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PROTEUS

sistema para o

Projeto Racional Otimizado e Automatizado da

Estrutura de Embarcações
Prof. Dr. Oscar Brito Augusto
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231, São Paulo/SP
(011) 818 5350 - E-Mail obaugust@usp.br

ii
Índice

Índice iii

Índice de figuras v

Apresentação v

Características do sistema PROTEUS viii

Equipamentos necessários ix

Instalação x

Manipulação de dados xi

1. Introdução 1

2. O programa PROTEUS 4

3. O submenu File 5

4. O submenu Malha 8
4.1 - Dados Gerais 8
4.2 - Materiais 10
4.3 - Perfis Leves 11
4.4 - Espessura de Chapas 12
4.5 - Coordenadas Nodais 12
4.6 - Painéis 13
4.7 - Perfis pesados do tipo P1 23
4.8 - Perfis pesados do tipo P2. 28
4.9 - Esforços Primários 29

5 - O submenu Desenha 31

6 - O submenu Síntese 35
6.1 - Restrições verificadas durante o projeto 36
6.2 - Restrição de rigidez 37
6.3 - Restrições geométricas 37

iii
6.4 - Restrições de tensões 39
6.5 - Restrições para a Síntese dos painéis 40
6.6 - Restrições para a Síntese dos perfis pesados P1 42
6.7 - Método de busca 43
6.8 - Reinicio de uma síntese interrompida 44
6.9 - Síntese 45

7 - O submenu Análise 48

8 - O submenu Resultados 51

9 - Versão 58

10. Referências Bibliográficas 60

iv
Índice de figuras

Figura 3.1 - O Menu de manipulação de arquivos 5


Figura 3.2 - Quadro de diálogo para seleção de nome de Arquivo 6
Figura 4.1 - O Menu de manipulação de dados da malha 8
Figura 4.2 - Quadro de diálogo para os dados gerais 9
Figura 4.3 - Tabela de definição dos materiais utilizados na estrutura 10
Figura 4.4 - Tabela de definição dos perfis leves longitudinais 11
Figura 4.5 - Pontos onde são calculadas as tensões 12
Figura 4.6 - Tabela de definição das espessuras de chapas a serem utilizadas na síntese 12
Figura 4.7 - Tabela de Coordenadas Nodais 13
Figura 4.8 - Ficha de descrição de um painel 14
Figura 4.9 - Painel reto 16
Figura 4.10 - Painel curvo 17
Figura 4.11 - Unidades de chapeamento 18
Figura 4.12 - Perfis longitudinais leves 20
Figura 4.13 - Perfis transversais 22
Figura 4.14 - Perfil pesado do tipo P1 24
Figura 4.15 - Perfil pesado 25
Figura 4.16 - Ficha de um Perfil Pesado P1 26
Figura 4.17 - Mostra em tela as propriedades geométricas do perfil pesado 27
Figura 4.18 - Quadro com as propriedades do perfil pesado 27
Figura 4.19 - Perfil pesado do tipo P2 28
Figura 4.20 - Ficha de um perfil pesado do tipo P2 29
Figura 4.21 - Quadro de entrada dos esforços na Viga Navio 29
Figura 5.1 - Tela com o módulo de desenho da estrutura longitudinal 31
Figura 5.2 - Quadro de diálogo referente à opção dos desenhos da malha 32
Figura 5.3 - Desenho da malha 33
Figura 5.4 - Desenho da malha com os carregamentos 33
Figura 5.5 - Zoom da região do fundo 34
Figura 6.1 - O menu de manipulação das características da síntese 35
Figura 6.2 - A lista de opções de restrições impostas ao projeto 37
Figura 6.3 - Quadro de restrições geométricas válidas para toda a estrutura 38
Figura 6.4 - O furo de passagem 38
Figura 6.5 - Os coeficientes de segurança 39
Figura 6.6 - Restrições para o projeto dos painéis 40

v
Figura 6.7 - Painel: as variáveis de projeto - Byte de Controle 41
Figura 6.8 - Restrições para a síntese dos perfis pesados P1 43
Figura 6.9 - Perfil Pesado: as variáveis de Projeto - Byte de controle 43
Figura 6.10 - Parâmetros do método de busca 44
Figura 6.11 - Montagem do complexo de vetores 46
Figura 6.12 - Evolução do processo de síntese 47
Figura 7.1 - O menu de análise 48
Figura 7.2 - Quadro com a evolução da análise da estrutura 49
Figura 7.3 - Quadro de evolução de um cálculo pelo módulo de Elementos Finitos 50
Figura 8.1 - O menu de resultados 51
Figura 8.2 - As propriedades da viga navio 52
Figura 8.3 - View do arquivo de resultados: NEWSEC.OUT 53
Figura 8.4 - Lista de opções com os resultados parciais da análise 53
Figura 8.5 - Modelo em elementos Finitos para o cálculo das tensões de cisalhamento na viga navio 55
Figura 8.6 - Modelo em elementos Finitos para o cálculo das tensões na estrutura de caverna 56
Figura 8.7 - Figura Plotter do PROTEUS 57
Figura 9.1 - Quadro de informações do sistema PROTEUS 58
Figura 9.2 - Quadro de encerramento do sistema PROTEUS 59

vi
Apresentação

PROTEUS é um programa rápido e eficiente para a síntese e a análise de estruturas


de embarcações cujo projeto alicerçado em conceitos racionais da Mecânica das
Estruturas. Para a análise da estrutura discretiza-se a secção transversal da viga navio em
painéis reforçados, podendo esses ter geratriz reta ou curva. A cada painel é associado um
material, um número fixo de perfis leves, com espaçamento constante, permitindo-se o
posicionamento arbitrário do primeiro perfil em relação ao inicio do painel. A cada painel se
associam também carregamentos distribuídos que no máximo podem variar linearmente
entre o início e o fim do painel. Adicionalmente, podem-se definir perfis pesados, compostos
por alma e flange ou pelos próprios painéis. Para o cálculo da estrutura longitudinal são
utilizadas a Teoria Simples de Viga e a Teoria de Placas em regime de pequenas deflexões.
Para o cálculo da estrutura transversal, utiliza-se um modelo de pórtico bi-dimensional que
é resolvido através do Método dos Elementos Finitos. Consegue-se desta maneira obter,
por unidade de chapeamento, por perfil leve longitudinal e por perfil transversal de cada
painel, onde se aplicar, as tensões primárias, tensões secundárias de perfis pesados,
tensões secundárias de perfis leves e tensões terciárias e as respectivas composições,
além dos respectivos fatores de segurança à flambagem.

Para a análise é necessário a descrição completa de toda a geometria da estrutura.


Para a síntese apenas alguns dados são necessários. De uma maneira geral, o contorno da
secção a ser projetada, os carregamentos, os materiais disponíveis para a síntese, as
chapas e os perfis disponíveis, e as restrições do projeto. O sistema devolverá, após a
síntese e se existir solução, a estrutura adequada a todas as condições impostas sendo tal
estrutura ótima em termos de peso de material.

O programa possui uma interface amigável, onde os dados podem ser editados em
forma de tabelas, e um módulo gráfico que permite a visualização do modelo da estrutura a
medida que se editam os dados.

vii
Características do sistema PROTEUS

Listam-se a seguir algumas das características/restrições do programa


PROTEUS

• 120 nós;
• 80 painéis;
• 2 condições de carregamento;
• 10 materiais diferentes;
• 30 perfis pesados alma-flange (Tipo P1);
• 30 perfis pesados formado por painéis (Tipo P2);
• tabela com 60 perfis enrijecedores leves;
• tabela com 20 espessuras de chapas;
• comunicação amigável com o usuário através de quadros de diálogos;
• interface gráfica com display dos modelos da estrutura;
- longitudinal: painéis, enrijecedores, perfis pesados, cargas, etc.;
- transversal: nós, elementos, estrutura deformada, tensões, etc.;
• desenhos para plotter com linguagem HPGL (Hewllet Packard Graphics
Language), que podem ser importados em editores de texto ou utilitários para
Windows;
• Cálculo da estrutura transversal de cavernas via Método dos Elementos
Finitos, possibilitando
- modelagem automática dos elementos de viga, contabilizando os
efeitos da rigidez ao cisalhamento e a presença de extremos rígidos
de dimensões finitas;
- modelagem automática de apoios elásticos representando a
interação dos elementos longitudinais pesados com a caverna;
- modelagem dos trechos curvos com elementos de viga curva;
- display para a estrutura dos diversos diagramas de esforços
solicitantes (Normal, Cortante, Fletor) e de tensões (Normal,
Cisalhamento e Equivalentes de von Mises) em até 6 pontos da
secção transversal dos elementos que compõem a caverna;
- display da caverna em sua posição deformada;
• Análise detalhada de cada componente estrutural, possibilitando uma
radiografia pormenorizada de sua resistência (tensões primárias, secundárias
e terciárias) e estabilidade (tensões críticas de flambagem locais).

viii
Equipamentos necessários

Os requisitos de Hardware para o ambiente PROTEUS são mínimos.

• plataforma IBM-PC ou compatível

• sistema operacional DOS versão 6.0 ou superior

• memória livre para a execução de 540 Kbytes;

• espaço para a geração de arquivos em disco em torno de 1 Mbyte;

• Opcionais:

◊ Co processador aritmético

◊ Placa de Vídeo EGA ou VGA

◊ Impressora com suporte para HPGL (Hewllet Packard


Graphics Language);

ix
Instalação

O programa é composto de 2 arquivos, que devem ser copiados para um


mesmo diretório, podendo ser rodado de qualquer outro através de um caminho,
precedendo o nome do programa.

O arquivos são

PROTEUS.EXE

PROTEUS.OVR

x
Manipulação de dados

Pode-se utilizar o mouse ou o teclado para navegar pelas diversas opções do


programa. Em qualquer uma das opções ou dos quadros de diálogos pode-se voltar
a situação anterior pressionando-se a tecla ESC, ou com o mouse, pressionando o
botão de controle, quando se tratar de quadro de diálogo. Nesses casos se algum
dado estava sendo editado ele será desprezado e retorna-se a condição anterior.

Importante: Em todas as entradas de dados numéricas, nos diversos menus,


podem ser fornecidas expressões aritméticas envolvendo as operações de soma
(+), subtração (-), multiplicação (*), divisão (/) e exponenciação (^). Adicionalmente,
permite-se o uso de parêntesis para se priorizar as operações. O programa não
verifica a sintaxe da expressão e, em caso de erro, retorna o valor zero.

São exemplos de expressões

2+3 = 5

2^4 +1 = 17

10/(5+20/4) = 1

2^(-0.5) = 0.707106781

2*Pi = 6.283185307

Os últimos 10 (dez) dados editados em campos alfanuméricos são guardados em


uma pilha que pode ser rolada para cima ou para baixo através das teclas ↑↓.

xi
1. Introdução

O programa PROTEUS (Projeto Racional Otimizado e Automatizado da


Estrutura de Embarcações) é um sistema especializado na síntese e na análise da
estrutura de embarcações. A estrutura projetada pelo sistema é ótima em termos de
peso. O programa está dividido módulos e é capaz de projetar a estrutura
longitudinal e a transversal de cavernas, simultânea ou isoladamente. Para efetuar a
síntese ou análise, deve-se descrever o contorno moldado da secção transversal da
embarcação em termos de painéis retos ou curvos e perfis pesados.

À cada painel podem ser associados até três tipos de materiais diferentes,
um para o chapeamento, um para os enrijecedores longitudinais e outro para os
enrijecedores transversais, desde que possuam o mesmo módulo de Elasticidade,
por exemplo, aço médio para o chapeamento e aço de alta resistência para os
enrijecedores. Neste caso, o módulo de Elasticidade é o mesmo, alterando-se
apenas os limites de resistência isto é, os valores das tensões de escoamento.

Entre painéis e perfis pesados, os materiais podem ser diferentes, por


exemplo, um painel é de aço, outro é de alumínio e o perfil pesado é de outra liga
qualquer.

Podem-se definir até duas condições de carregamento para a estrutura, tanto


para a Viga Navio quanto para cargas locais nos painéis.

Os perfis pesados podem ser de 2 tipos:

• perfil T fabricado, composto por 2 retângulos, um servindo-lhe de


alma e outro de flange;

• formado por painéis previamente definidos.

Caso se deseje a síntese serão necessários ainda uma tabela com perfis
laminados e uma tabela com as espessuras de chapas disponíveis de onde o
sistema buscará os escantilhões adequados à estrutura. Adicionalmente, serão

1
necessárias as restrições que guiarão o processo de projeto, restrições quanto a
limites nas solicitações, limites na rigidez, entre outras. Como resultado da síntese,
o programa deverá retornar, para cada painel, a espessura do chapeamento, o
espaçamento entre longitudinais, o tipo de longitudinal e as dimensões do perfil
transversal adequados aos carregamentos e às restrições impostas ao projeto. Para
o perfil pesado retornam-se as dimensões dos retângulos que o compõem. Não são
variáveis de projeto, o espaçamento entre cavernas e o espaçamento entre
anteparas (ou compartimento estrutural).

No caso de uma análise todos esses dados devem ser fornecidos ao sistema.
Na análise, são gerados diversos dados que refletem uma radiografia
pormenorizada da estrutura, por classe de solicitação, primária, secundária,
terciária, etc., elemento por elemento, unidade de chapeamento por unidade de
chapeamento.

Todos os cálculos efetuados pelo programa são baseados em modelos


clássicos da Mecânica das Estruturas. Para a estrutura longitudinal os modelos de
cálculo se baseiam nas Teoria Simples de Viga e Teoria de Placas. Para a estrutura
transversal, utiliza-se um modelo de pórtico plano aplicado a uma fatia, contendo
uma estrutura de caverna. Como condições de contorno para essa fatia,
prescrevem-se tensões de cisalhamento no chapeamento e os longitudinais
pesados são contabilizados como apoios elásticos. Para o cálculo das tensões no
pórtico assim gerado, utiliza-se um módulo de Elementos Finitos através do qual
também é possível o cálculo da distribuição das tensões primárias de cisalhamento.

Para o projeto ótimo utiliza-se um algoritmo de busca baseado em um


método direto de otimização, algoritmo capaz de manipular tanto variáveis contínuas
quanto variáveis discretas.

A maior vantagem do programa PROTEUS é a economia de tempo que ele


proporciona durante o projeto estrutural de uma embarcação em relação ao uso do
conceito de evolução por espiral de projeto.

Apesar de tudo, o sistema não dispensa a experiência do projetista, pois os


resultados obtidos são frutos das restrições passadas ao programa, em suma do
exercício da modelagem. Dependendo das restrições pode-se obter um bom ou um
mau projeto. Cabe ao responsável, fazer uso do bom senso e certificar-se de que os
resultados são aplicáveis. Saliente-se que a análise da questão formulação do

2
problema - quando se definem as restrições a serem impostas no projeto - , não no
sentido puramente matemático, mas essencialmente no que diz respeito à sua
configuração física, ainda deve ser efetuada pelo engenheiro e, a engenharia e o
planejamento admitem inúmeras soluções alternativas, não somente sob o ponto de
vista quantitativo mas também qualitativo, com uma expressiva parcela de
criatividade.

Dessa forma, se o problema estiver mal formulado, com uma concepção


fraca ou pouco feliz, o resultado da aplicação dos processos numéricos intrínsecos
do sistema poderá ser irrelevante. Tem-se, assim, a impressão de ter atingido o
ótimo quando, na realidade, pesquisou-se apenas a melhor configuração de uma
concepção infeliz.

3
2. O programa PROTEUS

O programa PROTEUS possui uma interface amigável para a sua utilização,


onde os diversos quadros de diálogo de entrada ou manuseio de dados são
acessíveis via menus do tipo pull down. Ao início o programa PROTEUS apresenta
a tela principal onde, na primeira linha encontra-se o nome PROTEUS e entre
colchetes o nome do arquivo de dados que está em trabalho. Na segunda linha
apresenta-se o menu principal que contém as seguintes opções:

• File
• Malha
• Desenha
• Síntese
• Análise
• Resultados
• Versão
Barra de Título Barra de Opções

Opções do sub-Menu FILE Barra de Status Área de Trabalho

Figura 1 - Tela de entrada do programa PROTEUS

4
3. O submenu File

Este submenu possui os utilitários de manuseio de arquivos, conforme se


mostra na figura 3.1.

Manipulação de
Arquivos

Abre um dos últimos


arquivos trabalhados

Figura 3.1 - O Menu de manipulação de arquivos

Na opção Novo, todos os dados são automaticamente zerados ou voltados


aos seus estados default, e um novo conjunto de dados, referente a um novo
problema, pode ser fornecido ao programa.

Na opção Importa, o programa lê um arquivo de dados válidos para o


arquivo atual, cujo nome aparece entre colchetes no cabeçalho da tela.

Na Opção abre, o programa abre e lê os dados de um arquivo válido.

Na opção salva, os dados são gravados com o nome que aparece no


cabeçalho da tela.

Na opção salva como, os dados são gravados com o nome escolhido pelo
usuário.

Adicionalmente, o programa dispõe de recurso para mostrar, em tela, o


conteúdo de qualquer arquivo, o que é feito pela opção View.

5
Tanto nas opções importa, abre, salva como e view é apresentado ao
usuário um quadro de diálogo, com a estrutura dos diretórios, arquivos e unidades
de disco do sistema, o que facilita o gerenciamento e o navegar pelos diversos
diretórios, a fim de selecionar um nome de arquivo.

Diretório Corrente

Máscara
Botões de
Controle

Drives
disponíveis
Arquivos no
Diretório Corrente

Estrutura no
Drive Corrente

Figura 3.2 - Quadro de diálogo para seleção de nome de Arquivo

Na opção dos shell, o programa retorna ao sistema operacional, mantendo


congelados seus dados na memória. Tal opção é útil na criação de novos diretórios,
por exemplo. Para retornar ao ambiente do programa basta, no prompt do DOS,
digitar exit.

Na opção abandona, o programa fecha os arquivos de trabalho, encerra a


sua execução e devolve o controle ao sistema operacional.

Em seu modo Default o programa batiza o arquivo de entrada de dados de


Newsec.In e o de resultados de Newsec.out. O arquivo de entrada pode ser
renomeado pelo usuário enquanto que o de saída não. O arquivo de saída também
pode ser lido como um arquivo de entrada. Nessas situações é conveniente o
renomeio logo após a leitura para evitar conflitos com os nomes.

6
Os nomes dos últimos quatro arquivos editados são retidos pelo programa e
apresentados para uma seleção rápida ao final do menu FILE, logo após a opção
Abandona. Esses dados estão armazenados no arquivo NewSec.Cfg.

7
4. O submenu Malha

Na segunda opção do menu principal, opção Malha, definem-se as


características topológicas do problema. Neste submenu, são editados os dados
relativos ao material dos painéis e perfis pesados, uma tabela com as dimensões
geométricas dos perfis leves, a definição dos painéis, perfis pesados e
carregamentos da embarcação. Com estes dados o programa estará apto a efetuar
uma análise ou a síntese da estrutura da embarcação.

dados relativos aos


materiais disponíveis
para a síntese ou
análise

dados relativos a
topologia do problema

Figura 4.1 - O Menu de manipulação de dados da malha

4.1 - Dados Gerais


A primeira opção deste menu é o quadro de definição de dados do
compartimento estrutural que, de um modo geral, são válidos para todos os painéis
e perfis pesados.

No Titulo podem ser utilizados até 80 caracteres alfanuméricos que


identificarão o problema nas listagens, telas de dados e telas gráficas.

O Espaçamento de Cavernas é utilizado como valor default quando da


definição das unidades de chapeamento dos painéis.

8
A Distância entre Anteparas é utilizada como valor default para o vão dos
perfis longitudinais pesados.

Se há opção pelo cálculo da estrutura transversal, a caverna situada a uma


distância Pos. Cav. Típica é adotada como sendo a caverna típica e todos os
resultados obtidos para esta caverna serão estendidos às demais cavernas do
compartimento. Como sugestão de caverna típica, é razoável indicar aquela que se
apoia nos meios dos vãos dos longitudinais pesados.

Titulo utilizado nas


listagens e
identificadores do
problema

Dados do
compartimento que
podem ser
modificados durante a
edição dos painéis

Define se a seção é
simétrica e onde se
localiza o plano de
simetria

Posição longitudinal para


o cálculo das tensões
secundárias devido à
flexão de perfis pesados

Figura 4.2 - Quadro de diálogo para os dados gerais

Havendo simetria em relação a um plano vertical (desde que exista a escolha


na caixa de opção), o programa utiliza o dado para caracterizar que a geometria é
fornecida apenas para uma metade da estrutura e, nestas condições, ele corrige os
cálculos das propriedades e apresenta os resultados para a secção completa. Os
dados relativos a carregamentos simétricos, como Momento Fletor e Força Cortante
primários não devem estar divididos por 2. Deve-se tomar o devido cuidado para os
painéis que se situam no plano de simetria (veja como tratá-los quando estiver
definindo os painéis).

O programa efetua a verificação ou o cálculo e a composição das tensões em


duas posições distintas ao longo do comprimento do compartimento estrutural.
Estas posições influenciam o valor das tensões secundárias resultantes da flexão
dos perfis pesados. O usuário pode definir essas duas posições ou utilizar os
9
valores default que correspondem a uma posição junto a antepara e outra ao meio
do vão do perfil pesado que se está calculando a tensão secundária. Neste caso a
segunda posição dependerá do vão do perfil pesado. Se todos possuem o mesmo
vão então a posição é comum a todos e comum ao compartimento.

4.2 - Materiais
É permitido o uso de diferentes materiais na estrutura tanto para os painéis
quanto para os perfis pesados. Na definição dos painéis, o chapeamento e os perfis
leves podem ter materiais diferentes, desde que com o mesmo módulo de
elasticidade. Nos perfis pesados, alma e flange podem ser de um material e as
chapas colaborantes (outros painéis) podem ser de outro material, sem restrições.
Em termos de cálculo das propriedades geométricas da secção, o programa adotará
um material como referência, e estas propriedades se tornam equivalentes às
propriedades de uma secção homogênea formada por esse material de referência.

Pressionando a tecla F2
o programa calcula o
valor de G=0.5E(1+ν)

Menu de Edição

Figura 4.3 - Tabela de definição dos materiais utilizados na estrutura

Como propriedades de material definem-se o módulo de elasticidade E, o


módulo de elasticidade transversal G, o coeficiente de Poisson ν, a tensão de
escoamento σe e a densidade ρ.

Opcionalmente, o programa calcula o módulo de elasticidade transversal G


utilizando a seguinte relação
10
E
G=
2(1 + ν )

bastando pressionar a tecla F2, estando o cursor sobre qualquer campo de


definição do material em referência.

Para facilitar a identificação, cada material pode ter uma descrição com até
20 caracteres.

4.3 - Perfis Leves


O item seguinte no menu malha refere-se ao quadro de entrada e descrição
dos perfis leves a serem utilizados nos painéis. Nesta versão do programa estão
disponíveis apenas perfis do tipo T, fabricados através de dois retângulos, um sendo
o flange e outro a alma.

perfil em edição

perfis presentes na
tabela

Para a síntese, os
perfis devem estar
em ordem crescente
de área

Figura 4.4 - Tabela de definição dos perfis leves longitudinais

A medida que os dados são fornecidos o programa automaticamente calcula


as propriedades geométricas da secção, como área, posição do centro de área,
inércia, etc.. No caso de síntese os perfis devem, necessariamente, estar em ordem
crescente de área.

Para avaliação da resistência são calculadas as tensões equivalentes em 6


pontos do perfil associado à chapa colaborante, conforme se mostra na figura a
seguir.
11
1

3 (LN)

chapa colaborante
4

6
5

Figura 4.5 - Pontos onde são calculadas as tensões

4.4 - Espessura de Chapas


O próximo item dentro do submenu malha é o relativo a espessuras de
chapas. Esse grupo de dados é necessário somente no caso de síntese da
estrutura. São permitidos até 20 (vinte) espessuras diferentes.

número chapas
presentes na tabela

As espessuras devem
estar em ordem
crescente.

Figura 4.6 - Tabela de definição das espessuras de chapas a serem utilizadas na


síntese

4.5 - Coordenadas Nodais

12
Neste quadro são editadas as coordenadas dos nós que definirão os painéis
e os perfis pesados. Na atual versão não existem facilidades de geração, portanto
os nós devem ser dados um a um. Na barra de status é apresentado um menu de
edição onde merecem destaque os comandos: copiar (Ctrl+X), copia o corrente par
de coordenadas para uma área de trabalho e o comando paste (Ctrl+V), copia o par
de coordenadas armazenada na área de trabalho para o corrente nó.

Nó corrente o em
edição

Número de nós
presentes na tabela

Menu de edição

Figura 4.7 - Tabela de Coordenadas Nodais

4.6 - Painéis
Neste item são definidos os painéis do compartimento estrutural do navio que
será sintetizado ou analisado.

curvo pela existência do Nó c, nó do centro de curvatura para um painel curvo.


Sendo um número diferente de zero, o painel é curvo, caso contrário é reto.

Para o painel tanto o material como perfis longitudinais leves são definidos
através dos números ou códigos de identificação que ocupam nas suas respectivas
tabelas. O material 1, por exemplo, significa que o primeiro material da lista de
materiais será utilizado para aquele item. No entanto, tanto a espessura quanto os
dados do perfil transversal devem ser dados diretamente e não referenciados.

13
São possíveis até
duas condições de
carga por painel

total de painéis

painel em edição
Nó c = 0, o
painel é reto As dimensões do
perfil transversal
estão em um
quadro de diálogo
a parte

Extremo rígido
(mínimo) para o
cálculo da
estrutura
transversal

Consideração de aberturas,
zonas de sombra, painel no As teclas PgUp e PgDn, utilizadas
plano de simetria, etc. para navegar entre os painéis

Figura 4.8 - Ficha de descrição de um painel

Podem-se utilizar painéis retos ou curvos. O programa identifica o painel reto


ou o

Neste quadro merecem atenção os itens Eficiência primária, cisalhamento e


perfis transversais.

O item eficiência primária deve ser um número entre 0 e 100% (o programa


converte a porcentagem em fração real ou fator) que multiplica-se à área do painel
(item inércia) e às tensões primárias (item tensões) durante os cálculos efetuados
pelo programa. É possível, por exemplo, que um certo painel não seja totalmente
efetivo para o cálculo do módulo de resistência primária, por diversas razões, uma
delas seria pela secção estar em uma zona de sombra de uma abertura ou
escotilha. Neste caso, pode-se diminuir a participação deste painel nos cálculos de
inércia da seção. Por outro lado, pode-se querer que neste painel atue toda a
tensão primária calculada para a seção transversal reduzida, bastando para isso
utilizar o valor 100 % no item tensões.

Painéis no plano de simetria. Neste caso devem-se fornecer as


propriedades integrais do painel, como espessura, perfis etc., e no item eficiência
para propriedades geométricas se fornece o valor 50% e para as tensões 100%.

14
O item cisalhamento refere-se ao número de divisões (número de elementos
finitos) que deverá sofrer uma unidade de chapeamento quando do cálculo das
tensões de cisalhamento primárias. Tal cálculo é efetuado através do elemento finito
de cisalhamento, descrito na referência [1].

No item perfil do quadro da estrutura transversal são descritos os dados


relativos à estrutura transversal de caverna do compartimento. O material do perfil
transversal pode ser diferente do material para o chapeamento, desde que ambos
possuam o mesmo módulo de Elasticidade.

O programa utiliza um modelo de pórtico plano para o cálculo da estrutura


transversal. A interação entre o anel transversal e o restante da estrutura se dá
pelos perfis pesados e pelo chapeamento. Para simular uma elevada rigidez a
deslocamentos da caverna no plano do chapeamento é preciso marcar uma das
duas caixas de seleção correspondentes a elemento de apoio. O programa utilizará
um elemento de mola na direção do plano do chapeamento, direção do eixo da viga.

Para o cálculo da estrutura transversal o programa gera um modelo de


pórtico com base nas dimensões moldadas dos painéis, significando que o vão
flexível das vigas serão calculados pelas distância entre nós. Nas uniões de uma
caverna e um vau, por exemplo, existe uma região rígida para o vau, que
corresponde à alma da caverna, e , para a caverna, a correspondente alma do vau.
Definir no modelo esses valores como rígidos traz como conseqüência uma redução
do vão flexível dos elementos e uma redução nas tensões de flexão.

Diferentemente do quadro dos nós, materiais e perfis, que apresentam uma


lista de dados, o quadro referente aos painéis apresenta um painel de cada vez,
como se fosse uma ficha do painel. Navega-se entre os diversos painéis
pressionando-se PgUp ou PgDn.

O painel está referenciado a um sistema ortogonal de coordenadas,


denominado de sistema global, cujos eixos Ox e Oy se encontram no plano do
papel. O terceiro eixo Oz, ortogonal ao plano do papel, deve ir de encontro ao
observador. O painel é delimitado pelos nós inicial i e final j. A incidência ij define
um eixo local, eixo ①, no sentido de i para j e sempre fixo ao painel. Define-se um
terceiro eixo, eixo ③, que é paralelo e com o mesmo sentido do eixo global Oz.
Consequentemente, para um sistema positivamente orientado, o eixo ② é tal que o
produto vetorial entre ① e ② resulta no eixo ③. Todas as grandezas, referentes ao

15
painel que necessitem de definição positiva ou negativa, estão associadas ao
sistema local de coordenadas.

eventual perfil pesado

es j
a is l
ev Nó
din 1
itu
l ong
rfis
pe
2 s
Eixos locais s pj
s
s
i s0

pi

x
z
Sistema global
de coordenadas

Figura 4.9 - Painel reto

O painel, por hipótese, estará submetido à cargas de pressão que, no


máximo, variam linearmente entre os nós i e j, sendo de intensidade positiva
quando atuante na direção do eixo local ②. É também adotado que os perfis
reforçadores se encontram no lado positivo do eixo local ②. Uma regra prática para
definir essa localização seria: se um observador caminhar sobre o perímetro do
painel, seguindo de i para j, os perfis se localizariam à sua esquerda. A simples
mudança no sentido da incidência dos nós do painel faz com que os perfis mudem
de um lado para o outro.

Todos os reforçadores que estão ligados ao painel devem ser iguais, e à


exceção do primeiro reforçador, cuja posição é variável, todos os demais são
eqüiespaçados. Pressupõe-se que o número de reforçadores, o tipo de reforçador e

16
o espaçamento entre eles, sejam as variáveis de projeto no caso da síntese dos
painéis.

O painel curvo segue as mesmas orientações e definições relativas ao painel


reto, somente que para defini-lo é necessário um nó a mais onde se encontra o
centro de curvatura, conforme se mostra na figura 4.10. O sistema local é agora
cilíndrico, com o eixo ① sempre tangente à curva da geratriz do painel, tomando o
sentido de i para j. O eixo ③ continua saindo do plano do papel, plano xy,
acompanhando o sentido do eixo global Oz, e o eixo ② é obtido por produto vetorial
entre os eixos ③ e ①. Os perfis são orientados segundo o eixo ②, isto é, a alma do
perfil possue a direção desse eixo com o flange se localizando em seu sentido
positivo. A posição inicial do primeiro perfil é definida em termos de arco (unidades
métricas). Os demais enrijecedores são eqüiespaçados.

No i Sistema local
2 de coordenadas

s (cilíndrico)
o
s
1
s

s
θ
ij

No j
No c

x
z
Sistema global
de coordenadas

Figura 4.10 - Painel curvo

Como os enrijecedores são orientados segundo o eixo local ②, eles, portanto,


ocuparão a face interna ou externa da curva dependendo da incidência do painel.
Da maneira que se definiu, o painel curvo pode ser entendido como um painel reto
ao qual foi imposto uma determinada curvatura.

17
As unidades de chapeamento, a porção do chapeamento delimitada por
quatro descontinuidades geométricas paralelas, geralmente reforçadores ortogonais,
formam uma placa retangular. Mesmo para os painéis curvos, o efeito da curvatura
é desprezado, e a unidade planificada ou desenvolvida é submetida aos
carregamentos externos de pressão hidrostática equivalente. Portanto nos casos em
que se encontra um carregamento variando ao longo da superfície da placa, onde
existe pressão hidrostática variável, tanques e costado, um valor constante igual ao
de máximo, é adotado.

perfil pesado

Nó j
3
2

Nó i 1 painel

unidade de chapeamento

σ νσ 3L
T
σ 3T σ T
τT
τ 2'
τ 2'
τ1 σ 1
τ1 σ 1
σ 2' σ 2'
σ 2 "* σ 2"
νσ σ 3L
3T

pontos de máxima solicitação terciária

Figura 4.11 - Unidades de chapeamento

Como elemento pertencente a um painel, a unidade de chapeamento é


identificada, numericamente, a partir de sua posição em relação ao nó i do painel,
ou seja: a primeira unidade de chapeamento, a partir do nó i, é definida como
unidade de número 1, a segunda de 2, e assim sucessivamente. Uma unidade de
chapeamento, vide figura 4.11, pode estar sujeita a diversas ações simultâneas,
conforme a seguir se descreve:

18
• Tensões terciárias, σ3L e σ3T, advindas da flexão da placa sob a
pressão lateral uniforme. Tais tensões se distribuem linearmente ao
longo da espessura e atingem os valores máximos, opostos, nas
superfícies externas.

• Tensões secundárias longitudinais, σ2”, advinda da flexão de perfis


enrijecedores leves, aos quais a unidade de chapeamento se
associa como chapa colaborante.

• Tensões secundárias longitudinais, σ2’, e de cisalhamento, τ2’,


advindas da flexão de perfil pesado, ao qual o painel, que contém a
unidade de chapeamento, se associa como chapa colaborante.

• Tensões secundárias transversais, σT, e de cisalhamento, τT,


advindas da flexão dos perfis transversais aos quais a unidade de
chapeamento se associa como chapa colaborante.

• Tensões primárias, σ1, e de cisalhamento, τ1, devidas à flexão da


Viga Navio, cuja secção transversal é formada pelos painéis
estruturais, constituídos por unidades de chapeamento e perfis.

As tensões são compostas e verificadas nos pontos de máxima solicitação


terciária, conforme se mostra na figura 4.11. As tensões primárias são calculadas no
centro da unidade de chapeamento e extrapoladas uniformemente para os lados. As
tensões secundárias de perfil leve são calculadas nas posições longitudinais, ao
longo do perfil, correspondentes aos pontos de máximas solicitações terciárias. As
tensões secundárias de perfil pesado, à semelhança das tensões primárias, são
calculadas no centro da unidade de chapeamento e extrapoladas uniformemente
para os lados.

De modo semelhante às unidades de chapeamento, os perfis enrijecedores


são identificados, em ordem numérica, a partir do nó i do painel.

19
perfil pesado

Nó j
2
1
Nó i painel

z perfil leve
y

x
σ 1
σ 2'
σ 2"

z
L q L:vão do perfil leve=espaçamento de cavernas

qL
2
qL
2
força cortante tensões de cisalhamento
2 2
qL qL
12 12
2
qL
24 tensões normais
momento fletor

Figura 4.12 - Perfis longitudinais leves

20
Para o cálculo das tensões secundárias nos perfis leves, considera-se a
existência, ou não, de uma unidade de chapeamento à sua esquerda e uma à sua
direita. Posicionando-se o observador, sobre a secção do perfil, alinhado com a
alma do mesmo, encontrar-se-á facilmente esquerda e direita. As unidades de
chapeamento, além de propiciarem, ao perfil, a chapa colaborante, também definem
a largura de carga de pressão que será transferida para o perfil em forma de carga
uniformemente distribuída. A cada perfil leve está associado um sistema local de
coordenadas, ao qual se referenciam as propriedades de área da secção
transversal do perfil e, conseqüentemente, os carregamento e as tensões.

Conforme se mostra na figura 4.12, nos perfis longitudinais leves, atuam:

• Tensões secundárias normais, σ2” , e de cisalhamento, τ2”,


advindas da flexão dos próprios perfis leves.

• Tensões secundárias normais, σ2’, advindas da flexão de perfis


pesados aos quais o painel, que contém o perfil o enrijecedor se
associa como chapa colaborante.

• Tensões primárias normais, σ1, devida à flexão da Viga Navio


formada pelos painéis estruturais.

Tanto as tensões secundárias quanto as tensões primárias são adotadas


como uniformes ao longo da secção transversal do perfil longitudinal leve.

Perfis transversais

As tensões nos perfis transversais são calculadas para um anel transversal


incluindo-se todos os painéis, gerando-se desta forma um anel correspondente a
estrutura transversal de caverna. O modelo é resolvido por Método Matricial e as
tensões nos perfis são calculadas para cada elemento que constitui o modelo, nos
pontos de máximo momento fletor e nas extremidades do vão flexível do elemento.
Na chapa colaborante, as tensões são calculadas no centro de cada unidade de
chapeamento. São calculadas e verificadas as tensões em 6 pontos ao longo da
secção transversal do perfil, conforme se mostra na figura 4.13

Observando-se a figura 4.13, nos perfis transversais atuam, somente, as


tensões normais, σT, e de cisalhamento, τT, advindas da flexão do anel transversal
do qual o perfil transversal faz parte.

21
perfil pesado

Nó j

Nó i painel
chapa colaborante
espaçamento de cav.

perfil transversal

tensões normais σT
i j
x
q
i
q
j
elemento de viga
tensões de cisalhamento τT

Figura 4.13 - Perfis transversais

Perfis pesados

Para flexibilizar os recursos de modelagem, optou-se por definir dois tipos de


perfis pesados: a) o perfil pesado é do tipo P1, formado por alma e flange, à
semelhança dos perfis enrijecedores longitudinais e transversais, ressalvando-se
suas maiores dimensões, ou b) do tipo P2, formados por uma composição de
painéis.

22
4.7 - Perfis pesados do tipo P1
Definir-se-á o perfil pesado do tipo P1 como sendo aquele formado por alma
e flange, conforme se mostra na figura 4.14. Para caracterizar topologicamente o
perfil serão necessários

• um nó ao qual o pé do perfil se fixa, diga-se nó i;

• um segundo nó, que estabelece a direção e a orientação da alma


do perfil, diga-se nó j;

• as dimensões: altura e espessura da alma;

• as dimensões: largura e espessura do flange; e adicionalmente

• até dois painéis que se unem ao nó i, de onde serão calculadas as


cargas e as larguras de chapas colaborantes que se associam ao
perfil.
Obviamente, a flexão do perfil acarretará tensões secundárias, tanto para
alma e flange quanto para os elementos que compõem os painéis. Para o cálculo
dessas tensões, e das larguras de chapa colaborante, será necessário que o vão
livre do perfil pesado seja um dado do problema.

Caracterizar largura de carga e largura de chapa colaborante com que cada


painel contribuirá à flexão do perfil pode ser uma tarefa não trivial, já que poderão
existir outros painéis contíguos aos anteriormente definidos. Baseando-se somente
nas larguras dos painéis colaborantes definidos para o perfil e no comprimento do
perfil, o programa calcula, através do modelo de Schade, e apresenta ao usuário a
chapa colaborante. A largura de carga pode ser uma fração da largura do painel.

Admite-se que a flexão ocorrerá na direção da alma do perfil. Logo, uma vez
definida a largura de carga, o carregamento atuante em cada painel é integrado e
projetado na direção da alma do perfil, na forma de um carregamento
uniformemente distribuído ao longo de seu comprimento. Observando a figura 4.14,
e admitindo que os painéis formem um ângulo qualquer com relação à alma do perfil
pesado, o carregamento resultante no perfil, devido ao painel 1 será:

p1 cos(α 1 )l c1

onde:

23
p1 é a pressão atuante no painel P1, painel que forma a chapa colaborante
esquerda do perfil pesado.

α1 é o ângulo que se forma entre o painel e o eixo local horizontal da secção


transversal do perfil pesado.

l c1 é a largura de carga.

Nó j
flange

painel p2

alma
Nó i

painel p1

α2
α1
i

pressão p1 pressão p2

Figura 4.14 - Perfil pesado do tipo P1

Definem-se, de modo análogo, as mesmas grandezas para o segundo painel,


painel P2.

Por simplicidade, e de modo compatível com as hipóteses já adotadas para o


cálculo de flexão do perfil pesado, admite-se que os reforçadores leves, existentes
nos painéis, sejam, para efeito de cálculo de propriedades de área, integrados à
espessura do chapeamento.

24
y

Nó j

Nó i painel P2

painel P1 perfil pesado

y
z

x
σ 1
σ 2'

z
L q L:vão livre do perfil pesado

qL
2
qL
2
força cortante tensões de cisalhamento

2 2
qL qL
12 12
2
qL
tensões normais
24
momento fletor

Figura 4.15 - Perfil pesado

25
As tensões nos perfis pesados são calculadas em duas posições, ao longo do
vão, selecionadas pelo usuário. Na situação “default”, as posições de cálculo são:
uma na extremidade do vão e outra no centro. Para a composição das tensões no
chapeamento, admite-se que as tensões secundárias, originadas na flexão do perfil
pesado, permanecem constantes ao longo do comprimento da unidade de
chapeamento.

Para os perfis pesados do tipo P1 são necessários dados como largura de


chapa colaborante e largura de carga, para cada painel. Estes dois dados são
automaticamente calculados, com base na geometria do painel e vão livre do perfil
pesado. Porém podem ser modificados pelo usuário.

Largura de carga é
automaticamente calculada
como sendo meia largura do
painel

Botão para o cálculo das


propriedades geométricas
do perfil pesado

Chapa colaborante é
automaticamente calculada
com base no vão livre
aplicando-se a teoria de
Schade

Figura 4.16 - Ficha de um Perfil Pesado P1

As eficiências primárias, para inércia se refere a que porcentagem (0-100%)


da área seccional do perfil (alma e flange) contribui para a inércia da Viga Navio, e
para tensões, que porcentagem da tensão primária calculada é passada ao perfil.
Um perfil pode não contribuir para a inércia da viga navio e sofrer 100% da tensões
primárias atuantes na posição do perfil em referência.

As condições de Contorno, no lado esquerdo (LE) e lado direito (LD) do


perfil, vide figura 4.15 podem ser escolhidas entre as duas situações ideais,
engastado ou apoiado.
26
Figura 4.17 - Mostra em tela as propriedades geométricas do perfil pesado

Adicionalmente, podem ser calculadas as propriedades geométricas do perfil assim


formado, bastando-se para isso pressionar a tecla F2.

Indica que este


perfil se encontra no
para o perfil os painéis
plano de simetria
são tratados como
chapas equivalentes

Figura 4.18 - Quadro com as propriedades do perfil pesado

Imediatamente, é apresentado na tela um quadro contendo todas as informações


relativas ao perfil, como área, inércia e posição do centro de gravidade. Lembre-se
que o perfil possue um sistema de coordenadas próprio, que se localiza sobre o nó i
e com eixo local 2, na direção i j. Portanto, a altura do centro de gravidade e demais
propriedades são fornecidas em relação a esse sistema. Adicionalmente, o quadro
mostra de que forma os painéis foram utilizados no cálculo. Deve-se salientar que
para o cálculo de chapa colaborante dos painéis, os perfis leves englobados por
essa largura de chapa colaborante, são diluídos na chapa gerando uma espessura
equivalente.

27
4.8 - Perfis pesados do tipo P2.
Define-se o perfil pesado do tipo P2 como sendo aquele formado apenas por
painéis, com no máximo cinco, conforme se mostra na figura 4.19. O painel de
número p5 define o plano de flexão do perfil assim formado.

Neste caso, bastam-se as definições de quais painéis compõem o perfil e


valem as mesmas premissas, no que tange às carga e chapas colaborante,
adotadas para o perfil pesado do tipo P1.

painel p3 painel p4

painel p5

painel p1 painel p2

o perfil P2 flete no plano do painel p5

Figura 4.19 - Perfil pesado do tipo P2

À semelhança do perfil pesado P1, o programa calcula automaticamente as


larguras de carga e de chapa colaborante que comporá os flanges superior e inferior
do perfil.

Embora o painel P5 possa ser um painel curvo deve-se testar os resultados


quando se utilizar desse expediente.

28
Figura 4.20 - Ficha de um perfil pesado do tipo P2

4.9 - Esforços Primários


No último item do submenu malha definem-se os esforços primários

Figura 4.21 - Quadro de entrada dos esforços na Viga Navio

Neste quadro são fornecidos, além dos esforços primários, momento fletor e
força cortante, atuantes na seção, um multiplicador, por condição de carga, para as
cargas laterais de pressão atuantes nos painéis.

29
Momento Fletor e Força Cortante, mesmo para secções simétricas, devem
ser fornecidos integralmente.

O fator de carga que aparece no quadro é um número que multiplicará todas


as cargas de pressão atuantes nos painéis. Pode ser utilizada como um fator de
conversão de unidades. Por exemplo: é significativo quantificar as pressões laterais
nos painéis em termos de metros de coluna d’água. Se o problema foi definido com
unidades para força N (Newton) e de dimensão mm, o fator de conversão para as
pressões seria de 1 mca (água salgada) = (1025 kg/m3)(9.8 m/s2)(1/106m2/mm2) =
0.0100 N/mm2.

São aceitas, no máximo, duas condições de carga. Para alternar os dados de


uma condição para a outra, basta, estando o cursor no campo Load Case manter a
tecla shift pressionada e pressionar uma das teclas de seta acima ou abaixo.

30
5 - O submenu Desenha

Uma vez fornecidos dados do problema, é possível verificar a ocorrência de


erros, através da opção Desenha no menu principal. Com tal opção o programa
aciona o módulo de desenho PROTEUS que efetua o desenho da estrutura
longitudinal, isto é dos painéis e perfis pesados, oferecendo uma ampla gama de
possibilidades como:

• Numeração dos nós.


• Numeração dos painéis.
• Numeração dos perfis pesados.
• Direção ou incidência dos painéis.
• Cargas distribuídas.

As opções são selecionáveis através de menus acionados por botões na


tela, que apresentam quadros diálogos como o mostrado na figura 5.3. Neste
quadro, o relativo aos nós, as diversas opções podem ser ativadas ou desativas
pressionando-se as letras em destaque ou utilizando-se o mouse.

Módulo de desenho
Título do problema PROTEUS -
Estrutura
Longitudinal

Botões de
Controle

Título do

Figura 5.1 - Tela com o módulo de desenho da estrutura longitudinal

31
Ao toque de cada botão de comando ou são efetuadas as respectivas ações
ou se apresenta um quadro de diálogo onde são selecionadas as diversas opções
de confecção dos desenhos.

Figura 5.2 - Quadro de diálogo referente à opção dos desenhos da malha

N figura 5.3, são mostrados os painéis e os perfis pesados com as


numerações dos nós. Os nós estão ressaltados. Na figura seguinte as setas
mostram as respectivas incidências de cada painel.

32
Figura 5.3 - Desenho da malha

Na seguinte mostram-se os carregamentos.

Figura 5.4 - Desenho da malha com os carregamentos

33
O programa possui a possiblidade de se fazer ampliação de partes do desenho
(zooms), conforme se vê na figura 5.5. Ao pressionar a tecla zoom, o programa
apresenta uma lente que pode ser deslocada por toda a tela, pelo mouse ou pelas
teclas de seta, até a posição que se deseja ampliar. Nesta posição pressiona-se a
tecla Enter ou botão direito do mouse e o zoom é executado.

Figura 5.5 - Zoom da região do fundo

34
6 - O submenu Síntese

No submenu Síntese são mostradas as opções de síntese, as restrições de


projeto, os parâmetros do método de busca e se a síntese deve ser feita a partir do
zero ou reiniciar uma síntese interrompida anteriormente.

itens a serem projetados

As restrições
de projeto

Figura 6.1 - O menu de manipulação das características da síntese

Existem três opções de síntese:

• a síntese dos painéis,

• a síntese dos perfis pesados do tipo P1; e

• a síntese da estrutura transversal de cavernas.

Se a opção não estiver ativa (√ ) a síntese daquele item específico não é executada.

Na síntese dos painéis (Estrutura Longitudinal) o programa calcula a


espessura do chapeamento, espaçamento entre longitudinais leves e o tipo de
longitudinal associado para cada um dos painéis que compõem a estrutura,
excetuando-se aqueles em que as opções de projeto para cada item individualmente
não foram solicitadas (Ver Restrições Painéis neste mesmo submenu).

35
Na síntese dos perfis pesados do tipo P1 o programa projeta os dois
retângulos que compõem o perfil do tipo T fabricado são, excetuando-se aqueles em
que as opções de projeto para cada item individualmente não foram solicitadas (Ver
Restrições Perfis Pesados P1).

Na síntese da estrutura transversal de cavernas o programa projeta os dois


retângulos que compõem o perfil do tipo T fabricados, excetuando-se aqueles em
que as opções de projeto para cada item individualmente não foram solicitadas (Ver
Restrições Painéis).

As três opções mencionadas controlam, de modo global, se parte ou o todo


da estrutura de um compartimento deverá ser projetada. Adicionalmente, de modo
individual, cada componente, painel ou perfil, podem ser seus componentes
projetados ou valores conhecidos impostos ao programa, através de restrições.

As Restrições.

No projeto de uma estrutura complexa como é a estrutura de um navio,


podem existir diversas restrições. Estas restrições são de natureza estrutural, onde
garante-se a segurança, de natureza construtiva, onde garante-se a execução da
estrutura e de natureza geométrica, onde garante-se uma satisfação visual com os
resultados gerados pelo programa.

6.1 - Restrições verificadas durante o projeto


De forma cristalina consegue-se delinear o primeiro grupo de restrições,
sendo os demais uma característica individual, do projeto em particular, e do
projetista que o consolidará.

No sistema PROTEUS existem um total de 20 tipos de restrições que podem


ou não ser observadas durante o projeto, e que devem ser tratadas com muito
cuidado, pois delas depende a viabilidade ou não do projeto.

No item Restrições a Verificar apenas seleciona-se a verificação da


restrição cujos limites e outras peculiaridades deverão ser fornecidos nos itens
seguintes.

36
Figura 6.2 - A lista de opções de restrições impostas ao projeto

6.2 - Restrição de rigidez


Refere-se à rigidez primária ou rigidez da Viga Navio. Pode-se impor uma
limitação mínima para esse característica neste quadro.

6.3 - Restrições geométricas


Dentre as restrições que merecem destaque estão as restrições de natureza
geométrica que, em geral, se referem ao aspecto que deverão ter os componentes
projetados pelo sistema.

A restrição (th/t) se refere a limitações na espessura da alma, th, dos perfis


que estarão associados a um determinado chapeamento, com espessura t. O intuito
pode ser apenas estético ou de impossibilidade de fabricação por soldagem. Pode-
se não querer um perfil com alma muito espessa ligado a um chapeamento de
espessura muito fina, embora, sob o ponto de vista estrutural, nenhum outro fator
venha a impedir.

37
Figura 6.3 - Quadro de restrições geométricas válidas para toda a estrutura

A restrição (hTleve/hTransvl) se refere a uma limitação na altura total do


longitudinal leve (passante) em relação a altura da alma do perfil transversal
(vazado). Tal limitação pode ter origem nos processos de fabricação que debilitarão
o perfil transversal com um furo de passagem, podendo prejudicar seu desempenho
estrutural.

furo de passagem longitudinal leve

transversal

alma do transversal
altura do
longitudinal

chapeamento

Figura 6.4 - O furo de passagem

Finalmente, as restrições que darão um aspecto a secção transversal do


perfil. No processo de síntese de um perfil fabricado com dois retângulos, alma e
flange, é de se supor uma grande variedade de retângulos com áreas muito
38
próximas que se adequam as necessidades de projeto. Com as restrições aqui
impostas procura-se, entre todos, aqueles que se enquadrem melhor dentro das
expectativas do projetista.

Um dado importante neste quadro de diálogo se refere a forma como é feita a


busca das dimensões dos retângulos que comporão o perfil. A espessura estará
limitada àquelas disponíveis na tabela de chapas, porem a largura pode ser
procurada ou em intervalos discretos com um passo definido ou de forma contínua
chegando-se a resultados com número de casas decimais dependendo do precisão
do computador. Para uma aceleração na convergência e conseqüente redução no
tempo de processamento é aconselhável a busca discreta com um passo que seja
considerado razoável para o projetista. O passo pode ser decimal ou inteiro.

6.4 - Restrições de tensões


Neste quadro são fornecidos os limites para as tensões e rigidez dos
componentes estruturais. São previstos 4 coeficientes de segurança para o cálculo
da resistência (escoamento) e quatro para cálculo da instabilidade (flambagem). Na
verificação da resistência, as tensões são compostas pelo critério de von Mises, e
na verificação da instabilidade as tensões são compostas por critérios semi-
empíricos que consideram a ação simultânea de diversas tensões que poderiam
causar a instabilidade.

Figura 6.5 - Os coeficientes de segurança


39
No quadro, mostrado na figura 6.5, são representados os coeficientes k1,
para um limite na composição das tensões primarias (normal + cisalhamento); k2
para composição das tensões secundárias; k3 para a composição das tensões
terciárias e k4 para a composição das tensões na estrutura transversal de cavernas.
A estrutura transversal de cavernas faz parte da estrutura secundária. Quis-se
flexibilizar os cálculos permitindo-se a imposição de um coeficiente de segurança
diferente para as cavernas. Nada impede que k4 seja igual a k2.

6.5 - Restrições para a Síntese dos painéis


Cada painel pode ter até 7 variáveis de projeto, 3 referentes a:

• espessura de chapeamento;

• espaçamento entre longitudinais leves;

• o longitudinal leve;

• dimensões do retângulo que compõe a alma do perfil transversal;

• dimensões do retângulo que compõe o flange do perfil transversal.

Pode-se controlar individualmente, para cada painel, como deve ser


conduzido o processo de síntese, impondo-se restrições máximas e mínimas
nessas variáveis de projeto.

opção ativa

Perfil transversal
h→ alma
b→ flange

espessura,
espaçamento e
perfil leve são
os mesmos do
opção ativa painel de
porém escrava numero 2

Figura 6.6 - Restrições para o projeto dos painéis

40
Descrição dos bits
do byte de
controle. Cada bit
corresponde a
uma opção de
variável de projeto

Figura 6.7 - Painel: as variáveis de projeto - Byte de Controle

Em relação aos perfis, restringe-se sua altura total, e nos fabricados


restringe-se também a largura do flange.

Pode-se impor restrições de homogeneidade nos painéis definindo-se painéis


mestre e escravo, que associam uma única variável a um grupo de painéis. Esta
relação de domínio pode ser imposta na espessura do chapeamento, no
espaçamento entre longitudinais, no perfil leve, na alma do perfil transversal e no
flange do perfil transversal. Note que aos retângulos de alma e de flange estão
associadas quatro variáveis duas a duas a imposição mestre-escravo
automaticamente associa o par e não uma das dimensões isoladas.

A definição de variáveis escravas reduz a dimensão do problema de projeto e


consequentemente o tempo necessário para executar a síntese. É sempre desejável
caminhar nesse sentido, recomendando-se, portanto, que se use esse tipo de
expediente sempre que possível.

Para cada um dos painéis pode-se indicar na variável byte de controle quais
serão os itens a ser projetados. Caso o item não seja variável de projeto ele deve
estar convenientemente definido quando da entrada de dados.

No byte de controle existem três grupos de opções que podem ser ligadas (*)
ou desligadas ( ) ao desejo do usuário.

Os primeiros 5 bits referem-se ao perfil transversal. Conforme se mencionou,


o perfil transversal é do tipo perfil T fabricado, composto por 2 retângulos e
41
consequentemente, 4 variáveis de projeto, a saber: flange, b e tb, alma h e th. Como
existem as restrições para as relações b/h largura de flange/altura de alma, tb/th,
espessura do flange/espessura de alma e th/tc espessura de alma/espessura do
chapeamento, pode-se utilizar os valores extremos destas restrições e reduzir as
variáveis de projeto a uma única variável, a altura da alma h. O primeiro dos 5 bits
se acionado, forçará esse procedimento que tem precedência sobre os demais..

Os três bits seguintes referem-se as variáveis espessura do chapeamento,


espaçamento entre longitudinais e o próprio longitudinal, que serão variáveis de
projeto se acionados.

Os dois bits seguintes, perfis leves nas extremidades 1 e 2, são restrições


utilizadas na síntese e caracterizam a imposição (*) ou não ( ) da existência de um
perfil longitudinal leve nas extremidades do painel. A junção de um convés com o
costado é um caso típico da inexistência de perfis na extremidade do painel..

Uma explicação on line dos bits que compõem o byte de controle de cada
painel pode ser mostrada em tela pressionando-se a tecla Alt+F2.

6.6 - Restrições para a Síntese dos perfis pesados P1


De modo análogo às restrições impostas à síntese dos painéis, podem-se
impor restrições de natureza geométrica na síntese dos perfis pesados do tipo P1.
Estes perfis são fabricados a partir de 2 retângulos tendo portanto 4 variáveis de
projeto. Eles são análogos aos perfis transversais do painel possuem as mesmas
características de síntese, conforme se mostra na figura 6.8.

42
Figura 6.8 - Restrições para a síntese dos perfis pesados P1

A definição de qual dimensão é ou não é variável de projeto é feita pelas


opções no byte de controle de cada perfil pesado, conforme se mostra na figura 6.9.

Figura 6.9 - Perfil Pesado: as variáveis de Projeto - Byte de controle

6.7 - Método de busca


A síntese da estrutura se baseia em um procedimento matemático que se
enquadra no tema Programação Matemática não Linear. Trata-se de um método de

43
otimização que opera com funções de mérito e de restrições, envolvendo não
linearidade tanto em uma quanto nas outras.

Neste quadro de diálogo são apresentadas alguns parâmetros do método


utilizado que podem ser ajustados para melhorar as características de convergência
do processo. Maiores detalhes sobre a teoria envolvendo o método de busca são
encontradas na referencia 2.

É recomendável que estes parâmetros sejam alterados somente por usuários


familiares com os procedimentos de otimização, uma vez que a escolha errônea de
um ou mais parâmetros pode conduzir o processo a caminhos inesperados, falhas e
até mesmo resultados não confiáveis.

Figura 6.10 - Parâmetros do método de busca

6.8 - Reinicio de uma síntese interrompida


Geralmente, os processos de síntese envolvendo muitas variáveis consomem
um razoável tempo de processamento, uma vez que são necessárias análises de
muitas configurações.

A interrupção de um processo iniciado, por colapso de energia ou qualquer


outro tipo de incidente, faria com que os trabalhos executados até o instante da
interrupção fossem perdidos, gerando uma frustrante sensação no usuário e,
dependendo do instante, um desperdício de tempo considerável.
44
Pensando nisso introduziu-se, para o processo de síntese, uma sistemática
de backup dos dados relevantes de forma a continuar-se o processo a partir deste
backup. O reinicio retomaria a síntese com um mínimo de perda de tempo.

Condições para o reinicio

O backup da massa de dados do procedimento de síntese é feito, a cada dez


iterações do processo de busca, no arquivo COMPLEX.RST.

Para minimizar o tempo de backup optou-se por gravar apenas os dados


relevantes ao procedimento de síntese, uma vez que os dados correspondentes à
topologia da estrutura se encontram no arquivo de dados normal do programa.

O arquivo COMPLEX.RST também é gerado em duas outras situações

• no final do processo de busca;

• no caso de uma interrupção do processo por intervenção do usuário.

Para o reinicio deve-se então:

1. Ter o programa aberto com os dados da topologia do problema


carregados. Esses são os dados normais de entrada, contendo os
painéis, perfis materiais, etc.

2. Ter presente no diretório o arquivo COMPLEX.RST.

Nestas condições para reiniciar um processo de síntese basta selecionar esta


opção no menu.

6.9 - Síntese
Uma vez definidos corretamente os dados do problema pode-se dar inicio ao
processo de síntese. No processo de síntese se trabalha com uma família de
projetos, que depende do número de variáveis do problema, e nesta família tenta-se
sempre eliminar, por substituição, o projeto que apresenta um desempenho pobre. A
família foi batizada de complexo e cada elemento (projeto) é batizado de vetor ou
vértice.

Ao iniciar o processo de síntese os vetores dessa família são gerados um a


um e avaliados em uma escala única quanto ao seu desempenho estrutural.

Nesta fase o programa apresenta o quadro mostrado na figura 6.11, onde


são montados aleatoriamente vetores (projetos) dentro do domínio de definição das

45
variáveis e a cada um dos projetos é associada uma nota (W). No quadro utiliza-se
a seguinte legenda:

Pan painel;

espaç. espaçamento entre longitudinais leves;

PL perfil leve associado

h, th, b, tb dimensões de alma e flange do perfil transversal

PP. perfil pesado

b,tb,h,th dimensões de flange e alma do perfil pesado

v vetor (de variáveis de projeto)

F0 função de mérito (peso);

Pen termo de penalização (uma medida de quanto o projeto (vetor)


está ferindo as restrições.

W função de resposta (função que será sendo minimizada)

número de
vetores que
integrarão o
complexo

Perfil transversal

paineis

performance
de um vertice
perfis pesados

Figura 6.11 - Montagem do complexo de vetores

Após a montagem do complexo, inicia-se o processo de otimização tentando-


se substituir o elemento de pior desempenho por outro que apresente melhor
desempenho.

46
Nesta fase o programa apresenta o quadro mostrado na figura 6.12. O
quadro está divido em duas partes. Na primeira mostra-se o melhor e o pior
elemento da família, sendo que o pior é o que se esta tentando substituir.

Na segunda parte, mostram-se as características de evolução do processo.

Figura 6.12 - Evolução do processo de síntese

Num processo de síntese que se encerra espontaneamente, o procedimento


de síntese retorna o vetor de mínimo como sendo o projeto ótimo encontrado pelo
sistema. Automaticamente é feita uma análise detalhada com emissão de relatório
(arquivos com resultados parciais e o arquivo Newsec.Out) deste projeto. As
variáveis podem ser encontradas nas respectivas posições nos diversos quadros
que foram utilizados para a entrada de dados. Os resultados da analise podem ser
observados navegando-se pelo submenu de resultados.

Num processo interrompido pelo usuário, o sistema retorna as variáveis do


vetor de mínimo correspondente mas não efetua a análise da estrutura retornada.
No caso de se desejar resultados para a estrutura, deve-se obrigatoriamente efetuar
uma análise, optando-se por este evento no menu de análise.

47
7 - O submenu Análise

Neste submenu efetua-se a análise de uma configuração estrutural válida.


Pode ser efetuado o cálculo da estrutura longitudinal e da estrutura transversal
dependendo de estarem selecionadas as respectivas opções. Adicionalmente o
programa gera uma tabela com as propriedades de inércia da viga navio.

O modelo para o cálculo da estrutura transversal baseia-se na hipótese de


que uma fatia contendo um anel de caverna da embarcação possa ser analisado em
forma de um pórtico plano ao qual se aplicam as cargas de pressão atuantes na
fatia. Para simular a interação desta fatia com o restante do casco, utiliza-se a
hipótese da flexão de vigas onde o carregamento externo é equilibrado por forcas
cortantes resultantes das tensões de cisalhamento. Se desejada tal opção o
programa providencia esse equilíbrio.

opções para a
analise:
(√) ativas
() não
ativas

Figura 7.1 - O menu de análise

A análise da estrutura é feita em diversos módulos independentes que se


comunicam entre si através de arquivos de trabalho.

Merecem destaque o cálculo das tensões de cisalhamento primário e o


cálculo das tensões na estrutura transversal. Ambos são executadas por um módulo
de elementos finitos denominado de TRANSFIN.

48
A seqüência dos cálculos efetuados é mostrada ao usuário em um quadro,
conforme o indicado na figura 7.2.

Cálculo
executado pelo
módulo de
elementos finitos
TRANSFIN

Figura 7.2 - Quadro com a evolução da análise da estrutura

O supervisor de análise gera um arquivo de dados especifico para cada um


dos processamentos de elementos finitos. Para o cálculo das tensões de
cisalhamento, o arquivo gerado é $CisTrb (nome sem extensão) e para o calculo da
estrutura de cavernas o arquivo gerado é o $TrsTrb. O módulo de elementos finitos
lê esses arquivos, efetua os processamentos necessários e gera uma série de
outros arquivos com os resultados da análise, inclusive arquivos de pós
processamento para desenhos de tensões, deslocamentos, etc.

49
arquivo de
trabalho para
o
processament
o das tensões
de

Memória
necessária em
bytes

Figura 7.3 - Quadro de evolução de um cálculo pelo módulo de Elementos Finitos

50
8 - O submenu Resultados

Após uma análise o programa gera uma série de arquivos de trabalho úteis a
um diagnóstico da estrutura. Todos os arquivos de resultados são incorporados em
um único arquivo com nome Newsec.Out. Adicionalmente, neste arquivo também
constam todos os dados do problema que esta sendo analisado. Tal fato possibilita,
ao programa, a leitura deste arquivo como arquivo de entrada.

No menu de resultados do programa há opções extras para se observar


resultados particulares propriedades geométricas, resultados parciais e desenhos
para os dois processamentos efetuados pelo módulo de Elementos Finitos
TRANSFIN.

São apresentados as propriedades geométricas relativas à secção


transversal fornecida, as diversas tensões calculadas e as composições de tensões
primária, secundária e terciária.

Arquivos com
os resultados
parciais que
também estão
incorporados
no arquivo de

Resultados
gráficos do
processamento
em Elementos
Finitos

Figura 8.1 - O menu de resultados

51
Embora somente os dados
de meia secção sejam
fornecidos, os resultados
são para secção integral.

Figura 8.2 - As propriedades da viga navio

Os resultados parciais são gravados nos arquivos wkfile.i que podem ser
vistos no submenu de resultados parciais. Os resultados dos cálculos pelo módulo
de Elementos Finitos estão gravados nos arquivos : $CisTrb.ii (Cisalhamento) e
$TrsTrb.ii (Estrutura Transversal).

O arquivo de saída NewSec.Out está formatado para impressão em 80


colunas e possui comandos de impressão na linguagem PCL 5, compatível com as
impressoras da HP (Hewllet Packard).

52
Figura 8.3 - View do arquivo de resultados: NEWSEC.OUT

Ao selecionar-se arquivos parciais no menu de resultados o programa


apresenta uma lista com todas as opções disponíveis, para o processamento, em
cor escura. As não disponíveis estão em cores mais claras.

Figura 8.4 - Lista de opções com os resultados parciais da análise

Como resultados parciais o programa fornece:

• Tensões primárias normais nas unidades de chapeamento;

• Tensões primárias de cisalhamento nas unidades de chapeamento;

• Tensões primárias normais nos perfis pesados do Tipo P1;

• Tensões primárias de cisalhamento nos perfis pesados do Tipo P1;

• Tensões secundárias nos perfis pesados P1;

• Tensões secundárias P1 (pesadas) nos perfis leves;

• Tensões secundárias devido aos perfis pesados do Tipo P2 nas


unidades de chapeamento;

• Tensões primárias normais nos perfis leves;

• Tensões secundárias P2 nos perfis leves;

53
• Tensões terciárias nas unidades de chapeamento;

• Tensões secundárias nos perfis leves;

• Cargas nos perfis leves;

• Cargas nas unidades de chapeamento;

• Cargas nos perfis pesados P1;

• Cargas nos perfis pesados P2;

• Tensões no chapeamento;

• Composição de tensões nos perfis leves;

• Composição de tensões nos perfis pesados P1;

• Composição de tensões no chapeamento.


Todos os itens relativos a tensões descritos acima, à exceção dos quatro
últimos, se referem a tensões devido a um carregamento unitário. No primeiro item,
tensões primárias nas unidades de chapeamento, são apresentadas as tensões nas
unidades de chapeamento para um momento fletor unitário. Já nos quatro últimos,
as tensões correspondem aos carregamentos fornecidos para o cálculo ou análise.

Conforme já fora mencionado, os cálculos das tensões primárias de


cisalhamento e das tensões na estrutura transversal de cavernas são executados
por um módulo de elementos finitos. Nos resultados tem-se acesso ao pós
processamento destes cálculos podendo-se gerar diversos tipos de desenhos.

54
Posição vertical
do centro de área

Figura 8.5 - Modelo em elementos Finitos para o cálculo das tensões de


cisalhamento na viga navio

55
Extremos
rígidos

Elemento de
Contorno

Figura 8.6 - Modelo em elementos Finitos para o cálculo das tensões na estrutura
de caverna

Em toda tela de desenho existe a possiblidade de se obter um desenho de


plotter em padrão HPGL que pode, também, ser importado por alguns utilitários para
Windows, como o Miscrosoft Word. A figura 8.7 foi importada de um arquivo desse
tipo.

A cada pressão na tecla Plotter o programa gera um arquivo com extensão.


Newsec.Pn ou $Cistrb.Pn ou $TrsTrb.Pn, dependendo de que módulo gráfico esteja
apresentado na tela. O índice n éacumulativo, ou seja o primeiro arquivo gerado n=1
o segundo, n=2 e assim sucessivamente, independente do utilitário que se esteja no
momento. Como esses arquivos permanecem em disco eles são sobrescritos a
cada inicio de corrida do sistema PROTEUS. Portanto é conveniente, após o
encerramento de uma sessão, transferir esses arquivos para um lugar conveniente.

56
8.7102E+00
1.7420E+01
2.6131E+01
3.4841E+01
4.3551E+01
5.2261E+01
6.0971E+01
6.9682E+01

Figura 8.7 - Figura Plotter do PROTEUS

57
9 - Versão

Na última opção da barra de menu se encontram dados relativos a versão do


programa, o número da copia e a quem foi destinada.

Figura 9.1 - Quadro de informações do sistema PROTEUS

O programa PROTEUS é fruto de mais de cinco anos de pesquisas em


síntese e análise da estrutura de navios. Procurou-se representar todas as
necessidades de um projetista com elevado padrão de exigência, porém se houver
interesse em adaptações particulares não hesite em entrar em contato.

58
Figura 9.2 - Quadro de encerramento do sistema PROTEUS

59
10. Referências Bibliográficas

1. Augusto, O. B., Projeto Racional Otimizado e Automatizado da Estrutura de


Embarcações, Tese de Livre Docência, Escola Politécnica da USP, Depto. De
Engenharia Naval e Oceânica, Outubro, 1988.

2. Augusto, O. B., Processos de Busca não Linear para o Projeto da Estrutura do


Navio, BT/PNV/23, EPUSP, 1996.

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