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LEGISLAÇÃO

Lei10/2017, de 1 de Agosto – EGFAE

Lei 5/2018, de 26 de Fevereiro – REGFAE

1. Como se estabelece a relação de trabalho entre o Estado e o cidadão?


2. Quando produz efeito a nomeação do funcionário?
3. Quando uma nomeação do funcionário converte-se em definitiva?
4. Será que a falta de visto de um funcionário impede a tomada de posse?
5. Quais são as atividades que um funcionário nomeado definitivamente pode exercer em
regime especial;
6. Qual é a diferença entre uma promoção e uma progressão carreira?

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Questões Específicas

1. Quais são os princípios que regem a actuação da Administração Pública?


 Impessoalidade
 Legalidade
 Moralidade
 Proporcionalidade
 Publicidade
 Finalidade,
 Eficiência,
 Razoabilidade,
 Ampla defesa,
 Contraditório,
 Segurança jurídica,
 Motivação, e
 supremacia do interesse público.
2. Explique o princípio da Impessoalidade
O princípio da legalidade para a administração pública é um princípio no qual o estado
somente pode atuar de acordo com o que está definido em lei. Já para os particulares o
entendimento é que se não está definido em lei, então é permitido fazer, ou seja, o
contrário do entendimento para a administração pública.
3. Explique o Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade diz que: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”.
O princípio da legalidade aplicado à administração pública prevê que cabe ao poder
público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei orçamentária expressamente
autorizar. Nesse sentido, não se deve efectuar despesa que não estiver prevista ou para a
qual não haja recurso para executá-la.

4. Explique o Princípio da Moralidade

O princípio da moralidade é aquele em que a administração pública deverá agir conforme


preceitos éticos.

5. Explique o Princípio da Proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade é aquele que visa equilibrar os direitos individuais com


os anseios da sociedade, ou seja, o Estado deve adoptar critérios racionais em sua
actuação evitando excessos e legalismos indevidos.

6. Explique o Princípio da Publicidade

O princípio da publicidade é aquele que diz que o poder público deverá divulgar por fontes
oficiais seus actos administrativos.
Segundo o MAF, o princípio da publicidade Justifica-se especialmente pelo facto de o
orçamento ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas
despesas. É o princípio da transparência que determina, por exemplo, ao governo divulgar
o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a
arrecadação da receita e a execução da despesa.

7. Qual é a diferença entre a Administração Pública e Administração Privada quanto à actuação


dos seus membros?

Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na


administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública
só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer
assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”.

8. Querendo o Município de Maputo vender bens apreendidos em via pública, que


procedimento de licitação deverá adoptar?

Leilão, cujo edital deve ser amplamente divulgado no município.

9. O que são Políticas Públicas?

Políticas Públicas são definidas como o nexo entre teoria e acção do Estado ou o que os
governos fazem, por que o fazem e que diferença faz a acção governamental para a
sociedade e seus problemas. Políticas Públicas são o resultado de um processo que busca
alinhar as preferências dos agentes com os interesses das organizações e instituições.

10. Porquê avaliar Políticas Públicas?

Resposta:
saber se as mudanças propostas em seu desenho e objetivo foram alcançadas, ou não, e
ainda ter a certeza de que as mudanças ocorridas podem ser atribuídas à existência do
programa. Há uma tendência global em, ao invés de se mensurar a quantidade de
insumo e produto gasto em um programa, como era feito, se avaliar o impacto do
mesmo. Avaliar uma política é garantir que os programas atingiram objectivo de
melhoria e bem estar.
A importância de se avaliar uma política pode ser definidas em três pontos básicos:
 São ferramentas para verificar e melhorar a qualidade, eficácia e efetividade das
políticas públicas.
 Elas podem ser usadas para confirmarem se a política está sendo bem
implementada em seu processo, para corrigir eventuais problemas e falhas, a fim
de ter o maior resultado com o menor custo possível (maior custo-benefício)
desde o começo ao fim do programa.
 Auxiliam outras políticas semelhantes ao redor do mundo, contribuindo com o
desenvolvimento da Gestão Pública.

11. Quais são os tipos de avaliação de Programas em Políticas Públicas?

Existem diversos tipos de avaliação de programas.


A avaliação de necessidades (ex-ante) define e descreve a população alvo a ser atendida
pelo programa e determina as políticas necessárias para a solução das necessidades. A
diferença entre os resultados atuais e os resultados desejados.
A avaliação teórica trata da explicação por trás das mudanças ocorridas por conta da
existência do programa, falaremos com mais detalhes em um próximo texto.
A avaliação de processos é realizada durante o funcionamento do programa e procura
descrever se o desenho e os objetivos iniciais do programa estão sendo implementados da
maneira correta, se os recursos estão sendo bem geridos, e se todo o programa está sendo
posto em prática da maneira correta.
A avaliação de eficiência trata da análise custo -benefício (ex-ante, anterior ao programa)
do programa e do seu custo efetividade (ex-post, após o programa) do programa. Por fim,
temos a avaliação de impacto, que será objeto de análise a seguir.
A avaliação de impacto é uma forma de mensurar os resultados que podem ser atribuídos à
existência de um programa, além de permitir medir a sua eficiência e contabilizar o seu
custo de oportunidade. Avaliar o impacto ajuda a melhorar o desenho dos programas
sociais e aumentar a eficiência do gasto público. Permite também testar uma inovação no
desenho para melhorar um programa existente. São resultados que envolvem aspectos
quantitativos, quando trata de números, e qualitativos, quando a partir dos números cria-se
uma teoria para explicar as mudanças ocorridas.
12. Quais são as características que uma política pública deve ter para seja realizada uma
avaliação de impacto?
As características que uma política pública deve ter para que seja realizada uma avaliação
de impacto são:
 Inovadora. Ela testará uma abordagem nova e promissora.
 Replicável. Ela pode ser ampliada para vários grupos ou pode ser aplicada em uma
configuração ou em um ambiente diferente.
 Estrategicamente relevante. As evidências fornecidas pela avaliação de impacto
orientarão uma importante decisão referente à intervenção. Essa decisão pode estar
relacionada à expansão do programa, à sua reformulação ou a alocações
orçamentárias.
 Não testada. Pouco se sabe sobre a efectividade do programa ou sobre as formas
alternativas de desenho do programa, tanto em nível mundial quanto em um contexto
específico.
 Influente. Os resultados serão utilizados para fundamentar e orientar as decisões
sobre políticas públicas.”
13. Quais são as funções de Administração?
 Planeamento
 Organização
 Direcção
 Controlo
14. Explique as actividades de uma das funções.

Planeamento:
 Decisão sobre missão e formulação de objectivos
 Definição de planos para alcance dos objetivos
 Programação de actividades
Organização
 Alocar recursos e actividades para atingir os objectivos
 Dividir o trabalho e designar as actividades
 Agrupar as actividades em órgãos e cargos
 Atribuições de autoridade e responsabilidade
Direcção
 Designar pessoas e preencher cargos
 Coordenação de esforços em direcção aos objectivos
 Comunicação, liderança e motivação do pessoal
Controlo
 Definição de padrões
 Monitorar o desempenho
 Correção de desvios
 Garantir a conformidade do planeamento

15. Explique com detalhe a função Organização.

A organização é o processo de criar uma estrutura organizacional estável e dinâmica, por


meio da qual se define o trabalho que as pessoas devem realizar.
Essa estrutura é a chamada estrutura organizacional.
Neste contexto, toda organização apresenta uma estrutura, algumas mais complexas,
outras menos. O resultado desse processo de criação é a divisão de um todo em partes,
considerando-se um conjunto de critérios ou princípios de classificação.
Portanto, em termos organizacionais, podemos estabelecer sua estrutura definindo com
precisão as responsabilidades - obrigações, funções, papéis, deveres e tarefas que pessoas
ou grupos têm -, a autoridade - refere-se ao poder de decisão investido em uma pessoa ou
grupo - e a estrutura de comunicação disponível - a interligação das unidades de trabalho,
possibilitando uma ação coordenada.

16. De que depende a estrutura organizacional de uma organização?


 Dimensão da organização
 Complexidade das actividades
 Número de subordinados
 Tipo de actividades, produtos ou serviços

17. Quais são as actividades desenvolvidas ao nível estratégico de uma organização?

As políticas e diretrizes da organização são construídas no nível estratégico, pois são


diretrizes institucionais que orientam a distribuição formal do poder dentro da empresa,
procedimentos de rotina que orientam os processos e as actividades que levam a cumprir
os objcetivos de caráter definitivo. Logo, é uma acção típica do nível estratégico.
O plano estratégico (que envolve a formalização do planeamento estratégico) consiste em
elaborar objectivos que visem à relação da organização com seu ambiente externo,
levando em conta as oportunidades e os desafios internos e externos. É o planeamento
determinante para o futuro da organização como um todo, já que envolve a tomada de
decisão sobre os objectivos estratégicos e estratégias de longo prazo.

18. Quais são os aspectos de nível estratégico que os gestores séniores do Município deveriam se
concentrar?

 Definição dos objectivos estratégicos do Município


 Definição da Missão e Visão do Município
 Elaboração dos Planos Estratégicos
 Orientação das actividades estratégicas com impacto para o Município
 Controlo do cumprimento dos objetivos estratégicos

19. O que são Finanças Públicas?


20. O que entende por Contabilidade Pública?
Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contabilística que aplica na administração
pública as técnicas de registro dos actos e factos administrativos, apurando resultados e
elaborando relatórios periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro, os
princípios gerais de finanças públicas e os princípios de contabilidade”.
A Contabilidade Pública pode ser definida como o ramo da ciência contabilística que
controla o patrimônio público, evidenciando as variações e os consequentes resultados,
inclusive sociais, decorrentes dos actos e factos de natureza orçamentária, financeira e
patrimonial nas entidades de Administração Pública.

21. Qual é o objecto da Contabilidade Pública? Defina o objecto da Contabilidade Pública

Resposta: O objecto da Contabilidade Pública é o Património Público. Patrimônio


Público: o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não,
adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do
sector público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro,
inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração económica por entidades do
sector público e suas obrigações.
22. Qual é o campo de aplicação da Contabilidade Pública?

O campo de aplicação da Contabilidade Pública, engloba:


 órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público;
 órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito privado que recebam, guardem,
movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na
execução de suas atividades; e
 as pessoas físicas que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público.

23. Qual é a relevâcia da Contabilidade Pública no âmbito do Sistema de Administração


Financeira do Estado?
A relevância da Contabilidade Pública no âmbito do Sistema de Administração
Financceira do Estado (SISTAFE) prende-se com a introdução do método Digráfico
que consiste na integração da contabilidade orçamental com a contabilidade
patrimonial e analítica. Neste sentido a contabilidade pública no âmbito do SISTAFE
permitiu:
Estabelecimento de regras e procedimentos
 Respeito pelos princípios contabilísticos
 Racionalização das dotações aprovadas e gestão de tesouraria
 Uniformização de critérios de previsão
 Obtenção de elementos para a contabilidade nacional
 Informação patrimonial
 Proporcionar a informação necessária para a elaboração das contas finais do
exercício e dos documentos que devam remeter-se ao Tribunal de
Administrativo (TA) e à Inspecção Geral de Finanças (IGF) por todas as
instittuições Públicas;
 Prestar a informação económico-financeira que seja necessária para a tomada
de decisões, quer de natureza política, quer de gestão
 Melhorar a transparência na gestão dos recursos públicos e nas relações
financeiras do Estado
 Permitir a verificação da legalidade, regularidade financeira e eficácia das
operações;
 Registar a execução do Orçamento e determinar os resultados orçamentais;
 O controlo do endividamento e o acompanhamento individualizado da situação
orçamental;
 Proporcionar a elaboração do Balanço das entidades, revelando a composição e
valor do património, bem como a sua evolução;
 Possibilitar o inventário e o controlo do imobilizado;
 Determinar os resultados analíticos, pondo em evidência;
 Os custos e, em alguns casos, os proveitos e o resultado de cada bem, serviço ou
actividade;
24. Enumere alguns princípios contabilísticos do Orçamento de Estado.
 Anualidade
 Integralidade (Universalidade e Unidade)
 Especificação
 Não Compensação;
 Não Consignação;
 Publicidade ;
 Equilíbrio Orçamental

Explicações:

 anualidade, nos termos do qual o Orçamento tem um período de validade e de


execução anual, sem prejuízo da existência de programas que impliquem
encargos plurianuais;
 unidade, na base do qual o Orçamento é apenas um;
 universalidade, pelo qual todas as receitas e todas as despesas que determinem
alterações ao património do Estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas;
 especificação, segundo o qual cada receita e cada despesa deve ser
suficientemente individualizada;
 não compensação, através do qual as receitas e as despesas devem ser inscritas
de forma ilíquida;
 não consignação, por força do qual o produto de quaisquer receitas não pode ser
afectado à cobertura de determinadas despesas específicas;
 equilíbrio, com fundamento no qual todas as despesas previstas no Orçamento
devem ser efectivamente cobertas por receitas nele inscritas;
 publicidade, em conformidade com o qual a Lei Orçamental, as tabelas de
receitas e as tabelas de despesas e bem assim as demais informações económicas
e financeiras julgadas pertinentes devem ser publicadas em Boletim da
República.

25. Explique a relevância do Princípio da Não Consignação de Receitas.

O princípio da Não Consignação define que, para além da regra da universalidade,


as receitas públicas devem ser indiscriminadamente destinadas à cobertura das
despesas, e não quaisquer receitas afectadas à cobertura de despesas em especial.
Ou seja uma receita cobrada pelo Estado (Ex: Imposto de Veículos) não deve ser
atribuída a qualquer despesa específica. Mas agrupada na Conta Única do Estado e
repartida para todas as despesas.

26. O Estado Moçambicano submete à aprovação da Assembleia da República o seu


orçamento anual. Porquê? Apresente todos os argumentos que justificam tal acto. (2.0
valores)

O orçamento de Estado é uma previsão, em regra anual, das despesas a realizar pelo
Estado e dos processos de as cobrir, incorporando a autorização concedida à
Administração Financeira para cobrar as receitas e realizar despesas e, limitando os
poderes financeiros da Administração em cada período anual. Assim, qualquer
alteração do Orçamento deve ser autorizada pela Assembleia da República. Este
facto respeita também ao princípio da Anualidade que traduz-se no facto do
Orçamento do Estado ter um período de validade correspondente ao ano civil o que
implica uma votação anual do Orçamento pela Assembleia da República. Estamos
perante um sistema de Orçamento de Gerência.

27. Qual das Despesas públicas (Efectivas ou Não Efectivas) não alteram o patrimônio
público?

Na classificação quanto ao impacto na situação líquida patrimonial, utilizada para fins


contabilísticos, temos:
 Despesas Efetivas → despesas que contribuem para a diminuição do
patrimônio líquido do Estado. Constitui facto contabilístico modificativo
diminutivo. Em geral, coincide com a Despesa Corrente. No entanto, há
despesa corrente não efectiva, como, por exemplo, a despesa com a aquisição
de materiais para estoque e a despesa com adiantamento.
 Despesas Não Efectivas → aquelas que não alteram o patrimônio líquido do
Estado. Constitui facto contabilístico permutativo. São conhecidas também por
despesa por mutação patrimonial. Em geral, coincide com a Despesa de
Capital.

28. Qual é a legislação específica usada para a execução da despesa, Gestão do Património
Público e Procurement da Autarquia de Maputo?

 Lei n. 09/2002, de 12 de fevereiro, que aprova o Sistema de Administração Financeira


do Estado (SISTAFE);
 Decreto 23/2004, de 20 de agosto, que aprova o Regulamento do o Sistema de
Administração Financeira do Estado (SISTAFE);
 Lei 01/2008, de 16 de janeiro, Lei de Finanças Autárquicas.
 Lei 05/2016, de 8 de março, Lei de Contratação de Empreitas de Obras Públicas,
Fornecimento de Bens e Serviços ao Estado;
 Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, Regulamento do Património Público

29. Quais são as fases de execução de uma despesa pública?


 Cabimento, Liquidação e Pagamento
A realização das despesas compreende as três fases seguintes:
o cabimento, acto administrativo de verificação, registo e cativo do valor do
encargo a assumirpelo Estado;
o liquidação, apuramento do valor que efectivamente há a pagar e emissão
da competente ordem de pagamento;
o pagamento, entrega da importância em dinheiro ao titular do documento
de despesa.
30. Quais são as fases de arrecadação de uma receita pública?
 Lançamento, Liquidação e recebimento

31. É possível uma unidade orgânica efectuar o pagamento de uma despesa pública e depois
organizar o respectivo processo administrativo? Se sim porquê? E se não porquê?
 Não é possível porque deve-se respeitas das fases da despesa. Apenas entidades que
estejam a executar o seu orçamento na via indirecta é que podem receber
adiantamento de fundos. Este mecanismo exige a prestação de contas do fundo.

32. Quais são os regimes jurídicos da contratação pública?

 Geral
 Especial; e
 Excepcional.
33. Quando se aplica o regime especial na Contratação pública?

 Contratação decorrente de tratado ou de outra forma de acordo internacional entre


Moçambique e outro Estado ou organização internacional, que exija a adopção de regime
específico; e
 Contratação realizada no âmbito de projectos financiados, total ou substancialmente, com
recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de
cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral, quando a adopção de
normas distintas conste, expressamente, como condição do respectivo acordo ou contrato.

34. Conhece alguma modalidade de contratação pública prevista no Decreto 5/2016, de 8 de


Março? Se sim apresente pelo menos três.

 Concurso com prévia qualificação;


 Concurso Limitado;
 Concurso em Duas Fases;
 Concurso por Cotações;
 Concurso por Lances;
 Concurso de Pequena Dimensão;
 Ajuste Directo

35. Quais são os documentos exigidos na cabimentação de uma despesa?


 Proposta de aquisição;
 Processo de despesa;
 Requisição externa;
 Documento comprovativo do fornecimento/entrega do bem/serviço à entidade;
 Factura, recibo, nota de crédito e/ou nota de débito;
 Documento comprovativo do pagamento;
 Documentos do sistema informático com informação respeitante ao cabimento,
compromisso, liquidação e pagamento;
 Informação relativa às autorizações de despesa e de pagamento.

CONTABILIDADE E AUDITORIA
Perguntas Introdutórias ou de ambientação.
1. O que faz no seu dia a dia?
2. Por que é que quer este emprego?
3. O Que sabe do Município de Maputo em termos contabilísticos?
4. Qual é a sua expectativa futura de vida?
5. Qual é a sua experiência na área de contabilidade ou auditoria?
6. Já usou algum pacote contabilístico? Qual? Como funciona?
7. Que qualidades têm que fariam de si um bom contabilista ou auditor?
8. Qual é o maior desafio que um profissional contabilista ou auditor enfrenta nos dias actuais?
9. Já preparou algum relatório contabilístico ou financeiro? Quando e onde? Quais foram os
resultados do trabalho realizado?
10. Como se sentirias em trabalhar para alguém que sabe menos que você?

Matérias específicas de Contabilidade


1. Quais são os ramos da Contabilidade?
Contabilidade Financeira
2. O que são princípios contabilísticos geralmente aceites (PCGA)?

A expressão “princípios contabilísticos geralmente aceites”, “pretende significar que um


organismo contabilístico normalizador, com autoridade e de larga representatividade,
estabeleceu um princípio contabilístico numa dada área ou aceitou como apropriado
determinado procedimento ou prática, atendendo à sua aplicação universalmente
generalizada e ao seu enquadramento na estrutura conceptual”.

3. Quais são os princípios de contabilidade geralmente aceites (PCGA)?


São estes:
 O princípio da continuidade;
 O princípio da consistência;
 O princípio da especialização (ou do acréscimo);
 O princípio do custo histórico;
 O princípio da prudência;
 O princípio da substância sobre a forma; e
 O princípio da materialidade.

4. Explique pelo menos um dos princípios contabilísticos.

5. Já ouviu falar do PGC-NIRF aprovado pelo Decreto 70/2009, de 22 de dezembro? Como está
estruturado?

 Estrutura Conceptual
 Normas
6. O que é estrutura conceptual no PGC e qual é a sua importância?

Resposta: estrutura conceptual é o quadro ou constituição da contabilidade, como um


sistema hierárquico, coerente de objectivos e regras interrelacionadas que descrevem a
natureza, função e limites da informação financeira.
A estrutura conceptual apresenta:
 O objectivo das demonstrações financeiras;
 As características qualitativas que determinam a utilidade da informação nas
demonstrações financeiras;
 A definição, reconhecimento e valorimetria dos elementos a partir dos quais se
constróem as demonstrações financeiras; e
 Os conceitos de capital e de manutenção de capital.

Em termos de importância, o quadro conceptual:


 promove a comparabilidade da informação financeira;
 aumenta a sua capacidade de compreensão e acresce a confiança dos utilizadores
na mesma;
 facilita ainda o tratamento contabilístico da informação financeira já que permite
dispor de um quadro de referência subordinado aos objectivos dessa mesma
informação.

7. O que são políticas contabilísticas?

As políticas contabilísticas, correspondem aos “princípios, regimes, convenções,


regras e práticas específicas adoptadas por uma empresa na preparação e apresentação
das demonstrações financeiras”.

8. Quais são os objetivos da informação financeira?


As demonstrações financeiras devem proporcionar informação acerca da posição
financeira, das alterações desta e dos resultados das operações, para que sejam úteis a
investidores, a credores e a outros utentes, a fim de investirem racionalmente,
concederem crédito e tomarem decisões; contribuem assim para o funcionamento
eficiente dos mercados de capitais.”
O objectivo das demonstrações financeiras em termos gerais é o de proporcionar
informação acerca da posição financeira, do desempenho e de fluxos de caixa de uma
empresa que seja útil a uma larga faixa de utentes na sua tomada de decisões
económicas.

9. Quais são as características qualitativas da informação financeira?


A informação deve ser compreensível aos que a desejem analisar e avaliar, ajudando-os
a distinguir os utentes de recursos económicos que sejam eficientes, dos que o não sejam,
mostrando ainda os resultados pelo exercício da gerência e a responsabilidade pelos
recursos que lhe foram confiados.
O PCG-NIRF refere que a qualidade essencial da informação, proporcionada pelas
demonstrações financeiras, é que esta seja compreensível aos utentes, sendo a sua
utilidade determinada pelas seguintes características:
a) Compreensibilidade: A informação deve ser rapidamente compreensível pelos seus
utentes, o que requer que os mesmos possuam conhecimento razoável das realidades
económicas e empresariais e do seu reflexo contabilístico.
b) Comparabilidade: Os utilizadores da informação devem ser capazes de comparar as
DF:
i. através do tempo;
ii. as demonstrações financeiras de diferentes empresas.

c) Relevância : A informação é materialmente relevante (materialidade) quando possui


a capacidade de exercer influência sobre as decisões económicas dos utilizadores,
ajudando-os a avaliar os acontecimentos passados e presentes (valor confirmatório)
ou futuros (valor preditivo). Logo os aspectos preditivos e confirmatórios da
informação encontram-se interrelacionados. Considera-se que a informação é
materialmente relevante se a sua omissão, ou inexactidão, influenciarem as decisões
económicas dos utentes através da análise das demonstrações financeiras.
d) Fiabilidade: A informação é fiável, ou digna de confiança, quando:
i. se encontre livre de erros materiais e preconceitos (neutralidade), ou seja, não
deve influenciar a tomada de uma decisão ou de um juízo a fim de atingir um
resultado ou efeito predeterminado;
ii. os utilizadores possam ter confiança de que esta representa a imagem fiel da
realidade que pretende representar ou se espera que represente (representação
fiel);
iii. os acontecimentos sejam contabilizados de acordo com a sua substância e
realidade económica e não meramente sob a sua forma legal (substância sobre a
forma);
iv. sejam reconhecidas as incertezas que rodeiam os acontecimentos (prudência) e se
incluam todos os acontecimentos (seja completa), dentro dos limites da
materialidade e do seu custo/benefício. Entenda-se prudência como a inclusão de
um grau de precaução nas contas, ao se fazerem estimativas requeridas em
condições de incerteza. No entanto, a aplicação da prudência não permite, por
exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação
deliberada de activos ou de proveitos, ou a deliberada sobreavaliação de passivos
e custos, porque em tais casos, as demonstrações financeiras não seriam neutras
e, portanto, não teriam a qualidade da fiabilidade.

10. Quais são os sistemas de inventários existentes?


 Sistema de Inventário Permanente
 Sistema de Inventário Periódico ou intermitente
11. Qual é a importância da Contabilidade numa organização pública?
12. O que é um activo no âmbito do PGC-NIRF?
Activos são recursos controlados por uma empresa, em resultado de eventos passados, e
em relação aos quais são esperados benefícios económicos futuros a fluir para a empresa,
e que sejam Quantificáveis.
Activos são benefícios económicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma
entidade particular, como resultado de transacções ou eventos passados
13. O que são activos correntes?

Os parágrafos 37 da NCRF 1, Classificam activos correntes como sendo:

a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no


decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b) Está detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;
ou
d) É caixa ou seu equivalente, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para
liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

14. O que são activos não correntes?


Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes quando têm carácter
de permanência e continuidade, ou seja, espera-se que não sejam realizados (vendidos ou
consumidos) no decurso normal do ciclo operacional da entidade. Correspondem, por isso,
a activos não correntes, esperando-se a sua permanência na entidade por um período
superior a 12 meses.
15. O que é um passivo?
Passivos são obrigações presentes da empresa, resultantes de eventos passados, da
liquidação dos quais se espera que resulte uma saída de recursos da empresa que
incorporem benefícios económicos.
Passivos são sacrifícios futuros prováveis, de benefícios económicos relativos a obrigações
presentes, de uma entidade transferir activos ou prestar serviços a outras, no futuro, em
resultados de transacções ou eventos passados.
16. O que são capitais próprios?
Capital próprio é o valor residual dos activos da empresa após a dedução de todos os seus
passivos.
17. O que são Proveitos?
Proveitos (income) são aumentos nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de influxos ou melhorias de activos ou de diminuições de passivos
que resultem em aumentos do capital próprio, que não sejam os relacionados com as
contribuições dos sócios.
A definição de proveitos engloba os réditos (revenue) que resultam da actividade normal
da empresa e os ganhos (gains) que podem, ou não, provir da actividade normal da
empresa

Réditos (revenue) são “inflows” ou aumentos de activos de uma entidade ou diminuições


de passivos durante o período, resultantes da entrega ou produção de bens, prestação de
serviços ou outras actividades que constituam a actividade ordinária ou central da
entidade.
Os ganhos (gains) são aumentos do capital próprio resultantes de transacções periféricas
ou acidentais da entidade, excepto aquelas que resultarem de réditos ou investimento dos
proprietários.

18. O que são Custos?


Custos (expenses) são diminuições nos benefícios económicos futuros durante o período
contabilístico na forma de “exfluxos” ou de redução de activos ou na inocorrência de
passivos que resultem em diminuições de capital próprio, que não sejam as relacionadas
com as distribuições aos sócios.
A definição de custos engloba quer os custos que resultem da actividade normal de uma
empresa (ordinary expenses) quer as perdas (losses)

Custos (expenses) são “outflows” ou outra utilização dos activos ou aumento de passivos
durante o período, resultantes da entrega ou produção de bens, prestação de serviços ou
outras actividades que constituam as operações centrais e principais da entidade.
Perdas (losses) são diminuições do capital próprio resultantes de transacções periféricas
ou acidentais da entidade, excepto aquelas que resultarem de réditos ou investimento dos
proprietários
19. Já elaborou uma reconciliação bancária? Qual é a estrutura de uma reconciliação bancária?

As reconciliações devem obedecer uma apresentação formalizada e revistas por alguém de


competências para tal. O modelo preconizado consiste em partir do saldo do banco e
chegar ao da empresa ou vice versa, justificando todos os itens de reconciliação
(diferenças existentes), cheques pendentes e aconselha-se elaborar uma lista auxiliar.

As reconciliações bancárias devem ser feitas mensalmente em todas contas de depósito a


ordem, por alguém que não tenha responsabilidade de contabilização e salvaguarda dos
activos.
20. Apresente e explique as demonstrações financeiras previstas no PGC – NIRF?
Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui o balanço, as demonstrações
dos resultados (por naturezas e por funções), o anexo ao balanço e à demonstração dos
resultados, a demonstração dos fluxos de caixa e o respectivo anexo e a Demonstração de
alteração de capital próprio.

 Balanço – representa a posição financeira de uma entidade num determinado momento


e proporciona informação sobre os recursos económicos que a entidade controla, sua
estrutura financeira, sua liquidez e solvência.

 Demonstração de resultados – proporciona informação sobre o desempenho financeiro


de uma entidade.

 Demonstração de alteração de capital próprio – proporciona informação sobre


alterações nos recursos da entidade, a capacidade para gerar fluxos financeiros no
futuro a partir dos recursos existentes e o grau de eficácia com que poderá utilizar os
recursos adicionais.

 Demonstração de fluxos de caixa – proporciona informação sobre como a entidade


gera e utiliza caixa e equivalentes de caixa nas suas actividades operacionais, de
investimento e de financiamento.

 Notas às DF`s – representam o resumo de políticas contabilísticas significativas e outras


notas explicativas relevantes.

21. Qual é a importância da demonstração dos fluxos de caixa

Uma demonstração de fluxos de caixa, quando usada juntamente com o restante das
demonstrações financeiras, proporciona:
 A informação que facilita aos utentes avaliar as alterações nos activos líquidos de
uma empresa, a sua estrutura financeira (incluindo a sua liquidez e solvência) e a sua
capacidade de afectar as quantias e a tempestividade dos fluxos de caixa afim de se
adaptar às circunstâncias e oportunidades em mudança.
 A informação de fluxos de caixa é útil na determinação da capacidade da empresa de
gerar dinheiro e seus equivalentes e facilitar aos utentes desenvolver modelos para
determinar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes
empresas.
 Aumenta também a comparabilidade do relato do desempenho operacional por
diferentes empresas porque elimina os efeitos do uso de diferentes tratamentos
contabilísticos para as mesmas operações e acontecimentos.
22. Quais são os pressupostos básicos para a elaboração das demonstrações financeiras.
A estrutura conceptual exige que as DF,s sejam apresentadas tomando em consideração
os pressupostos de regime de acréscimo e continuidade.
O regime de acréscimo prevê que as transacções e eventos devem ser reconhecidos no
período em que ocorrem, independentemente do recebimento ou pagamento de caixa ou de
equivalente de caixa e devem ser registados e reportados nas DF’s dos períodos com os
quais se relacionam.
O regime de continuidade exige que as DF’s sejam preparadas no pressuposto de que a
empresa está em continuidade e continuará a desenvolver normalmente as suas
actividades no futuro previsível. Assim, assume-se que a entidade não tem intenção, nem
necessidade de cessar as suas operações ou de reduzir significativamente o seu volume de
transações.

23. Quais são as bases para a mensuração dos elementos das demonstrações financeiras (critérios
valorimétricos)
Os elementos das demonstrações financeiras podem ser mensurados pelas seguintes bases
de mensuração:
 Custo histórico;
 Custo corrente;
 Valor realizável;
 Valor presente;
 Justo Valor.

24. O que entende por justo valor?


Justo valor é a quantia pela qual um bem (ou serviço) poderia ser trocado, entre um
comprador conhecedor e interessado e um vendedor nas mesmas condições, numa
transacção ao seu alcance.

Matérias Específicas de Auditoria

1. O que entende por Auditoria?


2. O que é auditoria Interna?
3. O que é uma auditoria externa?
4. O que é uma asserção em auditoria?
5. Quais os tipos de procedimentos de auditoria?
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem a obtenção de
evidências para fundamentar a opinião do auditor, dividindo-se em testes de observância e
testes substantivos.
Os principais testes de observância são: testes de compras, testes de vendas, testes de
custos e testes de pessoal. Para realizar estes testes, o auditor utiliza os programas de
auditoria ou programas de trabalho.

a. Exame físico. ...


b. Confirmação. ...
c. Conferência dos Cálculos. ...
d. Exame da escrituração. ...
e. Investigação Minuciosa. ...
f. Inquérito. ...
g. Exame de Registros Auxiliares.

Nota: Pode-se convidar o candidato a Explicar um dos tipos

EXAME FÍSICO E CONTAGEM FÍSICA


É a verificação in loco. Proporciona ao auditor a formação de opinião quanto a existência
física do objeto ou item examinado. Esse procedimento é utilizado para as contas do activo e
consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações contabilísticas. Esse
procedimento deve conter as seguintes características:

 Identificação - comprovação, por meio do exame visual, do item específico a ser


examinado;
 Existência física - comprovação, por meio da constatação visual, de que o objeto ou
item examinado existe realmente;
 Autenticidade - poder de discernimento de que o item ou objecto examinado é fidedigno;
 Quantidade - apuração das quantidades reais existentes fisicamente;
 Qualidade - exame visual de que o objecto examinado permanece em uso, não está
deteriorado e merece fé;

Dessa forma, o exame físico compreende contagem, identificação, verificação de pleno uso e
qualidade do bem. A efetividade de aplicação dessa técnica limitada a bens corpóreos ou que
possam ser objeto de qualquer prova tangível de sua existência. Sua utilidade abrange a coleta
de evidências sobre os bens integrantes do ativo permanente, estoques, numerários em mãos,
títulos negociáveis e outros valores mobiliários.

A existência física serve para determinar que os registros Contabilístico estão corretos e seus
valores adequados, em função da qualidade do item examinado.

Activos que normalmente são submetidos à contagem física pelo auditor:

 Dinheiro em caixa (contagem de caixa);


 Estoques (contagem de estoques);
 Títulos (Contagem de investimentos: acções, títulos de aplicações financeiras etc);
 Bem do activo imobilizado (contagem de bens do activo imobilizado)
 Cautela de acções de capital (Contagem de cautela de ações de capital).

CONFIRMAÇÃO COM TERCEIROS (CIRCULARIZAÇÃO)


Implica a obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas independentes à empresa e que
estejam habilitadas para confirmar. Consiste na obtenção, pelo auditor, de uma declaração
escrita, junto a fontes externas capacitadas para tanto. Consiste na corroboração por escrito de
terceiros, em relação a determinadas informações de interesse.

É utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de correspondência (carta), bens de
propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações.

A evidência corroborativa obtida de fontes independentes externas à empresa proporciona


maior segurança, para fins de uma auditoria independente do que aquela obtida exclusivamente
dentro da empresa.
O terceiro pode ser solicitado a:
 Fornecer informações abrangentes (forma indefinida ou positiva em branco);
 Confirmar a informação constante na solicitação ou esclarecer a razão da incorreção
(forma positiva ou positiva em preto).
 Responder apenas se a informação constante na solicitação for incorreta (forma
negativa).
O documento com a declaração deve seguir diretamente para o auditor, sem interferência da
empresa auditada.
O pedido de informações a fonte externa deve ser preparado por um funcionário da empresa,
sob a atenta supervisão do auditor. Essa técnica permite reunir evidências sobre a
fidedignidade dos saldos das contas a receber e a pagar, saldos bancários, contas de
empréstimos, estoques em poder de terceiros, passivos contingentes, coberturas de seguros e
credores em geral.
Para a aplicação dessa técnica de confirmação, o auditor leva em consideração os seguintes
aspectos:
 Data-base de confirmação;
 Amplitude do teste de confirmação;
 Tipo de confirmação a ser empregado.

 
A data-base e amplitude do teste de confirmação são dependentes da avaliação e efetividade dos
controles internos.
Cuidados necessários para assegurar a eficácia da técnica de confirmação com terceiros
(circularização):
 O auditor seleciona os saldos sobre os quais ele julga necessário obter confirmação. São
usados formulários impressos para os pedidos de confirmações. O cliente prepara as
cartas com o pedido de confirmação, assina e as envia ao auditor, para aprovação final.
O auditor confere o nome da fonte externa, endereço, valores e outros detalhes, de forma
a evitar qualquer problema que possa provocar resposta incorreta.
 O auditor coloca a carta no envelope com os dados do destinatário, tendo cuidado de
indicar seu endereço como remetente, para a eventualidade de devolução por incorreção
de endereço ou nome da fonte consultada. O auditor também põe a correspondência no
correio, tarefa esta que pode ser deixada por conta do cliente.
 O auditor deve anexar ao pedido de confirmação um envelope de porte pago, contendo
seu nome e endereço, para assegurar que a resposta será enviada diretamente a seu
escritório, sem qualquer interceptação.
 Ao receber as respostas, o auditor concilia as informações assim obtidas com os
registros Contabilístico do cliente, analisando minunciosamente qualquer discrepância.
 A falta de resposta pode ensejar a repetição do pedido. Persistindo o fato, o auditor após
autorização do cliente, pode dirigir-se pessoalmente à fonte externa, afim de obter a
confirmação desejada.
 As confirmações de contas do activo indicam sempre o valor do saldo na conta desejada,
de acordo com os registros do cliente e sua composição, solicitando-se à fonte externa
confirmação para estes dados.
 As circularizações de contas passivas não devem trazer indicação do valor devido
conforme os livros, ou a natureza do débito, solicitando à fonte externa que preste esse
tipo de informação.

Tipos de confirmação

O auditor dispõe de dois tipos diferentes de circularização:


Circularização positiva; e
Circularização negativa

Circularização do tipo positiva - é utilizada quando há necessidade de resposta da pessoa de


quem quer se obter uma confirmação formal. É o que traz mais subsídios uma vez que há a
evidência através de resposta formal de quem se quer obter retorno.

Este pedido pode ser usado de duas formas:


o Branco - quando não se colocam valores nos pedidos de confirmação e
o Preto - quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.

Circularização do tipo negativa - utilizado somente quando a resposta for necessária em caso
de discordância da pessoa de quem se quer obter confirmação, ou seja, na falta de confirmação,
o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação.
O pedido de confirmação negativa é geralmente usado como complemento do pedido de
confirmação positivo e deve ser expedido em carta registrada para se assegurar que a pessoa
receberá o pedido de confirmação.
É recomendável que o auditor determine adequadamente o tipo de confirmação necessária,
podendo utilizar ambos os tipos de confirmação.

  Controlo das confirmações


Após a seleção dos itens a serem confirmados, o auditor deve exercer controle rigoroso quanto
ao despacho dos pedidos de confirmação e o efetivo recebimento das respostas. Dessa forma, o
auditor deve manter as seguintes informações:
 Seleção criteriosa dos itens a serem confirmados;
 Preenchimento das cartas de pedidos de confirmação, com as datas determinadas como
base para o procedimento de confirmação/
 Revisão detalhada pelo auditor, da datilografia, quanto ao nome e endereço da pessoa
selecionada, data-base do pedido de confirmação e as assinaturas autorizadas.
  Controle dos pedidos de confirmação a serem despachados;
 Envelopamento das circulares, colocação do envelope de retorno (carta resposta porte
pago), selagem e postagem;
 Verificação das confirmações recebidas e despacho do 2º pedido para as não
respondidas;
 Confirmação pessoal para os pedidos de confirmação não respondidas ao 1º e 2º
pedidos; e
 Procedimento alternativo de verificação para as respostas não recebidas, através de 1º e
2º pedidos de confirmação pessoal
Com relação à confirmação positiva, o auditor deve envidar esforços para a obtenção de uma
resposta, utilizando o 1º pedido de confirmação, o 2º pedido de confirmação ou a confirmação
pessoal junto à empresa da qual se queira resposta.
Exemplos de itens que normalmente são submetidos à confirmação pelo auditor:
 Dinheiro em conta corrente bancária;
 Contas a receber de clientes;
 Estoque em poder de terceiros;
 Títulos em poder de terceiros;
 Contas a pagar a fornecedores;
 Empréstimos a pagar.

EXAME DOS DOCUMENTOS ORIGINAIS OU INSPEÇÃO DE DOCUMENTOS


 Trata-se de procedimento voltado para a comprovação das transações, que por
exigências legais, comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos
comprobatórios destas transações.
 A documentação hábil ou suporte acompanha e atesta a idoneidade da realização das
transações comerciais, sendo a base de inúmeras ocorrências contabilístico, fiscais e
legais.
 Os documentos representam os comprovantes hábeis que suportam os lançamentos
contabilístico nas contas de ativo, passivo, receita e despesa. O auditor examina esses
documentos com o objetivo de constatar a veracidade dos valores registrados.

Tipos de Documentos
 Documentos internos-são aqueles produzidos pela própria empresa.
 Documentos externos-fornecidos por terceiros à empresa, normalmente comprovando
algum tipo de transação.
Exemplos de documentos internos:
 Relatório de despesas;
 Boletim de caixa
 Mapas demonstrativos (apropriação de custos, depreciação, amortização etc)
 Requisição de compras;
 Mapa de licitação de compras;
 Registro de empregados;
 Folha de pagamento;
 Livros sociais (atas de reunião de acionistas, conselho de administração, diretoria e
conselho fiscal)
Exemplos de documentos externos:
 Facturas;
 Apólice de seguro;
 Contratos;
 Escrituras de imóveis;
 Certificados de propriedade de veículos;

O exame realizado pelo auditor sobre tais documentos deve atender às seguintes condições:
 Autenticidade - verificar se a documentação examinada é fidedigna e merece fé;
 Normalidade - verificar se a transação é adequada em função da atividade da empresa;
 Aprovação -verificar se a transação e documentação suporte foram aprovadas por
pessoa autorizada.
 Registro-comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é hábil
e houve correspondência contábil, fiscal etc.
Exemplo: Exame dos documentos originais referente a compra de activo imobilizado.
Factores a serem observados em relação à documentação suporte:
 Autenticidade - confrontação com os recibos, quitados e emitidos por fornecedores
fidedignos.
 Normalidade - verificar se aquisições de itens do imobilizado são normais em relação à
atividade da empresa se são utilizados para a elaboração de produtos destinados a
venda que fazem parte de seu objeto social.
 Aprovação - verificar se existe aprovações de pessoas responsáveis pela administração
da empresa e;.
 Registro - verificar se estão registradas em contas adequadas de ativo permanente de
imobilizado.

Com a devida atenção, o auditor verificará:


 Se o documento é legítimo e autêntico;
 Se se refere realmente à operação escriturada;
 Se essa operação corresponde aos objetivos da empresa;
 Se o documento está corretamente preenchido, inclusive quanto a datas, destinatário,
cálculos e outros dados intrínsecos;
 Se o registro das operações é adequado em função da documentação examinada e se
está refletida contabilmente em contas apropriadas.
 Nos casos de documentos oficiais, contratos e escrituras, verificará se existe o registro
em órgão competente, que lhe dá validade insuspeita.

  INSPECÇÃO
 
Inspecção é a técnica de auditoria de que o auditor se utiliza para examinar a comprovação
documental das transações. Basicamente, as transações entre empresas e pessoas envolve algum
tipo de documento, que serve de explicação para os detalhes sobre o que foi feito e que
consequências se esperam do facto. Uma transação, em verdade, quase sempre se origina de um
documento. A inspecção compreende a verificação da legitimidade do documento em primeiro
lugar, e consequentemente, da transação. É quando o auditor confirma se a transação foi
autorizada, o que pode ser constatado por assinatura ou rubrica de pessoa encarregada, no
próprio documento.
Tendo contato íntimo com os documentos, o auditor adquire conhecimento importante sobre os
negócios realizados pela empresa, o que lhe permite identificar situações não usuais ou
problemáticas, com certa antecipação.  Muitos enganos e irregularidades são descobertos
durante a aplicação desta importante técnica de colecta de evidências.
Exemplos de documentação de transações que normalmente são submetidos ao exame ou
inspeção pelo auditor:
 Documentação de aquisição de matérias-primas;
 Documentação de aquisição de itens do imobilizado;
 Documentação de Vendas realizadas

6. Quais são as características do programa de auditoria?


Resposta: O programa de auditoria é um plano de acção, detalhado, com o objectivo de
dar ao auditor as directivas necessárias à realização de seu trabalho. Possui objectivos,
escopo de abrangência, um conjunto de procedimentos necessários à equipe de auditoria
na realização de seu trabalho.
7. Quando a entidade auditada altera as suas políticas contabilísticas, que conteúdo deverá o auditor
de contas examinar?
8. Ao definir a estratégia global de auditoria, que elementos deve o auditor de contas ter em
consideração?
9. Caso o auditor de contas entenda existirem fraudes relativamente ao valor do inventário, das
quais resultam distorções materialmente relevantes, qual o procedimento a seguir?
10. Se, em virtude de obstáculos colocados pela entidade auditada, o auditor de contas não
conseguir obter provas de auditoria suficientes e adequadas para avaliar se se praticaram, ou
é prov ável que tenham praticado, violações que tenham um impacto materialmente relevante
sobre as demonstrações financeiras, que tipo de relatório de auditoria deve o auditor de
contas emitir?
11. No que se refere a auditorias recorrentes, em que circunstâncias deverá o auditor de contas
alertar a administração da entidade auditada para que esta analise ou reveja os termos e
condições do compro misso em vigor?
12. Quais são as responsabilidades de um auditor em um trabalho de auditoria?
Cabe ao auditor identificar e atestar a validade de qualquer afirmação, aplicando os
procedimentos adequados a cada caso, na extensão e profundidade que cada caso requer,
até a obtenção de provas materiais que comprovem, satisfatoriamente, a afirmação
analisada.

A atitude no recolhimento e avaliação das provas necessita ser independente e impessoal, e


o auditor deve agir com critério de forma isenta e inquestionável. Dessa forma, cabe ao
auditor aplicar os procedimentos de auditoria adequados para cada caso, na extensão e
profundidade necessárias, até a obtenção de provas materiais ou informações persuasivas
que comprovem satisfatoriamente o facto investigado.

  A avaliação desses elementos fica ao critério do auditor, obedecido o seguinte: Simples


registro contabilístico em outras comprovações não constitui elemento comprobatório; na
ausência de comprovantes idôneos, corroboram, para a determinação de validade dos
registros contabilísticos, sua objectividade, sua objectividade, sua tempestividade e sua
correlação com outros registros contabilísticos ou elementos extra contabilísticos;

Para ser aceitável, a correlação deve legítima e relevante, dependendo das seguintes
circunstâncias:

 Quando a correlação puder ser verificada relativamente à fonte externa, ela


proporciona maior grau de confiança do que quando verificada na própria empresa;
 Quando as condições do sistema contabilístico e do controlo interno forem
satisfatórias, os registros e as demonstrações contabilísticas proporcionam maior
nível de confiança;
 O conhecimento directo e pessoal, obtido pelo auditor por meio de verificações físicas,
observações, cálculos e inspecções, oferece maior segurança do que as informações
colhidas indirectamente.

13. Qual é a postura que um auditor deve ter quanto aos factos, evidências e informações
em um trabalho de auditoria?
“A opinião formada pelo auditor precisa estar apoiada em bases sólidas, alicerçada em factos
comprovados, evidências factuais e informações irrefutáveis”.

Dessa forma, o auditor precisa adoptar algumas posturas, tais como:

 Ser seu próprio controlador - actuar como fiel da balança, não chegar a conclusões
precipitadas devido à falta de substância das provas colhidas ou à interferência de
pontos de vista diferentes dos seus.
 Cada prova obtida tem que ser adequadamente pesada - avaliar cada elemento quanto à
sua objectividade, importância, validade e confiabilidade.
 Obtenção de provas - a dificuldade ou o custo da prova a ser obtida não deve ser
impedimentos para não a obter, a menos que o auditor a julgue desnecessária. Caso
obtenha provas concretas suficientes que o convençam, tem que estar seguro para
convencer, por outro lado, pessoas que não estejam ligadas ao facto.

14. De que depende a natureza, a extensão e a profundidade de um trabalho de auditoria?

A complexidade e o volume das operações realizadas pelas empresas fazem com que os
procedimentos de auditoria sejam aplicados por meio de provas selectivas, testes e
amostragem.
Dessa forma, cabe ao auditor, com base nos elementos de juízos de que disponha,
determinar o número e a profundidade de operações a serem examinadas, de forma a obter
elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

15. Quais são os procedimentos básicos para a gestão do caixa?

Procedimentos básicos na gestão de Caixa:

Para uma melhor gestão de caixa é indispensável a aplicação das medidas a seguir:

 Limitação de competências na movimentação de despesas;

 Segregação de funções (autorização, salvaguarda de activos, contabilização), devem


ser tarefas efectuadas por pessoas diferentes;
 Todos documentos internos e externos devem ser pré-enumerados tipograficamente
ou pelo sistema informático;

 Devem ser preparados orçamentos ou previsões de tesouraria, a fim de que os


resultados financeiros da entidade sejam maximizados.

16. Quais são os procedimentos específicos para a gestão de pagamentos?

Procedimentos específicos para Pagamentos

 Criação de fundo de maneio fixo;

 O movimento de caixa deve ser reduzido ao indispensável (cheques, transferências


bancárias e ordens de pagamento);

 O fundo fixo deverá ser reposto no último dia de cada mês;

 O fundo fixo deve ser reposto por meio de cheque emitido a ordem do responsável do
fundo;

 Os documentos de despesas devem ser invalidados com carimbo pago;

 O pagamento por meio de cheques deve obedecer os seguintes princípios: Cheque


nominativo, cruzado, assinatura dos cheques na presença dos documentos a pagar,
invalidando sempre com um carimbo pago, com indicação de meio de pagamento.

17. Quais são os procedimentos específicos de gestão de recebimentos


Procedimentos específicos para Recebimentos:
 Todos valores recebidos devem ser depositados diariamente e integralmente, registados
no diário de bancos e anexar o talão de depósito ás cópias de recibos emitidos;

 Cheques recebidos pelo correio devem ser cruzados imediatamente;

 No caso de a entidade possuir cobradores, deve dispor de mapa de controle de


cobranças;

 Os cheques pré-datados devem ser objecto de controlo adequado ( em alguns casos


podem passar a gestão das próprias instituições de crédito);

 Emissão de recibos triplicados, sendo:


 Original, para enviar ao cliente

 Duplicado, para o arquivo, por ordem numérica

 Triplicado, para anexar ao talão de depósito

 Existência de mapa de controle diário das diferentes contas bancárias, evidenciando o


saldo disponível em cada banco.

18. Quais são os principais aspectos a considerar no controlo interno de Compras

 O departamento/ secção das compras deve ser estruturado e organizado;

 Deve-se elaborar um manual de procedimentos das compras;

 Segregação de funções de autorização, custódia dos activos, contabilização e


procedimento de controlo;

 Pré- enumeração dos documentos de compras.

19. Como deve funcionar um ciclo completo de compras?

a. Constatação da necessidade de compra;


b. Pesquisa do fornecedor;
c. Formalização e controlo da encomenda ( nota de encomenda –Quadriplicado);
d. Recepção dos produtos encomendados (recepção quantitativa e qualitativa- fiel do
armazém competente);
e. Conferência das Facturas (devem ser recebidas directamente a contabilidade e
encaminhadas para o serviço de conferência que vai-se basear na nota de
encomenda e guia de remessa).

20. Quais são os principais aspectos a considerar no controlo interno de fornecedores?

 Devem ser contabilizadas no mês a que respeitam;


 As compras não recepcionadas devem ser colocadas na respectiva conta (em transito);
 O sistema deve permitir obter o extracto de fornecedores, com todos movimentos
contabilísticos;

21. Quais são os aspectos a considerar no controlo interno de clientes?


 Todas as operações relaccionadas com as vendas a crédito deverão ser autorizadas
previamente;
 Devem ser feitas nos prazos e nas condições solicitadas pelos clientes;
 Contabilizar e facturar os produtos expedidos no período a que respeitam;
 Cobrar as dívidas nos períodos de vencimento estabelecidos;
 O sistema de controlo, deve fornecer informação fidedígna e completa.
 Segregação de funções– A autorização, contabilização, controlo e salvaguarda de
activos devem ser feitas por pessoas diferentes;
 Deve ser elaborado um manual de procedimentos, que traça todas as linhas de
orientação de todas vendas da empresa.

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