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COMENTÁRIO

Aluno: André Vinicius Souza Castro


Professor: André Botelho
Livro: "Hermenêuticas e Teologias" de Juan Stam

 “A igreja reformada, sempre reformando-se”


Um dos pontos mais centrais da reforma protestante foi a desabsolutização da
instituição eclesial, que necessita e desencadeia, uma nova leitura teológica das
instituições. Essa frase, que deveria ser um lema, é um resultado claro das outras três
afirmações anteriores. A “Sola gratia” nos garante que não é no sacramento da igreja
romana que se consegue a salvação; “Sola scriptura” nos mostra que a doutrina/teologia do
momento não é a palavra final de Deus, e ele na realidade é uma leitura da palavra de Deus
(Jesus); O sacerdócio universal é a demonstração que a relação que se tem com Deus, não é
uma coisa formal ou burocrática, mas individual e intima. Assim, se entendo que não
preciso fazer parte do sacramento, nem confiar nas formulações doutrinarias que me foram
impostas ou que preciso do pastor/padre para falar com Deus, as mudanças/reformas, serão
parte interrupta do meu próprio crescimento, tanto como individuo quanto como
comunidade. Somente entendendo o valor da mudança podemos entender realmente, o que
significa estar sem se reformulando/reformando.
Acontece que como bem disse Stam, as instituições tendem a negar aquilo que foi o
sopro inspirador de sua formulação. As igrejas evangélicas protestantes, tanto no brasil
como nos EUA ou na Europa, em muitos momentos, e em muitos autores e pastores,
negam esse princípio que coloca em pratica as noções mais fundamentais das reflexões dos
reformadores.
Como latino americanos, assumindo nossas leituras da bíblia e da realidade, vemos
como isso pode nos afetar e a pretensa defesa da “sã doutrina” funciona como um fixador
das formulações teológicas anteriores da tradição. Nos resta reformula/reformar/reinventar
a nossa teologia a partir dos dados da nossa realidade, não significa isso, que não podemos
utilizar como fundamento e direcionamento, toda teologia que foi construída por nos
anteriores, mas essa, não deve nem pode ser nosso guia, nosso delimitador. A liberdade
cristã de reformular sua própria eclsia é a liberdade do Deus que é espírito e sopra onde
quer, quando quer.

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