma
região

FOSSADOS . Acções militares baseadas em incursões rápidas, emboscadas e razias para desgaste e
destruição de víveres

FOSSO  .  Escavação  regular  destinada  a  impedir  a  aproximação  do  inimigo  à  fortificação.  O  fosso
podia ser seco ou inundado com água

FRANJ . Nome dado pelos Árabes aos cruzados

FRONTEIROS  .  Indivíduos,  geralmente  nobres,  que  faziam  serviço  nas  praças  do  Norte  de  Africa
como militares ou funcionários administrativos

FULANO . Fulan . Indivíduo, sujeito

FUTUWAH . Cavalaria espiritual Islâmica, regida pelos princípios da justiça e da defesa dos fracos e
desprotegidos

FUSTA  .  Embarcação  do  tipo  da  galé,  que  combina  a  vela  com  os  remos,  muito  utilizada  pelos
corsários genovezes
GABIÃO . Cesto cheio de terra para formar barreira de protecção
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

GABIÃO . Cesto cheio de terra para formar barreira de protecção

GALÉ  .  Antigo  navio  de  guerra,  de  borda  baixa,  movido  à  remos,  geralmente  por  condenados  ou
escravos, mas tambem dotados de 2 ou 3 mastros para velas

GANDULOS . Do Árabe Ghandur, ou vadio, eram membros de milícias urbanas criadas em resposta
ao clima de terror que se vivia nas cidades do Al‑Andalus após  a conquista cristã

GASTADORES  .  Homens  que  tinham  por  missão  abrir  trincheiras  ou  outro  tipo  de  fortificações
provisórias

GAZULAS . Tropas do Anti‑Atlas integrantes dos exércitos Sádidas

GHARB AL‑ANDALUS . O  Ocidente  do  Al‑Andalus.  Nome  dado  aos  territórios  do  Al‑Andalus  que
abarcavam o actual Sul de Portugal e a parte Ocidental da Andaluzia e Extremadura Espanholas

GINETES . Cavalaria ligeira portuguesa, cuja mobilidade se adequava à função de batedor e à prática
da  “guerra  guerreada”,  ou  seja,  o  raid  militar  feito  no  território  inimigo  com  o  objectivo  de  roubar
bens e animais, destruir culturas e emboscar tropas rivais em movimentação

GNAWA  ou  GNAOUA  .  Descendentes  dos  escravos  trazidos  da  Africa  subsariana  para  Marrocos
pelos Árabes e Berberes para integrar os seus exércitos e trabalharem na construção das suas cidades.
São  arabófonos  e  praticam  o  Islão  Sufi,  organizando‑se  em  confrarias  místicas  sufis  muçulmanas.
Usam  a  sua  música,  cantos  e  danças  para  atingirem  um  estado  de  transe,  utilizando  para  tal  um
movimento circular com a cabeça, comparável à famosa dança dos dervixes rodopiantes

GOUMS  ou  GOUMIERS  .  Designação  dada  aos  soldados  marroquinos  integrados  no  exército
colonial francês, em unidades de infantaria ligeira, comandados por oficiais franceses

HABS . Significa prisão em dialecto marroquino

HAHA . Tribo Amazigh que vive na região situada entre Essaouira e Agadir

HAJIBE . Cargo político equivalente a primeiro‑ministro

HAJJ . Peregrinação anual a Meca

HALKA . Círculo de pessoas que se juntam em torno de um músico ou de um contador de histórias

HARÉM  .  Parte  da  casa  proibida  a  homens  de  fora  ou  conjunto  das  mulheres  de  um  matrimónio
poligâmico

HARKAS . o mesmo que GOUMS

HENNA  .  Corante  retirado  da  planta  “lawsonia  inermis”  usado  no  Norte  de  Africa  e  na  India  para
colorir o cabelo e tatuar o corpo e as mãos

HOMIZIADOS . O mesmo que degredados

IDRÍSSIDA . Dinastia Árabe Xiita que reinou na parte ocidental do Magrebe entre 789 e 985

IMGHAREN . Chefes tribais do Sul de Marrocos

IRUMIN . Nome dado pelos imazighen aos cristãos

IZLAN . Cantos que acompanham os Ahidous
JAMAA . Mesquita. Significa também ajuntamento ou local de reunião
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JAMAA . Mesquita. Significa também ajuntamento ou local de reunião

JANÍZEROS . Soldados estrangeiros integrados no exército otomano

JBEL . Significa em Árabe Montanha

JIHAD . Guerra Santa. Para os fanáticos do Islão é a guerra travada contra os não‑islâmicos. Para a
generalidade  dos  Muçulmanos  é  a  guerra  travada  contra  os  inimigos  do  Islão.  Para  os  místicos
Islâmicos  é  a  guerra  que  todos  os  indivíduos  travam  contra  si  próprios,  no  sentido  de  se
aperfeiçoarem

JINNS . “Entidades maléficas ou benfazejas, superiores aos homens e inferiores aos anjos, imperceptíveis aos
sentidos,  e  cuja  importância  na  literatura  popular  e  no  folclore  árabes  é  bastante  grande”.  Normalmente
os jinns são associados a espíritos maléficos pela crença popular

KHAIMA . Tenda

KHODDAM . Servidor

L‑BARTQIZ . “Os portugueses” no dialecto Árabe de Marrocos

LÍNGUA FRANCA . Língua falada pelos corsários e cativos. Esta “no man’s langue”,  tinha  também


origem  o  facto  de  os  muçulmanos  não  aceitarem  que  os  cativos  falassem  as  línguas  europeias
normais,  que  não  compreendiam,  mas  também  não  aceitavam  que  falassem  a  língua  árabe,  a  sua
língua  sagrada.  Era  composta  maioritariamente  por  termos  italianos,  castelhanos,  portugueses  e
franceses, cerca de 80%, termos árabes e turcos, cerca de 15% e alguns termos de outras línguas como
por exemplo o grego, numa percentagem de 5%

LOBULO  .  Parte  do  círculo  empregada  como  ornamento  no  traçado  das  rosáceas  e  dos  arcos  em
forma de rosácea, ou, de forma sucessiva, para formar arcos polilobulados

MAAQIL . Tribo Árabe originária do Yemen que se instalou a Sul do Alto Atlas entre os séculos XIII
e XV. trazendo consigo a arquitectura dos Ksares e Kasbahs que caracterizam o Planalto do Dadés

MAGREBE . Significa em Árabe Ocidental

MAHDI . Significa em Árabe Guiado.  É o redentor profetizado do Islão, que permanecerá na Terra
por  sete,  nove  ou  dezenove  anos  (de  acordo  com  as  diferentes  interpretações)  antes  da  chegada  do
dia do juízo final final

MAJUS . Nome dado pelos Andaluses aos Vikings Noroegueses e Dinamarqueses. Significa Magos

MÂNFIOS . Termo derivado do Árabe Manfi, que significa desterrado ou proscrito, são uma forma de
bandoleirismo  marginal,  constituído  por  grupos  formados  por  40  a  50  indivíduos,  sediados
sobretudos em zonas desabitadas e de difícil acesso, como as serranias, que atacavam os cristãos após
a conquista cristã do Al‑Andalus

MANTA (ou MANTELETE)  .  Arma  de  grande  utilidade  para  os  soldados  que  se  aproximavam  da
muralha,  formada  por  tabuados  de  madeira  grossa,  com  pegas  interiores  para  facilitar  o  seu
transporte

MAR  DAS  ÉGUAS  .  Corresponde  à  zona  marítima  situada  entre  o  Sul  de  Portugal  e  as  costas
Atlânticas da Andaluzia Espanhola e Norte de Marrocos

MARABUTO  (MURABITO  ou 


https://historiasdeportugalemarrocos.com/glossario/ MORABITO)  .  Religioso  muçulmano  de  vida  ascética 10/17
e
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MARABUTO  (MURABITO  ou  MORABITO)  .  Religioso  muçulmano  de  vida  ascética  e


contemplativa

MARABUTO  .  Murabitun  .  Nome  dado  aos  religiosos  cripto‑islâmicos  (origem  “os  que  vêm  do
Ribat”)

MARADO . Marid . Doente

MARAFADA ou MARAFONA . Mr’a khaina . Mulher que engana, desleixada, escandalosa

MARIOLA . Moço de fretes

MARLOTA . Peça de vestuário árabe comprida, com mangas curtas e largas

MARROCOS . Nome português da cidade de Marraquexe

MASJID . Mesquita. Termo que deriva do verbo sajada, que significa prostrar‑se

MATACÃES  .  Aberturas  salientes  no  topo  das  muralhas  para  tiro  mergulhante  ou  arremesso  de
objectos ou azeite a ferver

MATAMORA ou MATAMORO . Matmara . Celeiro enterrado

MATMUR (pl. MTAMAR) . Masmorra. Significa em Árabe “lugar de enterramento”

MAWLAS (ou MULADIS) . Nome dado aos antigos cristãos do Al‑Andalus arabizados e convertidos
ao Islão. A designação mawlas tem a sua origem no Árabe muwallids ou recém‑nascidos

MAZAGANIA (do árabe Maghzanyia) . Tropas regulares que recebem soldo

MAZAGÃO . Nome português da cidade de El Jadida

MEIRINHO . Oficial de justiça

MERLÃO . Elemento saliente do parapeito de uma fortificação para proteger os seus defensores

METADOR . Indivíduo que ajudava os cativos europeus a fugir da prisão e os guiava até às Praças‑
fortes de Marrocos. “Este termo é uma deformação do espanhol “metedor”, que significa “contrabandista” (no
sentido de aquele que “metia” ou “introduzia” alguma coisa); a “metedoria” era a introdução de mercadorias de
contrabando. No caso concreto, o que se “introduzia” na Península, era mercadoria humana”.

MESTRE DE CAMPO . Oficial encarregue da organização do exército

MICER (MISSER, MESSER) . Termo antigo usado como título honorífico com o significado de “Meu
Senhor”

MIHRAB  .    Termo  que  designa  um  nicho  em  forma  de  abside  numa  mesquita.  Tem  como  função
indicar a direcção da cidade de Meca (qibla), para qual os muçulmanos se orientam quando realizam
as cinco orações diárias

MINARETE . Designação que provém do Árabe manara ou farol. Refere‑se à torre de uma mesquita,
local do qual o almuadem ou muezzin anuncia as cinco chamadas diárias à oração

MISSÃO  DE  REDENÇÃO  .  Iniciativas  promovidas  pelas  Ordens  religiosas  para  libertar  cativos
cristãos das prisões do Norte de Africa

MÍSULA . Peça resistente, saliente de parede vertical, com a função de servir de apoio a uma cornija
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

MÍSULA . Peça resistente, saliente de parede vertical, com a função de servir de apoio a uma cornija
ou um arco

MOÇÁRABES . Nome dado aos cristãos do Al‑Andalus arabizados, mas que mantêm a sua religião.
A designação moçárabe tem a sua origem no Árabe musta’rib ou arabizados

MOQADAM . Chefe, o que vai à frente, batedor, fiscal

MOQQADEMA . Vidente, curandeira, mulher com poderes sobrenaturais para ver o futuro e curar
situações de possessão e mau olhado

MORABITO (ou MARABU) . Local de culto a um eremita considerado santo. Normalmente é uma
construção de pequenas dimensões, de planta quadrangular encimada por cúpula

MOSQUETE . Arma de fogo de calibre superior ao arcabuz

MOUREJAR (ou MOIREJAR) . Trabalhar sem descanso

MOURISCAS ou MOURISCADAS . Danças realizadas pelos mouriscos, integradas em celebrações
cristãs,  apenas  autorizadas  se  os  seus  protagonistas  as  realizassem  à  margem  da  celebração.  As
Mouriscas  eram  também  realizadas  em  espectáculos  para  divertir  os  nobres  cristãos,  sobretudos  as
protagonizadas por mulheres

MOURISCOS . Nome dado aos Muçulmanos do Al‑Andalus forçados à conversão ao Cristianismo,
após a conquista cristã , e à adopção obrigatória da língua e costumes dos Cristãos, incluindo a forma
de vestir

MOUROS . É a designação dada pelos cristãos aos habitantes do Al‑Andalus e do Magrebe. O nome
tem  a  sua  origem  no  Latim  Mauro,  que  significa  “de  pele  escura”.  Nome  dado  inicialmente  aos
escravos, fossem Norte Africanos, fossem da Africa Subsariana

MOUROS DE PAZES . (ou mouros de sinal) Nome dado pelos portugueses às tribos que viviam nas
áreas circundantes das praças‑fortes de Marrocos e aceitavam estabelecer acordos de paz. Ao abrigo
desses acordos, os portugueses davam‑lhes protecção em relação às tribos inimigas e permitiam que
os mouros de pazes circulassem livremente nas praças e aí exercessem o seu comércio. Em troca, os
mouros  garantiam  paz  aos  portugueses  e  pagavam  um  tributo  em  géneros,  geralmente  produtos
agrícolas ou gado

MOUROS FORROS . Escravos Mouros que adquiriam a sua liberdade através de um pagamento ao
seu amo ou por testamento deste

MOUSSEM . Festa ou festival regional anual, em que geralmente se junta a celebração religiosa de
um  santo  adorado  localmente  a  atividades  festivas  e  comerciais.  São  eventos  muito  concorridos,  a
que podem acorrer pessoas de locais muito distantes

MUDEJARES  .  (do  Árabe  Mudajjan  ou  Domesticados)  Designação  dada  aos  Muçulmanos  do  Al‑
Andalus após a conquista cristã, que conservam a sua religião mas que, progressivamente, adoptam
os hábitos e a língua dos Cristãos

MUJAHID . Guerrilheiro

MULADIS (ou MAWLAS) . Nome dado aos antigos cristãos do Al‑Andalus arabizados e convertidos
ao Islão. A designação muladis tem a sua origem no Árabe muwallids ou recém‑nascidos

MULAY . Título normalmente utilizado como título próprio dos xerifes
MURIDINOS . Confraria fundada em Silves pelo místico sufi Ahmed Ibn Qasi durante o período dos
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MURIDINOS . Confraria fundada em Silves pelo místico sufi Ahmed Ibn Qasi durante o período dos
segundos Reinos de Taifas

NERVURA  (de  ABOBADA)  .  Nervura  ou    nervo  é  um  elemento  arquitectónico  formado  por  um
segmento do arco saliente do intradorso de uma abóbada. A abóbada de nervuras ou de cruzaria é
uma derivação da abóbada de arestas, na qual os arcos são salientes no seu intradorso

NEUROBALÍSTICA  .  Disciplina,  dentro  da  ciência  balística,  que  trata  dos  dispositivos  e  das
tecnologias de tiro cujas forças propulsoras são resultantes de elementos de flexão ou torção

OLARILOLÉ . La Illaha Ila Allah . Não há divindade senão Deus

OMÍADA . Califado estabelecido em Damasco pelos Banu ‘Ummaya, originários de Meca. A relação
de parentesco da família Omíada com o Profeta Muhammad está no facto de serem descendentes de
um ancestral em comum, Abd Manaf ibn Qusai

ORDENANÇA . Legislação militar utilizada no processo de recruta e de disposição dos soldados no
terreno

ORELHÃO . Prolongamento exterior da face frontal de um baluarte com a função de proteger a sua
face lateral

OUED . Significa em Árabe “Rio”

OULEMA . Teólogo islâmico

PACHA . Título turco que designava os governadores das províncias do Império Otomano

PALANQUE . Castelo de madeira. Estrutura defensiva colectiva, móvel, que servia como fortificação
de campanha para proteger as tropas quando sediavam uma cidade

PAVESES . Escudos metálicos

PELOURO . Projéctil de arma de fogo

PIQUE ou PICA . Lança comprida que podia atingir 5 metros

PIROBALÍSTICA  .  Disciplina,  dentro  da  ciência  balística,  que  trata  dos  dispositivos  e  das
tecnologias de tiro cuja força propulsora é a pólvora

POLILOBULADO (ARCO) . Arco formado por uma sucessão de lóbulos

PRAÇA‑FORTE . Cidade ou povoação fortificada, organizada para compensar a falta de obstáculos
naturais nas fronteiras ou nos pontos estratégicos de um país

PRESÍDIO . Fortificação construída numa baía ou porto, num local de difícil acesso, com o objectivo
de o dominar militarmente (aprisionar), inviabilizando a sua utilização por navios inimigos. O termo
presídio acabou por significar uma prisão isolado de onde é muito difícil sair

PRESÍDIO DO DEMÓNIO . Nome dado pelos mouriscos à inquisição

QAID . Chefe tribal Berbere

QASSR (ou KSAR) . Castelo. O termo está na origem da palavra alcácer

RAIS  (ou  REIS)  .  Título  atribuído 


https://historiasdeportugalemarrocos.com/glossario/ geralmente  aos  chefes  corsários,  derivado  do  Árabe  “raís”  13/17
ou
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RAIS  (ou  REIS)  .  Título  atribuído  geralmente  aos  chefes  corsários,  derivado  do  Árabe  “raís”  ou
“presidente”

RAZIA . Incursão em território inimigo pra fazer destruições e pilhagens

REDENTORISTA . Religioso que participava numa Missão de Redenção

REGRAGA  .  Tribo  Berbere  arabófona  que  vive  na  região  costeira  situada  entre  Souira  Qadima  e
Essaouira,  no  chamado  “País  Chiadma”,  célebre  pela  guerra  implacável  que  levou  contra  o  invasor
português

REINOS DE TAIFAS . A queda do Califado de Córdoba no ano de 1031 fracciona o Al‑Andalus em
pequenos  reinos  independentes,  chamados  Reinos  de  Taifas  (do  Árabe  Muluk  At‑Tawaif  ou  reinos
fraccionados).  Os  primeiros  Reinos  de  Taifas  vigoraram  entre  a  queda  do  Califado  e  a  conquista
Almorávida, os segundos entre a queda dos Almorávidas e a conquista Almóada e os terceiros entre
a queda dos Almóadas e a conquista cristã

RENEGADO (o mesmo que ELCHE ou BELCHOR) . Antigo Cristão convertido ao Islão. A decisão
de  conversão  ao  Islão  tinha  como  causa  principal  a  incapacidade  de  os  cativos  comprarem  a  sua
liberdade,  mas  muitos  dos  renegados  eram  fugitivos  europeus  condenados  por  crimes  nos  seus
países  de  origem,  que  em  Marrocos  tinham  a  possibilidade  de  refazer  as  suas  vidas.  “Os  renegados
tinham em comum dois elementos chave: eram todos europeus de origem, e cristãos. A sua conversão ao Islão
podia  contudo  ser  voluntária  ou  não,  mas  em  todos  os  casos  acabavam  por  trabalhar  para  as  autoridades
marroquinas. O desenraizamento social destes novos convertidos criava aliás uma nova individualidade”

REVELIM . Baluarte para artilharia situado fora do pano da muralha

RIBAT  .  Fortificação  geralmente  construída  na  fronteira  das  zonas  islamizadas,  com  a  função  de
acolher  místicos  islâmicos  nos  seus  retidos  e  soldados  envolvidos  nas  acções  de  islamização,  e
proteger as principais vias de comunicação. O termo ribat está na origem da palavra arrábida

RIMANCES . Pequenos cantos épicos populares, enraizados na tradição oral, que relatam histórias
mouriscas

ROMANCE  .  Língua  também  chamada  de  Românica  Peninsular,  que  resulta  da  mistura  do  latim
vulgar, falado pelos soldados romanos, com os dialectos locais existentes na Península Ibérica à data
da sua ocupação. É a origem do Português e das restantes línguas Ibéricas

ROQUEIRO . Rochoso

RUSS . Nome dado pelos Andaluses aos Vikings Suecos

SADIDAS . Dinastia xerifiana com origem nas regiões do Sousse, Tafilalt e Vale do Draa, que desde
1511 proclama a guerra santa contra a presença portuguesa em Marrocos

SEFARDITAS  .  Termo  usado  para  referir  aos  Judeus  originários  de  Portugal  e  Espanha.  A  palavra
tem  origem  na  denominação  hebraica  para  designar  a  Península  Ibérica,  Sefarad.  Utilizam  a  língua
sefardi, também chamada “judeu‑espanhol” e “ladino”, como língua litúrgica

SENHORES DO ATLAS . Líderes tribais Amazigh do Alto Atlas

SKALA ou SQALA . Conjunto fortificado constituído por plataformas e torreões para colocação de
artilharia com a função de defender uma zona portuária. Em Marrocos ficaram célebres as Skalas de
Essaouira e de Casablanca, construídas no século XVIII pelo Sultão Sidi Mohamed Ben Abdellah com

recurso a projectos e mão‑de‑obra especializada, sobretudo de cativos e renegados, mas também de14/17
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

recurso a projectos e mão‑de‑obra especializada, sobretudo de cativos e renegados, mas também de
técnicos contratados, caso dos genoveses

SOUK . Mercado

SPAHIS . Regimentos de cavalaria ligeira do exército francês, recrutados originalmente no seio das
populações indígenas de Marrocos, Argélia e Tunisia

SUFISMO . O Sufismo é a via espiritual e mística do Islão, também chamada de Islão do coração ou
Islão do amor, dado que os Sufis não se regem pela sua mente, mas pelos seus sentimentos. É Islão da
inteligência, da tolerância e da busca do conhecimento. Para os Sufis toda a realidade comporta um
aspecto exterior aparente e um aspecto interior escondido, ou seja gnóstico ou esotérico

TABELIÃO . Escrivão público, titular de cartório

TACHELHIT . Uma das três línguas Tamazight, falada no Alto Atlas e no Suss

TADELAKT  .  Revestimento  tradicional  composto  de  cal,  areia  fina  e  pó  de  pedra,  pigmentado,
apertado  à  talocha,  barrado  com  sabão  diluído  em  água,  polido  com  um  seixo  e,  opcionalmente,
finalizado com uma camada de cera. É originário da Planície do Haouz, região de Marraquexe. A sua
designação provém do Árabe “dlak”, que significa massajar ou amassar, dado que é uma argamassa
tem de ser “apertada” para lhe ser retirado todo o ar existente no seu interior

TAMAZIGHT . Nome dado ao conjunto das línguas dos Amazigh. Em Marrocos existem três línguas
Tamazight  _  o  Tachelhit  falado  pelos  Chleuh,  o  Tamazight  do  Médio  Atlas  e  o  Tarifit  falado  no  Rif.  O
Tamazight  escreve‑se  com  um  alfabeto  chamado  Tifinagh,  que  tem  origem  no  alfabeto  Púnico,
variante da escrita cuneiforme Fenícia

TÂNGER . Nome português da cidade de Tanja

TAOUAF . Movimento circular feito pelos religiosos em torno de um morabito

TARACENAS  ou  TERCENAS  .  Local  onde  se  construíam,  reparavam  navios  e  guardavam
apetrechos marítimos.

TARIQA . Palavra que significa via, caminho, doutrina ou método, utilizada para designar as confrarias
místicas sufis muçulmanas

TEMPLARIOS .  Ordem militar de  cavalaria  fundada  em  1096  no  rescaldo  da  primeira cruzada.  A
sua  designação,  Ordem  dos  Pobres  Cavaleiros  de  Cristo  e  do  Templo  de  Salomão,  resulta  do  local  onde
originalmente  se  estabeleceram,  o  Monte  do  Templo  em  Jerusalém,  onde  existira  o  Templo  de
Salomão,  e  onde  se  ergue  a  atual  Mesquita  de  Al‑Aqsa,  e  do  voto  de  pobreza  e  da  fé  em
Cristo.  Ordem  iniciática,  gnóstica,  defensora  dos  valores  da  justiça,  igualdade,  defesa  dos  fracos  e
fraternidade. No século XIV a Ordem é pelo rei de França Filipe IV e pelo papa Clemente V, sendo
muitos Templários condenados à morte pelo fogo

TERCELETE . Arco intermédio das abóbadas de cruzaria, constituindo uma nervura secundária de
suporte da mesma

TERÇOS . O campo exterior à cidade era dividido em “terços” ou zonas defensivas e ofensivas com
organização  própria,  confiadas  a  diferentes  unidades  militares.  Significa  também  unidade  militar
composta por 12 companhias

TETUÃO . Nome português da cidade de Tetuan

TIMDOUAL . Viúvas e divorciadas Amazigh que procuram casamento no Moussem de Imilchil
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

TIMDOUAL . Viúvas e divorciadas Amazigh que procuram casamento no Moussem de Imilchil

TIRBATINE . Jovens virgens Amazigh que procuram casamento no Moussem de Imilchil

TIRO  RASANTE  .  Tiro  realizado  com  trajectória  paralela  a  uma  muralha,  permitindo  abranger
terrenos  situados  próximos  da  mesma,  e  anular  os  ângulos  mortos.  O  tiro  rasante  veio  resolver  o
problema do tiro de proximidade, anteriormente apenas conseguido com a existência de canhoneiras
na zona inferior dos baluartes, que os tornava muito vulneráveis

TORRE  ALBARRà .  Torre  situada  fora  do  pano  da  muralha  e  ligada  a  ela  por  um  passadiço
superior. O termo tem origem no árabe al‑barran, que significa “exterior”

TORRE DE MENAGEM . Torre central de um castelo medieval, constituindo o seu principal ponto
de observação do campo exterior e último reduto defensivo

TRANQUEIRAS . Paliçadas de madeira colocadas em determinadas posições para evitar os ataques
da  cavalaria  marroquina  e  permitir  uma  retirada  em  segurança  a  partir  das  atalaias.  Em  redor  de
Tânger existiam inúmeras tranqueiras, cada uma com o seu nome, como a Tranqueira dos Pomares, a
Tranqueira das Canas, a Tranqueira Nova, a Tranqueira de Angera, a Tranqueira de Benamenim, a
Tranqueira do Verde, a Tranqueira dos Três Paus, a Tranqueira da Lagem ou a Tranqueirinha

TRONEIRA . Abertura na muralha para disparo de artilharia ligeira ou arcabuzes

TUAREG . Povo nómada berbere que habita o Sahara central e o Sahel. Touareg significa abandonado
ou errante. O seu verdadeiro nome é Imuhar, cujo significado é homens livres

VALADO . O mesmo que VALO

VALIDO . Favorito de um personagem importante

VALO  .  Amontoado  de  pedras  colocado  no  terreno  paralelamente  às  muralhas  para  servir  de
primeira linha de defesa

VARA . Unidade de medida de comprimento antiga, utilizada em vários países até à introdução do
sistema métrico.  Correspondia 10 pés de comprimento, equivalente a, aproximadamente, 2,96 metros

XARRACA (de Sharq) . Oriente

XEQUE (ou Saykh) . Cidadão respeitável

XAVECO  .  Embarcação  de  vela  latina  e  remos,  muito  utilizada  pelos  corsários  Norte‑Africanos.  O
termo deriva do Árabe xabka, que significa rede

XERIFE . Termo derivado do árabe sharif ou nobre, designa os nobres Árabes descendentes do profeta
Muhammad por via de um dos seus netos al‑Hassan ben Ali e al‑Husayn ben Ali

XEXUÃO . Nome português da cidade de Chefchauen

ZABUMBA . Zabun . Tambor (nome da cartola usada pelos saloios)

ZAUÍA  .  Edifício  religioso  muçulmano  ligado  aos  sufis  ou  misticistas  islâmicos.  Normalmente  tem  a
sua  origem  num  túmulo  de  um  santo  e  congrega  funções  de  retiro  e  meditação,  escola  Corânica  e
também  de  acolhimento  a  necessitados  e  soldados.  As  Zauias  foram  em  muitos  casos  sedes  da
cavalaria espiritual islâmica, localizando‑se junto às zonas de fronteira com as áreas cristãs. O termo
zauia está na origem da palavra azóia

ZOUAVES . Unidades mistas de infantaria ligeira pertencentes ao Exército de Africa francês, criadas
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25/01/2017 Glossário | Histórias de Portugal e Marrocos

ZOUAVES . Unidades mistas de infantaria ligeira pertencentes ao Exército de Africa francês, criadas
durante a conquista da Argélia, que incorporam tropas francesas e soldados norte‑africanos

2 comments on “Glossário”

Antônio Miguel on 9 de Junho de 2016 às 6:33 said:
Gostei muito deste site. É de suma importância didática e cultural.

Responder
Frederico Mendes Paula on 9 de Junho de 2016 às 8:42 said:
É bom saber. Obrigado e cumprimentos

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