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Caso queira contribuir com este trabalho de pesquisa histórica que desenvolvo há mais de quatro anos e compartilho gratuitamente, minha chave Pix é esta: 55d9b0ef-47f4-4d8b-8966-f54f15673ab5 Qualquer valor é uma recompensa e um incentivo. ______________________ Você conhece o romance Memórias Fóstumas de Brás Cubas? Resumo Tema: um erro tipográfico do periódico Gazetinha (Rio), em título de romance de Machado de Assis. Contexto do erro: a ocorrência frequente de erros de revisão e tipografia nos periódicos e livros publicados no século XIX e no início do século XX. O erro específico: Memorias Phosthumas de Braz Cubas (o “ph”, à época, tinha o valor sonoro de “f”). Local de ocorrência: na resenha do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (título e primeira linha), publicada em 2 de fevereiro de 1881 na página 2 do jornal. ____________________ Apresentação Não, não é uma paródia do romance de Machado de Assis. No século XIX e no início do século XX, os leitores podiam contar com muitos erros tipográficos e de revisão em livros e, especialmente, em periódicos. Os jornais, publicações diárias com o mínimo de fotos (ou mesmo nenhuma) e sem os elementos de design típicos da modernidade, ofereciam inúmeras oportunidades para uma distração constrangedora da parte do revisor ou do tipógrafo. E os erros não aconteciam apenas naquela muralha de palavras enfrentada pelos leitores nas páginas de notícias e de textos literários. O que seria exatamente um ORMTO? Novidades (Rio de Janeiro, RJ), 29/4/1887, número 89, página 2, quinta coluna. http://memoria.bn.br/DocReader/830321/342 Essa edição de O País veio de um futuro bem longínquo.
O País (Rio de Janeiro, RJ), 11/1/1923, número 13.962, página 3.
http://memoria.bn.br/docreader/178691_05/11963 Alguém levou uma bronca por isto.
A Batalha (Rio de Janeiro, RJ), 5/2/1930, número 40, página 6.
http://memoria.bn.br/DocReader/175102/318 Esse tipógrafo conseguiu inverter uma palavra e deixá-la fora de alinhamento.
Diário do Brasil (Rio de Janeiro, RJ), 19/3/1882, número 63, página 3.
http://memoria.bn.br/docreader/225029/865 Agora um erro mais grave: no próprio nome do jornal. O Fluminense (Rio de Janeiro, RJ), 5/5/1882, número 620, página 1, seção de folhetim. http://memoria.bn.br/docreader/100439_02/1453 E que tal este? O Cachoeirano virou O Caxoeirano na primeira página, duas vezes. E até a cidade mudou de nome, de Cachoeiro de Itapemirim para Caxoeiro de Itapemirim.
O Cachoeirano (Cachoeiro de Itapemirim, ES), 6/4/1884, número 14, página 1.
http://memoria.bn.br/DocReader/217719/856 Repare em “ortografia sônica”, também chamada “ortografia fonética”. Aparentemente, uma brincadeira (não referida em parte alguma da edição). Ou o encobrimento esperto de um erro humano que, não se podendo mais corrigir, foi assumido pelo jornal, uma só vez. Na quarta página, um anúncio combinava com o título: O Cachoeirano (Cachoeiro de Itapemirim, ES), 6/4/1884, número 14, página 4. http://memoria.bn.br/docreader/217719/859 Na edição seguinte, tudo voltou ao normal. E não se soube mais de “ortografia sônica”.
O Cachoeirano (Cachoeiro de Itapemirim, ES), 20/4/1884, número 15, página 1.
http://memoria.bn.br/docreader/217719/860 Esse contexto explica o erro no título do livro de Machado de Assis, em resenha publicada em 2 de fevereiro de 1881 no jornal Gazetinha, do Rio, poucos dias após o lançamento de Memórias Póstumas. Tanto no título da resenha quando em sua primeira linha (os únicos dois lugares onde se menciona o título da obra), lia-se, em português atual, Memórias Fóstumas de Brás Cubas. Na época, o encontro “ph” representava o atual “f”. Gazetinha (Rio de Janeiro, RJ), 2/2/1881, número 33, página 2, da segunda à quarta coluna. http://memoria.bn.br/docreader/706850/250 Essa, aliás, foi uma das resenhas mais críticas ao romance de Machado de Assis. Não encontrei esse dado curioso, obviamente derivado de erro humano, em nenhum texto relativo ao Bruxo do Cosme Velho.