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ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA

FOTOVOLTAICA A RESIDÊNCIAS COM BAIXO CONSUMO.1

RENAN ALBERTO MACEDO SILVA2

RESUMO

Com o constante aumento dos custos de eletricidade da geração


centralizada, a solução fotovoltaica cresce no mercado emergente de
energia de geração autônoma no Brasil. Esse crescimento abrupto traz
consigo um dilema sobre a viabilidade, que neste trabalho será
abordado sob o aspecto estritamente econômico, de instalar o sistema
em que o consumo anual é pequeno, ou seja, para esse estudo foi
considerado até 5485 KWh ou R$ 4.643,52. Para tanto, o consumo de
energia elétrica de cinco residências familiares foi dimensionado,
hipoteticamente, até o limite outrora mencionado. Na discussão desse
trabalho observou-se que, em relação ao investimento na aquisição e
instalação do sistema fotovoltaico, quanto maior o consumo, menor o
tempo de retorno, payback, do investimento e ainda redundará em
maior economia até o final do período de vida útil do equipamento. Os
resultados também demostraram que, embora os dados para consumos
aqui estudados fora aprovados nas ferramentas de análise de risco,
desconsiderando outros aspectos como sustentabilidade e autonomia
na geração de energia, mesmo assim, o sistema fotovoltaico não
aparente tão atraente ao investidor, devido à margem e valores de
ganhos serem muitos próximos da Mínima Taxa de Atratividade
aplicada nos cálculos.

PALAVRAS-CHAVE

Custo, Solar, Payback, Investimento, Descentralizada.

1
Este artigo apresenta alguns dos elementos estudados no Curso Engenharia Civil e foi apresentado ao final do
curso Engenharia Civil sob a orientação do Prof. Dr. Iury Sousa e Silva e Prof. Roberto Luiz Frota de
Menezes Vasconcelos.
2
Concluinte do Curso de Engenharia Civil na Uninassa, polo Campina Grande. E-mail:
renan_ams@hotmail.com.
2

1 INTRODUÇÃO

Muitas são as perspectivas quanto a implantação do sistema fotovoltaico para o


Brasil, pois, considerando a atual e onerosa distribuição de energia centralizada concedida as
concessionárias, aliada as condições ideais de instalação, especialmente da Região Nordeste,
quanto a insolação média anual e condições climáticas, reuni todas as condições suficientes
para a difusão acentuada dessa solução tecnológica, que auxiliará na geração total de energia
(PEREIRA et al., 2017). Tais aspectos mencionados têm impulsionado a descentralização, ou
seja, a individualização, dentro de limites legais, da produção de energia, racionalizando a
energia centralizada e distribuindo, de certa forma, a responsabilidade na geração e, até
mesmo, economia na energia consumida (CORRE et al., 2017). Além disso, o setor já tem e,
ainda mais, fomentará o setor de serviços e industrial, gerando emprego e renda para milhares
de pessoas que mergulhar nesse mercado promissor, pela demanda por equipamentos e
instalações, quando, bem logo acentue-se a comercialização em massa, criar-se-á novas
empresas e microempresários trabalhando nas manutenções desses equipamentos ora
instalados (COLAFERRO, 2018).
Portanto, a energia fotovoltaica é apresentada neste artigo como uma solução
energética a auxiliar na produção de energia residencial, por demostrar, em certos níveis de
investimento, vantajosa para o consumidor, principalmente na aquisição do sistema para a
produção de energia ligada a rede elétrica da concessionária, através do sistema de
compensação (ANEEL, 482:2012), que ocorre quando o consumidor usa a rede de
distribuição da concessionária para armazenar a energia gerada em excesso. Para tanto, faz-se
necessário delimitar até que ponto ou quanto pode compensar (BASTOS, 2018), olhando para
o prisma apenas econômico, a contratação desse tipo de produto e serviço, uma vez que a
energia elétrica já é oferecida no mercado por meio das concessionárias. Além disso, o
presente artigo contemplou alguns poucos conceitos e prospecções estatísticos da tecnologia
fotovoltaica (MOTEIRO; SILVEIRA, 2018), principalmente no que tange a sua inserção no
mercado de habitações residências, bem como a crescente expansão do mercado fotovoltaica
(SEBRAE, 2018), embora o ponto alto a ser demostrado pelos resultados obtidos, será o
exame dos dados por meio das ferramentas de análise de risco, que aprovará ou desaprovará o
possível investimento. Logo, a intenção é atender e subsidiar uma parcela da população
desprovida do conhecimento comercial do produto já difundido no mercado nacional na
tomada de decisão consistente, consciente e segura, já que, atualmente, dúvidas são
levantadas sobre a compra do sistema fotovoltaico no campo da economia que ela gerará na
conta de energia.
3

Para tal, este trabalho foi pautado, primeiramente, no interesse científico, tendo em
vista o quanto se pode explorar de uma tecnologia renovável e sustentável e de grande oferta.
Porque quanto mais se buscar conhecimento mais prospecções e projetos desenvolver-se-ão
dentro do contexto de energia solar. O interesse também, em segundo plano, passa pelo
aspecto comercial, uma vez que a tecnologia fotovoltaica é uma grande oportunidade de
negócio emergente em nosso país, especialmente na região Nordeste, devido a seu alto índice
de insolação em praticamente todos os meses do ano (PEREIRA et al., 2017). Um terceiro
aspecto evidenciado neste artigo, foi o de informar ou mitigar as dúvidas do leitor ou
consumidor quanto a incerteza da viabilidade, estritamente econômica, da energia solar por
meio de placas fotovoltaicas frente ao serviço que já é prestado pelas concessionárias.
Por isso, especificamente, os objetivos a serem alcançados neste trabalho
acadêmico é levantar diversas fontes de pesquisas dentro do nicho abordado: aquisição de
energia solar fotovoltaica para residências de baixo consumo. Similarmente, investigar e
comparar, através de orçamento simulado junto a uma empresa especializada em venda e
instalação da tecnologia em energia solar, a NeoSolar, baseados em consumos hipotéticos
dentro da faixa delimitada por esse estudo. Por fim, demonstrar, como fontes de consulta
aplicadas, os dados conclusivos da aprovação ou desaprovação, dentro dos limites impostos
por este artigo, de cada caso aqui levantado.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Brasil concentrou grande parte dos investimentos públicos em produção de


energia limpa a partir de hidrelétricas, compondo mais da metade da produção centralizada de
energia elétrica, que chega ao consumidor através de complexos sistemas de transmissão
(BEN, 2018). Embora renovável, a energia baseada em hidrelétricas é de implantação
dispendiosa (BONSOR, 2016). O sistema de Energia Distribuída tem se tornado uma grande
saída para a geração e segurança energética (MARQUES, 2009), uma vez que, de certa forma,
individualiza a produção de energia.
No caso da energia solar fotovoltaica, ainda que compartilhe do sistema de
distribuição das concessionárias, contudo sem usufruir da energia por esta distribuída, acaba
que, na maioria dos casos, há uma geração excedente que pode até ser utilizada numa
localidade de mesma titularidade, conforme resolução normativa nº 482, de 17 de abril, de
2012 (ANEEL, 2015).

2.1 Projeções de crescimento do mercado fotovoltaico


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Há diversas projeções sobre o crescimento da utilização da energia fotovoltaica


(NASCIMENTO, 2017). Diante desse quadro, o mercado especializado está em constante
expansão, trazendo reflexo até mesmo nos preços na instalação e aquisição do sistema
fotovoltaico, assim mostrado no estudo da GREENER, uma empresa brasileira de consultoria
e pesquisa de mercado, em seu relatório intitulado “Estudo Estratégico | Mercado
Fotovoltaico de Geração Distribuída – 1º Semestre/2018”, onde os preços sistemas
fotovoltaicos de micro e mini geração (com potência de até 5 megawatts) apresentaram uma
redução de 24% em 2017. Os serviços de mão de obra também tiveram uma queda,
apresentando uma redução de 36% no período de um ano – em uma análise que comparou
janeiro de 2017 com janeiro de 2018. Esses dados mostram que em pouco tempo muitas
residências, prédios comerciais e, até mesmo, industrias optarão por esse cominho no âmbito
da solução energética, seja para a completa compensação ou parcial complementação com fim
da redução da conta de energia elétrica.
Provavelmente, esse é um destino a se seguir dentro de soluções energéticas
descentralizadas, uma vez que tal solução independe, pelo menos diretamente, de recursos
governamentais, adiando para este a implementação de sistemas centralizados onerosos e
manutenções dispendiosas (NAKABAYASHI, 2014), que, em geral, são repassados aos
consumidores a altos preços, quando comparado com a produção descentralizada fotovoltaica.
Já de olho nesse mercado, algumas empresas tem investido e apostado suas
“fichas” nesse nicho emergente e promissor. Por outro lado, os consumidores tem despertado,
mesmo que ainda descrentes, para esse tipo solução energética, que é, a princípio, bem mais
barata. No entanto, embora seja uma excelente solução para o problema da matriz energética
nacional, ainda é medíocre a participação do Brasil no Ranking dos países produtores de
energia solar a partir de placas fotovoltaicas, pois segundo a ABSOLAR – Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, o Brasil ocupa a 30º (trigésima) posição. Essa seria
uma razoável posição caso o Brasil não fosse dotado, especialmente a região Nordeste, das
maiores concentrações de raios solares capazes de serem convertidos em calor do mundo
(DANTAS; POMPERMAYER, 2018).
Embora tanto potencial (PEREIRA et al., 2017), não se vive ainda o “bum”
comercial do setor, embora não esteja distante. Com um pouco de marketing na promoção da
informação sobre o funcionamento e suas vantagens frente ao sistema de energia centralizada,
muitos possíveis consumidores serão influenciados ou atraídos. Segundo perspectiva da
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até 2050 a energia solar será a maior matriz
energética do Brasil com 39% (ABSOLAR, 2019).
Portanto, cada residência é uma cliente em potencial. Entretanto, faz-se necessário
avaliar, sob aspectos econômicos, pois este é o cerne deste trabalho, se vale a pena a
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transição, mesmo que, segundo a Norma Reguladora Nº 482:2012 da ANEEL, seja em


sistema de compensação. Pois, atualmente, os custos de instalação apresentados pelas
empresas especializadas no setor têm sido ainda altos quando comparados ao custo mensal da
conta de energia elétrica da concessionária (RUY, 2018).

2.2 Alguns aspectos da Regulamentares

É bom salientar que a supracitada norma enquadra o microgerador distribuída


como a “central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75 kW
e que utilize cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, ou fontes
renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de
unidades consumidoras” (ANEEL, 482:2012); e, minigeração distribuída como a “central
geradora de energia elétrica, com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a
5MW e que utilize cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, ou fontes
renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de
unidades consumidoras” (ANELL, 482:2012). Então, apenas para esses delimitados na norma,
além dos integrante de empreendimento de múltiplas unidades consumidoras, a geração
caracterizada como geração compartilhada e a caracterizada como autoconsumo remoto é que
poderão se utilizar do sistema de compensação de energia elétrica, aos quais terão um prazo
de até 60 (sessenta) meses para consumir o crédito gerado pelo sistema fotovoltaico (RUY,
2018).

3 METODOLOGIA

A confecção e elaboração deste trabalho foi norteado pelos métodos científicos


mínimos exigidos para tanto, sendo, portanto, o mais estrito possível, conforme regras
normativas para este tipo de produção científica, na observação, coleta e inserção dos dados e
embasamentos científicos aqui mencionados. Para tanto, foi pesquisado em livros de
conceituada referência e de autores com arcabouço cientifico aprofundado, além serem
buscadas referencias de sítios confiáveis da internet que versam sobre diversos aspectos e
pesquisas relacionadas aos temas abordados neste documento acadêmico.

Outrossim, foi coletado dados simulados hipoteticamente de cinco residências


unifamiliares localizados no município de Guarabira-PB, através do simulador constante no
sítio da rede mundial de computadores da NeoSolar, com o fim de analisar a viabilidade do
investimento frente as incertezas não só do mercado fotovoltaico, mesmo em franco
crescimento, mas também das intervenções governamentais e taxas e impostos para setor.
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Para isso, foram utilizados parâmetros de investimentos de renda fixa, mais


precisamente a taxa de rendimento da caderneta de poupança no período que compreende
entre fevereiro de 2019 a fevereiro de 2020 (BCB, 2020), que foi de 4,14%, como rendimento
mínimo, para compor a Taxa Interna de Retorno – TIR, bem como a Valor Presente Líquido –
VPL, além do payback descontado, que foram ferramentas utilizadas para aprovação ou
desaprovação dos hipotéticos investimentos.
Então, este trabalho fundamentou-se em um Estudo de Caso Qualitativo, cujas
informações foram tolhidas a partir de documentos de lisura aceitável, o qual será norteado
pelo Procedimento Metodológico Descritivo, utilizando-se, para tanto, o tipo de Amostragem
Não Probabilística.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Métodos de análises de riscos aplicados nos casos apresentados

Para a simulação dos orçamentos e dimensionamento dos casos elencados por esse
trabalho, foi utilizado o simulador presente no sitio da NeoSolar na rede mundial de
computadores, pois este possui o detalhamento da capacidade de instalação da rede a ser
instalada, da economia anual que o sistema proporciona, bem como de valores, em faixa de
preços, investidos para aquisição do mesmo sistema fotovoltaico. Outros simuladores
eletrônicos de consumo estão disponíveis em sítios na internet, como o da plataforma Portal
Solar, metodologia também adotada por Silva et al. (2016), Souza e Silva (2015) e Gomes e
Camioto (2016), a fim de simular valores médios para a instalação de sistemas de geração
fotovoltaica, embora não atenda a demanda deste trabalho por não orçar o valor final do
investimento.
Também foi considerado no dimensionam do sistema fotovoltaico a garantia de
funcionamento dos painéis fotovoltaicos concedida pelos fabricantes que é de 25 anos,
embora sua vida útil supere este prazo (MACHADO; MIRANDA, 2014). Shayani; Oliveira e
Camargo (2006), revelam que esses painéis fotovoltaicos podem chegar até a 30 anos de vida
útil quando conectados a rede distribuidora.
Três indicativos de análise de risco de investimento serão usados para aferir a
viabilidade da compra do sistema fotovoltaico, que são o payback descontado, Taxa Interna
de Retorno (TIR) sobre o Fluxo de caixa descontado da Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
e o Valor Presente Líquido sobre do fluxo de caixa também descontada da Taxa Mínima de
Atratividade (TMA).
O payback descontado é um método de análise de risco que afere o tempo de
retorno do investimento considerando para cada período do fluxo uma Taxa Mínima de
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Atratividade para a viabilidade do investimento, ou seja, será adicionada ao cálculo uma taxa
de desconto antes de se proceder à soma dos fluxos de caixa – Taxa Mínima de Atratividade.
Portanto, neste método, todos os fluxos de caixa futuro deverão ser descontados por esta taxa
em relação ao período ao qual o fluxo está atrelado (PRATES, 2016).
Assim como o payback, A Taxa Interna de Retorno também tem a função de
averiguar a viabilidade de investimento determinado investimento, considerando o fluxo de
capital descontado, sendo que o resultado será apresentado em porcentagem, que deve ser
superior a Taxa Mínima de Atratividade para o negócio em questão (CAMARGO, 2017).
Como complementação para averiguação da viabilidade do investimento que este
trabalho apresenta, o Valor Presente Líquido é a ferramenta que traz o custo de capital de um
investimento ao longo de um período subordinando o fluxo de caixa ao desconto da Taxa de
Mínima de Atratividade. Ou seja, é a diferença entre o valor presente do fluxo de caixa menos
o investimento inicial (REIS, 2017).

4.2 Dimensionamento e visão geral dos dados coletados

4.2.1 Caso 1

Este constitui-se de uma residência na qual habita quatro pessoas de consumo


médio mensal de 123 KWh e anual de 1476 Kwh, correlacionado a um custo mensal médio de
R$ 101, 00 e anual de R$ 1.212,00. O custo de investimento dimensionado para este caso foi
de R$ 6,593,89, que contempla a instalação de dois painéis de 345w, gerando uma potência
instalada de 0,63 KWp. Com a produção mensal de energia, descontada a tarifa básica
cobrada pela rede distribuidora, a economia no primeiro ano de consumo após a instalação
será de R$ 720,00.

Entretanto, considerando o conceito de payback descontado, que considera as


variações do dinheiro ao longo do tempo de acordo com o custo de capital da empresa
(ABREU, 2019), foi confeccionado uma análise a partir desta ferramenta, onde os resultados,
conforme tabela 1, mostram que o payback descontado acontece no ano 11,75, que convertido
em meses são 141,06 meses.

Tabela 1 – Tabela de fluxo de caixa do caso 1.


CASO 1
ITENS VALORES
Custo de implantação -R$ 6.593,89
Economia anual fixa R$ 720,00
Payback em meses descontado 141,06
Payback em anos descontado 11,75
VPL do fluxo descontado R$ 803,89
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TIR do fluxo descontado 5,52%

Fonte: Autor, 2020.

Complementando esses dados, o Valor Presente Líquido descontado apresentou


um resultado positivo de R$ 803,89. Semelhantemente, a Taxa Interna de Retorno, de 5,52%,
superou a taxa de investimento em renda fixa, que durante os meses de fevereiro de 2019 a
fevereiro de 2010 foi de 4,14 %. Estes resultados viabilizam o investimento na tecnologia
fotovoltaica para este caso.

4.2.2 Caso 2

Na residência hipotética apresentada neste caso, moram três pessoas e possui um


consumo mensal médio de R$ 123,00 e anual de R$ 1.476,00, como um consumo mensal
médio de 150 KWh e anual de 1800 KWp. O custo para implantação do sistema fotovoltaico
foi de R$ 8.639,88, gerando uma economia anual de R$ 984,00. Para obter tais números
deveriam ser instalado uma potencia 0,83 KWp, obtida através da instalação de três painéis
fotovoltaico de 345w.

Contudo, para verificação da positividade do investimento, por meio da


ferramenta payback descontado apresentado na tabela 2 abaixo, o retorno do investimento
ocorrerá em 11,54 anos ou 138,53 meses.

Tabela 2 – Tabela de fluxo de caixa do caso 2


CASO 2
ITENS VALORES
Custo de implantação R$ -8.639,88
Economia anual fixa R$ 984,00
Payback em meses descontado 138,53
Payback em anos descontado 11,54
VPL do fluxo descontado R$ 1.470,42
TIR do fluxo descontado 6,06%

Fonte: Autor, 2020

O Taxa Interna de Retorno ultrapassou os 4,14% da taxa mínima de retorno do


investimento estipulado por este trabalho, considerando que essa foi a taxa dos investimentos
de renda fixa, caderneta de poupança, dos últimos doze meses (BCB, 2020), ficando com
6,06%. Para o Valor Presente Líquido descontado temos um saldo positivo de R$ 1.470,42,
que confirma a aprovação do investimento.
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4.2.3 Caso 3

Com dois pessoas residindo e um consumo mensal médio de R$ 155,00 e 189


KWh, que correspondem, respectivamente, a um consumo anual de R$ 1860,00 e 2.268
KWh, o sistema hipoteticamente instalado gerará uma economia de R$ 1.368,00 anuais,
mediante uma potencia instalada de 1,15 KWp, fornecida pela instalação de quatro painéis de
345w, a partir de um custo de investimento na ordem de R$ 12.011,17.

A tabela 3 nos apresenta, dentre outros resultados, quando o caso em tela alcança
o payback descontado no ano 11,54, que, em meses, é 138,52.

Tabela 3 – Tabela de fluxo de caixa do caso 3


CASO 3
ITENS VALORES
Custo de implantação R$ -12.011,17
Economia anual fixa R$ 1.368,00
Payback em meses descontado 138,52
Payback em anos descontado 11,54
VPL do fluxo descontado R$ 2.044,61
TIR do fluxo descontado 6,05%

Fonte: Autor, 2020

No entanto, para verificar a eficácia do investimento, os cálculos do investimento


foram submetidos, também, a análise a partir das ferramentas de Valor Presente Líquido
descontado e Taxa Interna de Retorno descontado. Quanto ao Valor Presente Líquido
descontado, o valor apresentado satisfaz as exigências mercadológicas mínimas, pois
apresentou um resultado de R$ 2.044,61. Do mesmo modo, a Taxa Interna de Retorno
superou a taxa de renda fixa de 4,14%, alcançando 6,05%. Resultado esse que sela a aceitação
do investimento neste caso.

4.2.4 Caso 4

Para o consumo médio mensal de R$ 204,00 e 248 KWh e anual, respectivamente,


de R$ 2.448,00 e 2976 KWh, onde residem quatro pessoas, foi dimensionado um instalação
de sistema fotovoltaico que custará R$ 17.174,36, baseada em seis painéis de 345w, que
forneceriam uma potência instalada de 1,65 KWp, o qual resultariam em uma economia de R$
1.956,00 por ano.

Neste caso, o payback descontado acontecerá em 11,14 anos, que equivale a


133,68 meses, como está evidenciado na tabela 4.
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Tabela 4 – Tabela de fluxo de caixa do caso 4


CASO 4
ITENS VALORES
Custo de implantação R$ -17.174,36
Economia anual fixa R$ 1.956,00
Payback em meses descontado 133,68
Payback em anos descontado 11,14
VPL do fluxo descontado R$ 2.922,93
TIR do fluxo descontado 6,05%

Fonte: Autor, 2020

Tanto a Taxa Interna de Retorno quanto o Valor Presente Líquido obtiveram


resultados satisfatórios para a liquidez do investimento, quando, em relação ao taxa de 4,14%
da renda fixa da caderneta de poupança, a Taxa Interna de Retorno descontada chegou aos
6,05%, bem como o Valor Presente Líquido assinalou um rendimento de R$ 2.922,93.

4.2.6 Caso 5

Com uma potência instalada de 3,38 KWp, para os quais foram investidos R$
22.333,37, que custeou a instalação de doze placas fotovoltaica de 345w, suficientes para uma
produção anual de 4888 KWh, este caso atendeu a uma residência com quatro moradores, que
consumia mensalmente em média R$ 386, 96 e 457 KWh e anualmente, respectivamente, R$
4.643,52 e 5485 KWh. A economia gerada anualmente será de R$ 4.008,00.

O retorno do investimento descontado, payback descontado, aconteceu em 6,47


anos, que representam 77,64 meses, como apresenta a tabela 5.

Tabela 5 – Tabela de fluxo de caixa do caso 5


CASO 5
ITENS VALORES
Custo de implantação R$ -22.333,37
Economia anual fixa R$ 4.008,00
Payback em meses descontado 77,64
Payback em anos descontado 6,47
VPL do fluxo descontado R$ 18.847,59
TIR do fluxo descontado 12,96%

Fonte: Autor, 2020

A fim de atestar a viabilidade do investimento neste caso, foi aferida a Taxa


Interna de Retorno descontada, que alcançou a marca de 12,96%, superando a taxa da
poupança de 4,14%, rendimento mínimo adotado por esse trabalho. O Valor Presente Líquido
também afirmou a viabilidade do investimento ao atingir a marca dos R$ 18.847,59.
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4.2.6 Resultados analítico

Ao analisar os resultados obtidos, a pesquisa mostra que o consumo e o


investimento são inversamente proporcionais ao tempo de retorno do investimento sob o fluxo
de caixa descontado, payback descontado, como mostrado na tabela 6 abaixo, especialmente
nos casos 1 a 4, quando o retorno do investimento ultrapassa os 11 anos.

Tabela 6 – Tabela de fluxo de caixa do caso 6

QUADRO DE INVESTIMENTOS

CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4 CASO 5

INVESTIMENTO -R$ 6.593,89 -R$ 8.639,88 -R$ 12.011,17 -R$ 17.174,36 -R$ 22.333,37

ECONOMIA
R$ 1.212,00 R$ 984,00 R$ 1.368,00 R$ 1.956,00 R$ 4.008,00
ANUAL
PAYBACK
DESCONTADO 11,75 11,54 11,54 11,14 6,47
EM ANOS
PAYBACK
DESCONTADO 141,06 138,53 138,52 133,68 77,64
EM MESES
TIR FLUXO
5,52% 6,06% 6,05% 6,05% 12,96%
DESCONTADO

VPL FLUXO
R$ 803,89 R$ 1.470,42 R$ 2.044,61 R$ 2.922,93 R$ 18.847,59
DESCONTADO

Fonte: Autor, 2020.

Embora a Taxa Interna de Retorno para todos os casos supere a Taxa Mínima de
Atratividade de 4,14% da poupança, especificamente nos casos 1 a 4 apresentados na tabela 6,
ainda assim os resultados são modestos para um investimento a longo prazo, quando
timidamente ultrapassa os 6%.

O mesmo se aplica ao Valor Presente Líquido, que, entre os casos 1 a 4, não


ultrapassam os R$ 3.000,00 em um investimento de 25 anos. Diferentemente, do caso 5, onde
o Valor Presente Líquido baseado no fluxo de caixa descontado, alcança a cifra dos R$
18.847, 59.

Logo, a pesquisa nos revela que, principalmente, quanto maior o consumo de


energia elétrica, tanto em valores ou em KWh, mais provável será sua viabilidade.
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5 CONCLUSÃO

Concluímos, portanto, que a partir desses dados, embora não seja um investimento
que vislumbre um lucro propriamente dito e obtivera valores positivos em todos as análises
contábeis no qual esse trabalho submeteu-os, é preciso que haja ainda uma margem elástica,
como apresentado nos resultados do caso 5 na tabela 6, que atraia o possível investidor a
aquisição do sistema fotovoltaico.

É compreensível que outras vertentes da energia solar fotovoltaica, como


sustentabilidade e autonomia na geração de energia elétrica, as quais não foram aqui
abordadas por não ser o cerne dessa pesquisa, majorassem o valor agregado do investimento.
Porém, cabe desprender dos valores demostrados na discussão e no resultado desse trabalho
que, caso os investimentos, considerando o crivo de ferramentas de análise de risco, obtivesse
resultados similares ao dos casos de 1 a 4, seriam passíveis de desaprovação por parte do
investidor em potencial por não possuir uma considerável margem de atratividade.

ANALYSIS OF THE ECONOMIC VIABILITY OF THE APPLICATION OF


PHOTOVOLTAIC TECHNOLOGY TO RESIDENCES LOW CONSUMPTION

ABSTRACT

With the constant increase in electricity costs of centralized


generation, the photovoltaic solution grows in the emerging market for
autonomous generation energy in Brazil. This abrupt growth brings
with it a dilemma about the viability, that in this work will be
approached under the strictly economic aspect, in install the system
where annual consumption is small, that is, for this study up to 5485
KWh or R $ 4,643.52 was considered. To this end, the electricity
consumption of five households was hypothetically scaled up to the
limit previously mentioned. In the discussion of this work, it was
observed that, in relation to the investment in the acquisition and
installation of the photovoltaic system, the greater the consumption,
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the shorter the payback time, payback, of the investment and will still
result in greater savings until the end of the equipment's useful life.
The results also showed that, although the consumption data studied
here were approved in the risk analysis tools, disregarding other
aspects such as sustainability and autonomy in energy generation,
even so, the photovoltaic system does not look so attractive to
investors, due to margin and earnings values being very close to the
Minimum Attractiveness Rate applied in the calculations.

KEYWORDS

Cost, Solar, Payback, Investment, Decentralized.

REFERÊNCIAS

ABREU, Leandro. ROCKCONTENT. Payback descontado: o que é e como calculá-lo. 2019.


Disponível em: https://rockcontent.com/blog/payback-descontado/. Acesso em 24.04.2020
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em 14.10.2019.
ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. 2019. O futuro da
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http://www.absolar.org.br/noticia/entrevistas/o-futuro-da-energia-solar.html. Acesso em
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Atlas Brasileiro de Energia Solar. PEREIRA, E. B.; MARTINS, R. F.; GONÇALVES, A.
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