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The getty Conservation Institute, LA, USA

Claudia S. Rodrigues de Carvalho


FUndação Casa de Rui Barbosa/ MinC, RJ , Brasil
Franciza Toledo_____________________________________
Conservare Ltda., RE, Brasil
Vincent Beltran
The Getty Conservation Institute, LA USA

'MAEKAWA, S„
EMA DE CONTROLE CLIMÁTICO PARA A TOLEDO, F. (2003)
“Sustainable Climate
Control for Historie
LIOTECA RUI BARBOSA: PRESERVAÇÃO DA Buildings in Hotand
Humid Regions.”
Management of
LEÇÃO E MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE Environmental Quality: An
International Journal Vol.
14, No. 3:369-382.
NFORTO DOS VISITANTES MAEKAWA, S., GARCIA
MORALES, M. (2006)
“Low-Cost Climate
Control System for
Museum Storaae Facility
on Tenerife Island."
Uma estratégia de controle climático que se traduzisse em uma alternativa á forma padrão Apresentado no 25°
International Conference
de condicionamento de ar foi projetada para a biblioteca do Museu Cara de Rui Barbosa, no of Passive and Low
Rio de janeiro, Brasil. A partir de diagnósticos do edifício, da coleção, bem como análise Energy Architeeture
(Í^LEA 2006) em Geneva,
das condições ambientais foram desenvolvidas e executadas estratégias para melhoria do Suiça,
MAEKAWA,S-,
clima interior. Em paralelo ao reparo do envelope do edifício e do rejuvenescimento dos BELTRAN, V., TOLEDO,
F. (2007) “Testina
detalhes construtivos originais, que visavam o controle passivo do ambiente, foi instalado Alternativesto
Conventional Air-
um sistema de controle climático. Este sistema, localizado no porão e no entre-forro de Conditioning in Coastal
Geórgia.” APT Bulletin,
modo a preservara visualidade dos ambientes, é baseado na ventilação e na desumidificação Vo! 38, No. 2-3
Association of
para promover a preservação da coleção na biblioteca. Ao longo do percurso do visitante a Preservation Technology
International: p3-11.
velocidade do ar circulante foi aumentada de modo a melhorar as condições de conforto Apresentado no Annual
humano por convecção. A conservação de energia foi incorporada ao sistema através do uso M eetingof APT
International, em Atlanta,
da ventilação, quando o ar exterior está seco e fresco; da recirculação do ar desumidificado GA.

e da hibernação do sistema fora dos horários de visitação. O sistema instalado mantém a


umidade relativa em 60 ± 5% e 25 ± 3°C , com níveis da poluição do ar reduzidos.
Contribuem ainda para o conforto dos visitantes a umidade mais baixa, a sensação de ar
limpo, eliminação da luz solar direta, e os baixos níveis de ruído.

Palavras-chave:
Controle Am biental, Conservação Preventiva, Sustentabilidade, Preservação Integrada
Edifício & Coleções, Economia de energia, Conforto.

INTRODUÇÃO

As instituições culturais têm usado siste­ A eficácia de estratégias de ventilação e


mas convencionais do condicionamento de desum idificação, ou de aquecim ento para
ar, com o meios de controle clim ático. Em­ conservação, para o estabelecimento e ma­
bora tais sistemas sejam capazes de m ode­ nutenção de ambientes seguros para cole­
rar o ambiente para a preservação da cole­ ções, em climas quentes e úmidos, tem sido
ção e também para o conforto hum ano, a confirm ada com experimentações de cam­
sua utilização pode causar problemas signi­ po1, no entanto, sua capacidade a prom o­
ficativos a m édio e longo prazos. Os custos ver o conforto hum ano, m antendo tal am­
instalação, operação e manutenção, bem biente, ainda não tinha sido testada.
com o os danos que a instalação pode cau­ Com dez m il visitantes por ano, o Museu
sar nas estruturas históricas são apenas al­ Casa de Rui Barbosa, edificação do século
guns destes problemas. XIX, tom bado pelo IP H A N - Instituto do

281
Anais | Congresso Abracor 2009
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - do de 630 m3). As salas contêm a coleção de
IPHAN, no Rio de Janeiro, foi identificado livros de Rui Barbosa em armários e estantes
como local ideal parasetestaraaplicabilidade feitos sob medida. Dada a significância e
da estratégia de controle climático em um vulnerabilidade desta coleção, esta área foi
contexto onde o conforto humano era uma selecionada para o projeto de melhoria cli­
consideração importante. A coleção de Rui mática.
Barbosa inclui obras de arte, m obiliário, e os Em 2004, um projeto foi iniciado entre o
diversos automóveis, destacando-se a biblio­ Instituto Getty de Conservação - GCI e a Fun­
teca, com mais de 30.000 títulos, preservada dação Casa de Rui Barbosa, com o objetivo de
em seu local original. melhorar as condições internas da casa, pro­
A biblioteca, situada no primeiro andar do movendo o conforto humano dentro de um
edifício da alvenaria do século XIX, ocupa ambiente estável e seguro para as coleções. Esta
cinco salas interconectadas: Sala Constitui­ iniciativa foi um projeto único de melhoria
ção, Sala Civilista, Sala Casamento Civil, Sala climática para casas históricas no Brasil, onde
Código Civil, e Corredor Ruiano. As cinco a preservação das coleções e do edifício, o con­
salas têm uma área total de 165 m2, com um forto do visitante, e a sustentabil idade foram
pé direito de 3,8 m (e volume total aproxima- abordados conjuntamente.

A Metodologia

A m aior ameaça às coleções, em regiões lativa em menos de 65% , para proteger a


quentes e úmidas, é biodeterioração, e o coleção de deteriorações biológicas e me­
ataque de fungos e bactérias. Isto pode ser cânicas, com pequena variação de tempera­
controlado m antendo a umidade relativa tura. Deste modo, o controle climático pode
ambiente m enorque 65%. Os danos mecâ­ ser tecnologicam ente simples e econom i­
nicos, com o rachaduras e deformações, camente sustentável. A temperatura do ar
podem ser controlados através de um ambi­ da biblioteca foi limitada a 28°C, quando o
ente com umidade relativa estável, que li­ conforto humano é significativamente afeta­
mita suas dilatações higrométricas. A de­ do, e teve como fim evitar a possibilidade
gradação química, como o envelhecimento de condensação na coleção e no edifício.
e a oxidação, é considerada uma ameaça Era im portante manter a am biência his­
m enor nessas regiões, uma vez que o pro­ tórica na biblioteca, de m odo que a estéti­
cesso é relativamente lento, e a maioria das ca original do e difício (exterior e interior)
coleções já atingiu estágios quim icam ente deveria permanecer intacta. Isto significou
estáveis em reservas técnicas e espaços nenhuma alteração nas paredes nem nos
expositivos. Entretanto, o processo pode ser tetos do edifício. Por últim o, o e difício é
retardado m antendo o ambiente refrigera­ frequentem ente visitado por estudantes,
do, mais seco e escuro. consequentemente, quantidades adequadas
O controle da temperatura e da umidade de ar fresco devem ser fornecidas na bib lio ­
relativa do ar é tecnicamente d ifíc il e caro, teca para sua segurança e conforto.
especialmente em edifícios históricos, e por O projeto foi desenvolvido em quatro eta­
isso o projeto para controle clim ático da pas: diagnóstico, desenvolvimento da estra-
Bilioteca Rui Barbosa visou a manutenção té g ia , e x e c u ç ã o , m o n ito r a m e n to e
de um ambiente estável, com umidade re- melhorias.

DIAGNÓSTICO:

A avaliação do envelope do e difício re­ 1980, para que o espaço fosse utilizado para o
velou que muitas portas e janelas não esta­ armazenamento e exposições temporárias. O
vam funcionando bem e, por isso, perm iti­ edifício possui características originais de
am a infiltração de grandes quantidades de exaustão do ar quente, consistindo em espa­
ar exterior. Foram examinadas as caracterís­ ços abertos nos perímetros dos tetos, no ático,
ticas originais do edifício referentes ao con­ e em telhas cerâmicas permeáveis encaixadas.
forto térm ico, assim com o sua proteção Entretanto, a instalação de uma subcobertura
contra a umidade elevada. As aberturas do tipo Tyvek sob as telhas (para impedir a infil­
porão, projetadas originalm ente para venti­ tração da água da chuva e da poeira) obstruiu a
lar a umidade do espaço, foram fechadas remoção do ar quente do ático.
com janelas de vidro, instaladas nos anos A avaliação ambiental registrou um ático
quente e um porão úm ido. Estes espaços quado da b ib lio te ca Rui Barbosa.
estavam provavelm ente impactando o c li­ A coleção das obras de arte, de m o b iliá ­
ma na biblioteca . A prática de abrir janelas rio e de livros na biblioteca. A avaliação da
para ventilação provocava grandes flutuações m o b ília mostrou que estava em boas con­
de temperatura (22-34°C) e umidade relati­ dições. Entretanto, muitas das portas das
va (40-90%) do ar, assim com o altos n í­ estantes de livros estavam desalinhadas ou
veis de poluiçã o do ar no e d ifício . Entre­ tortas, tendo por resultado um mal fecha­
tanto, o clim a dentro das estantes de li­ mento. A maioria dos livros foi afetada pelo
vros não era ú m ido (RH m enor que 70%) processo de acidificação de papéis típicos
e perm anecia m uito estável. Além disso, do século XIX; alguns sofreram danos me­
um a q u a n tid a d e m e n o r de p o lu e n te s cânicos, devido aos maltratos, e ataques de
oxidantes do ar foi encontrada nos arm ári­ fungos e insetos; e muitos foram afetados
os (Fig. 6), ind ican do que eles p ro p o rcio ­ pelo acúmulo de poeira, devido a uma com­
navam um m icroam biente protetor, prote­ binação de um ambiente em poeirado e a
gendo os livros do am biente pouco ade- falta de lim peza periódica.

ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

As recomendações das avaliações acima rão deveria ser ventilado mecanicamente,


foram combinadas para pro du zir estratégi­ equipando-se janelas com filtros de partí­
as de conservação para a biblioteca. Primei­ culas para se manter um espaço lim po e
ramente, o envelope do e difício precisou seco. Uma vez que a instalação do sistema
ser reparado para reduzir a infiltração de ar, de controle clim ático ocorreria no porão e
e as características originais de controle c li­ no sótão, estaria escondido dos visitantes e
m á tic o d o e d ifíc io d e v e ria m ser seria inteiramente reversível.
restabelecidas, tanto quanto possível. As Os dados do clim a no Rio de Janeiro, de
melhorias do clim a no porão e no sótão 2001 a 2005, coletados por uma estação
foram consideradas especialmente importan­ meteorológica independente2 mostraram que
tes. As janelas e as portas da biblioteca de­ a venti lação é viável somente 10% do tem ­
veriam ser mantidas fechadas para elim inar po, se nós exigimos condições menores que
o ar exterior em poeirado, p oluíd o e instá­ 2 8 °C e menores de 70%.
vel. Os livros deveriam ser limpos e retornar As quantidades adequadas de ar fresco
às estantes cujas portas já tinham sido re­ devem ser fornecidas para a segurança e o
paradas para fecharem corretamente. Os li­ conforto de ocupantes e visitantes. De sua
vros seriam assim protegidos das flutuações experiência operacional, a equipe de funcio­
da um idade relativa e dos impactos da po­ nários da FCRB determinou o número máxi­
luição do ar e da poeira no m icroam biente mo de visitantes na biblioteca em 50, base­
das estantes. ada no arranjo atual da m obília e no percur­
Um sistema de controle clim ático deve­ so do visitante. A Sociedade Americana de
ria ser instalado no porão da biblioteca para Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração,
fornecer ar fresco, lim po, filtrado e/ou con­ e Condicionam ento de A r (ASHRAE) reco­
dicionado em 55-65% e 22-28° C às salas menda que o ar fresco a ser fornecido é de
da b ib lio te c a u s a n d o v e n tila ç ã o e oito litros por segundo por a pessoa3.
desum idificação. O ar insuflado, um pou­ Estimando-se que a biblioteca tem uma
co mais quente do que aquele fornecido por infiltração de ar exterior de 1-1,5 trocas de
sistemas típicos de ar-condicionado, foi ar por a hora, foi determ inado que o siste­
selecionado para evitar a condensação em ma de controle clim ático precisaria de mais
dutos de insuflação de ar e em áreas que 2 trocas de ar por hora, de ar fresco, duran­
cercam as grelhas difusoras. Um ventilador te as horas de visitação (8 am - 6 pm), a fim
de exaustão deveria ser instalado no sótão de lim ita r a concentração de d ió x id o de
para reduzir a acum ulação de calor. O po- carbono em menos de 1000 ppm.

DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE CLIMÁTICO


Um ventilad or de insuflação, um ve nti­ temperatura e umidade relativa do ar (um
lador de exaustão, uma unidade "sp lit" de na biblioteca e o outro no exterior do e difí­
condicionam ento de ar, uma unidade de cio) são os principais componentes do sis­
controle programável, com dois sensores de tema de controle clim ático da biblioteca.
A unidade "sp lit" foi projetada para operar dois sensores de temperatura e umidade re­
sempre conjuntarnente com a bobina de lativa do ar, situados fora do e difício e na
reaquecimento, situada imediatamente abai­ biblioteca.
xo da unidade para trabalhar com o um As sequências operacionais consistem de
desum idificador alinhado. À exceção do ventilação, desumidificação, e hibernação,
ventilador de exaustão no sótão, todos os havendo condições que indiquem a neces­
outros com ponentes estão instalados no sidade da operação simultânea da ventila­
porão da biblioteca. Esses equipamentos são ção e desum idificação, seja para reduzir a
conectados através de uma série de dutos umidade, seja para evitar temperaturas su­
de metal no porão, assim com o no sótão. periores a 28°C.
O ar exterior e o ar recirculado passam atra­ Há três tipos de condições operacionais
vés de filtros G3 situados nas extremidades que determinam a modalidade de operação
da fonte de insuflação e de retorno do do sistema: as horas de funcionam ento do
desum idificador, antes de serem delicada­ museu, a umidade relativa, e a tem peratu­
mente liberados na biblioteca através de 30 ra. Segue um su m á rio das c o n d iç õ e s
grelhas difusoras d istrib u íd a s por to d o operacionais e dos correspondentes modos
assoalho da biblioteca, ao longo dos per­ operacionais do sistema.
cursos do visitante). Os difusores do tipo Hora Operacional: Durante as horas de
espiral foram usados para perm itir um gran­ operação do museu, o sistema de controle
de flu xo de ar com uma velocidade lim ita­ clim ático funciona no m odo ventilação ou
da de ar vertical. no m odo híbrido. Em ambos, o ar fresco é
O ar de retorno é tom ado nas aberturas garantido na biblioteca para prom over a
do d uto encontradas no lado oeste do segurança e o conforto do visitante. O sis­
assoalho da biblioteca e canalizadas à en­ te m a pode s e le c io n a r o m odo
trada da unidade desumidificadora. O ar de desum idificação, mas, quando as horas de
exaustão é tom ado das aberturas originais visita term inam , o ar da biblioteca é total­
de ventilação nos perímetros dos tetos de m e n te r e c ir c u la d o , , a tra vé s do
m a d e ira nas Salas C asa m e n to C iv il, desum idificador, até que a umidade relati­
C ivilista , C ódigo C iv il, assim com o no va na biblioteca seja reduzida a 65%.
C orredor Ruiano. A Sala Constituição tem Umidade Relativa: O sistema de contro­
um teto de estuque e, consequentemente, le seleciona o m odo ventilação quando a
não tem aberturas de venti lação. Uma gran­ umidade relativa na biblioteca é m aior que
de câmara fechada foi criada no espaço do 65% e a umidade relativa exterior é menor
sótão acima das salas da biblioteca. O ven­ que 65% e a temperatura menor que 28°C.
tilad or de exaustão extrai o ar da câmara Se a umidade relativa exterior está acima
através de um duto e transfere-o ao exteri­ de 65% , o m odo desum idificação ou o
or, através de uma clarabóia, perto da bi­ modo híbrido serão selecionados, dependen­
blioteca. do da hora do dia.
Uma unidade programável de controle Temperatura: A temperatura foi adiciona­
lógico (PLC) com relógio interno, também da à sequência operacional do sistema para
situado no porão da biblioteca, controla o promover o conforto térm ico dos visitantes,
e q u ip a m e n to de v e n tila ç ã o e de lim itando a temperatura da biblioteca a va­
desumidificação. O PLC é programado para lores inferiores a 28°C. Consequentemente,
executar as sequências operacionais basea­ é aplicável somente durante as horas de ope­
das nas condições climáticas levantadas por ração do museu (8 am - 6 pm).

MONITORAMENTO E MELHORIAS

Após a instalação e o período de ajuste Uma comparação da poluição do ar atra­


inicial do sistema de controle clim ático, ele vés de dados coletados na Sala C onstitui­
tem produzido e m antido 25 ± 3 °C e 60 ção durante os períodos pré e pós-instala-
± 5% na biblioteca, quando a condição ção do sistema de controle clim ático indi­
exterior variou de 2 0 °C a 38°C e de 35% a caram uma redução na concentração do
100%. Isto mostrou a capacidade do siste­ núm ero de variáveis examinadas. Entre os
ma de produzir e manter a condição clim á­ poluentes, a m aior d im inuição foi observa­
tica almejada na biblioteca durante um ve­ da no ozônio, que indicou uma redução de
rão típico. 85% nos valores relativos às condições an­
tes da instalação do sistem a. As concentra­ seco, e mais limpo. Janelas e portas fechadas
ções de d ió xid o de nitrogênio foram redu­ também reduziram a luz solar direta e os ruí­
zidas em 30% em relação aos valores que dos do exterior, podendo ter contribuído para
antecederam à instalação do sistema. o conforto dos visitantes.
Dois tipos de partículas, de 1 a 5 m ícron No curso da operação do sistema, o c li­
e de 0.3 a 1 m ícron, foram examinados. As ma na biblioteca desviou da condição pro­
partículas maiores mostraram uma dim inui­ jetada, em função da complexidade do pro­
ção de 75% a 85% em concentrações, na Sala grama original do PLC. Por outro lado, in i­
Constituição, após a instalação do sistema. cialm ente foi d ifíc il, identificar no merca­
Foi feito levantamento junto aos visitantes do empresa de manutenção capaz de lidar
para identificar o nível de conforto obtido e com a concepção pouco usual do sistema.
os comentários dos visitantes são de que este Atualmente, o sistema tem manutenção pre­
ambiente é mais leve do que o restante da ventiva e corretiva, e as rotinas lógicas es­
casa, em função do ar estar mais fresco e mais tão sendo simplificadas para evitar desvios.

CONCLUSÃO
Um sistema de controle clim ático, base­ ção do e d ifício histórico e da coleção, as­
ado em ventilação e desum idificação, foi sim com o a avaliação ambiental sistemáti­
im plantado com sucesso num museu-casa, ca, forneceram subsídios para o estabeleci­
em região de clim a quente e úm ido. Um mento de uma estratégia de controle clim á­
ambiente de preservação estável para a co­ tico integrada à preservação do edifício.
leção e o edifício histórico foi estabelecido Este projeto de controle clim ático, que
e m antido, com a umidade relativa m enor produziu com sucesso um ambiente para a
que 65% , perm itindo variações de tem pe­ preservação da coleção, garantindo o con­
ratura entre 2 2 °C e 2 8 °C e evitando a forto hum ano, estabeleceu um parâmetro
condensação (ou a umidade elevada) no m etodológico para aplicação desta estraté­
interior do edifício, dem onstrando a viab i­ gia sustentável, simples e de baixo custo
lidade de se prom over o conforto humano, para melhoria do clim a nas instituições cul­
através de um nível mais baixo de um ida­ turais em climas quentes e úmidos.
de, de uma sensação de lim peza do ar, da Este projeto foi financiado pela Fundação
elim inação da luz solar direta, e da redução Vitae (São Paulo, Brasil). Os autores dese­
dos níveis de ruído. jam agradecerá Fundação eàSra. Gina Ma­
O sucesso do projeto foi atribuído a um chado, então gestora da área de cultura, pelo
p ro je to , e x e c u ç ã o , e a v a lia ç ã o bem apoio financeiro e logístico, assim com o o
estruturados. Os diagnósticos de conserva- seu incentivo durante todo o projeto.

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