Você está na página 1de 20

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO IDOSO

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 1


Conceito de Acidente Vascular Encefálico
AVE
DEFINIÇÃO
Vamos começar entendendo o que quer dizer “Acidente Vascular
Encefálico”?

> Acidente = Acontecimento que não é esperado.

> Vascular Encefálico/Cerebral = Referente a vasos ou artérias que


são responsáveis pela circulação sanguínea do cérebro.

As doenças cerebrovasculares estão entre as 1as causas de morte em todo o mundo. No Brasil,
representam a 3ª “causa mortis”, sendo o acidente vascular cerebral (AVC), a principal manifestação.
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 2
DEFINIÇÃO

Acidente Vascular Encefálico (AVE), também conhecido como


Acidente Vascular Encefálico (AVC) ou derrame, é uma
síndrome clínica que afeta o cérebro. Nela a circulação
sanguínea que vai em direção ao cérebro pode ser
interrompida no meio do trajeto e não chegar ao seu destino
devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (hemorragia) ou
a presença de uma obstrução (isquemia). Dessa forma, o
oxigênio que seria levado ao cérebro através do sangue para
que ele funcionasse normalmente não chega para nutrir as
células cerebrais causando uma série de alterações cognitivas,
sensoriais e/ou motoras, dependendo do local em que ocorreu.
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 3
LÓBULOS CEREBRAIS

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 4


TIPOS DE AVE
• AVC ISQUÊMICO (AVCi)
As principais causas do
AVEI
• A isquemia é a causa mais comum de AVE,
responsável por 70% a 75% dos casos, • Hipertensão;
• Doenças Cardíacas;
sendo definida como obstrução de um vaso • Diabetes;
devido à presença de trombose- estenose • Tabagismo;
• Uso de drogas ilegais;
ou oclusão resultante de arteriosclerose, ou • Uso excessivo de álcool;
embolia- presença de trombo formado em • Estilo de vida como
outro local do sistema vascular que se obesidade, inatividade
física, dieta e estresse
fragmenta e atinge um vaso cerebral. emocional
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 5
TIPOS DE AVE
• AVC HEMORRÁGICO (AVCh) As quatro causas mais comuns
São AVC hemorrágicos a hemorragia subaracnóidea e intracerebral, que são:
responde a 15 a 25% do total de AVC. Este tipo de AVC tem muitas causas. • Hemorragias intracerebrais
As quatro causas mais comuns são: hipertensivas profundas;

• Aneurismas saculares com


• Hemorragias intracerebrais hipertensivas profundas; ruptura;

• Aneurismas saculares com ruptura; • Sangramento decorrente de


malformações arteriovenosas e
• Sangramento decorrente de malformações arteriovenosas e
• Hemorragias espontânea dos
• Hemorragias espontânea dos lobos. lobos.
O hemorrágico, é o tipo mais letal de AVE, sendo o mais perigoso e difícil de
tratar, e também, o que mais promovem sequelas aos pacientes acometidos.
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 6
Ataque isquêmico transitório
AIT
• O acidente vascular cerebral isquêmico ou transitório caracteriza-se
por episódios súbitos da perda de função motora, sensitiva ou visual
com recuperação em 24 horas. A maioria tem duração de minutos até
uma hora, e a minoria pode durar mais de 4 horas. Entre os principais
sinais e sintomas, podemos destacar: parestesia (alteração da
sensibilidade), disfasia (dificuldade de fala), vertigens, diplopia (visão
dupla), zumbidos e cefaleia.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 7


Sinais e Sintomas do AVE
Os principais sinais e sintomas dependem do território vascular envolvido, localização
e tamanho da lesão envolvida, no entanto, na maioria das vezes acontecem:
• Cefaleia de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos;
• Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um
dos lados do corpo;
• Hemiparesia, parestesia ou hemiplegia;
• Disartria ou Dislalia;
• Desvio de comissura labial;
• Alterações da visão
• Rigidez nucal.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 8


ESCALA DE CINCINNATI

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 9


PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 10
IDENTIFICANDO OS SINAIS
Há uma forma bem fácil de decorar os sinais. Lembre-se da palavra
“SAMU”. Cada letra dela fala sobre um sinal que indica a ocorrência de
algum déficit neurológico que a pessoa apresentará se estiver sofrendo
um acidente vascular.
S= SORRIA: Peça para a pessoa sorrir. Se um lado do rosto ficar torto,
provavelmente ela pode estar tendo um AVE
A= ABRACE: Peça para a pessoa levantar os braços. Se ela não conseguir
levantar um deles, provavelmente ela pode estar tendo um AVE
M= MÚSICA: Peça para a pessoa falar ou cantar uma música. Se ela não
falar ou falar de forma que não dê para entender, provavelmente ela pode
estar tendo um AVE
U= URGÊNCIA: Se identificou algum desse sinais corra e ligue para 192!
Cada segundo é importantíssimo na vida dessa pessoa!!!
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 11
• PROGNÓSTICO

A etiologia, o tamanho, o local da lesão e a progressão da recuperação influenciam no prognóstico.

•INDICADORES DE PIOR PROGNÓSTICO: Presença de flacidez nos membros afetados, severidade dos
déficits motores iniciais, ocorrência prévia de AVE, déficits visuoespaciais e cognitivos, afasia, perda de
controle vesical, doenças preexistentes como diabetes ou distúrbios cardíaco e vascular periférico.

•INDICADORES DE PROGNÓSTICO FAVORÁVEL: Idade jovem, suporte social adequado, acesso a


serviços de reabilitação e retorno ao trabalho

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 12


TRATAMENTO
O AVE é uma emergência médica e portanto o paciente deve ser
encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar.

- Trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos danos.

- A cirurgia pode ser indicada para retirar o coágulo ou êmbolo, aliviar a


pressão cerebral ou revascularizar veias ou artérias comprometidas.
Infelizmente, células cerebrais mortas não se regeneram.

- No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de ajudar a


restaurar funções, movimentos e fala.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 13


DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de um AVE é fundamentado na elaboração de uma
história clínica detalhada e na realização de exames físico e
neurológico que podem indicar a artéria acometida a partir dos
sintomas apresentados, embora a diferenciação quanto a etiologia
hemorrágica ou isquêmica não possa ser realizado com base em
achados clínicos.

A realização de tomografia computadorizada e ressonância


magnética indica a etiologia e confirma o território vascular
afetado.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 14


AÇÕES DE ENFERMAGEM
DÉFICITS NEUROLÓGICOS MANIFESTAÇÕES IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM
Déficits do Campo Visual - Desconhece a presença de - Colocar objetos dentro do campo de visão intacto.
Hemianopsia homônima pessoas ou objetos no lado da - Abordar o paciente do lado do campo de visão intacto
(Perda de metade do campo perda visual - Instruir/lembrar o paciente para virar a cabeça na direção da
visual) - Negligencia de um lado do corpo perda da visão a fim de compensar a perda do campo visual.
- Dificuldade para calcular - Encorajar o uso de óculos, quando disponível.
distâncias. - Quando ensinar o paciente, faça-o dentro do campo de visão
intacto do paciente.

Perda da visão periférica - Dificuldade para enxergar à noite - Colocar objetos no centro do campo de visão intacto do
- Desconhece a presença de paciente.
objetos - Encorajar o uso de uma bengala ou outro objeto para
ou as bordas dos objetos. identificar os objetos na periferia do campo visual.
- Explicar ao paciente a localização de um objeto quando o
Visão dupla colocar próximo dele.

Diplopia - Colocar consistentemente os artigos de cuidado do paciente


na mesma localização.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 15


Déficits Motores
Hemiparesia - Fraqueza da face, braço e perna no mesmo lado (devido a - Colocar objetos dentro do alcance do paciente no lado sadio.
uma lesão no hemisfério oposto). - Instruir o paciente a exercitar e aumentar a força no lado sadio.
- Encorajar o paciente a real1zar os exercícios de amplitude de
movimento no lado afetado.
Hemiplegia - Paralisia da face, braço e perna no mesmo lado (devido a
uma lesão no hemisfério oposto) - Fornecer a imobilização, quando necessário, para o lado afetado.
- Manter o alinhamento corporal na posição funcional.

Ataxia - Marcha desequilibrada e cambaleante - Exercitar o membro sadio para aumentar a mobilidade, força e uso.
- Incapaz de manter os pés juntos; precisa de uma ampla - Apoiar o paciente durante a fase de deambulação inicial.
base para ficar em pé. - Fornecer aparelho de apoio para a deambulação (andador, bengala).
- Instruir o paciente a não caminhar sem assistência ou aparelho de
suporte.

- Prover o paciente com métodos alternativos de comunicação.


- Permitir tempo suficiente para que o paciente responda à comunicação
Disartria . Dificuldade em formar as palavras verbal.
- Apoiar o paciente e a família para aliviar a frustração relacionada com a
dificuldade na comunicação.

- Testar os reflexos faríngeos do paciente antes de oferecer alimento ou


líquidos.
- Assistir o paciente com as refeições.
- Colocar o alimento no lado sadio da boca.
Disfagia - Dificuldade na deglutição - Permitir tempo amplo para a alimentação.
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 16
Déficits Sensoriais
Parestesia (ocorre no lado oposto - Dormência e formigamento do membro. - Instruir o paciente a evitar usar esse membro
à lesão) - Dificuldade com a propriocepção como o membro dominante devido à
sensibilidade alterada.
- Fornecer a amplitude de movimento para as
áreas afetadas e aplicar os dispositivos de
correção, quando necessários.

Déficits Verbais
Afasia motora - Incapaz de formar palavras que sejam - Encorajar o paciente a repetir os sons do
compreensíveis; pode ser capaz de falar alfabeto.
usando respostas de uma palavra.
Afasia sensorial - Incapaz de compreender a palavra alada;
pode falar, porém pode não fazer sentido - Falar de forma lenta e clara para ajudar o
Afasia global - Combinação das afasias sensorial e paciente na formação dos sons.
motora - Falar de modo claro e com frases simples;
uiliz.ar gestos ou figuras quando capaz.
- Estabelecer meios alternativos de
comunicação.

PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 17


Déficits - Perda da memória de curto e longo - Reorientar com frequência paciente para o tempo, espaço e
Cognitivos prazo. situação.
- Espectro de atenção diminuído - Usar os indícios verbais e auditivos para orientar o paciente.
- Capacidade de concentração - Fornecer objetos familiares (fotografias de família, objetos
prejudicada preferidos).
- Raciocínio abstrato deficiente - Usar linguagem simples.
- Julgamento alterado - Compatibilizar as tarefas visuais com um indício verbal; segurar
uma escova de dentes, simulara escovação dos dentes enquanto
diz: "Gostaria que você escovasse os dentes agora. ”
- Minimizar os ruídos e visões que provocam distração quando
ensinar o paciente.
- Repetir e reforçar frequentemente as instruções.

Déficits - Perda do autocontrole - Apoiar o paciente durante os surtos incontroláveis.


Emocionais - Labilidade emocional - Discutir com o paciente e a família que os surtos decorrem do
- Tolerância diminuída às situações processo de doença.
estressantes - Encorajar o paciente a participar da atividade de grupo.
- Depressão - Fornecer estimulação para o paciente.
- Isolamento - Controlar as situações estressantes, quando possível.
- Medo, hostilidade e raiva - Fornecer um ambiente seguro.
- Sensações de isolamento - Encorajar o paciente a expressar os sentimentos e frustrações
relacionados com o processo da doença.
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 18
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 19
PROFº JOSÉ MARCOS - FAFIA 20

Você também pode gostar