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Orientações Ao Jovem Pregador
Orientações Ao Jovem Pregador
INTRODUÇÃO
Há alguns anos, o número de rapazes e moças que subiam ao púlpito para pregar era maior que o de
hoje. Na sua simplicidade, falavam do amor de Deus, da Salvação e davam testemunho sob a unção do
Espirito Santo. Hoje, parece que a figura do "preletor oficial" inibiu muitos de falarem com ousadia a
Palavra de Deus. Parece que há um receio de falar diante de um público que, certamente, é mais
intelectualizado que há alguns anos. Jovens pregadores ficam embaraçados e cometem certos deslizes,
que poderiam ser evitados. Neste modesto trabalho, vamos dar apenas algumas sugestões, e não um
estudo sobre a Homilética (Arte de Falar em Publico).
I -O QUE PREGAR?
É persuadir as pessoas a aceitarem a mensagem da Palavra de Deus para sua salvação (descrentes) ou
para seu crescimento espiritual (crentes). Diante disso, o pregador precisa saber para quem esta
falando: Para crentes ou para descrentes?
1. OBJETIVIDADE.
Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para descrentes, desejamos que eles entendam que precisam
crer em Jesus para ser salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espirito Santo
convença as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a pregação alcança seu alvo. O centro da
pregação deve ser Cristo e não o pregador, como acontece em certas cruzadas ou movimentos
evangelísticos. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam
a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do
emaranhado de palavras. É preciso ter objetividade.
2. TRANSMISSÃO.
O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: "Porque eu recebi
do Senhor o que também vos ensinei..." O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la
aos homens. Não deve ficar inventando mensagens, terias, filosofias para mostrar conhecimentos.
3. CONVICÇÃO.
O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que
viver aquilo que prega.
1. A PALAVRA DE DEUS
A base da pregação deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Podemos dizer, em outras palavras
que a base da pregação deve ser o TEXTO BÍBLICO . Ilustrações podem ser aproveitadas, desde que
Que se relacionem com o tema da mensagem , mas não podem tomar o lugar da Palavra de Deus.
Ouvimos um pregador que, não tendo êxito em "abalar" os ouvintes, apelou para uma história fantasiosa
e tomou 80% do tempo destinado à mensagem.
O Pr. Elienai Cabral sugere (em resumo) 8 (oito) características para um bom tema a ser escolhido )p.
50-51).
2) Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1 Pe 3.19-20 (exigem estudo
mais profundo).
3) Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (Com oração e unção).
7) Texto que desperte interesse (Com oração, o Espírito mostra o que deve ser pregado).
8) Textos cuja seqüência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.
Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em duas partes:
1. INTRODUÇÃO.
É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o
interesse pela pregação; "prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do
sermão e as idéias a serem desenvolvidas..." (Key, p. 31). Uma boa introdução deve ser BREVE,
SIMPLES, INTERESSANTE E APROPRIADA. (Cabral, p. 66) Conhecemos um grande pregador que
gasta 30 ou 40 minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve
ir além de 10 ou 15% do tempo da mensagem. (Normalmente, o pregador sabe de quanto tempo dispõe,
exceto em casos especiais).
É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a seqüência das idéias a serem apresentadas.
No corpo do sermão ou da mensagem , podemos ter:
2) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos
mensagem; devem-se evitar " excesso de floreios", "rodeios", ou "conversa fiada". O povo percebe.
3.CONCLUSÃO. É o auge da pregação. O seu clímax. Nela, o pregador faz a aplicação do que pregou
no corpo do sermão. Nesse momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espirito Santo, devem
chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito
pode perder o brilho. Uma conclusão pode ser feita através de:
2) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório,
levando o descrente a uma decisão, na unção do Espírito Santo.
3) Persuasão . É a parte mais difícil da conclusão. Depende muito mais do Espírito Santo do que do
pregador. Por isso, toda mensagem deve ter a unção do Espírito Santo. Para tanto, o pregador precisa
orar muito, e até jejuar, diante de Deus, para que a mensagem atinja seu alvo.
4) Convite. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a
igreja. Um convite na unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. De acordo com
Braga (p. 211-212), a conclusão deve ser breve e simples, e com palavras adequadas. Um certo jovem
pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender, passou a contar que alguém ganhou
um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo da mensagem.
VI - TIPOS DE SERMÕES
2. SERMÃO TEXTUAL
3. SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo
"um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro" (Cabral,
p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e
conhecimento bíblico.
1. Personalidade
É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. "É tudo quanto o indivíduo é". Na pregação,
o pregador demonstra que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo
com aquilo que ele é e não imitando outras pessoas. De vez em quando, percebe-se pregadores ,
imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no púlpito, torcendo o pescoço,
ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator, imitador
e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo.
1) Piedade.
É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo
Espírito as necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28).
2) Devoção
3) Sinceridade
Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que
prega (Tg 2.12). Um jovem, dirigente de Mocidade, pregava bem. O povo se alegrava. Mas, um dia, uma
jovem descrente procurou a direção da igreja para dizer que estava gravida dele e, o pior, o jovem não
assumiu a paternidade. Por fim, confessou o pecado, foi excluído, e contribuiu para uma alma descrer do
evangelho.
4) Humildade
"Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade.
Na oração, o egoísmo se quebranta. O medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz
do sol ao meio-dia" (Cabral, p. 43). (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia criticando quem ia pregar, dizendo
que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para pregar. Ele
subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada.
Suou, pediu desculpa, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que,
percebendo sua tristeza, disse: "Moço, se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido
como subiu (alegre)". E uma grande lição para todo pregador.
5) Poder
O pregador (jovem ou não) precisa do Poder de Deus. S. Paulo disse que não pregava sabedoria
humana, mas com poder (1 Co 1.4-5). É preciso ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o
púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. E melhor um sermão fora da Homilética, mas na unção
de Deus, do que dentro da técnica, e sem poder. Isso só se consegue com oração, jejum, leitura bíblica,
e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética.
BIBLIOGRAFIA