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MEMORIA DE CÁLCULO

MURO DO COND.
BOSQUE IMPERIAL

SALVADOR
2016

REDANT CÁLCULO ESTRUTURAL LTDA


Rua Amazonas, 44 - Pituba – Salvador – Bahia CEP 41.830-380
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................3
2. CONDIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................3
3. MODELO ESTRUTURAL........................................................................................................................4
4. SEGURANÇA EM SERVIÇO..................................................................................................................5
5. SEGURANÇA À RUPTURA ..................................................................................................................5
5.1- Estabilidade da estrutura .......................................................................................................................5
6. DURABILIDADE ......................................................................................................................................5
7. MEMÓRIA DE CÁLCULO.......................................................................................................................5
7.1. FUNDAÇÃO ..........................................................................................................................................6
7.2. PILARES ................................................................................................................................................7
7.3. TRAVAMENTO .....................................................................................................................................9
7.4. ALVENARIA ..........................................................................................................................................9
8. CONCLUSÕES......................................................................................................................................10

REDANT CÁLCULO ESTRUTURAL LTDA


Rua Amazonas, 44 - Pituba – Salvador – Bahia CEP 41.830-380
EN3394
Salvador, 23 de novembro de 2016.
À
Metro Engenharia e Consultoria Ltda.
A/C. Engº Ronnie Abbehusen.

Ref.: Condomínio Bosque Imperial, São Marcos, Salvador – BA

MEMÓRIA DE CÁLCULO

1. INTRODUÇÃO

Este documento tem como objetivo apresentar a memória de cálculo do muro do


condomínio Bosque imperial, localizado no bairro de São Marcos, em Salvador-BA,
evidenciando o modelo estrutural desenvolvido por este escritório para verificações dos
Estados Limites Serviço (ELS) e Estados Limites Últimos (ELU), tendo como referência os
requisitos exigidos pelas Normas Técnicas em vigor. O referido muro pode ser observado na
figura 1 abaixo.

Figura 1: Detalhe do muro para locais onde há desnível

O texto está dividido nas seguintes seções principais: condições gerais; modelo
estrutural; segurança em serviço; segurança à ruptura; durabilidade; memória de cálculo e
conclusões.

2. CONDIÇÕES GERAIS

As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de qualidade,


classificados no item 5.1.2 da NBR 6118:2014, durante sua construção e serviço, e aos
requisitos adicionais estabelecidos em conjunto entre o autor do projeto estrutural e o
contratante. Foram analisados os seguintes aspectos:

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- Segurança em Serviço
Consiste na capacidade de a estrutura manter-se em condições plenas de utilização, não
devendo apresentar danos que comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi
projetada.

- Segurança a ruptura
Consiste basicamente no atendimento do Estado Limite Ultimo (ELU).

- Durabilidade
Consiste na capacidade de a estrutura resistir às influências ambientais previstas e definidas
em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante, no inicio dos trabalhos de
elaboração do projeto.

O projeto foi executado segundo os requisitos recomendados pelas normas técnicas


vigentes, sendo as principais delas:

- ABNT NBR6118:2014
Projeto de estruturas de concreto – Procedimento

- ABNT NBR6120:1980
Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento

- ABNT NBR6122:1996
Projeto e execução de Fundações – Procedimento

- ABNT NBR6123:1988
Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento

- ABNT NBR7480:1996
Barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto armado - Especificações

- ABNT NBR8681:2003
Ações e segurança nas estruturas – Procedimento

- ABNT NBR8953:1992
Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência

- ABNT NBR14931:2003
Execução de estruturas de concreto – Procedimento

- ABNT NBR15961-1:2011
Alvenaria estrutural – Blocos de Concreto

- ABNT NBR6136:2016
Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos

3. MODELO ESTRUTURAL

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Através do modelo estrutural utilizado como base de cálculo do projeto, foram
dimensionados os elementos estruturais prevendo-se as cargas permanetes, acidentais e de
vento conforme recomendações técnicas, a partir da tipologia e uso da estrutura, bem como
sua localização geográfica, cosiderando-se a situação mais desfavorável de carregamento.
Sendo assim, foram feitas análises de esforços e deformações.

4. SEGURANÇA EM SERVIÇO

A Norma ABNT NBR 6118:2014 17.3.2.1, não exige altura útil a partir da qual não seja
necessário o cálculo dos deslocamentos; sempre é recomendada a avaliação das flechas nos
elementos estruturais. Esses deslocamentos, quando ocorrem, são influenciados por uma série
de fatores, tais como: retração do concreto, módulo de elasticidade, resistência do concreto,
fissuração e fluência.
O modelo elaborado apresentou resultados que atendem os limites previstos na Norma
supracitada para os deslocamentos visíveis.

5. SEGURANÇA À RUPTURA

5.1- Estabilidade da estrutura

Nas estruturas de concreto armado, o estado limite último de instabilidade é atingido


sempre que, ao crescer a intensidade do carregamento e, portanto, das deformações, há
elementos submetidos à flexo-compressão em que o aumento da capacidade resistente
passa a ser inferior ao aumento da solicitação.
O concreto armado é um material que possui um comportamento essencialmente não
linear. E, para a estrutura em questão, não tivemos em nenhum de seus elementos essa
condição de instabilidade.

6. DURABILIDADE

De acordo com a NBR6118:2014, “As estruturas de concreto devem ser projetadas e


construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando
utilizadas conforme preconizado em projeto conservem a segurança, estabilidade e aptidão em
serviço durante o período correspondente à sua vida útil.” Por vida útil de projeto, entende-se o
período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto,
desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo
construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais.
A durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do concreto e
da espessura e da espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.

7. MEMÓRIA DE CÁLCULO

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O projeto estrutural pode ser dividido nas fases concepção estrutural, detalhamentos
dos elementos, entrega e compatibilização. Alguns dos itens considerados na etapa de
concepção seguem listados abaixo:

- Limitações impostas pelo projeto arquitetônico;


- Adequação do sistema estrutural escolhido;
- Construtibilidade (facilidade de execução).

Para o muro de que trata este relatório, foi adotado um modelo estrutural composto de
fundação em sapata rasa corrida, pilares, travamento executado com amarração em bloco
calha grauteado e alvenaria de vedação. Segue abaixo detalhamentos de cada item
componente do projeto do muro.

7.1. FUNDAÇÃO

As sapatas são um dos tipos mais frequentes de fundações, sendo elementos cuja
altura é relativamente pequena em relação à sua base. São usadas para muros, pilares e
conjuto de pilares. Existem diferentes tipos de sapatas, tais como isoladas, corridas,
combinadas ou associadas e contínuas.
Foram concebidas fundações superficiais do tipo sapata corrida devido à facilidade de
execução, reduzido custo e adequação técnica desta solução.

- TENSÃO NO SOLO

Considerando-se o peso específico do bloco de concreto a ser utilizado no muro da


ordem de 1300 kg/m³, a carga aplicada sobre as sapata corridas são de 364 kg/m. A NBR6118
indica a hipótese de distribuição plana de tensões no solo no caso de sapatas rígidas (exceto
quando apoiadas em rochas) e, portanto, a distribuição é uniforme. A seção transversal
dimensionada para as sapatas corridas é de 40x30cm, conforme a figura 2 abaixo, e, portanto,
a tensão aplicada no solo é de 0,091kg/cm².
Dos 1600m previstos para a construção do muro, 1520m serão construídos sobre solo
estável e 80m sobre um aterro bem compactado, ambos apresentando boa capacidade de
suporte. Devido à reduzida carga aplicada sobre o solo, que é de 0,091kg/cm², muito inferior à
capacidade de suporte usual dos solos argilosos ou arenosos, não houve dificuldade em
encontrar no perfil do subsolo uma resistência adequada, sendo possível adotar uma solução
de fundação rasa.

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Figura 2: Dimensionamento das sapatas corridas

- RIGIDEZ

Sapatas podem ainda ser classificadas quanto à sua rigidez, sendo rígidas ou flexíveis.
Uma sapata é rígida quando a altura da sapata é maior ou igual que o terço da diferença entre
as bases da sapata e do pilar. Conforme demostrado abaixo, a sapata dimensionada atende a
esta condição, sendo caracterizada como uma sapata rígida e, portanto, não é aplicável a
hipótese de punção do pilar.
h ≥ (a − a p ) / 3
30 ≥ (40 − 14) / 3

- MATERIAL

O material utilizado para as sapatas foi o concreto ciclópico com Fck = 9 Mpa. Por
serem elementos usualmente submetidos exclusivamente à compressão, é dispensável o uso
de concreto armado, pois não há a necessidade de armaduras para resistir a esforços de
tração. Por se tratar de um muro, sobre o qual não serão aplicadas cargas verticais, os
esforços de compressão são reduzidos, o que permite a utilização do concreto ciclópico.

7.2. PILARES

Pilares são elementos estruturais geralmente verticais, que recebem majoritariamente


esforços de compressão transferindo-os à fundação. As dimensões dos pilares são
caracterizadas por seções prismáticas, sendo seu comprimento muito maior que as outras duas
dimensões.
Foram previstos em projeto pilares de dimensões 26x14 cm a cada 3,20 m para conferir
estabilidade ao muro. Apesar de não haver a aplicação de cargas horizontais, os pilares
conferem uma resistência aos esforços laterais e tendência ao tombamento do muro, resistindo

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aos esforços de flambagem. O dimensionamento dos pilares pode ser observado na Figura 3
abaixo.

Figura 3: Dimensionamento dos pilares

- MATERIAL

Com uma resistência à compressão de Fck = 20 Mpa e considerando os diminutos


esforços aplicados sobre estes elementos, há um atendimento satisfatório do material utilizado
para o fim a que se destina a construção.

- ESBELTEZ

O índice esbeltez é uma grandeza que depende do comprimento do pilar, da seção


transversal e condições da extremidade e é definido para cada uma das seções principais. A
esbeltez pode ser determinada a partir da relação entre espessura efetiva e alura efetiva. A
altura efetiva equivale ao comprimento de flambagem na nomenclatura clássica da resistência
dos materiais e depende do tipo de vinculação da vinculação e da real altura.
Por contar com um travamento superior, os pilares funcionam na realidade como
pórticos, tendo seu comprimento efetivo igual ao comprimento real, diferentemente de como
funcionaria no caso de engaste livre, por exemplo, no qual o o comprimento efetivo
corresponderia ao dobro do comprimento real.

- DIMENSÕES

A recomendação técnica é de que pilares tenham dimensões maiores ou iguais que


19cm, sendo permitidas dimensões menores mediante majoração dos esforços. A majoração
de esforços sugerida para pilares com menor dimensão da seção transversal de 14cm é de
γ n = 1,25 . Condição esta que foi atendida nos critérios de dimensinamento. A norma sugere
também que os pilares devem ter uma área de seção transversal mínima de 360cm². Condição
esta que também foi atendida contando com pilares com área de seção de 364cm².

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7.3. TRAVAMENTO

O muro conta com uma cinta de amarração composta por blocos calhas grauteados e
reforçados com duas barras de aço CA60 de 5.0mm de diâmetro, conforme figura 4. Este tipo
de travamento funciona como uma viga que, apesar da inexistência de esforços verticais
aplicados, foi incluído com a finalidade de alterar a vinculação superior de alvenarias e pilares
componentes do muro fazendo-os trabalhar como pórticos e, por conseguinte, altera seu
comprimento de flambagem e melhora muito a resistência deste muro ao tombamento por
esforços laterais.

Figura 4: Cinta de amarração com blocos calha

7.4. ALVENARIA

Alvenaria é o termo que designa um conjunto de tijolos, blocos ou pedras que formam
paredes. São elementos verticais que podem ter contribuição estrutural ou não. No caso de não
possuir contribuição estrutural, são chamadas alvenarias de vedação, que têm como objetivo
delimitar ou dividir um espaço.
A alvenaria utilizada no muro é alvenaria de vedação. Por este motivo, não há
contibuição estrutural. Para que haja um desempenho adequado deste elemento, é necessário,
em projeto, apenas prever dimensões de comprimento e altura adequadas.

- MODULAÇÃO

A modulação da alvenaria é de suma importância para evitar a quebra de blocos. Trata-


se de uma modulação de blocos cerâmicos de dimensões 14x39 cm, conforme figura 5.

Figura 5: Modulação dos blocos da alvenaria

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- AMARRAÇÃO

A amarração do referido muro é do tipo direta, ou seja, com sobreposição dos blocos de
uma parede na outra a cada duas fiadas, como pode ser observado na figura 6. Contando com
uma altura de 2m constante externa ao solo e comprimento entre pilares de 3,2 m, a vedação
encontra-se adequada em termos de projeto, devendo ser executada com os cabíveis detalhes
executivos.

Figura 6: Amarração dos blocos de concreto da alvenaria

- ESBELTEZ

Pode ser avaliada a esbeltez das alvenarias a partir da relação entre a altura efetiva e a
espessura efetiva. Para alvenaria não armada, o limite recomendado é de ( hef / t ef ) ≤ 24 . Em
se tratando de uma altura efetiva de 2m e espessura de 14cm, tem-se a relação
(hef / t ef ) = 14,29 para esta alvenaria, estando adequada.

8. CONCLUSÕES

De acordo com os requisitos normativos utilizados como referência, foi possível inferir a
adequação estutural do muro tratado no referido documento. O projeto atende a contento o
Estado Limite de Serviço e o Estado Limite Último, estando em conformidade com as
exigências da Norma ABNT NBR 6118:2014 e demais.

René Octavio Dantas Neto


Engº Civil – CREA 50.957

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