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LUCIANO DE ANDRADE LIMA*

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO

Resenha crítica apresentada em cumprimento às


exigências da Disciplina de INTRODUÇÃO A
TEOLOGIA do Curso Livre em Teologia da
ESTEADEB (ESCOLA DE TEOLOGIA DAS ASS. DE
DEUS NO BRASIL) Torreão-Recife/PE, ministrada
pelo Prof. Ramon Diego.

Recife/PE
2023

*Presbítero da IEADPE/Recife. Atualmente cursando Livre em Teologia na ESTEADEB ( Escola De Teologia Das Ass. De Deus
No Brasil ) – Torreão- Recife-PE. Em vida pregressa, profissional da educação de 2010 a 2022, com experiência como Professor
de Matemática e Física, MBA ( especialização em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável ) pela UNINTER –
CURITIBA,PR. Pós-graduado em Ensino de Matemática e Física pela FACUMINAS -MG, Graduado em Matemática pela
FUNESO e Graduado em Gestão de Lojas pela UNIFCV-Anhaguera-SP.
Thielicke, Helmut.
Recomendações aos jovens teólogos e pastores / Helmut Thielicke;
tradução de Glauber Meyer Pinto Ribeiro. – São Paulo: Vida Nova, 2020.

Helmut Thielicke (1908–1986) foi um importante pregador e teólogo luterano numa época
crítica da história recente da Alemanha, o período da Segunda Guerra Mundial e do Pós-
Guerra. Ele nasceu em Wuppertal e concluiu o ensino secundário em 1928. Estudou primeiro
na Universidade de Greifswald, depois em Erlangen, Bonn e Marburg, tendo sido aluno de
Paul Althaus e Karl Barth. Mesmo enfrentando problemas de saúde, conseguiu completar
seus doutorados em teologia (1931) e filosofia (1934). Em 1935, foi impedido de assumir
o professorado na Universidade de Erlangen, por estar envolvido com a Igreja Confessante,
uma das únicas organizações na Alemanha que resistiram ao nacional-socialismo. Mas, no
ano eguinte, assumiu a cadeira de teologia sistemática na Universidade de Heidelberg e, em
1937, casou-se com Marie-Luise Herrmann, com quem teve quatro filhos. Após ser
constantemente assediado pela Gestapo (a polícia secreta do Estado alemão) por sua ligação
com a Igreja Confessante, Thielicke foi demitido da universidade, em 1940. E ainda que
alistado no exército alemão, foi dispensado logo depois, por causa de seus problemas de
saúde. Com isso ele pôde se dedicar ao pastorado, primeiro em Ravensburg, depois em
Stuttgart e, em 1944, em Korntal. Foi nessa época que seus sermões começaram a circular
em meio a um público mais amplo, inclusive entre os soldados no front e, traduzidos,
chegaram a outros países. Alguns destes foram publicados em português, entre eles O
mosaico de Deus. Seu grande modelo de pregação foi o pastor batista inglês do século XIX,
Charles Spurgeon. Durante os anos da guerra ele criticou o controverso “programa de
demitologização” do Novo Testamento, associado a Rudolf Bultmann, e se envolveu com o
movimento de resistência ao nazismo. Em 1945, tão logo a guerra terminou, Thielicke
começou a lecionar teologia sistemática na Universidade de Tübingen e, em 1951, foi
apontado para o cargo de reitor. Em 1954, foi convidado para fundar uma nova faculdade de
teologia na Universidade de Hamburgo, onde serviu como deão e professor até 1967, quando
se demitiu por causa das “revoltas estudantis” ocorridas ali. Também foi o popular pastor da
igreja luterana de St. Michaelis, uma das mais importantes daquela cidade. Foi um escritor
prolífico, especialmente nas áreas de teologia sistemática e ética e, durante as décadas de
1960 e 1970, fez várias viagens internacionais, para a Ásia, America Latina, África do Sul,
Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Após sua aposentadoria, fundou o projeto Andere
Zeiten, com o intuito de compartilhar suas experiências de púlpito e apoiar jovens pregadores.
Faleceu em Hamburgo, aos 77 anos.

Nesse livro, Helmut Thielicke oferece orientações fundamentais para os calouros teológos, ou
seja, aos que estão iniciando seus estudos teológicos. Um professor com vasta experiência,
tanto no púlpito como nas academias, mas que, dava atenção e cuidado aos alunos em suas
aulas, como ele afirma:
“Penso que vez por outra preciso ver e ouvir
aqueles que assistem as minhas aulas não
apenas como alunos, mas como almas
confiadas ao meu cuidado[...]”.
Cap. 1- UMA CONVERSA PRELIMINAR COM O
LEITOR.
Os conselhos valiosos dados por ele levam teólogos e pastores jovens e também aos
mais experientes a voltarem repetidamente aos sábios esclarecimentos que é
transmitida nesta obra, cuja mensagem sucinta é indispensável a todos que desejam
permanecer fiéis a sua genuína vocação cristã, e que a teologia e vida cristã andam
juntas, pois não dá pra conhecer a verdade e não ser liberto- ( não livre para fazer o
que quiser, mas sim, livre para serem teólogos a serviço da igreja) – Jo.8:31,32; “...
Se permanecerem na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos – E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. [ Bíblia Do Expositor] . I Pe. 2: 16 “
Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o
mal; vivam como servos de Deus”. [ Bíblia NVI ]. MT. 20: 26 – 28 “ ... entre vocês não
será assim...; ... aquele que quiser fazer-se grande, que seja vosso serviçal... Bem
como o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir...”. [Bíblia Do
Expositor]. É o que o autor leva ao leitor refletir sobre os desafios dos novos teólogos
quando pressupõe:
“Talvez por meio destas reflexões o pastor que está
ativamente envolvido no ministério possa não apenas
reavivar algumas lembranças — isso ele certamente fará!
—, mas também sentir-se desafiado em seus dilemas
teológicos concretos, da mesma forma que eu me senti
desafiado nos meus. Possivelmente também, através do
olhar de um professor de Teologia, o irmão na prática do
pastorado possa encontrar nestas notas uma explicação ou
ajuda para compreender a estranha conduta de um
estudante de Teologia ou de um assistente mais jovem. Ele
poderá, assim, encarar estas páginas como um relato
daquilo que está acontecendo hoje em nossos cursos de
Teologia. Mas talvez muita coisa se aplique à sua vida
também, penetrando no recôndito de seu escritório pastoral.
Já se tornou um lugar-comum, tantas vezes repetido por nós
mesmos, dizer que a teologia tem a ver com a vida. Sendo
assim, nada mais natural que começar nossas aulas com
uma meditação sobre o que acontece com nossa vida cristã
dentro de um curso de Teologia e como essa vida caminha
na estrada do estudo teológico— e não apenas caminha,
mas também como pode tornar-se mais rica, profunda e
frutífera. [...]”.
Cap. 1- UMA CONVERSA PRELIMINAR COM O LEITOR.

O autor alerta ainda aos estudantes de teologia sobre a ansiedade do cristão comum
quanto a teologia, pois, o membro da igreja, chamado de “homem do povo”, teme a
teologia, por que não quer outro aparato senão a fé para entender a Palavra de Deus,
fé que não precisa ser apoiada por afirmações intelectuais para ser sustentada. É
muito comum a teologia despertar no novo estudante a vaidade e o orgulho, pelo
simples fato de se sentirem como os conhecedores de tudo, dar a sensação de poder
intelectual, mas tais estudos deveriam despertar o amor, pois ele é altruísta e humilde.
Tal sentimento de orgulho que nasce no coração do estudante, faz ele pensar que é
superior aos outros que ignoram ou não se importam com a teologia.

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