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A criobiologia é o estudo dos processos de congelação de células e tecidos e permite a preservação

de células por tempo prolongado, mantendo as propriedades biológicas destas depois de


descongeladas, geralmente sem afetar as suas estruturas e funcionalidades.

Criopreservação dos Espermatozóides

A Criopreservação do esperma representa uma valiosa opção terapêutica no tratamento da


infertilidade, uma vez que é possível organizar centros de esperma nos hospitais e clínicas para
posterior utilização.

Estas são as seguintes situações onde esta técnica pode ser usada:
• Inseminação artificial com esperma de doador – Formação de banco de esperma.

• Conveniência para os pacientes – Quando não for possível a presença do marido nos
procedimentos de inseminação intra-uterina ou FIV.

• Preservação da capacidade reprodutiva - Os pacientes com tumores que são submetidos a


cirurgias ou radioquimioterapias, procedimentos que podem comprometer a função espermática,
podem recorrer à criopreservação do esperma.

• Preservação do material genético – Pacientes submetidos à vasectomia ( método contraceptivo


através da ligadura dos canais deferentes no homem) podem guardar amostras de sémen para
serem utilizadas no futuro.

Criopreservação de Embriões

Esta técnica é realizada quando há produção de mais embriões do que o necessário para a
transferência. Apenas aqueles de boa qualidade têm maior oportunidade de sobrevivência. Os
embriões são colocados numa solução especial com uma substância chamada crioprotector, que
evita que os embriões sejam danificados com o frio excessivo; são então colocados em botijas de
azoto líquido, onde a temperatura chega a 196ºC negativos e podem permanecer aí por tempo
indeterminado.
Apesar dos embriões apresentarem menor taxa de sobrevivência do que os embriões a fresco, esta
técnica oferece a vantagem de uma nova oportunidade com menor custo. Os embriões são
descongelados 24 horas antes da transferência, cultivados e são, posteriormente, estudados quanto
à sua viabilidade.

Criopreservação de Oócitos II

A criopreservação de oócitos II humanos ainda é uma metodologia em desenvolvimento, onde já


se abriu a possibilidade para a formação de um banco de oócitos II. Estes poderão ser armazenados
e usados no futuro, especialmente para mulheres que não possuem ovários ou que apresentaram
menopausa precoce. Esta tecnologia também oferece uma oportunidade a pacientes que serão
submetidas a tratamento de cancro, aumentando assim a eficácia de tratamentos de reprodução
medicamente assistida.Pacientes que serão submetidas a tratamentos de FIV ou ICSI que
obtiverem um grande número de oócitos poderão congelar os excedentes e utilizá-los numa outra
tentativa ou ainda doá-los a um banco de oócitos.

Várias técnicas já estão a ser utilizadas em Portugal, no entanto os resultados ainda são poucos.
Acredita-se que em breve esta tecnologia já seja rotina nas clínicas de fecundação in vitro.
Entretanto algumas desvantagens da técnica ainda devem ser contornadas. Acredita-se que o fuso
mitótico (estrutura que segura o material genético do oócito maduro) é sensível a mudanças de
temperatura, e os erros genéticos podem ocorrer durante o processo de congelamento, resultando
em aneuploidias ( célula que teve o seu material genético alterado, sendo portador de um número
cromossómico diferente do normal da espécie) após a fertilização.

  Biópsia de Embriões ou Diagnóstico Genético Pré-Implantatório (PGD)


Para evitar doenças ligadas ao sexo, cromossomas, ou mesmo doenças genéticas é possível a
análise dos cromossomas ou mesmo de uma fração dos genes através da técnica de Diagnóstico
Genético Pré-Implantatório, onde um blastómero é retirado do embrião (biópsia embrionária)
durante os procedimentos envolvidos na Fertilização In Vitro e analisado.

Riscos da reprodução medicamente assistida

• Erro humano;
• Gestações múltiplas;
• Malformações congénitas (os bebés gerados por fertilização in vitro têm um risco maior de
desenvolver malformações congénitas)
• Complicações resultantes do tratamento hormonal ou de uma gestação múltipla aumentam
os riscos para a saúde da mãe;
• A laparoscopia exige anestesia geral e isso, em situações muito raras, pode trazer
complicações.

A Reprodução Medicamente Assistida em Portugal

Na última década, proliferaram em Portugal as clínicas privadas de RMA, dado que aumentou o
número de mulheres que optam pela maternidade depois dos 30 anos, ignorando o pico da
fertilidade feminina, situado entre os 20 e os 25 anos, e arriscando a partir dos 35. Em Lisboa,
existem 6 clínicas, contra duas alternativas do Serviço Nacional de Saúde, enquanto no Porto,
existem 3 ofertas públicas e 3 privadas. O médico Alberto Barros é um dos especialistas
portugueses em RMA mais prestigiado, tendo sido, juntamente com a sua equipa, no Porto,
responsável pela introdução da metodologia da microinjeção intracitoplasmática no país.

Em Portugal, a primeira lei (n.º 32/2006) sobre a reprodução medicamente assistida foi aprovada
em Maio do presente ano e apenas permite a procriação assistida a casais heterossexuais, casados
ou a viver em união de facto registada (com pelo menos dois anos). Na sequência da promulgação
desta lei, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) abriu, desde Setembro deste
ano, um banco público de armazenamento de espermatozóides e óvulos.

Conclusão

Em síntese, a RMA é o processo segundo o qual são utilizadas diferentes técnicas médicas para
auxiliar à reprodução humana, onde estas são normalmente utilizadas em casais inférteis. Esta área
ainda está em expansão, principalmente pelo facto de ter aumentando o número de casais que
recorrem a esta técnica. ( por acabar)

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