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TÁBIIA I]F] VÍÁTERIÀS

I Estlutura semântica do enunciado

Objectivos

E. t Sentido e referente
8. L1 Sentido e sistema
8.1.2 RefeÍência e enunciaÇão
8.2.3 O referente do enuüciado

Sobre e reÍêrêEciâ
8.2.1 Expressões rêlereociais e expressôcs predicativâs
3.2.2 Exprcssões deflnidas e expressões indeiDidas
Uso referencial e uso atribulivo de expressões irdefinidâs
8.2.4 Ambignidade relerencial
8.2.5 Expressões deíinidas

8.i Refereníe e Yalor referelciei

3.4 Tópicos de recapitulâção geral

Referências bilrliográficas
ObjectiYos

No final desta uddade os alunos oeverão seÍ capazes de:

. distiúgui. os conceitos de s.ntido e referenie

. Cisringuü er,pressões rEfereÊciais e ô\pr:essões predicativas

. conhecer a estruturâ semânlicâ do enunc;adô

distinguir expressôes definidas e expressões indeíinidas

distinguir entre o uso referencial e o uso predicativo dô expressôes


definidas e de expressóes iBdefiúidâs

reconhecer e descrever â ambiguidâde referencial

riistinguir os conceitos de relerentc (na sua acepção mâ!s correnre) e de


!alor reilrenciâi
O enunciâdo tEm uma determinada cslruLura senrântica que está relacionadâ,
não só corn o sentido ciâ pÍoposição que ihe é subjaccrle, Ílas rambÉúr co
ourros ralores que convergem pàra a sue interpreteçáo global, rsio é, para a
su: significação.

Àntcs ale delinirmos a.srn:lrlra se rânlica do euunciado vamos inrrodrlzir a


oposição enire os conc.itos dc sentido e r€lerent€. básicâ no cstudo da
signiíicaçio.

E.1 Sentidc c rcicrente

Consirleram-se tràdicionalmente funçõcs de linguagem !1onreâr (designar oü


rcferir) e preÍlicar. AtÍavós de uma expressão nominal oü pronomioal lronleie-
qut á cotruui.io como
se ou ÍeIere sc um objecto
- rcal ou inaginárlo -
errerior à própri:l1Ínguâ. Esse objeclo ó o refer-ente da expressão use.ia perâ
re{erir'- a Gi|. esie livro, as mesas redandas, um estuda te deÍ:ic.1, dlguma gente
que pdssdttl, a Gryante tldama:tot, d alegria com que me receb{u, elt, te, lher
EÍ: al.atlfi.rçaa m.$
tr aü.ô ruúo ô-jecro'!úe
IJebrucenlo nos. por ora, apeoas sobre as exprcssões nominais. Alérn de um ã.iEr ls:oros abn.ge oãô

relircrrc, a cade exp.essão ooninal associa se igualmerte um sertido Gu só ôlrótno ierm. nô ss!
s:nido.oüàrt adJ,s,r,
significndo). que correspoldeàdefinição do dlciorláio, ou â uma c.rmposiÇão mas LrmhéÍ i.diriduts úrn
cie deíüiçôes no caso das expressões composlas porvárias unidâCcs dalíngua.
er{nn,/e c! .u abira.
Po. exEmplo, â erpressão eJre 1ir,/o tem como r,eiererte um delerÍlinado
obiecao. e o seu sentido é "o obiecro que se eocontra na vizinhança imcciiata do
locutor Ê que pode 5er.iefinido como "uma reunião de cademos mânLtscritos
L p '. o .o ic d'r"o.r <, < ? : Càriido di FigueiÉd.,
'-

8.Ll Seniido e sistem.t

Plra distinguiÍentre entido e relerente diz se habituâlmente que o scnti{o,&z


s
-
plrtlqo-lls§I]e.9!1é_l lirgua, ao passo que o ."!9.91*,o-qbl!!11, T:r__gu
imaginário- cuja exisaêocia é construíde linBui:rcamente como exlerior a cssc
nrc_1iÉ-o'siiieir:r: erte liyro é tto Gil.

O senrido de uma cxpressão é, portanto, intemo à lingua é o lugar que essa


c)ipressão ocup num sistemadc Ic]âçôes semânticas com outras expressões da
lin-que. PoÍ outrâs palavras, no 1éxico de uma Iíngua, o seúlido de cadâ
expressáo é deliüitâdo pelo senliiio dâs outrâs cxpressões da mesma lingua: o
scrtido de /iuo pode organizar-se em vários subsiste âs nos quais é delimr-
tado, por exemplo, pelo seütido ô.e Íolheta, brachura, alburn. retista, toma,
calh.tmaco, callerna, blaca. etc.

N:Losó âs expressões.lre noléxico de uma lingüâ constituem uma lista aberta


_ as unidades lexicâis se delimiiam mutuamenle no seu valor semântico.
'fâIrlbém no conjunto -das unidades grematicais, que integran umâ lista
O enllnciado tcm uma delerminadaestruturaseüânticã que está relacionàda.
nào só com o scntido dâ proposição que lhe é subjacenle. lllas tarr,bén] conl
ourros valores que conveÍgem para â sua interpretàção globâ1, isto é, parâ â
soa significação

;\ntcs de definirmos a estru!ura semânlica do enunciado vamos introCuzir a


oposiçaro €nlre os conceiros de sentido e referente, básicâ no esludo dâ
signlfioaçáo.

8.1 Sentido e referenie

Considerâm-se tradicionalmente iunções da Iinguagem romeâr (desiSnar ou


referir) e pÍedicar. Através de uma expressão nominal ou pronominal nonreia-
se olr refcÍe-sc unl objecto reâl ou imaginário que ó conslruido como
- -
exrerior à própriâ lingua- Esse objecto é o referenle da expressão usada pâra
reíerir: o Gil, esre livro, as mesas Íedondas, um estudante deÍíiica, dlgtma Sente
qlle pussara, o Gigante Àrlatnastor, a alegria cam que me tecebeu, eu, te lhes
' Eía €xdlliÍica.áô úon
"t. tâqucoterno objecro'quâ
Debruccmo nos, por ola, apenas sobre as expressôEs Eominâis. AIém de um â.imz uuos abrms. Dâo
róóp.óp o temo os.u
.efercate, a cadà expressão nominal associa-se igualment-e,-u! !çq!!!9 (ou eítido c.r{íc f,r,r*dr,
signi-ficado), que correspo d-e à deJinição do diqio-lário, ou a umâ composição na5 râúbé.r rndraiduos aur
de definições no caso das expressões compostas porvárias uoidades da lingua.
ae"d.nie, .r) ao absttÀc.
Por exemplo, â expressão este lirra leíÍ\ como, r-eferenae um dôtêÍminado
objecto,,e o seu sen!ido-é,"o objecto que se enconlra na vizinhançâ iirediâla do
locutor e que pode ser deiiDido como "uma reunião d€ cadeÍnos maouscritos
ou lrrprcsso:. e cosido. ordenadãmÉnte-'. : cãodido dê Fi8u3ir.do,

8.1.1 Seniída e sístema

Parâ distinguirentrc sentido reíerente diz-se habi!ualmente que o sentjgglaz---


e
pdr r e lo sisr cm! que é ê lin-gu-à, ao passo qL,e o refe, ente e o obleclo. re_al c"
lmagrnário. cu'a existencia é c-ons(ruida lin8ulsticâmenti .om_o eÍlcrtor a esse
mq este li)ra é tla Gil.
-n--!!!,t-glrâ:
O sentido deuma expressão é, portanto, interno à liagua é o lugâr que essa
cxpÍessâo ocupa numsistema dcrclações semânticas
-
com outras exprô§sões da
lÍngua. ?or outras palavras, no 1éxico de uola lingua. o senlido de cadâ
expressâo é delimitado pelo senlido das outrâs expressões da mesüâ lingua: o
sentido de àvro pode organizar-se em vários subsistemas nos quais é delimi-
lado, poÍ exemplo, pelo sentido de Íolheta, brochura, album, rerista, lama,
calhamaça, cdderka, blaca, etc.

Nào só as €xpressôes que no léxico de uma lingua constituem uma lista âbeia
as r.rnidacies iexicais se delimitam mutuamenle no seu valor semântico.
-Tambénr -
no coúunto das unidades gramaticais, qu€ inlegram uma lisla
íechada, é periinente ier eí1 conla essa dclimitação. Se comparârmos as
ocorrências oo coneclor de coordenação e ttadi.ionalmente designado poÍ
-
nos enünciâdos seguinle§, vcriíicamos
conjunção coordenativa copLLlÀtiva
-
que corrcspondem â valoÍes diferentes:

(1)a. â AEa é simpática e o Gil é bonito


b. ele eltrou e foi-se pôr à janela

Com efeilo, em (I invel'ier se a ordem dos termos coordenados sem que


a) pode
daí resuhe qualqüeÍ âlteraçào semântica. Em (1b), pelo contrárjo, resulta
dessa inversão uma alteÍação semântica. Comparando com outrâs lingllas,
esie exemplo permite ilüstrar â Íe1ação eotre sentido e sistema. Diz Camn
(1931: i80)que, pârâ tiaduzir o conectordecoordenação que ocorÍE em (la) e
(lb), o japonês utitizaria diias partícuiâs dilercntes, conl serrtidos diíêrenles,
que se delimi!âm no sistema le{icâI daquela linBua.

Na constânte €volução das linguas naturais, há expL€ssôe3 qxe xasceao, outras


quê desaparecemolr se modificam, e a organizaçào rêlaliva das expressões quc
coeústcrn num dâdo esiado de lingua é continuamsole feilâ e rcfeirâ. Por
exemplo, lla passagem do lâliúr ao português, desapaieccu o substanlivo
latirlo rirí,ser huúano do sero masculino.), e o seu sentido foi absoÍvido por
oLrtÍo substantivo latino ,,romo (..ser humano"). O sUbsiântivo l?rnem sutEe
assim, no Iéxico do portlguês, acumxlando aquelês dois sentidos (que cxêm-
plificamos, respectivamente, nas trases (24) e (2b)):

12) a. em PoÍ1ugal, só os homeüs têm de íazer serviço rníitaÍ


b, iodo o homem é mortai

Se o substantivo u/ tivesse passado para o português e manlivesse o seniido


que tinha em lâtim, o senlldo de homem seí).a necessariame11tE delimitado pelâ
existência desse outao substanúvo.

Os estudos de semântrcâ lexicalsincrónica e diacrónica perúitem ilustrâr com


clàreza a otían;zaçào sistémica do léxico de cada liôgua. Darei apenas dois
exemplos. É bem conhecida a evolução semânlica do ,terbo lavrar, cüjo
sentido,âindaI1o sécülo XVI, era equivalenle ao sentido âctual de trabalhaÍ. A
âtesta! este facto temos, enlre muitâs outras, a seguirrte passagem da farsa de
Inôs PeftiÍa de Cl Yicente:

Vem a Mãe, e, não nâ achando lavÍando, diz:


(3)
"Logo eu adevi-
Êhei,/lá na missa onde eu estava,/como a miohê Inês lawavâ/a
tarefa que the eu dei .../Acaba esse travesseiro!.

Em português ficdelno, à excepqão de âlgumãs expressões frxas (lavrar &md


acta, prata lavrada, etc.) o verbo 1arld/ adqüiriu e irtEgrou ul1l objecto directo
oão variável, passando a sigrificar especificâmente «trabalhar o caflpo». Na
reorgâEjzação do cempo lexical associada a esta evolução semânlica, o verbo
tnibalhar \.ia aü)paÍ a lugâÍ delrado vago, passândo â terum vâloÍ d;Jerente
do que linha anteriorúeot€.

Vcjamos ulrl segundo exernplo, que nos é famiiiar emportugüês coütemporâ-


neo- Comparando o sentido coüente da palavra zove/a há cinquenta atos e
nos nossos dias,pode dizer-se qr-le o sentido de /, oveld sofreu altelação nas suas
relaçôes semâniicas com outrâs palavras da liúgua: hoje, a palav ovela é
clelimilada, por um lado, pela presença de palawas comor/me ou rárí?, por
outro lado, no câmpo n1enos correÍte dos esrudos literários, pelâ prese!ça de
to Takce oü crnlr. Há cinquenta anos, poréú, o sentido de arela só eÍa
delimitedo nêste último campo.

E. ..: fi.l, r:r,cta e envncioçào


A uma e{pressâo a que se associâ deterúinado seEtido podeú correspondcr
rcl'erentes diversos, O sentido dâ expressão nominal o actual Presidente da
República Parluguesaé "o Presidente que está em funçôes no momenlo enr que
essa expressão é enunciada". O referentê dâ mesma expressào varia com O
paÍâmetro Lemporâl que define a siruação de eruncieção: Cost Gomes,
Râmâlho Eanes, MáÍio Soares.

Inversamente, üm mesmo ifldivíduo ou objeclo pode ser referente de exprcs-


sôes diferenLes, a que correspoldem sentidos diferentes. Um exemplo c]âssicol
paÍa aefe rir um mes m o referente N apoleão podem usar-se . e nrre úuitâs
outms, as expressões o yencedor
- -
de lena an o ve cida de Waterlao.

Demos atrás âlguns exemplos de expressóes ooÍnínais este livra, as mesas


-
redandas, uk $tudaúe Certsica, 4lguma genle que passara, o actual Presidenre
da Repúblico, o vencedor de lena, às quais é associado um sentido e, pelo
-
menos, um referente. Porém,aos núcleos dessas expressôes os substantivos
-
lirra, mesas, estudante, Bente, presídente, yenaedor, respectivamente assim
como às expressões que Íesuitam da supressão do determi[ante
-- me.raj
redontlas, esludahte de Jísíca, etc.
-
associamos uo1 senlido mas não um
rcferente.
-
A obseryaÇão leva-Ros a concltlir que .uma expressão refere (ou tem ur1]
referen!e) quando essa expressão:

(4) (, resultâ de um substantivo (ou Nome (N)), que é o seu núcleo,


aEavés de operações de determinação, que sào r1larcadas (a) por
um especilicador (errs, as, um,4lgüma, r, podendo o especifica-
dor seÍ nlrlo, como no pluÍel indeflnido que ocaÍÍe eín ladrarôm
cães esta noie) e, (b) even!ualmente, como nos exemplos dados
acima, por um complemento (da República, de Jisicd, elc.) e/ai
por um modificador () edandds, que passura, de lena, ett.).
A expressao a que podemos associar um reicÍerre é, portânto,
um Sintagma Nominal (SN). Por exempio, tendo o N lirro como

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núcleo, ob!ém-se um número teoricamente inÍinilo de sintâgmas
nominaisi enrre os quais €rr. /ir,/r, dois lirl os, algfis livtos poll'
cíais, a li\)ro do Gi1. As cxpressões complexas ftés.ir relorrr4i,
Prêsidê|1te cla Repúblicd, etc, a qlre. como acima dissemos, se
associa um seotido roãs não um reieÍente. corÍespondem à cate
goria sinlácticâ que, na Teoria X-BaiÍa (X'), é etiquetâda N_
Bârra (N') (que dominâ o N merdr, PrÉriAeÍIe, etc. e é dominada
peto SN (ou N duâs bârras (N") a.r,r?erar /'c dandav, o Presidenre
da República, etc.);

(ii) no enunciado pelo qual se faz uma predicaçao, ocupâ üm lugar


(a) de ergumel1Ío da proposição subjacente (e.tle livo é muito
t:ata, comprêi dais livros ua Pedra. algutls ln)tôs palicíais Llesewal-
rem a inteligêncid), ai (b) de adlunto íi erra históría nun li )rô,
rasguei (r caqo do ííNu livío).

Continuamos a usâ! o mesmo exemploi consideio que o N li,-.ro tem um


senrido ao qual ó pcssivei asso.iâÍ a clâsse de todos os objectos sobre os quais
se pode predicâÍ â propriedade
"ser
livro,. Então, as exprcssões erlc /irrr, doú
litras, alguht lirros paliêiais, num lirra, da Í]eu livro ÍefeÍem elementos ou
subciasscs daquelâ classe, ê essa referência é coastruida,/recorslruídâ auma
siiraçãode erlurciação em qlre é produzido/recoirhecido o enurciado respec
tivo. o coDceiro de r€ferência é, porlanro. i,-ldissociável do conceilo de
eúunciâçâo.

8.1.3 O refereníe do enünciodo

Foi atrás introduzrda a oposição efltre, poÍ uú lado, o sentido de um nome N


ou de umâ expressão cofiplexâ N Bâfia (N'), que fazeín pârte do léxico dc
uma 1íngua) e, por outro lado, o referente do sintagma nominal qüe tem o
nome N como núcleo. Esse referente é, como vimos, uÍn objecto concre!o ou
âbsrÍaclo, Íeâl ou ;mâgináno. exterior à lingua

Tambêm parâ o enunciado se pode estabelecer uma oposição semelhânte. C


enunciâdo tem nasua bâse umâproposição, o,r conteúdo proposicional, que é
uma €sttutura abstrâcta à q ual se associa uú s(}ntido . Po r exômp1o, <co mDrar.
rapâz, livro> é umâ proposigão da quâl derivam, enlre muitos outros, os
enunciadcs Seguintes:

(5) â. o rapaz comproLl um llvro


b. estes lirros, lbi um rapaz que os comprou
será que o meu livro vâi ser comprado por aquele rapaz?
d. os Íapazcs dcvcm tcr comprâ{lo livÍos
cstá um râpaz a comprer o livro (do dia)
i (quaqdo cheguei) estavam rapazes a comprâr o leu lLvro
Que do a proposição solre operações de delerminaçáo pelas quais lh. são
à!ribuídos valores de quanlificação e qualiíicação (singulÀr. plural, er..) de
diatese (activâ, passiva, médiâ), de aempo (anterioridâde, simultaneidade,
posLerioridâi1ô), de aspecio (perfcclito, imperfec!ivo). etc. torna-se uln elrun-
ciado, e podemos cntâo associar-lhe um referente.

O referente do enunciado quc é, não um objecto, mâs um esiado de coisas,


-
is!o é, (1embr âmos), uorâ relação enlre objectos ou uma propriôdade caracteri_
zando um ou vá os objearos idcnLificar-se-á, portanto, com o conlrúdo
-,
proposicional que lhe é subjacente, depois de afectado dos valoresde determi-
nação atrás referidos. E esse referente será o que, no ponto 2.4.1, designámos
por âcontecirnento linguistico, construido na e pela enonciâção.

Retomando as lunções tradicionais da linguagem acima mencionadas


referir e predicar podemos fu.di-las numa únic4 função: enunciar é cons-
-
-,
tmir referência, isto é, construir umâ relação entre a lingua e um deieÍrninado
estado de coisâs. real ou imaginário, que pertencc ao mundo el(tralinguístico.

8.2 Sobre â reierênciâ

A construção dareferência de un.lenunciado scrá abordada num das próximas


unidadcs. ContiDuâremos agorâ e estudar os lipos de Íe ferê trciâ maÍcados em
ex»ressôes nominais.

8.2.1 Exptessõer reíerenciais e expres!oes preàicativas

Dissemos aciúa que determinadas exprcssões nominais, pronominais


reíerem (objecros, individuos, absiracções). São
-porisso
-
châmadâs expressõês
refere,rciais. Dissemos tambéú que essas expressões referem quando ocupam
iugarcs de argumento ou de adjúnto numa predicaçio:

(6) a. a Terra é redoE(la


b. a Terra é um planeta

(7) a. Gil deu um livro à Ana


b. a Anâ e o Gil cornpraram uma mesa redonclâ

(8) o Estádio Nâcionâl é fora de Lisboâ

Nos snunciados (6), (7) e (8) são feilas predicações: ern (6) são âtribuidas
pÍopriedades -_ (á, redonda/um planeta pela
- ao obiecto referiCode expressâo
reiercncial a Terra, eÍ\ (1a) é estabclecida uma relação entre os
- -
objectos reíeridos pelas expressões referenciâís o GíI, um livro e a Ana; etn (-7b)
é estâbel€cicia uma rÉlaçáo comptaÍat entre os objeclos referidos pelâs
- -
expressôes referetrciàis a a Gil Ê u]fia mesa Íedo da, eín{8) é estabelecida
Ána e

ünra relâção (é) íora (Íle) etr''re os objectos ieferidos pelas exprcssôes
- -
refercnciais o Esíóàia Nacionalc Lisboa.

Nos enunciados pelos quais se faz uma predicâcão distitrguem-se, então, as


expressôes refereÍlciais (dTet/a, a Gil, LLm li )ra, a Ána, a Ana e a Gil, uma mesa
redanda, a Esládia Nacíanal Lisboa) e ouirâs exprÉssões as exFiessões
predicati!âs
- pelãs quais se alribücm propdedades
- fJe, redondaoD (ser)
um platleta ---) ou se es[âbelecem ÍelaçÔes dar, comptat, (set) fora (cle).
-
No!e-se que o adjectivo ,'ezlozda é expressão predicativa no enàrciado (6â) e é
constituinte dc umâ expressão referenciâl no enunciado (7b), onde aexpressão
pÍedicaÍi\à é compraram.

Sintetizando: a estrulura sômântica do enunciado é constituídapoÍ exprcssões


rcierenciais, às qdais ss âssocjâ um scnlido e u
referc lE, e por expressÔcs
predicatirâs, às quais se associa trm sentido mas não um referente. As er(pres-
sões predicativâs podem pôrience. a uma grande diversidade de caieSorias
sintácticas: sintagmas nominais (ex.(6b)), sintagmas adjectivais (ex.(6|i)), ver-
bos (exs.(7a) e (7b)), preposições (ex.(8)).

Há ainda oulras e.plessões no enunciaclo que têm uú (ou nais do que um)
sentido, mas que úão sáo expressões .efeieociais não se lhes pode associar
um rcferente sáo expressões predicativas
- liãoservem parâ piedicar.
-nem -
Essas e,(pressões iêm funçãopuramente grama!ical ou de orBâdzação textuâ1.
observemos o segnintc exemplo:

(9) vi um cAo e umÀ pomba no pátio. O cão einda Lá está

Etrr (9), os artigos indefinidos mârcam, entre ouiros vâlores, o BéneÍo e o


número gramaticais; na expressão ,?d/Ír, o artigo definido marca à consliu-
qão de um refe.ente conro identificável pelo." participantes dâ enunciaÇão: na
expressão ú arir, o ariigo definido maÍcâ a identificação referencial enlre as
duas ocofiênclas linguisticas de câo; a conjunção e marca a coordenâção
textual entre duas expressões do mesmo tipo, a palàría ain.ia úarcâ uÍ.l valoi
de nalureza âspectual.

3.2.2 Expressões de/inídas e exptessões ndefinidas

Compaaemos os seguintes enunciados:

(10) a. o professor recomendou um livro à Ana


b. conprei alg-'rs ii\-o5 n?. f(i-a

c. este livro foi editado uo Brasil


d. os livros que comprei na feira loram muito bamtos
Ao rcconstrujr â signilicaÇão de (10â) c (10b), o interlocutor inlerprerâ as
expressões l?r?liv, e dlguns 1il-rr como Íef€rindo. respecri!â enre. um
objecto deterüinado e üm conjun!o de objecLos deterninados, apenâs especi
ficâdos pelâ sua propriedade definitória "ser livro», que os inte.elà nu a
mesma classe. lvÍas, ncssà classe, os ob.jectos refeddos por aquelas expÍessões
não se distinguem dos restântes objectos da nesma classc.

Pelo contrário, âs rxrressôes este livra e as liyros que cotltlÍei nt íeita são
inleÍpretadas como relerindo, respecrivamente, um objecto e um conjunto de
objecios que, na constrltcão Íelerencial, nào só são especillcados pela prop.ie
dade dcíinitória livro». que os integra numa mesma classe. ntas iâmbénr se
"ser
distinguem dos oLltros objectos dâ mesma classe. Por outús palavras,
enquanlo elsn]entos da classe definicla pela propriedade .ser livro", os objec
tos rcfe.idoi oelas expressões tste líyto e os li,/ros que cotnpieí no feít a sia
períeirànlente indivi.iualizái,eis c ldentiiicáveis pclo locLrtoi e pelo scu

.As expressôes refercnciais L]ue, como ,r1 li.,)ru e dlg n: /ivros, reÍ'ercm um
objecto ou um corjurto de objeclos cl€teÍmjnados conro objec!os quâisqüer de
um classc são chamadâs e\prelsões ifldêfinidas. As expressircs reterenciais
quc. co!no err€ 1i./ro e o.t ln,ros que camprei nalei,-a. desLgnam um objccto ou
.im coi1junto de objecios pcrfiitamente identificados e individüalizitdos den
iÍo de umà classe, são chamadâs expressões derjnidâs.

8-2.3 Usa reÍerencial e uso atibutiyo de ex?rcssões indefnidas


Observemos agora os enunciados sôgüintes:

(1i) a. está um homem üo jardim

b. o Gi1 já é/cstá um homem

Fn ( I ldl. a exprcssào ;r,J.cltoidà un hamem e usadá para r eferrr um rndrviduo


der:rmrnado. cu ja
ia eri.rên - é. poÍem. inr roduzida no \,1've | 1o de relêrerc.a
de formâ náo especifica. Do individuo assim introduzido, o interlocutor
apenas sabe que jârdim,,. Em (llb), a mesmâ
"é Lrm homem e que está no
expíessào um hotnen é usada pâra prêdicar uma propriedade (<.ser homem-)
sobre o indivíduo referido pela cxprcssão reíerenciai o G,/. Fala-se, para o
excnrplo ( I Ia). de uso referencial da expressãa um hamem e, pata a exefipla
(l1b). de uso atribütilo da mesma exDressão. Por oulras palavras, no eremplo
(1lb). a expressão an }or?eifl é Ltma expressão predicatirâ.

Podemos constatar que a.s Expressôes indeÍinidas sào usadâs reíerencialmcnte


quando desempenhâm no cnunciedo as lunções sintácticas dc sujeito
(ex (l2a)), de objecto diresto (ex.(12b)), de objecto indirecto (e .(l2c)). ou
aindâ de adjunto (ex.(l2d)):
(12) a. estâ târde telefonou urLa pessoa/lelefonàram tárias pessaas

b. . contrei ,? amigo/smigos Do cinema

c. o Gil emprestou o ca$o a um amigo

d. a Ana foi ao cinema com um amigo/amigot

A êxpressão indefinida é, pelo contrário, usada atributivamente quando


desempenha â função sintáctica de predicativo (do sujeiro exemplos (l1b),
(13â), (l3b) ou do objecto directo exemplo (l3c)):
-
- -
(l3) a. Ana é/parece Ltma estrela de cineha

b. Aía e a Inês são/parccem esírelas de cinema

o IvÍinisiro'nomeou a Atla diíectaÍa-gerâl

8.2.4 Ambiguidade rcíetehcíal

O Íacto de uma úesma Expressão iodefinidâ podeÍ ser us â da ÍeferencialmentE


ou atributivarneÍlte dá origem, em determinâdos cotrtextos, a um tipo de
ambiguidade que se designa hâbituâIdente por ambigüidâde referencial. Para
o e-}unciado (eguinrc. duas in(eíp,eLaçõe- sào possiveis:

( t4) a Ana qüeÍ comprar uma casa com pista para ovds

Numa das intelpretações, o locutor sabe da existência de uúa casa que a Ana
quer corBpraÍ, e sâbe aiDda que essa casa, entre outrâs caractctísticas, lem a de
dispoÍ de umâ pista paÉ ovnis (..uma casa que teú umapista para ovnis»). E é
esta a caracte slica que o locutot escolhe transoitii ao seu iÊteÍlocutor-
Poderia, sem dúvida, rer escolhido outra carâcte!ística:por exenplo, "a casa
que a Aüa quea compÍar Íica naRua R, n: N.5." Esquerdo", ou.custa tantos
milhaÍes de contus", ou -tem vista sobrc o rio,.

Nâ outra intÊrpÍeta9ão, «te! uma pista paú ovnis» É â única ca.acteÍistica qüe
defioe, para a Anâ, a casa dos soDhos que alglm dia urá, talvez, â comprar.
Tal casa oão exisle, apenas existe o desejo de.uma casa que tenhapista para
ovnis,, desejo que a Ana transmitiu ao locutor de (14) e qüe este retransmite ao
seu iílerlocutor,
Relacionando estas duas interpÍetaçôes com a oposição 'sentido./referenie'
que auás foi proposla, podemos dizer, como esboço de sialese, que à expres-
sio utta casa cam !isíap.r,a owi-r se podem associa!, nâprimeira interpÍetação
(uso refereocial), um sentido e um referente, e, Ba segunda interpreuçâo (uso
!rcdicâtrl'o), um sentido mas oào um reÍerenle.
Os contexlos que permitem este tipo de âmbiguidade são geralmente associâ-
dos a vcrbos que exprimem vontãde, Froi,abilidad€ ou possibilidâde, istc é,
que projectaú um determinado acontecimeEto linguístico numa siLuação
iutura, oão como certo, rdas como desejado, provável ou possível.
Muitos outros contextos, porém, determinâm a ocorrência de ambiguidade
leferencial. Para os segLrint€s exemplos, inspiramo-nos em Jackendo[f
(1983:90):

(15) â. este falo sewe a uma cÍiânça de sete anos

b. aqueLe rapaz parece um politico famoso

Podemos eocontrar, em (l5a), duas interpretâções. Na primeiÍa, a expressão


unla criahça de (= q e tenha) sete anas é »sada atributivâmentc: fÂz partÊ de
unra exprêssão predicativa complexa atravês da qual se atribui umà determi-
nadâ propriedade (rlestE caso, o valor dô uma dimensâo) ao referenie de umâ
expiessão reíerencial íerre/aror. Nesta lnte rpre taÉâo, à exprassáo uma criança
deJels dnoJ oão se âssocia um reíercnte mas apenâs um sentido, que será «uma
criança-tipo de sete anos,.

A outra interprEtação cortesponde ao uso leferencial: a expressão ,?a arianÉa


cle (=que tem) §ele anas refere uma cdança determinada (grande ou pequÉna,
não interessâ), e é relacionada com a expressão erlelalo através da expÍessão
píedicativâ rerre d.

Tâmbém a (I5b) se podem associar duas interpretações: truma deiâs, o locütor


atribui âo refer€nte da expressão Íeferetrcial aquele rapaz a píopliedade "seÍ
paÍecido com o poliiico famoso típico». Eslamos perante o uso atlibutivo da
expressão indefinida am poliíicoÍafioso. Na se-eunda in!6rpretação, o iocutor
conhece um determinado politico famoso com o quâl o referente de aqaele
:Lpa2 te patec?. É, u-o rele.encral d mesmJ e'.prê§ão

Nas linguas, como o português, em que existe a oposição entre os valores dos
modos indicalivo e conjuntivo, associa-se ao conjunlivo o uso atÍibutivo fum
polítíco que seja íamorr, e ao irdicâtivo o uso refêrencial fim político quc é
th oso). Este teste empirico permite, corno vimos, desambiguizâÍ qualquer
dos casos de ambiguidàde reíerenciâl âpresentados.

8.2.5 ExpressõesdeÍinidaj
Nos seguintes enunciados as expressões refeÍenciais em itálico refereú objec-
tos, individuos,etc. que são p erfei !amente individualjzados e identificados no
universo dc reÍerênci. cons.ruído pêla (nurciaç;o:

(16) a. at mesas redonclas foram compradas numa loja da Baixa


b. qucÍl te ofereceu esle lirro de paemas?

c. o Gil gosta mrilo de pocsiâ

d. Ramos Àora é o poe!â que e/e prelere


ea gosto de viajar
í' o Si/vd gosta de ,rí,reÍ eÍn Lisboa

São expressões defi nidar:

(17) (i) os siniagmas nomiíais em que o especificâdor é um ariiEo defi-


nido ou urn demonstrâtivo (as mesas vedandas, este lilrra de
poemas, etc.);

(ii) os oomes próprios (Rarn oJ Àora, o Gil, Lísboa, etc.), que, em


português, iütegraú sitrtagmas ooIninais, corn especificado r rea-
lizádo lexicalmeEte ou não;
(iii) os pronomes pessoais (ell, ele, te, elc.).

As expÍessões definidas ref€ridas em (I7i) são geralmeflle designadas descri-


çôês deÍinidas, por coflstiiuúem úmâ descdção que petmite, no cotrtexto
situacional, a identificação do refererlte.

Poderão as expressões definidas seÍ usadas atributivamente, à semelhança do


que vimos paÉ as expressóes indefinidas, Observemos alguns enunciados:

(18) a And é a direcrora co:uercial (de qLeII' te falei)

Neste enunciado, queÍ a Àna qlreÍ a dírecÍota coriercidl (de quem te Íalei) sã.o
expressôes referenciais, Os referentes respectivossáo construídos pelo locutor
como pedeitameDte identificáveis pelo seu interlocutor- Estamos perante um
enunciâdo equatiyo, isto é,1rm enunciado em queé estabelecida uma r.lação de
identificação referencial entre duas expressões referetrciais, Essa relâção é
expÍessa pelo verbo rer, que, neste tipo dc enunciados, fiinciona como uma
expressão predicâtiva autóÂoma, âo contrário do que se passa, por axemplo,
eln (19a) e (19b), em que o verbo ser não passa de um mecalrismo gramatical
que ligâ ao sujeito um predicado não verbâl:

(19) a. o Cil é urn rapaz simpático


b. o Gil é simpático

Em alguns caso§, porém, âs descrições definidas são usadas atributivamênte.


Compâlemos (20) e (21):

(20) a. a Am trabalha numa empresa otde é directora comercial


b. â Ana é dircctorâ comercial na edprcsa oÍde tÉbâ1ha

Ql) a. a Ana trabalhâ numa eúpresa onde é a directora cornercial


b. a Ana é â directora comercial na einpresa onde t.abalha


Nos enunciaCcs (20) e (21), pÍedica-se sobre o sujeiro d,4,,?d nÀo só que
trâbalha nuúlâ empresa, mas também que, nessa empresa, é directora comer-
cial. Nos enunciados (21) pÍedica-sc, âlém disso, que ela é a única direclora
comercial.

ComparaDdtt (21) com (18), pomos em destaque as seguintes dilcreaças: o


aÍtigo deÍlnido que, em (18), marca a retoma, com identificação, de uma
referência consrruida arlerioÍmen!e tem, em (2I), valorde unicidade; o verbo
se;'que, em (18), é uma eÍpressão predicativà estabeleceodo uma relação de
identificação referencial enire duas expressões, é, em (21), um simples meca-
nismo grâmatical de ligação dc um sujeito a um predicado não verbal; ilnâI-
mente, â exp.essâo a díÍectora comertÍal é expressão referenciâ] em (18) e
expressão predicativa em (21).

A illversão da ordem das expressões definidas só é, em princípio, possivcl em


enurciados equativos. onde não há umâ prcdicação sobre uí su.jeito mas a
identifjcâção de duâs expÍessões- Como seria de csperar, da i versão dos dois
ârgumentos d€ (18) rcsulta um enunciedo equivalenle:

(22) a directora comeÍcial (de quem te fal€i) é a Ana

A inversão das expressõcs Ligadas pclo verbo rer não paÍece resultÀr tão bem
em (21), não sendo, no entanto, totitlmente de excluir, pelo menos nEste tipo de
enuDciadosi

(23) ? a directora comeÍcial na empresa onde trabalha ó a Ana

O enünciado (23) é, evidcnlemente, possivel, se o pdmeiÍo termo da idenlificâ-


ção corresponder à retoma anafóricald€ uma expressão que ocorre nlrm
enunciado anlerio.. Màs não é equivalente ao enunciado (2Íb).

Parece poder afirmar-se que os nomes próprios e os ptonomes, são, na graode


mâioria dos casos, usados referencialnetrte. No entaDto, os nomes Éróp os
podeÍn ocorrer em expressões predicâtivâs, predicando sobre qualqucr dos
lugares de argumento da proposiçáo:

124) a. o Gil é o Einstein dâ nossâ escola

b. a Anâ chamo,r ao Illho m!:\ novo Benjamim

Em (24b), â expÍessào Benjamim coÍtstitni \ma predicação irlcidildo sobre a


expressão reí€rencial o jilha mais naw

8.3 Relerente c Íalor referênciâl

A distinção que acabámos de estàbelecer entre senlido e releienlê parece


rulsgar o conteúdo deste (lltimo conceito pâra um plano lotêlmente exlerior à
actividade da linguagem. Nos exemplos que apresentámos atrás, Iâz-se urne
âssociação âpaÍenlemente directâ entre umâ forma linguística (quer seja uma
expressAo nominal ou um enunciado) e üm segmento do mundo real ou
imâginário (quer seiâ uÉ objecto ou uma combinação de objectos) quc essâ
loÍma linguistica refere. Lembremôs, porém, que a actividade dâ liúgua8em,
mesfio quândo construimos umâ relerênciâ que visa repÍesenlar o mLrndo, é
determinâda pelâs Dossal próprias representações desse mundo. Então, ao
construiÍmos refeÍênciâ, produzimos sequênciâs iinguísticas que são associa
das, não â segmentos de um mundo, reâ1 ou nào, inteirâmente exlerior à
âctividade de linguagem, mas a segmenlos do mundo que nós próprios projec-
tamos, deacordo com anossaexperiência. Podemos assim fâIa., nasequênciâ
de Jackendofl (1983: 23), de um mundo projectado, ori experimentado,
opondo-se âo mundo exlerior, reâl ou imagjBário, em lelação âo qual âs
liDguas naturais são sistemas autónornos de reptesentação. Por outro lado,
uma dâs p.opriedadês especificas das línguas naturais é a sua âutonomia
enquantc sisteúas de rcpresentação. Manilesta-se essa autonomia, pot exem
plo, no facto de a lingue funciooâr independentemente da presença ou, sequer,
da existêncb extraling,.ríslica cio objectô ou do estado de coisas cujâ referência
é construida liÍl guisticamente.

No acto de enunciar, a construÇão da Íeferência não coresponde ao estÂbele-


cimento deuma Íelação directaentre o enunciâdo e um referente extralinguis-
tico- Essa relâção é medietizadâ por um acotrtecimento Iinguisrico, isto é, por
umâ representaçâo resultante da convergência de diferentes vâlores referen-
ciais. Ao linguista diz respeito o estudo do acontecimento linguístico e não a
possivel existência de um refeÍente extralinguistico.

partir de âBo!a, umâ vez que o


É o termo 'valo r referencial' que âdoptaremos a
termo 'referente' é geralmente identiÍicado com üm segmento do mundo
exterior,

8.4 Tópicos dê recâpitulaçào geÍâl

. scntido e referente

. utô Fredicâiivo e uso ref€rencial de exlressões n.,minais

. âmbigüidadereferenéial

. reierenie e vâlor referencial


Referências bibliográficas

CÁRON, J. 1983 - Zzr /C8latiotL, dx discôurs, Palis, ?UE.

FIGUEIREDO, C. de 1949t' - Dícionitio da Ltugua Po uge.sa, Lisboa, Livl3ria


Bertrând.

JACKENDOFF, R. 1983 - s€mdntics and Cogniíirn, Cambddge, Massachuletrs, MIT


Prcss.
9. Estrrrlürê ssqêutiêâ d;"
Id;;
Hiponímia .. "r r:
'r:'i-J:
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9.5 ,Rslaiões parte-todo I ' '',, , r,: -,:, .itj:.il.::iL

r ,, 'r:-' ,'_i:,ll..l,l

':,:...;r. ; ..4.,:'it,5.,'.

?J5
.;
l :.i: ,:..,ii''i
âmbito desta
No ambrto desaa cadeira srtuamo-nos fundamentakÍi€nle_ aomo atrásfoi diro,
sjtuâm o_nos ?undamentakÍi€nle_ -.i-.,.-.
, -, _
...
. nUmdperspecliVzoe.emjnrjcadairaseedoenunciado'lIemos,,noeDlanLo.
:uTaperspecliva
de semánticadá frasee do enunciado. Ir"*os,.o .oranto, . ,"...,,","._,
delrr Jçar-no. sobre alpLn. rsne-ros qLe são, r radicionelm€ nre. ..jo domjnjo
. dâ
semântica lexical. I
-. j ,t .,.
DetrnrmostosentidodeJm3expres.;ocomool,JgarquEes"ae{p.essàoocup" ,r-,,;**, , ,

:r]i^.'-sl:.T.JderelaÇôe.semánricr..o.our,u..*pr..oõeqdajineuL.\amos
3gora restring.r as no5.as objervrções à< unidades lexicais, r.ro É, às ro_mas
; .

lingui"ricas que podem con"ti[uir ou núc]eos de expÍe5sóes refcrencidi- oü


' . .

e \pressôer paedica ti\ a..

Aomlte-se
Admlte-se que o texlco
léxico de uma
Lma lÍogua
língua Lo.rstiiui
constitui um sisrema
sistemâ com determinàda
determinâda ,: ,.. :,
:I :. ,
es rururasrmànrjc..eqre.noin,ciiordesse.i.r.ma.,.poO..a"finirrrb.is- r.... -

lemas Lom ba,e em rclações.emánticas ,n;àa., i-rl;-.;;.";. ..


^.
"n,r" encontrâi ,i.
:,
intcg:am. Não
integram. parece láéil
Nào pareie fáiil. ou sequer
sequer posiívei,
pos,ivel, ,-, .estruturaç:o
encontÍar umà ,.u,ur,çjo .,
.,1-.,,
,l:
, .
1

- .semântica.que
.semânti,cl que cnvolva a globaiidade
globalidade do qüat poaeiiu seiau rcIaÇâô
lexico: qüalpoderia
ào 1éxico: ,"tuçao .
. , .,,':..,':.
.,,,". ,, :..,':, , :,."-,.,i.
,.,."-.,:;.
"". ,,.
scmâÚtica'êdtIehexágao'peiíb,coipiare,pasiainoexame?PodeÍl,.''no
scrrlanuca eútre hexaga o, perío, compraf e.pa|iar no exane?.podem, no . . ., li :.
- . entanto, deflnu-se
entanfo, deÊnir-se dilerentôs
dilerentes relações eítre,plor
relaÇões eotre, ot exemplo, raxdg
h"ráoono palígono,
ono eena;.r" . ,. ..,
.,,,..," .,?..,:.i
,.,-,,
pe a e loltEe, "omprar e \ender, passar xo ?lome"*"milo.
e rcpravar na etarne: . :

_. : ,:.r l
- Vamos analisar,
araiisar, nesta ,,.,". ,,,.r,1
nesla unidade,
unidadê, alguns tipos de relaçães
relações semâ[ticas
semânticas que,que. no : : '. ,, ,]
,., ,r:l:.ll:;;:
,
: r, ,,r:,
i ja:í:i:r.il i t:,
tu dàs d" .in tui" " i
- léxico
Jéxico do pportugüôs,
orrüguês, se ppodem
odem revelàr pertin nâra os
e n tes para e"r,,a"<,-t"i;.r,i"
o" es 1 ..::...,
Dertin entes
, " ,l ': .",'tll :i7 :
-..:::.1.?;
semântica, nas pecpecdvú iqtra e ürerfr&i"r. . .: ,', ., :, ,.t,',,. .,,i
,: ,,,:,]::1

. .:1 J -r-il
'':.;;-,-'1
.:.-.i i"l;il:i.i Jli:l i I

(l) â. cle sabe quem é X . .'


b.
. . ;.:'
,
.,. :,:'i:
ele iSnorâ quem éX .. :.' . --.. .

_ Onossoconhecimentodolé,(icodopoÍLuguêspermire.nocafrrmaroseguinte:
O nosso conhecimento do téxico do pori,-rer1q"roii1"-g" afirgrai-o seg.uinte ari.. ,.,,,
..ll:.
,

- (, '
íi) se a fras.'1ta;
lrase í1â) é rdadela, entâo
é verdadei'a, enlão a fragi fat.al .'
írase (lb) é falsar I '1,,' ;:.,1{,'illi,.i;:rii
. lt
1ii) se a fra.e ila; é falõa, enrâo a lrase (lb.) é rerdadeira. .,:: ' ..,..;
:,
: :.::t/,::j. rr,,l:,,t.
r_
bsta
Esla conclusão
conclusão corresponde às seguintes relaçóes
relacóes de implicação: âsier.ãô .-
a asaerção
imolicacão: â , : ,,': I r,,.ri :..- .r I
posilivo oesabertelc raóel ,mplical-ra asserÇão legàriva de r.gn
"rr;i"t;r;; . .., -, . ..
r8nóla,), e. simultaneanienre, a asserção oegairvadesaber(ele nio sabe)imoljca
- .. -,
',

tt) e/e sâbe quem é X ele n;o ignora quenr é X


,

., ., I I :,i.,t.jlr:j : lr.
Podê Enrâo dizerre qrc
ao orzÕr-s€ que entresabere
entÍe \aber e ignarar exi.te
eisíevma
uma relação de
de
relaçao semâniica
semàniicu ' t.t.,.,,.
. ' .

ânionímiaI bináriâ complementar,.E dir"-o", generalizando,


complementar, É diremds, geneÍalizando; que.earre duÀs
qu€ cntre duas.. ..j1,,,.:i..:;!.:r.
",
'': I ;;rji::::
elc não

el e náo

ele €u
e1e nãa

r.,err um s,bshrema qié tao od aois ú;cos


"* *"*q;:u"l;;;", :r".;, ,
oerrnrçâo rncompáriveis, e apreseniàm.!e, rtrar;arirâ
,,:.,..
ãpreseniàm.se, §oitaot", .m;tré.nutiç..
rio;ranto, errl ..
.
i'.1.r::.
Em rermos fisicos objeirivos. não há necesieriàmeni. io*prern.l,i., ,
iã ai.
brráriâ enLre. por exemplo.
orranâ _,.ida"
exêmplo. o quc É -..ida" e oilue ê
"morLé,.
"morLé_
_ o deseniol,
dà.";i"r, Il
menrodaciênciedefioesiruaçôésinrermédias.pode_seestárvivop"iu.ç.,.o..
iegê i.. embora cljnicamenre noiro. Uma situaça;;iri"o
i
Jm rerceiro elemenro do jubsi,Lemà. Mas, lin;,fjjr:;;;.i "r,, "oirt.;o.,ir".in:
ú;;;;;;j;.;
. . lrxção dq ümâ.elaião.de âoàpLemenr;;;t"r'.t"
.,)it'à e (esÍa, morto. É prpvâ ";;i" ;iú;ü;à::;"Tt;lÀ
dissoo tacro a.;..r"q,e..iá.
' i'rerpÍetadâs a;mo ôonrrádirões, ist4 é, "a'!f;;;.';;iÍ.
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de uma cuna m-lóJi:; aLlequada: constitua a reroina de uma
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iE) A: Ouvi d:rcr que o 5r.X rro..., i.Áan.I passacd,


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]i..!, tii.t.l 11. . i

. Estes pares estáo em r€Lação de. ntonimla nao-binária, isto é, p;rtencEm a r :, .:,.-: ,j.i:i. :j,:t.,:r!;.:_:i_:.::
§ubsistemâs làxicais constituiaos pqr iirais aà aoisrâemeatas. esses ÀubsisÍe- . , ' . . j..,t.l:,,..-:i.l-:.1
-,
-- mas podem coirespordFr
coirespondpr a ctasseÉêçhadas
classesfechadas Jujos eleáeriios oi exeSeplo,
são, po.;;**ri.,
eleáedios sà", ,: 1;ifi i; i,1'-;
l.:': i *: 'r::-:
.]oSnomesdosdiasdasemaná,oudásestâiõesdoano,oudo§naipesdáscarias
osnomesdosdiasdascmana,oudasesÍâ(õesdoano'oudosnalpe9d.sca1tas
dejogãr. Podem trmbém corÍespoáder a cias.cs aberras cujoselenientossàg, : "-. .. ,

poÍ e^er-rplo. os nomes dãs cores, das planlzs. etó: .l . . ,,

- I(12)
tL) a.
d. o lrunro
trunfo é oo.o. *
r ouros ol,t*nfo D;o aprút'i,
'
- O trunlo oao é Daus . -, .,,. t.:;i1:Lii1.._i.:+
,.. - ii;
:. I ,- i:,:. _ r. : .t,i:.
.;1', :r,:
mas

b. o trunlo úào é ouios 7a o trunfo i paus (pode ser copas oL . .' :l


..],espadas):.i''.:,':'':',i]..',
(13)a. ' - _:r :-=
a camisola é azul - a camisola não é preta f
mas

b.
::.1-' :i - -. -r: i.i
rr t, ." : r:l

,., ..ilt r'. - |


O se8lrinteêxcéío dc drii poeáa deJorgede Sena êontém oirtrrbr'".1;lr;l" ài
- u:rlarelação de anto nim ia- binária compÉciiitâr ôonôrI.üi,jâ
ilao"-iiiri.iiiàJ
. r',":; -. '.
-
()a) Para viver-se.lonsament"'.r rle i"-^
""'a

dois subconjurtos complemenrârcs _- dênoidor, ,.sp."rir.rr,çÁte;ieiâ!,prq.-i


pricdadcs corresponàenÉs aoi doij
brcdicaaos atrâs meiiéàna_âósl l çu.r a_,
. excluida qualquer oürra hi'oórese. , ...:... :r.:,:i
:r,
.
Por , ezcs, é o próprio universo dos objáçtos.obre o;': qu;i; s"
; : :- :''i .l t'"; - t..,...r
'
1': i-1

iji "1;:t
á piqd,.c^çà-

9.2 Artonímiâ grâduável

quênie -= o café nâo ei

\
I

t.
!
-i
I
-j:-
( I8) a.

:-1- b.

.i_

,l

as
oposiçLo a está uti gelo.
I
Este tipo

(1e) a. , o rato Mickey é


i
b. o Mickey é um rato grande .. r:, i

- i I ': : i: 1 .r.-".r.- i
Em(19â), acompaÍação éexplicita. Em (19b)l á'comparação, implicita, teia o ' ,. -''1.":-.
Mickey aofio pi1Ír.eiuo iermo ê a classe definida pela propÍiedadê ..ser rato" .,.,:
(isto é, a clasie de todos os rátris), como seguhilo iérmà: o Mickey é grande : - -: i.-'_-.--
. :;::'
pala !ato,
para !ato- é'gr:ande enouantô rato
é srande eDquanto râtô e nãô te'mtos .absolutos.
não em re'mros .a hsolrrtoq .:
, = l'i,
',: a'.'.:,'
: . - I : :: .: I -;'rj:rr-;:i:
-,:-,.-..:-l
Da observação das seguintes relaçôes de implicaÇáo entre fÍases destâca-se o
- catácter lelativo das propiiédadei pelas unidadês lexicais que inie- :
- ' "' ' , : ,
_ glam os subsistcmas de antóniúos "xprisias
graduáveis: ,, , .l ,. .,
l

b. o M;ckcy é um râlo azul - o: .-':--r


Mickey é- um aniáal azLil
- ..-....:.-'!-:-
.,.'...1 Í
nâs :.: :
.'l'...::],1-::,
c. o Mickey é um
urn rato
rzro srande .;a o Mickey
srande.?'o é um
um:aàimal
aàimal eraodá
eranq!

Coino atrzs sc disse, o object'o desigúado pela cxpresÉào o iviêkey só ê-Erááde


. quando comparado com os outros ratos, não .m com$ráção com a genêràli
dade.dos ourros animais. Desaparece, cômo se vê (ZOc1,
1,;e.fai1o
a
9m
inipiicaçâô determinada pela Éiporiímia .a9' rato ea:rcliçáo'à'a',llÀat
' vêr e.4 (ex. (20a ),'. Mas essa rclação mántém-ie'irâ pirsisacê; de (20â) parâ (29.b).
' umâ diferehça forúal
assiÍE,.umâ
Constata-se, assiÍE, forrEàl entre agÀ elemcntoi q'üê inré
entré altuEs elemcntos c*
11]*,
gra'm subsisLeEas deflIEidos porrelÀÇões de antoniriüa graduávefe i!,:l:.r-""q'
tos de odtros subsistêriras lericais (por cxemptii,como eni (zoó)[;!;ü;;ti
mas oigà oizados cm rorno do teiinô ;orou de atgir;ü aôs seus fiiptniniãj1: ;à
modificarem unidadesllexicais êm relaçâo dé hipo.ríio;a, os pr;àicados qr,
deiigoan corês
designai,r Eão inteÍlerêú
cores dão interÍerer, nas propÍiedades que
nás proprie(aaes .itàa na
que.sr.áô bâs. a.ssl
na'uâsÀ dêsi' ,

relação. Há. pelo coiitrádo, predicados graduãveii que podem aJtêrir i {'r,elã s
propriedàdes. Ma-6 nâo sãô todos, cómo môiiia o seguiiire
";êiriplo:Í'
' ' .'
'' t a"lg.r|i.ifi. át-il
. tàrl
(21) ili.k"yii urn ,uto:.iripatiêo;;
o Mi.k"y u.ar"l"ili.i$.
Mickly;; ,,4'
ruto sioipátiià -o üic.t.v

Ospredicadosgraduáv€isâpÍesentamainda,eo pirnugúês! em mqilal-ou.tiÍ :


Itnglras,umacaràctêúticaquêjuleôint;i;ssantereferir'-Aurlidâdelé:xicàí'q_ü'
' exprime o valor Positivb da propriedade c qüe, na Írase asseniva,'.se oPô€ á-
ma oulÍr unidade quc expriúe o valôr negativo: (é) alío/bdiio',-ic
éxemplo - está'muitas vezes nâ origim da uniàade que exÉiiriic âlP.róPii-.
: propriedade, isto é, o váloi seuLrã
t. - àtulrà.Istp veriticà-se, ainda {ue à,üalo{
da piopriedadi
piopriedade seja negativo: :. ''1 : l': - ":' :
:.'.1j:,.1..i':rl l
(22) a. O homem e Erurto barxo/alto. (lueiartÚÍa Íeml ' , ';:,.-
-
'':;i cuuoli ti. t'épàisseui dc la couche'est irulle, iofiniE,. i nfLnimcr"tl.gr3JrdJ
'E,.mplo
i:_..,-:.i-l i
d.ado d.
l. 1978: lôs. :l l,i,._. -:. ,. :.',i ,
!i.:,.i
É inrer.ssa nte constatai qüe, oa inrerrogativaêm inBlês. o têrmo nêütro §ob(-
o quãr incidJa intcirogirçào coinciadrcbã ã bióp;io Lr;'o àü;lcxpiini;;.pó

1):;.. How fai is iii ,.'.t," r.'',' '.-


. . i..., L
i
SegundoLyons(1963r I 13), d á-se, so contcito interiógárivo, üinà tspécie I l.

neutÍaljzrçào da oposição ::- lar/near. O lermo asaoalaclo ao polo.PÔslrryo


não eàclui o termo associado aó pólo De8àtivo É rooa a escala qúe é inirodr-
t

zida ao universô dc teferência,'eqüiva1;hdo à inierro'gãçã-ô +"1 .. iii^l I

it
' (24) a. ' Is it far or aear?

taí\ 2.. o Gil á Dai .iâ


b. .aAnaéfilh do Gil
.,..,'
- -. O bseÍva-se oscguiít€: (a) a flase (25b) obtém-se apartir de (25â) iDvefteDao a " 'r:.
- ordem sintáctica dos ar8umentos a Git e a'Ana e s!6sÍ-ituiBdo a ulidâde pai,
que funciooa como .xpr"s"áo predicativa, pelo unidade rllra: (b) a relação
'-, 1. estabelecidaem (25a) permaaeóe inalterada erri(2SU), isqoé, as aua! fra*s sao

' : cats pai e Utha há uma relação seÉátriicã dÊ aotoaioia coqYersa (ou que as

i f "". ,,laáJ* ú-t."; *"d*;;; p..t;àãá, ã" doh 1,g",*,.'


r 1-r Estão em- ÍeEcao
i,slao
--- relaÉo de
.-'- - auonrmia
oe aDtonünia
---. --- '- eotre
coâversa-
coDversa. entfe muitos oútros,
-. oÚttós. os setuintes
...:-..: seguintes
-
i ':r
.
: .pares de unidades lexicais: foÍmas de compaiativo de antóaimos giaduáveis
' lmo$ alto/Dada quq ,nenos bonilo4eio quel clc.), lorÍDà actrva c Passrva
](maisalto/bàixogue,,nej7o5boiüo[eioqiia,cté.1'"Íota:aiciivacpassiía
,l côgespôndeote de verbos traosiüyôs (corneÀer càmido, etc.), e ainda verbos :

i '- coíio comprat/vender, locuçôes prepositivas cx!ÍimiDdo Iocalização relari'ia


I .---^--,;,,
lernpoÍal ou -"-"-,",
espaciâI, -^^: ,- à, dieito/esqueda
--,--",;-^^'. de, )- -,-.
)'--,,-/-"-.."-,1- de,
' . como antes/depais etai

I r' (26) a. a ADa é mais al1a quc o Oil


llr"' b. . o Gil é mais. ba"iÍo que a ABa
l. çZt1a. a Aua comeu o bolo
,ti
!- b, o bolo foi comido pela Ana r :::
'r , , i.li. rr'-
i.ti.r _1. -

Í
'L (28) a. o Gil comprou um livro à AEa , :,.., i

i o. Gii ' . -.1:-r; r


r a Ana vendêu um livro ao
' ,'-'.,
rr '. r: :il
t- ' :'r-r i

,, .,:,
Í..:::
L, ':.
213 :
l
(29) a. janiar é antes,do leatro
b. teâtro e depo§ do jántár

(30) a. o Gi1 esiá.à düeira da Ana ' ' ', ,,:


,r-:i.i i
_ :
u. a Ana esta ã Esquerda do Gil
': :lr I _

u0servemos âgorf as seguintes frãses:

-
,lit a o Cil câsou com a Anâ
:_ : . I . ,. :,r :,
i ,::,
. b. a Ana casou com o Cil . ],,.-,.,.t,,i

{Jtt a o UtI e lão alro co-no â Ana


D. a Ana é râo airr comb o Cii

John
(36) a.

,b.

c. qu9

d. - balbuciai o

I
l
r:

,l

I
Í

l
,j. ...- 1:ri:.-,.
- ,..,..,... i..,-.;,. ,,,,, -r..:r:t
.,
:. -.1 :..L_,i._l
-., . r,,r. :.::-::!.._.::: .:i|. ,::,
.-_.,=.'--.,,"=.-*r,-"
-" _=_,, 1 ."i.;,."i
_I : ,. ,.
:, I ., ,..,:=..r:,..r.
Dir,er que p É hipónimo de e .-quivalea dizcr que p é um ,;.;
^,,
;,;_.: ri
::: I :.:, "".,,.r,*:,i,"lre,
que r ê um e: rosa é uma ktpécic dà.íiúr. à.iz_
a
uma c.ar, o dLido é üm sabor, o redantdo ê umaÍar*0,
murmurar é (um).dize. .,,*oaràa;
:1 r1y'i"ii i,il)
!":: p?!g!
1"n uà ààixa1 3rc:' . 7* :'
r vejaÍDos umâ consequêircià na sinraxé
iesülrànlê dá .ár;tir,ri;árá: i;;,i.i,,
mas rexlca,s qeÍrnjdospor relaçõesseinâr.. ,
,..:_l:-r-:
uc orponr@ra-
jubsisrêma er.r queiaoiei.rr'o l'or 9xcmplo:
rrr.ro.l.l"9
rnado' todos'ds êlémcntà§ierreí(
a-mesma ..r.--;. r-'-
à m*m, categoria --, j são
icxicâI.- -". Nomcs
" _, e enire eles e*i.tem;reif.a
pâradigmáricas. iisro é, sao inieriúb!tiitiÍveis
rá â;i"njl1i"
(37) i tomprei um ramó a": Iorész.r9;as7"."io"Zn "i;à,rà"i.
ilpr.,r.,i...::
... : i.:.., .. i..,.. .:r.......r
.
' omes mo se passa em muito.s outrps subsisiàm1,, :l : rl -'+': -ii
._....-
l':; ':
:r:1. . a ,.
(lB)a. a sopa ? oe t.li"."sztau"sznauosZcehàuiaszáte: ,: .,i,,"j"
. b. cte djs-se./murmurou,zvol irr;;;,- _: .. - ,,. ., .. .: ., ...
. t
.rc: 9ug
s"§, sli.ê
eile,á iiLd;li-,i+.
çjrover.i .:!
a"ago*l"r."ilap
";,
.,, .,:. , r;.*#.
conrém o te;q hipóoimo e r."J qr. ,"."t,i.'j'i
ü"il"-";,i.;r.; à$;i.;.
I quândO estes teit)os "
estáo ihiêorâit;r -;'-_iJ^_^.1- . .'

246
i i
'' "''
'j
ou identidzde de senlido. E haverà, eolre ai seguintes frascs umÃielaÇão dc
. ',j, ,:
,lmPlLcacâo orlaterar:
. .: r::,r i.rr.
(41) a. comprei um fato verEelho - um
comp.ei üm falo encarnâdo
1 ':-n,l r,.,.;
b. comprei um fato cncaÍnado - coÉprei um faLo vermelho .. . . .

Fala-se cle quâs€-paaadigrnáticas quarqo


reBçoes quâs€-paaadrgrnat,cas
de rebções o.termo superoroenaoo
quando .o.lerlno superordenaclo :
: :,t..1
'.. ,:;.':,i....
LLrr!! q
DerÍence
Pçr a uruo categoria lexical diÍerentc da dos seus hipóniflos: Por excú-l-
uma !q!!é
pló, Dos subsistemas cm qoe o lermo supêlo tdenadoé cot a!Íor4a (calegoÍia
.t iexical Nome), os hipónimqs relpectivos, no seu uso piedicativo, ocoreut :-i '-i:ri'll.-i
--- geralminte na categoria Adjectivo. Então, oü não é Possivel a ocorÍêocia do' ': ' " '
hiperóruoo nos contextos em que ocorrem
hipeÍóúoo ocôrrem os hlpÔErÍro§ \êxs.\42a) e l42o)),
hipónimos (cxs.(42a) «2b)), ,.. ,. - '- l:
I ,. 't..-:;,:.
1

sintácticas (ex.(42c)):
aileraçõei sio!ácticas
possivel medianie aÍerações
our essa ocorrêocia só é possível ' ' .'', r::t' -

,,
.

".: :i t::t. : lt:l_


--l @2) a. este liquido é doce/àmargo/ácido/+sabor ',a'-;,
|';r1f:'1:'1'
b. tenho uma úresa ÍedoíL.d.a,/á',MdÍàda./aval/*Íoraa :
-1 c- comprei :uÍr íato aa)l/vetde/amarelo/tcoÍ/d.e coÍ i' - i-- r:., ,rJ. :'

..li

: -l hipooimia enue predicâdos pode ser coBsaruída ouma enuociação panicuJar.


I
Retomemos o texto de Jorge de Sena aprêsentado como exemplo (14), que :,. : ., .' :
I
aqui repiro parcialmeflte como exemplo (43):
I
-L ,.
I
t.
(43) Para vivcr-se long2mente óqlse é de íerro - .,'i
'::
ou vendo um velho peEso: quanta gente I. I ,, :' ,,.;1,,:.,
:: _l
- pisau
envenenou, p$au
stnou, envenenou,
assassinou, ó\t
ou deJíruiü2
ertru:u, . ., ,t I ll,l.
i
I ,,.,.r:r.,
'.

9.5 Relaçóes paíe.todo

ÇompaÍcmos as expressôes Dominais o nariz d.o _Gil e o livra do Gll. Estamos,


em ambos os casos, peraíte a expr€ssão de relaçôes de posse. No etrtanto, à
primeira Êxpressào podemos associar a fras e a nariz é uma larte do Gil úas à
§égunda não podemos associár a frase equivaleí.le?o liwo êuma parte do Git(a
oão ser,lalvez, roekforicameote). Definimos eotão, eotreas unidadcs lexicais
nariz e Gil,níDatelaçáo parte-ioilo, que correspondc aumaielaçáo semântica
de posse inalienárel.
:

I
$

,
:: ,:
Dr,,-se.porldnto.gsneralizando.queexisteurrt;r.ir"ioor,,.,oao.n,r, o,
unid"des :exi"ais p
unici"des .exi"ais P e Q quando estasestas.Lnidades'iêrn
Lnidddes iêrn en,-e
en;-e si un,a um, r.lrçr
i ,eninÍ ic" de posse injtienáiet.
r:laçr
injtienáiei. L lo aiz-
ló é. quar do se podc diz_ q"e
que p e ir Ip,
e é:i-t] rl pJ'rr
I :.: , . .;t,. i.::.j::.-.:,.,,,I:;.i,i.,11:".*,]
deQ: ' :. " l
a. . q yebnle;élü;á ;ai.re do carró :: ::.'.,r'.
| ,4+; ,,r, f,i1iit,ti,'1r :'-
b o nariz é uma parte do corpo - : .

I
] expres"ào nom;ndt o ti,,o
^ alienáI el
io Citr*prl^" peLo conr ário, ,ma r-lac;o
I po.,e entre, 6 il e o tum tivro. C omoàrias siii.:Lj i"., áiü.i,., ]_ié
-".
I ,i;';, .
il r:"r . . :

,I l,,a . ; e\pie:§;o o 1ivl, d, 6i1.slo(la_5e (ro):


ll . " lr;se
: ..: ,.. .
_.,:.r.-t,rrll_

' : ,. ' l'-r'lr_l;


(47) o Gil rem udi rariz ' ,. "r'
1 1 .,.. t, ;, ,:"i.;;ir11.
:: ,ri,. trl .l .: : :,r.':..,,1.. .r:r.ti.: 1..:,i Ê
::,., :,:a -
quândo, em conrexlo linguístico ou piosódicô âdÊquado:s. p.edif.
â não seÍ
uma propriedade que permire djsringu;'r o nari) do Crl do n:r;i Ae ouLr;
p"ssoa", ,.: , ,, :t.:],i],.,r.1.:,-
(48) o Cil lem um.nlriz enorme/o Cil tEm u l nÀr
.: -, :. r -:.ii r,!t lirr_tit.i
I A relação deposse inalie;ávei mâiiifesta-sc sinratticainenre de torma váiiávet
. de tínguã prra lingua. Assim, em poirugLê,. na s.gri,ir. Ià".,_. . : '
t: .. " : :-. :,.:,.:.:,1j,.\
(49) ;6 d1 oa.Uú oioâriz:, ,r I ,,.. ......:.,,,,., *..1,..1,1 .

i,' define-se enLre


oefine-se Gil e o nariz
enrre o Git ,,,y,,a rela.;ô
iàrE uma ielanaota. óôs\e in-tipn.i.a a ",-;."^
rle por.":iaaji"ni"ri.l+ .r;;#;
norrioal o nariz é,pon a nto. jdenrifrcádd referercia lmehre no pró o o. ànt.ir.
,i trisLo,is'oé.rnLraproposicionalmenre:rrara_se,nec"i.rria-.n,e.d...ôou
--'' ''-':'-'- "''""-*"il
traslco,.tsLo e,lntraproposrctonâlmente: trata_se, necêSsariâmente. de o naiiu i,
I] cir" j5
aô Gi1".
dô :a p61r";" '. '
(si;:'i '
nà ro;à 1501ri';-- ' "'-
"
:''-"'-l-il:lli
i ,
...--r.
(50) 'oGi1 partiu o uid.o ' ., , ': _-
I r ":
nao e oo.sl\et. e11ionterro r azio trsto é, na auiê1c.â de qu:lq,r:r -onl.ÀLL'.
' cjeLerminar :êterenciálmentc a expre".jo nóniaal o iiira_ isL" .rnr..,.; l
,ve: Ln.d,or,r âdquire reÍrrência enquanLo seg.rndd .ermo de umj ,.frra" rrjiOri.li,-.11.
prin eiro rermo (ou anrecedenle,, ê ourra e\pres io
nominal do terro, rcfe. en
. cjalmentedererminadâ.ecomaquatãerpr"s.àootidtds- ide-tiÍ.care er.n_
i. : cialmente. Yejairos o exemllô;(5])t r, ,, '
:l1,,,,., ,: ,.,
, ;i1;lill*;,.ii .

, i(5i),.... comprei um relógio com um vtaro l]1uriO.Uóni,". O"r.. p Oi


I Paftiu o'vidÍq ,' 'l 'i:. " :'.,.iii
' .:. ,.., .,,, .,lr_.. ' , ,,.1.,-:;;.rl,.-,
A e\press;"o , uld., aoquire reÍerênci:
corLexlo, lingusr-ço..em qLe
enconrrà. âo .denril:c"_i. j-o
*r.;.r"i",a' se
expressão nominar ind ;r"À;; ; ;;;,;;i: ;;;;; Ti"jffi ,ffi,j::1".,:.""T,:
ae a vtdla no DoiyeÍsa.de referência
consrruia" *Or"fJ.rrrii.r;;ffi"::::
Vejamos ourros exemplos ,
aJnda:
(52) a.

b. o Urt estampou O caIro

_
-'
êná{ó,jca in,,,p,opo","ion,i.i.-.il;;;;'il
hari,àôra;t.^../)^\\'n,
'harizeoGi!(e;Á.( i,.ffi":
-_. .- - " e q \Ç^.r4,s)t_p.a"*.,.""|i"i."";];illiÍ."#."11"^i11,.1.,1,o",
:".t#}":1,"r.":.. ,..:'. .::.:'
r ., ],
:r l]
)). Í ooemos cqncluiÍ:
irque, pôrtue
que, em pôrtuguês, ::-i: 1:,..:;
i a relâcãrcoe.Posle
em que o térmo .orr."ponà"
eo,.esnôriàé , À.t^1^.-^)--
0.i.._,íri", ,. - de oilli
o*.J"t
- ::.:,.in.o
r."'i.i"".
a'10u
"possuído-
"pàssuido"-
l rsros como tal)
detsrminados objectos usb .

: t r
: "íii;;;i-::=3::'9.'
- *"vestroo.. "cano- ",i "i;.1ã.
vestido.. .,carro-, e tc. _ Droiecrr -§ê <i.i
"^, i
. :

. t)J) a ., .;..r....,..:
1An" comprou uma camisola
MaÍia já s;jou o resrrdoj
e um vesrido carissimo
s Poisa
,. ,,1

, Em (53). a inrerpreraçào. ref . : ,


PreleÍencia]mente"""".'.,^"l.]l]1.1"o,v,e§tidoedeocarropa!Éceser!

: ã,ri"'.ír.",li;:i:,1r;i:,*, o*"oo há eorreos arsumenrosda ftâseurna ,.-..


: ,.: :,.
_ l-j.,,,:lj i:!r::t:
(54) - a Ana fez uma.plástica tenI agoraunsolhos e umriariz oeifeir."
r"'ir-;:
.t r. - :i'.iii
;'

. e

, ; .: ':.|,;i|;:
_..t, !..,,
/r},!Jar ua exlslenc,a de Um cOnrexto
prrmelraoconê."'".{-/,,*,.---.
p.merra oco,,ência d , (u*) norrr. * r*o_1ljll'::
tT nr:
anrerior em
uma
uma que é introduzida . ":l:.Ê
reraçãoanaróricaqLé,;..';;,**,'"Jjl'11'.:'"ff:':[:.:::.Í;:;.,"r" . . ."
Comp.atundoaslra'es{40)e(52ar-aC
partiuanarizeaÁhasqouovestida . ]

,,,l,..,,*.lT-:ocrasfrasesequivale,.*".,."""...,"-l,,*!,'.,.,""'
p)) d- Jerr s e:t casse Je nez
u. JohD has broken his oose l

't'
L)oJ J. MaÍre â sall sa robe

' ,l ' i'..'


púú<Loi rublrnhar. em poi-Lgrjês, o c2 rácÍei tí
rFIaçôei de possE. O camcrer anafórjco_ necessári
exige. em francêse em inglês. a exFUciiaÇão da Iigâ
uma cons!rução pronôúinal íêm irancês) ou d:
(em ftancês e em inglês). . ,::.. . .,
. .j']j:. :ii .lfrl.

9.6 ,.lóp&os"de
, y.b rcêapitulaiâo geral
Tópicos de recâpitulâção gera) :'..i
. .o: I::.qp;ilt1ç.ao. eeral .,.:l ,:l :i
, Re:açôei sernánric, e subsi.,emas lexicar-
j ..
: r.. : ....: :-- -.- : .ri
qonseqúências sintácticâs de aieurnai

, :.. : .,. :.:._ ,

Referências bibliogriifi cas

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