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1. Indústria cultural
Uma editora é uma empresa que fabrica livros, tenham eles o formato que
tiverem. É também um canal que produz e divulga cultura. É ainda uma
empresa que vende ideias, entretenimento, informação.
É um pouco estranha essa combinação porque, apesar de ser uma empresa e
ter produtos, a editora trabalha com algo imaterial. Existe um campo de
estudos que justamente foca nas particularidades desse tipo de empresa,
chamada de indústria cultural.
Uma das características de empresas de produtos culturais é que há etapas
muito distintas na sua produção:
Edição / Prática
Avaliação
Contratação
Contratar pareceristas.
Contratar autores.
Contratar organizadores, prefaciadores, ghostwriters.
Negociar a compra de copyrights estrangeiros.
Negociar a compra de direitos de autores representados por agentes
literários.
Decisão
tradução;
revisão de tradução;
preparação ou copidesque;
revisão de provas;
produção de anexos, apêndices, índices;
ilustração;
produção de capas;
requisição de ficha catalográfica e ISBN.
projeto gráfico;
paginação;
tratamento de imagens;
fechamento de arquivos;
impressão;
acabamento.
Marketing / Prática
Administração / Prática
Para evitar então que o livro em produção fique indo e voltando em muitas provas, o
máximo do trabalho com texto deve ser feito em Word, ou seja, antes da etapa de
diagramação.
O livro deve ser enviado para a produção gráfica para diagramação apenas depois de
todos os problemas de texto terem sido resolvidos.
Isso significa que o produtor editorial precisa olhar para cada uma dessas etapas iniciais
com muita atenção. Vou comentar mais adiante os cuidados com tradução e preparação,
mas aqui adianto o seguinte: é melhor fazer duas preparações do que uma preparação
que não resolve os problemas do texto e depois três ou quatro ou seis revisões de prova.
É melhor fazer uma edição de texto mais cuidada e demorada do que uma preparação
apressada e depois três ou quatro ou seis revisões de prova.
Perca tempo antes da diagramação, refaça, normalize, reveja. Se não estiver bom,
mande fazer de novo. Todo cuidado que você tomar para resolver o texto antes da
diagramação vai encurtar o tempo total de produção, porque as provas serão limpas e
com poucas emendas.
Se a produção editorial tem recursos e tempo limitados, é melhor fazer duas preparações
de texto – antes da diagramação – e arriscar fechar o livro com apenas uma prova e uma
batida de emendas, do que passar logo o livro para a diagramação.
Se na sua editora a cultura é de tocar em frente com pressa, calcule o tempo e o custo
das muitas provas e veja se não é mais rápido e barato montar essa outra estratégia de
produção.
Evidentemente, o mesmo princípio vale para quando o livro muda de formato. Antes de
converter a obra em ePub para coloca-la numa plataforma virtual, é mais do que sábio
ter realizado todas as intervenções possíveis.
Antes de começar a gravar um audiolivro, é essencial ter todos os problemas de
conteúdo e clareza resolvidos.
Quando o texto muda de formato e passa a ser trabalhado por outros profissionais que
não os próprios editores e preparadores, qualquer intervenção se torna mais cara e
trabalhosa.
Agora assista ao vídeo da Aula 3, em que o diagramador Gledson Zifssak faz algumas
alterações nas páginas de um livro já em InDesign e alerta para o que acontece com o
texto. Veja também o que Marcelo Rocha, produtor gráfico do Estúdio Bogari, tem a
dizer sobre o excesso de emendas nas provas.