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RYODORAKU

Antes de iniciarmos sobre Ryodoraku é conveniente conhecer a lei de Ohm onde diz que a
corrente em qualquer circuito é diretamente proporcional à voltagem e inversamente proporcional
à resistência.
Com isso não devemos esquecer que a principal resistência que iremos trabalhar é com a
epiderme do paciente, principalmente na camada córnea devido a pouca concentração de líquido,
que é necessário para condução elétrica.

A técnica japonesa de eletroacupuntura de Ryodoraku é dividida em diagnóstico e terapêutico.


Porem antes de estudarmos ambas é necessário frisar que os meridianos não
combinam em seus trajetos, na porção proximal, com os da M.T.C.
Inclusive o ponto eletropermeável (ponto Ryodo) não é necessariamente um
ponto de meridiano, diferindo na localização. Freqüentemente há coincidência
entre os dois pontos. O ponto Ryodo é classificado como de acupuntura por sua
natureza reativa.

Alguns pontos fontes também não estão em concordância com a M.T.C. não
quanto à localização atômica, mas em qual é o ponto fonte no meridiano.

A tabela de medição de Ryodoraku não é simétrica, isso porque cada


meridiano possui energia diferente dos demais e para uma aferição média da
energia corporal, a tabela já está elaborada pela média das pessoas saudáveis.

Nunca esquecer que o Ryodoraku é C.C. e por isso cuidado com a eletrólise quando
utilizar no tratamento. Não usar eletrodos agulhas.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico em pulsologia eletrônica é uma técnica simples, eficaz e que diminui em


muito os erros que por ventura possa acontecer.

Quando o diagnóstico do Acupunturista difere do feito com a técnica de Ryodoraku,


deverá ser feita uma reavaliação em ambas as técnicas, pois deve haver o mesmo
diagnóstico seja qual a mescla utilizada para fazê-lo.

Antes de começar a medição, o aparelho deve estar aferido em 200 microamperes, que
corresponde a resistência elétrica da pele. A aferição deve ser feita com um curto
provocado pelos pólos positivos e negativos do aparelho, regulando pela chave seletora.
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A realização consiste no paciente descansado, ou em repouso por 15 minutos, sem
objetos ou vestimentas comprimindo os membros, segurar o eletrodo metálico numa das
mãos e o Acupunturista com o eletrodo explorador, este com uma bucha de algodão
prensada, molhada com solução salina saturada, de temperatura ambiente a morna, coloca
de forma perpendicular nos pontos fontes segundo a técnica entre 3 a 5 segundos, após
cada medição umidificar o algodão. Anotar o valor no meridiano e a lateralidade efetuada.

No eletrodo exploratório, estamos examinando as condições dos elétrons ou íons livres,


e por isso a velocidade de estabilização do valor medido também é importante. Uma
subida lenta dos valores com um tempo longo de estabilização não é o desejável, então há
alteração no ponto eletropermável.

Depois de feito nos 24 pontos fontes, a média será feita da seguinte maneira, que tem a
melhor fundamentação matemática. Soma-se o valor dos 24 pontos e divide-se por 24 que
será a média. Caso essa média seja n.ºfracionado, é feita a aproximação.
Ex: 24,8 = 25
24,2 = 24
24,5 = 24,5

Quando encontrada a média, apontar nas duas barras laterais e unir com um traço
contínuo, feito isso a partir dessa linha medir 7 mm para cima e 7 mm para baixo e traçar
essas duas paralelas. Essa medição de 7 mm corresponde a 7 microamperes.

Os pontos contidos entre a linha superior inferior estão energeticamente equilibrados, os


que estão acima em excesso e devem ser sedados e abaixo em deficiência e devem ser
tonificados.
A distância das linhas paralelas nos indica a condição crônica ou aguda do caso, sendo
a primeira mais próxima, mas fora dos padrões normais de medida, a segunda mais
afastada.

Pode acontecer que apenas um ramo de meridiano esteja energeticamente alterado.


Teoria de desequilíbrio de um único meridiano.

Para uma melhor visualização da tabela, os valores dos pontos devem ser marcados com
canetas de cor diferente das paralelas.
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, 24 v.
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TERAPÊUTICA

Após sabermos qual meridiano ou ramo de meridiano está em desequilíbrio, inicia-se a


terapêutica que é mais fácil que o diagnóstico.
A terapia Ryodoraku é uma terapia de estimulação, ou seja, o ponto é trabalhado para
dispersar, tonificar ou ainda harmonizar pela transferência de energia nos meridianos.

No caso de plenitude, utilizaremos os pontos de sedação do próprio meridiano para


diminuir a energia circulante no ramo do mesmo. Ex.: P em excesso sedar P 5. Com os
meridianos em deficiência serão usados os pontos de tonificação. Ex.: F em deficiência
tonificar F 8.

Assim se transfere energia de onde está em excesso para onde está em deficiência,
ocorrendo a verdadeira harmonização.

É mais fácil elevar a condutibilidade elétrica do que suprimi-la, por isso selecionaremos
primeiro os pontos de tonificação aos de sedação. Podemos também escolher os
meridianos do pé aos da mão para iniciar a terapia.
Ou seja, é mais importante tratar os Ryodorakus baixos e usar os altos para diagnóstico,
mas isso não é regra inviolável, ambos são utilizados tanto para diagnóstico como
tratamento.
Na M.T.C. quando ocorre um afastamento do yin e do yang, ocorre a morte. Yang muito
alto deve ser sedado, pois pode matar, yin muito baixo deve ser tonificado para interagir
com o yang.

Na terapia Ryodoraku, temos ainda em nosso arsenal, os pontos reguladores, como o


próprio nome os afirma regulam, harmonizam o que esta em desequilíbrio.
São eles: P 6, CS 4, C 3, IG 10, TA 9, ID 7.
E 37, VB 37, B 58, F 5, BP 7, R 9.

Segundo Oda (ODA 2004) a estimulação dos pontos fontes, também é um eficaz método
de tratamento, pois expressam o estado dos órgãos internos.

Com o uso da CC, o tempo de aplicação é diminuído em muitas vezes devido à


interação entre o organismo e a CC.
No caso da tonificação, basta cinco segundos de estímulo no ponto Ryodo e na sedação
dez segundos, podendo ainda, em alguns aparelhos, selecionar freqüência tanto para um
como outro.
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PADRÕES DO GRÁFICO RYODORAKU

O gráfico Ryodoraku permite ao terapeuta ter uma valiosa visão sobre as


condições gerais e tendências constitucionais do paciente. Mesmo em disfunções
latentes ou distúrbios não identificados pelo paciente, pode-se determinar a
natureza dos mesmos e tratá-los.

Os quadros a seguir são alguns padrões gráficos que geralmente refletem as


prováveis condições e sintomas. Nem sempre o paciente se apresentará ou
evoluirá exatamente conforme os padrões, mas as interpretações dos gráficos
tem o seu valor no que tange a compreensão mais aprofundada do paciente.

FAIXA FISIOLÓGICA PADRÃO

1- Equilíbrio do Sistema Nervoso Autônomo. Boa função homeostática,


saudável.

H F

40 ~ 60

2- Excitação do Sistema Nervoso Simpático. Boa homeostase,


hipertireodismo, calor. Excesso: trabalho; sensibilidade física e
emocional.

H F

High Level

3- Supressão do S.N. Simpático. Homeostase pobre, hipotireodismo.


Passivo: cansado, frio, deficiência, sensação de fraqueza.

H F
6

Low Level

4- Discrepância mão e pé. Em paciente saudável: frialdade na parte inferior


Excesso: ascensão de Qi e sangue, insônia; cefaléia.

H F

High Hand
Low Foot

5- Mão e pé invertido: oposto ao padrão normal, nervoso irritável.

H F

Higt Foot
Low Hand

6- Equilíbrio Yin Yang da mão: ativo, animado.

H F

Yang
Yin

7- Inversão Yin Yang da mão. Depressivo, letárgico, apático.

H F
Hand Level
Yin
yang
7

PADRÕES INDIVIDUAIS POR CANAL

8- Hipertensão de causa renal


F 3 alto: agitado, irritável.
F 5 baixo: tontura, vertigem.

F3 F5

X
KD GB

9- Hipotensão. Somente H 3 e F 5 afetados.


H2 H3 H5

X X X

10- Cardiopatia: H 2 e H 3 altos ou baixos. distúrbios cardíacos,


palpitações.

H2 H3

X X

X X
PC HT
8

11- Constipação – Dr. Nakatani observou flutuação significante em H 3


após defecação. Algumas vezes somente o H 3 está alto.

H3 H4 H6 F1

X X

X X X
HT LI BP

12- Distúrbios na evacuação. Diarréia, constipação ou alternância de


ambos.

H3 F1

X
HT SP

13- Prolapso de estômago. Úlcera F 1, F 2 e F 6 altos ou baixos.

F1 F2 F6

X X X

X X X
SP LV ST

14- Prolapso de estômago F 1 alto e F 2 baixo ou vice versa.

F1 F2
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O X

X O
SP LV

15- Prolapso anal. H 1 alto: conexão pulmão-intestino grosso. F 2


baixo: conexão fígado músculo.

H1 F2

X
LU LV

16- Hemorróidas. F 4 alto ou baixo.

H1 F4

X X

X
LU BL

17- Ombro enrijecido (padrão I). H 6 alto (ombro). F 4 alto/baixo:


cervical e occipital.

H1 H2 H6 F4

* * X X

*X X
LU PC LI BL

18- Ombros enrijecidos (padrão II)


H1 H2 H6

X X
10

X
LU PC LI

19- Síndrome do chicote. Yin da mão alto. Yang baixo. F 1, F 2 e F 4


altos, F 6 alto ou baixo, F 3 e F 5 baixo torna-se crônico caso não seja
tratado rapidamente.

20- Distúrbios dos MsSs. Dor, parestesias nos braços e mãos, ombros
enrijecidos.

21- Distúrbios dos MsIs. Dor, parestesias e frio. F 3 e F 5


baixos=distúrbio crônico. Tratamento prolongado (1 a 2 anos)
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22- Distúrbio do sistema reprodutor. Algumas combinações do F 2 e F


3. F 2: útero, ovários, testículos, próstata. F 3: glândula adrenal, vagina,
testículos, ovários.

F2 F3

X X

X X
LV KD

23- Neurose. F 3 alto: irritável, agitado. H 6 baixo: tristeza. F 6 baixo:


depressão.

H6 F3 F6

X
LI KD ST

24- Cefaléia. H 4 alto ou baixo.

H4 F4

X X

X
SI BL
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25- Tontura. F 2 e F5 baixos são essenciais nesse tipo de padrão.

H2 F2 F5 F6

X X X
PC LV GB ST

26- Insônia. F 2 alto: zanga facilmente; F 3 alto intranqüilidade; F 6


alto: insegurança; F 1 e F 2 altos, insônia leve devido distúrbio digestivo.

F2 F3 F6

X X X

LV KD ST

27- Cervicobraquialgia. H 1, H 4, H 5, H 6 e f 2 altos e H 2, F 3 e F 5


baixos. Manifesta-se principalmente por excitação de H 4, H 5 e H 6 mais
inibição de F 3 e F 5 (dados da Universidade de Medicina de Osaka).

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