Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este material é fornecido pela Spirax Sarco Brasil e não pode ser copiado, reproduzido, modificado, ou
publicado em qualquer meio de comunicação sem autorização prévia e expressa por escrito, devidamente
assinada, datada e carimbada pela Spirax Sarco.
Também não é permitida a sua venda ou a sua utilização para quaisquer fins, lucrativos ou não, sem
autorização prévia, por escrito, da Spirax Sarco.
O material de treinamento fornecido neste impresso e/ou mídia digital é protegido pela lei de direitos
autorais e seu conteúdo é distribuído exclusivamente para os participantes dos cursos ministrados por
instrutores da própria Spirax Sarco Brasil.
Objetivo:
Este curso tem como objetivo proporcionar ferramentas e conceitos para o projeto e gestão de um
sistema completo de ar comprimido, incluindo dimensionamento de válvulas e acessórios, geração,
distribuição, tratamento, qualificação e utilização.
Programa:
4. Utilização do Ar Comprimido
3. Distribuição
A Empresa................................................................................................................6
Introdução.............................................................................................................7
Propriedades do Ar Comprimid0
Vantagens do ar comprimido..................................................................................8
Limitações do ar comprimido...................................................................................8
Fundamentos Físicos...............................................................................................8
O que é ar?......................................................................................................................................8
Ar Comprimido......................................................................................................................................9
Escalas de pressão..................................................................................................................9
Compressibilidade do ar..................................................................................................10
Relação de compressão...........................................................................................................12
Escalas de temperaturas..........................................................................................................13
Geração do ar comprimido....................................................................................14
Ar aspirado...........................................................................................................14
A casa do compressor............................................................................................14
Produção do Ar Comprimido
Compressor de êmbolo..........................................................................................................15
Compressores rotativos .............................................................................................................16
Turbo compressores......................................................................................................................17
Refrigeração do compressor.................................................................................................18
Resfriamento do ar.....................................................................................19
Intercooler........................................................................................................19
Em 1888, formou-se em Londres a Sanders Rehders and Company, empresa que vendia purgadores e
outros produtos relacionados a vapor.
O headquarter do grupo Spirax Sarco localiza-se em Cheltenham, Inglaterra e suas ações estão cotadas
na Bolsa de Londres desde 1959. Anualmente a empresa vem apresentando uma performance financeira
forte com uma contínua expansão de seus negócios.
Acumula uma experiência de mais de 100 anos em sistemas de vapor, sendo líder no controle e uso
eficiente de vapor e outros fluidos industriais. Conta com mais de 4.500 funcionários no mundo, 7 plantas
estratégicas e 46 companhias espalhadas em 33 países. Isto significa um pacote de soluções completas
que vão desde o dimensionamento, consultorias e levantamentos de campo, até o start-up de sistemas
engenheirados e contratos de gerenciamento de sistemas de vapor.
No Brasil a Spirax Sarco é uma empresa moderna e em constante transformação. Dentre os nossos
principais diferenciais podemos destacar: equipe altamente qualificada e preparada para atender às mais
altas expectativas do mercado e excelência no atendimento a clientes. Também buscamos o contínuo
desenvolvimento e aperfeiçoamento da nossa linha de produtos, bem como, soluções inovadoras.
O usuário geralmente desconhece o aspecto econômico e por tratar-se de “ar”, um fluido econômico
e não perigoso, não se dá a devida importância às pequenas perdas.
Contrariamente ao vapor, o ar comprimido não condensa nas tubulações, portanto, não existem perdas
fixas, o que torna relativamente fácil detectar sua existência.
Durante as paradas da fábrica o consumo deve ser nulo. Se este não for, indicará uma perda.
Evitar as perdas não é o único ponto a levar-se em conta. Em qualquer parte de uma instalação de ar
comprimido pode-se melhorar o rendimento.
Vantagens do ar comprimido
• Quantidade: O ar é encontrado em quantidades ilimitadas em todos os lugares.
• Transporte: O ar comprimido é facilmente transportado através de tubulações, mesmo para distâncias
consideravelmente grandes. Não há necessidade de preocupação com o retorno do ar.
• Armazenamento: No estabelecimento não é necessário que o compressor esteja em funcionamento
contínuo, o ar pode ser armazenado em um reservatório e, posteriormente, utilizado.
• Temperatura: O trabalho realizado com ar comprimido é praticamente insensível às oscilações da
temperatura. Isto garante, também em situações térmicas extremas, um funcionamento seguro.
• Segurança: Quase não existe o perigo de explosão. Portanto, não são necessárias custosas ou excessivas
proteções contra explosões.
• Limpeza: O ar comprimido deve ser limpo. O ar que eventualmente escapa das tubulações ou outros
elementos inadequadamente vedados, não polui o ambiente. A limpeza é uma exigência, por exemplo,
nas indústrias alimentícias, químicas, madeireiras e têxteis.
• Construção dos elementos: A construção dos elementos de trabalho é simples, portanto, de custo
vantajoso.
• Velocidade: O ar comprimido é um meio de transporte rápido, atingindo altas velocidades de trabalho.
(A velocidade de trabalho dos cilindros pneumáticos varia entre 1-2 m/seg.).
• Regulagem: As velocidades e forças de trabalho dos elementos que operam com ar comprimido são
ajustáveis.
• Proteção contra sobrecarga: Os equipamentos e ferramentas a ar comprimido são carregáveis até a
parada final e portanto seguros contra sobrecargas.
Limitações do ar comprimido
• Preparação: O ar comprimido deve ser tratado. Impureza e umidade devem ser evitadas, pois provocam
desgastes nos equipamentos pneumáticos.
• Compressibilidade: Não é possível manter uniforme e constante as velocidades dos cilindros e motores
pneumáticos mediante à ar comprimido.
O ar comprimido é econômico somente até uma determinada força, limitado pela pressão normal de
trabalho de 700 kPa (7 bar), pelo curso e pela velocidade.
• Escape de ar: O escape de ar é ruidoso, mas com o desenvolvimento de silenciadores, este problema
foi resolvido.
Fundamentos Físicos
O que é ar?
A superfície terrestre é totalmente envolvida por uma camada de ar. Este ar
é uma mistura gasosa com a seguinte composição:
- Nitrogênio - aproximadamente 78 % do volume.
- Oxigênio - aproximadamente 21 % do volume.
- O restante é composto por resíduos como Dióxido de Carbono, Argônio,
Hidrogênio, Neônio, Hélio, Criptônio e Xenônio.
Figura 01
Escalas de pressão
A pressão do ar não é sempre constante. Ela muda de acordo com a situação geográfica e as condições
atmosféricas. Se a pressão for medida em relação ao vácuo ou zero absoluto é chamada “pressão absoluta”
(pabs); quando for medida adotando-se a pressão atmosférica como referência é chamada “pressão relativa”
(prel) ou “pressão manométrica” (pman). A escala de pressões efetivas é importante, pois praticamente todos
os aparelhos de medida de pressão (manômetros) registram zero quando abertos à atmosfera, medindo
portanto a diferença entre a pressão do fluido e a do meio no qual se encontram.
Se a pressão for menor que a atmosférica costuma ser chamada impropriamente de vácuo e mais
propriamente de depressão; logo, uma depressão na escala efetiva terá um valor negativo, e todos os
valores da pressão na escala absoluta são positivos.
Portanto:
pabs = patm + prel ; prel = pman
onde, prel pode ser positiva ou vácuo.
Quando prel < patm → faixa de depressão
Quando prel > patm → faixa de sobrepressão
Figura 02
As unidades usadas para expressar a pressão são Pa; bar; kgf/cm2; atm; psi; entre outras.
Onde:
1atm = 1,033 kgf/cm2 = 1,013 bar = 101325,0 Pa = 101,325 kPa = 14,696 psi
Figura 03
O ar comprimido, assim como todos os gases, não tem uma forma definida. Ele se altera à menor
resistência ou seja, se adapta à forma do ambiente. O ar se deixa comprimir, mas tende sempre a se
expandir.
Para o cálculo das propriedades do ar comprimido vale a equação dos gases ideais:
PV = n RT (Equação de Clapeyron)
PV = m RT
M
p1 . V1 = p2 . V2 = p3 . V3 = constante
E o volume específico: v = 1 = V = RT
d m PM
Nota:
Muitas vezes necessita-se de “volume” de ar e outras de “massa” de ar, dependendo da aplicação.
Como trata-se de um gás, o volume para uma mesma massa irá variar conforme a pressão e a
temperatura. Portanto, estabelece-se uma condição padrão, denominada Normal, onde são fixadas a
pressão e a temperatura. Neste caso, deve-se anotar “N” anteriormente a unidade de volume. Ex.: Nm3/h.
Quando para o processo o importante é a “massa de ar”, sempre deveremos converter a vazão em
volume para o estado padrão “Normais”.
Para converter de m3 para Nm3, utilizam-se as fórmulas abaixo:
• Para ar seco: PN . VN = PO . VO
TN TO
Onde:
PN = Pressão no estado normal (1,033 kgf/cm2 abs)
VN = Volume no estado normal (Nm3)
TN = Temperatura no estado normal (273 K)
PO = Pressão de operação / sistema (kgf/cm2 abs)
VO = Volume de operação / sistema (m3)
TO = Temperatura de operação / sistema (oC + 273 K)
Relação de compressão
A relação de compressão é dada por R = Pabs / Patm, onde Pabs é a pressão fornecida pelo compressor
(abs.) e Patm é a pressão atmosférica.
Vf = Vi = 0,5 = 0,07 m3
R 6,92
Escalas de temperaturas
Figura 04
Geração do ar comprimido
Para a produção de ar comprimido são necessários compressores, os quais comprimem o ar para a
pressão de trabalho desejada. Na maioria dos acionamentos e comandos pneumáticos encontra-se,
geralmente, uma estação central de distribuição de ar comprimido. Não é necessário calcular e planejar
a transformação e transmissão da energia para cada consumidor individual. A instalação de compressão
fornece o ar comprimido para os devidos lugares através de uma rede tubular.
Ao projetar a linha, devem ser consideradas a ampliação e aquisição de outros novos aparelhos
pneumáticos. Por isso é necessário superdimensionar ligeiramente a instalação para que mais tarde
não venha constatar que ela está sobrecarregada. Uma ampliação posterior da instalação é geralmente
muito cara.
Ar aspirado
Muito importante é o grau de pureza do ar. O ar aspirado pelo compressor deve ser limpo - não conter
poeira, fuligem ou outras partículas sólidas. Um ar limpo garante uma longa vida útil da instalação. A
utilização correta dos diversos tipos de compressores também deve ser considerada.
O ar quente é menos denso que o ar frio, isto é, mais leve. Portanto, se o ar aspirado pelo compressor
for quente, o volume de ar dentro deste será menor, diminuindo o rendimento do compressor. Neste
caso, torna-se necessário um resfriamento (ver Seção 3).
Por isso, a temperatura é importante - quanto mais frio o ar, maior será o rendimento total da instalação.
A casa do compressor
Os compressores são equipamentos responsáveis pela pressurização do ar ambiente.
Compressor de êmbolo
a) Compressor de pistão - Atualmente é o mais utilizado. É apropriado para baixas, médias e altas
pressões. Seu range é de cerca de 100 kPa (1 bar) até milhares de kPa.
A tabela 3 indica a potência necessária para comprimir 100 dm3/s de ar normal, em kW.
c) Compressor de membrana - São equipamentos de pequena capacidade, não lubrificados, onde uma
membrana separa o êmbolo da câmara de trabalho e o ar não tem contato com as peças móveis. Portanto,
o ar comprimido está isento de resíduos de óleo. Estes compressores são utilizados com preferência nas
indústrias alimentícias, farmacêuticas e químicas.
Compressores rotativos
Figura 07 - Compressor de
deslocamento rotativo tipo parafuso
helicoidal
Turbo compressores
São adequados para o funcionamento com grandes vazões. Nestes compressores o ar é colocado em
movimento por uma ou mais turbinas, e esta energia de movimento é então transformada em energia
de pressão.
a) Compressor axial - A compressão se processa pela aceleração do ar aspirado no sentido axial do
fluxo, de modo a proporcionar a transformação de energia cinética em energia de pressão.
b) Compressor radial - O ar é impulsionado para as paredes da câmara e posteriormente em direção
ao eixo, em seguida no sentido radial para outra câmara sucessivamente em direção à saída.
Para os diversos tipos de compressores apresentados, verifique através do gráfico abaixo qual o
compressor ideal para o processo.
Devido ao aumento de temperatura que acontece quando o ar é comprimido, uma forma de refrigeração
é necessária para que a temperatura não seja demasiadamente alta, para uma boa lubrificação e para
evitar uma excessiva tensão térmica na estrutura da máquina. O resfriamento pode ser tanto a ar como
a água.
Hoje em dia, compressores refrigerados a ar, podem ter capacidades até 350 dm3/s ou estarem em
trabalho contínuo a 14 bar. Esses tipos de compressores não devem trabalhar em espaço fechado, pois
a temperatura pode aumentar impedindo uma correta refrigeração.
Um método comum de refrigeração do compressor é através de uma camisa de água. Existem diversos
métodos para fornecimento da água fria a essas camisas de refrigeração:
- Circulação por termosifão: Utilizado para pequenos compressores de estágio único e depende da
convecção para fazer a circulação da água que é aquecida pelo compressor. A água circula da camisa do
compressor para um tanque de alimentação onde o calor dissipa.
- Circulação forçada: No caso de grandes compressores com um único estágio, a circulação por
termosifão é muito lenta para uma refrigeração adequada, sendo necessária a instalação de uma bomba
para aumentar a velocidade de circulação da água.
- Refrigeração por circuito aberto: No caso de compressores de vários estágios, não há como se utilizar
dos métodos descritos anteriormente, devido a necessidade de dissipação de grande quantidade de calor.
Nesse caso, deve-se ligar a camisa de resfriamento do compressor diretamente na rede de água fria.
A utilização de uma válvula controladora de temperatura evita o excessivo resfriamento, que pode
provocar condensação dentro do cilindro acarretando o surgimento de corrosão nos anéis do pistão e nas
paredes internas do cilindro, e ainda assegura o não desperdício de água. É importante que a válvula não
interrompa totalmente o fluxo de água pois, caso isso ocorra, a água permanecerá estagnada na região
do termostato, impedindo nova abertura. A temperatura da água de saída do cilindro é, em média, de
35º a 49 ºC.
- Refrigeração por circuito fechado: Método aplicado para grandes compressores, sendo o calor dissipado
através de uma torre de dissipação ou um arrefecedor mecânico. Quando utilizado o resfriamento por
circuito aberto, o consumo de água é muito grande. Outra vantagem de se utilizar o circuito fechado é
de se evitar a formação de depósitos na camisa do cilindro.
É ideal que o controle de temperatura seja feito com uma válvula de 3 vias, para evitar o desperdício
de água e aproveitamento de energia.
Resfriamento do ar
A finalidade de uma instalação de ar comprimido é ministrar ar nos pontos de consumo nas melhores
condições - limpo, seco e com o mínimo de queda de pressão. Qualquer falha poderá aumentar o desgaste
de ferramentas; diminuir a eficiência em equipamentos como pistolas de pintura, e os custos operacionais
serão maiores do que deveriam ser.
Considerando a umidade, o ar atmosférico contém sempre uma quantidade de vapor de água, que
pode ser definida como umidade relativa. A quantidade de água que um determinado volume de ar
pode conter, depende da sua temperatura. A capacidade de conter umidade aumentará com a elevação
de temperatura e diminuirá com uma queda da temperatura (veja fig. 9). Ela também diminui com o
aumento de pressão.
Embora seja necessário o isolamento em linhas de vapor para reter o calor, esta aplicação é inadequada
em ar comprimido, principalmente entre o compressor e o acumulador (pulmão). Se a tubulação estiver
isolada, a alta temperatura de descarga do ar comprimido pode ser suficiente para gerar a ignição
espontânea dos depósitos de óleo, sujidade, corrosão, etc.
Intercooler
Resfriamento intermediário feito entre os estágios num compressor de multi estágios. Sua função é
resfriar o ar quente entre um estágio e outro.
Esse resfriamento reduz o volume, o que aumenta o rendimento do compressor, mas ao mesmo tempo
provoca a condensação de parte da água contida no ar.
É necessário drenar o condensado do intercooler. Esta drenagem pode ser feita por meio de um
purgador, específico para ar comprimido.
Em compressores de dois estágios com resfriador intermediário (intercooler), boa parte da umidade
é retirada. Porém, o ar é descarregado na linha a uma temperatura ainda elevada, devendo passar por
um resfriador posterior, conhecido como aftercooler. Este, é um trocador de calor de resfriamento que
deve ser instalado após o compressor para a obtenção de uma melhor temperatura. A maior parcela de
umidade contida no ar condensa nesses dois resfriadores, sendo eliminada, preferencialmente, por meio
de separadores de umidade, instalados após o aftercooler e no tanque de armazenamento (pulmão).
A fim de evitar desperdícios da água, pode-se utilizar uma válvula controladora de temperatura para
resfriamento.
A perda de carga em um aftercooler não deve exceder a 0,2 bar. Nesse tipo de equipamento consegue-se
temperaturas de saída do ar entre 10 e 15 ºC acima da temperatura de entrada da água, condições estas
que satisfazem as exigências normais de aplicação industrial.
Figura 10 - Aftercooler
Secadores
Embora seja eliminada a maior parte da umidade nos separadores, outra parte certamente condensará
na instalação em pontos mais frios.
Vapores de água do ar são absorvidos pelo produto, que liquefazem e necessitam ser drenados. Quando
Reservatório de ar (pulmão)
Instalado após o aftercooler, o pulmão tem a finalidade de armazenar o ar comprimido para consumo
e equalizar as pressões das linhas.
Quando não existir o aftercooler, este reservatório serve para resfriamento do ar.
Figura 13
Umidade
O ar atmosférico contém sempre certa quantidade de vapor de água que chamamos umidade absoluta
e se expressa em massa de vapor d’água (kg) por massa de ar seco (kg).
Umidade relativa
Umidade de saturação do ar
Quantidade máxima de vapor de água contida no ar. A capacidade do ar para conter vapor d’água
aumenta com a temperatura e diminui ao aumentar a pressão.
Calor úmido
Volume úmido
A idéia da temperatura de bulbo úmido está baseada no equilíbrio entre as taxas de transferência de
energia para o bulbo e de evaporação da água.
Esta temperatura está situada na curva de 100 % de umidade relativa (curva de ar saturado).
Resfriamento adiabático
O ar é resfriado e umidificado, enquanto que uma pequena parte de água recirculada é evaporada.
As linhas de resfriamento adiabático são linhas de entalpia quase constante para a mistura ar/água (1 a
2 % de erro). Entretanto, pode-se corrigir o valor de entalpia saturada quanto ao desvio que ocorre para
uma mistura vapor d’água/ar não saturado, utilizando-se as linhas de alívio de entalpia que aparecem
na carta.
Ponto de orvalho
Quando o ar é resfriado a pressão constante, ele atinge uma temperatura na qual a umidade começa a
condensar, esta temperatura é conhecida como ponto de orvalho.
Sistema de ar comprimido
Um sistema completo de ar comprimido compreende 3 componentes principais:
• Compressor - é o responsável pela geração do ar comprimido dentro das condições de vazão e pressão
impostas pelo processo.
• Rede principal - são as tubulações e acessórios que garantem a correta distribuição do ar com a menor
perda de carga possível e com boa qualidade.
• Pontos de consumo - são os equipamentos utilitários, tais como máquinas injetoras, ferramentas
pneumáticas, bombas, instrumentação, etc.
Objetivo
Um sistema de ar comprimido tem como principal objetivo fornecer ar para todos os equipamentos
consumidores com a menor perda de carga possível, através do menor consumo de energia e dentro das
condições de qualidade impostas pelo processo.
Lay-out
A definição do lay-out da rede visa a otimização da distribuição do ar, isto é, obter uma instalação mais
econômica e com baixas perdas de carga, através da análise de todos os pontos de consumo, bem como
suas pressões, inclusive previsões futuras, para se definir o menor percurso da tubulação.
Quanto ao tipo de rede a ser empregado, se circuito fechado ou circuito aberto, devem ser analisadas
as vantagens e desvantagens de cada uma.
Todas as tubulações secundárias (ramais) devem ser tomadas pela parte superior das tubulações
primárias (linha principal), pois possibilitam a retirada de ar mais seco.
Uma vez detectado o vazamento, o próximo passo é determinar a quantidade de ar comprimido perdida.
A tabela 4 mostra a descarga livre de ar através de orifícios.
Onde:
d = diâmetro interno da tubulação (cm)
Q = vazão de ar (Nm3/min)
R = relação de compressão (admensional)
V = velocidade de escoamento (m/s)
Onde:
d = diâmetro interno da tubulação (cm)
Q = vazão de ar (Nm3/min)
R = relação de compressão = P2/P1 (admensional)
ΔP = perda de carga total (Kgf/cm2)
Leq = comprimento equivalente na tubulação (m)
P2 = pressão de trabalho (Kgf/cm2 abs)
P1 = pressão atmosférica (Kgf/cm2 abs)
Régua de Cálculo
Um método rápido e simples para se obter o diâmetro da tubulação é a utilização da Régua de Cálculo
para Ar Comprimido, baseada nos critérios da velocidade e da perda de carga. Através dela, podemos
obter ainda a perda de ar por vazamentos existentes na instalação, quantificando as perdas de energia
nos compressores. As perdas de carga localizadas estão mostradas em uma das escalas da régua.
Exemplos
Exemplo 01 - Determinar o diâmetro necessário para uma tubulação que deverá transportar 10 Nm3/
min de ar, quando comprimido à pressão de 7,0 kgf/cm2.
Solução:
• Matemática:
1º passo - Cálculo da relação de compressão
Exemplo 02 - Considerando os dados do exemplo 01, qual a perda de carga nos 150m de comprimento
da tubulação, onde existem 03 válvulas globo e 02 curvas de 90º?
Solução:
• Régua de cálculo:
Através da régua de cálculo, na escala de perdas localizadas, com 2½” ou 6,2 cm de diâmetro (D),
tem-se os seguintes comprimentos equivalentes:
- Válvula globo = 27,5 x 3 = 82,5 m
- Curva 90º = 1,3 x 2 = 2,6 m
- Comprimento efetivo da tubulação = 150 m
- Comprimento total = 235,1 m
Ainda utilizando a régua de cálculo, na escala critério da perda de carga, desloque o cursor até coincidir
10 Nm3/min (Q) com 7,8 (R). Com o valor do diâmetro 6,2 cm, encontrado anteriormente, verifica-se
que ΔP = 0,118 kgf/cm2 a cada 100m.
• Matemática:
d = ((0,842 . Leq . Q2) / (ΔP . R))1/5
6,2 = ((0,842 . 253,1 . 102) / (ΔP . 7,8))1/5
ΔP = 0,277 Kgf/cm2
(5 - 7) = (3,65 - 4,65)
(5 - 6) (3,65 - y)
• Régua de cálculo:
R = Prel + Patm = 6 + 1,013 = 6,92
Patm 1,013
Através da régua de cálculo, na escala descarga de ar, desloque o cursor fazendo coincidir o valor da
relação de compressão 6,92 com o valor do diâmetro do orifício 2 mm, e a seta indicará o valor da descarga
de ar nesse orifício: 4,20 Ndm3/s.
Purgadores
Figura 15
Aplicações:
Eficaz, principalmente, em sistemas com grande quantidade de óleo, como compressores e pulmões.
Características:
- De descarga intermitente, que se dá pela atuação de uma válvula com intervalo e duração temporizados.
- Diâmetro de 3/8”.
- Relé de estado sólido.
Purgador de bóia
Características:
- De descarga contínua e perfeito funcionamento garantido por
um tubo de equilíbrio conectado ao corpo do purgador e ao sistema,
permitindo um fluxo positivo do ar e a entrada do condensado. Caso
não haja este tubo de equilíbrio, o condensado que vier em seguida
ficará retido antes da conexão de entrada, alagando o sistema.
- Quando fechado, o nível do líquido atua como elemento de
vedação, prevenindo vazamento de gás.
Esses purgadores devem ser instalados o mais próximo possível do
Figura 16 ponto de drenagem.
Separadores de umidade
Eliminam as gotículas suspensas no fluxo, principalmente, quando há altas velocidades.
O ar, ao entrar no separador, sofre uma redução de velocidade e mudança de direção, devido a sua baixa
inércia. Porém, as gotículas em suspensão não possuem essa facilidade, ao chocarem contra as chicanas,
Figura 17
Filtros Y
São filtros de construção simples, onde a retenção de partículas
sólidas é feita através de uma tela de aço inox perfurada ou de uma
malha (no caso de retenção de particulado menor).
Tais filtros devem ser utilizados antes de purgadores e válvulas
Figura 18 reguladoras.
Servem como pré-filtro em aplicações como sistemas pneumáticos, tendo capacidades de retenção de
5 a 25 μm, tanto de partículas sólidas como líquidas.
• Pré-filtro - Filtro para aplicações gerais: Filtro para fornecer ar comprimido de alta qualidade
para aplicações gerais em sistemas pneumáticos.
Características:
- Ampla área de filtragem.
- Dreno automático.
Benefícios:
- Longa vida útil e baixa perda de carga.
- Elimina a necessidade de supervisão.
Fornece ar comprimido de alta qualidade em sistemas pneumáticos que necessitam de controle preciso
de pressão.
Características:
- Combinação compacta filtro/regulador
- Boas características de vazão e regulagem
- Dreno automático
Benefícios:
- Controle preciso de pressão
- Pode ser utilizado em diferentes aplicações
- Elimina a necessidade de supervisão Figura 21 - Filtro regulador
Características:
- Remoção de 100 % da umidade e 99,99 % do vapor de óleo.
- Pequeno e eficaz.
- Fácil ajuste.
Benefícios:
- Proteção garantida.
- Utilizado em atuadores pneumáticos
- Amplo range de ajuste para diferentes aplicações.
São filtros que possuem uma grande eficiência na eliminação do óleo e água contidos no ar. A
coalescência representa a coleta de partículas finas em suspensão e, através da coesão, a transformação
em partículas maiores, facilitando o processo de remoção.
O ar flui para dentro do elemento filtrante, composto de um labirinto de microfibras que irá barrar as
partículas sólidas (inclusive menores que 1μm). Gotículas de água e óleo, ao passarem pelo elemento, se
chocam contra as microfibras, sendo retidas em função das forças de atração intermoleculares existentes.
Pelo princípio da coalescência, essas gotículas irão se reunir formando gotas maiores. Uma camada
plástica porosa reveste externamente o elemento, favorecendo o acúmulo de líquidos, até que essa massa
seja suficientemente pesada para se deslocar para o reservatório, por onde é drenada.
Características:
- Dreno automático
- Indicador de saturação
Benefícios:
- 100 % de remoção de água
- Permite manutenção programada
- Elimina a necessidade de supervisão
Figura 23 - Filtro coalescente ultra fino
São filtros que permitem a eliminação de odores do ar provocados pela presença de hidrocarbonetos
ou outras substâncias.
O elemento consiste de um cilindro contendo grânulos de carvão ativado envolvidos por camadas de
borosilicato, que irão absorver odores e vapores de hidrocarbonetos. A constante absorção faz com que
a cápsula passe a mudar de cor, adquirindo tom avermelhado. Essa mudança indica o momento da troca
do elemento.
Características:
- Indicador de passagem de óleo
- Elimina o óleo e o odor
Benefícios:
- Elimina a possibilidade de contaminação
O tipo de óleo a ser utilizado deve ser indicado pelo fabricante do equipamento, devendo ser evitados
óleos com aditivos, uma vez que os mesmos são eliminados do sistema sob forma de vapor sendo,
portanto, tóxicos.
Benefícios:
- Atende as variações de vazão.
- Não requer mão-de-obra especializada.
- Ótima rangeabilidade de pressão e vazão.
Seu projeto compacto permite que ela seja ideal para aplicações próximas aos
equipamentos, garantindo controle preciso da pressão, oferecendo uma alternativa
de baixo custo em relação às válvulas operadas a pistão, piloto ou diafragma.
Figura 26 - Válvula
Redutora de Pressão de Ação Direta
• Válvula redutora de pressão auto-operada
Características:
- São recomendadas para fornecimento de ar para vários equipamentos, pois o fluxo poderá variar de
zero à sua capacidade máxima, uma vez que a válvula, através do piloto, não permite grandes variações
de pressão na saída.
- Através de um piloto pneumático, consegue-se variar a pressão de ajuste à distância.
Benefícios:
Figura 27
Benefícios:
- Não necessita de energia externa para acionamento, portanto, reduz os custos de instalação e operação.
- Podem ser utilizadas em áreas classificadas, isto é, com riscos de explosão.
Medidores de vazão
• Medidor de Vazão Placa de Orifício
São usados para medir a vazão em massa do ar para permitir o controle do processo, garantindo a
qualidade requerida do produto final.
Princípio de funcionamento:
A placa de orifício é instalada na tubulação, gerando um diferencial de pressão quando o fluido passa
através dela. Este diferencial de pressão é medido via linhas de impulso por um transmissor de pressão
diferencial que o converte em sinal analógico que pode ser enviado para um computador de vazão ou
display remoto, informando a vazão instantânea do sistema.
Benefícios:
- controlar processos
- alocar custos
- identificar maiores usuários de energia
- monitorar a eficiência de processos
- verificar a eficiência do compressor
- fornecer informações de gerenciamento
- rangeabilidade 4:1
Figura 28
Característica principal:
O desenvolvimento especial do contorno do cone
deste medidor fornece uma relação linear entre o
sinal de pressão diferencial e a vazão do medidor.
Por exemplo: um acréscimo de 10% da pressão
diferencial resulta em um aumento de 10% na vazão.
Caso que não acontece no medidor placa de orifício,
pois nesse a relação de pressão diferencial e vazão é
uma função quadrática. Veja gráfico ao lado:
Válvula de esfera
Características:
- Fácil identificação de abertura e fechamento da válvula.
- Boa classe de vedação.
- Fácil operação e manutenção.
Figura 29
Válvula de retenção
Utilizada para evitar o contra-fluxo e contra-pressões nas tubulações.
Há 3 tipos principais:
• Tipo pistão: O fluxo passa pela válvula deslocando o pistão para cima, permitindo a passagem do
fluido. No sentido oposto, através da gravidade ou da contra-pressão, o pistão fecha a válvula evitando
o contra-fluxo.
• Tipo disco: O fluxo entra pela válvula deslocando o disco contra a mola, abrindo a mesma e permitindo
a passagem do fluido pela sede da válvula. No sentido contrário, a mola empurra o disco contra a sede
impedindo a passagem de fluido que, aplicando pressão sobre o disco, contribui para o fechamento da
válvula. Quando montadas sem mola, na direção vertical e sentido ascendente, o fechamento se dá por
gravidade.
• Tipo Wafer: Esta válvula possui uma portinhola em seu interior que permite a passagem do fluido no
sentido de fluxo. Na eminência do contra-fluxo, a portinhola se fecha por gravidade e a vedação estanque
é garantida pela contra-pressão do sistema sobre a portinhola.