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Fundamentos das Políticas Sociais

Autoria: Tatiana de Souza Fonseca

Tema 02
Fundamentos das políticas sociais no Estado Moderno
Tema 02
Fundamentos das políticas sociais no Estado Moderno
Autoria: Tatiana de Souza Fonseca
Como citar esse documento:
FONSECA, Tatiana de Souza. Fundamentos das Políticas Sociais: Fundamentos das políticas sociais no Estado Moderno. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

Índice

CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA
Pág. 3 Pág. 3

ACOMPANHENAWEB AGORAÉASUAVEZ
Pág. 12 Pág. 13

FINALIZANDO REFERÊNCIAS
Pág. 15 Pág. 16

GLOSSÁRIO GABARITO
Pág. 17 Pág. 17

© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.
CONVITEÀLEITURA
Neste tema veremos as correntes teórico-metodológicas fundadoras do pensamento social no Estado moderno.
Para tanto, vamos conhecer três autores que são considerados os pais da Sociologia (muitos também os chamam de
“os três porquinhos”), são eles: Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.

Você entenderá as diferentes visões de mundo que cada autor apresenta para explicar as relações sociais e,
consequentemente, as políticas públicas que devem atender à sociedade moderna.

PORDENTRODOTEMA
Fundamentos das políticas sociais no Estado Moderno

Vimos no tema 1 que política social é um processo social, uma vez que revela uma interação muito rica de
determinações econômicas, políticas e culturais (BEHRING; BOSCHETTI, 2011). Pensando nisso, é bom ter em mente
que são vocês, profissionais de Serviço Social, que devem procurar garantir que o planejamento das políticas sociais
esteja fundamentado em uma análise exaustiva e confiável dos dados técnicos obtidos em meio a essa complexa
relação, já que os dados “não falam por si” (Op. Cit., p.25).

Entender os fundamentos metodológicos implica conhecer o caminho utilizado para construir a perspectiva pela qual a
questão social foi analisada. Isso nos lembra daquilo que afirmamos logo no início do Tema 1: não existe neutralidade
quando falamos de políticas sociais já que estão em jogo interesses conflitantes de diversos grupos sociais.

Não obstante, nem todos pensam assim, a corrente teórico-metodológica positivista tem como pressuposto a neutralidade
no tratamento dos dados empíricos. Assim, para Durkheim e outros positivistas, o pesquisador deve ser objetivo e
neutro com relação aos fatos, ou seja, ele deve procurar manter certa distância do seu objeto, deixando de lado seus
valores, sentimentos e julgamentos pessoais. Só assim ele conseguirá fazer uma análise verdadeiramente científica dos
fenômenos sociais (BEHRING; BOSCHETTI, 2011).

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PORDENTRODOTEMA

E você, acha que é possível criar um método


para tratar um objeto de estudo com total
neutralidade, deixando de lado os valores
morais do pesquisador?

Quando falamos em “método” estamos nos referindo à necessidade de estabelecer uma ordem a processos que nos
permitirão atingir um objetivo ou um resultado desejado. Em ciência, método é o conjunto de processos que devem
ser empregados na investigação e demonstração da verdade. Dessa forma, enquanto o método é o procedimento
sistemático (coloca em uma determinada ordem) que cria um plano geral, o processo é a aplicação específica desse
plano e a forma especial de executá-lo (DEMO, 1995).

O método depende do objeto de pesquisa e da perspectiva teórico-metodológica empregada, a qual muda ao longo do
tempo. O empirismo das investigações sociológicas iniciais foi substituído pelo método científico, que prioriza a técnica,
a precisão, a previsão e o planejamento da pesquisa. Contudo, é importante lembrar que só o método não garante o
sucesso da pesquisa, é preciso também inteligência e reflexão por parte do pesquisador.

A pesquisa social científica acompanhou o surgimento das políticas sociais, por volta dos séculos XVIII e XIX, no apogeu
do Iluminismo, e sob os ideais da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, os quais servirão de base para a
instalação definitiva da sociedade capitalista moderna.

Todas as modificações históricas que ocorreram naquele momento na sociedade surgiram das mudanças que vinham
acontecendo nas formas de pensamento. As transformações econômicas em curso provocaram alterações na forma de
conhecer a natureza e a cultura, como nos mostra o quadro a seguir:

Revolução Século/Ano Esfera de atuação


Iluminismo A partir de 1590, século XVII – XVIII Ideológica
Industrial Segunda metade do século XVIII (por volta de 1750) Econômica
Francesa Segunda metade do século XVIII (1789) Política

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PORDENTRODOTEMA
A perspectiva funcionalista

Foi no século XIX – com Augusto Comte, e, principalmente, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx – que a
investigação dos fenômenos sociais ganhou um caráter verdadeiramente científico.

Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou
essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou
a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.

Durkheim formulou as primeiras orientações metodológicas para a Sociologia e demonstrou que fatos sociais têm
características próprias, diferentes de fatos naturais ou quaisquer fatos estudados pelas outras ciências.

Émile Durkheim (1858-1917) – Sociólogo francês.


Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/24/Emile_Durkheim.jpg?uselang=pt-br

David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, na França, e morreu em 1917, sendo considerado um dos grandes
teóricos da Sociologia. Em seu projeto intelectual, Durkheim e seus colaboradores libertaram, de modo definitivo, a
Sociologia da Filosofia Social, apresentando-a como disciplina científica rigorosa. Sua principal preocupação era definir
com precisão o objeto, o método e a aplicabilidade da Sociologia.

Para Durkheim, a Sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como encontrar remédios para a vida
social. As sociedades, como todo organismo, apresentariam alguns estados normais e patológicos, isto é, saudáveis e

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PORDENTRODOTEMA
doentios. Em sua obra As Regras do Método Sociológico (1895), ele deixou claro o tipo de acontecimento sobre os quais
se debruça a Sociologia: os Fatos Sociais. Estes seriam então, para ele, o objeto da Sociologia (DURKHEIM, 2002),

O que é Fato Social?

Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais
sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo.

Os fatos sociais são fenômenos sociais que apresentam as três características abaixo:

• Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo.

• Exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade.

• Coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.

Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”,
pois, como positivista, ele acredita que da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a
Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.

Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente
daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos possuam suas “consciências individuais”, seus
modos próprios de se comportar e interpretar a vida estão, pode-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, sob
formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação está na base do que Durkheim chamou consciência
coletiva ou representações coletivas.

O social cria representações coletivas, que são atitudes comuns de uma determinada coletividade em uma determinada
época. Esta representação coletiva independe dos indivíduos, pois o indivíduo não tem poder criativo.

Em Durkheim, o social é que determina o indivíduo. É como se cada indivíduo trouxesse em si a marca do social, e esta
marca determinasse suas ações.

“Para Durkheim, é na natureza da própria sociedade que se deve buscar a explicação da vida social, partindo
do suposto de que nesta o todo não é igual à soma das partes, mas constitui um sistema com características
próprias, cujo movimento ultrapassa os estados de consciência dos indivíduos, e se explica em função das
condições do ‘corpo social’ no seu conjunto.” (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.29).

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PORDENTRODOTEMA
A comunhão das representações coletivas é por Durkheim chamado de solidariedade. Não se trata de um sentimento de
bondade, mas de uma comunhão de ideias.

Há dois tipos de solidariedades, a solidariedade mecânica ou por similitudes e a solidariedade orgânica ou devida
à divisão do trabalho. A evolução de uma sociedade faz com que ela passe da solidariedade mecânica, em que o
partilhar das regras é feita de maneira coerciva, para a solidariedade orgânica (as instituições e corporações), em que o
partilhar das regras sociais é feita a partir da diferenciação feita pela divisão do trabalho social.

Por fim, o método utilizado para analisar os fatos sociais consiste nas variações concomitantes, ou seja:

“[...] a partir da observação de um número significativo de provas (casos variados), observar concomitâncias e variações,
estabelecer metódica e rigorosamente correlações que levem às leis que revelem o desenvolvimento integral da espécie
social em foco.” (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.30).

A Influência do Idealismo

Enquanto para Durkheim a ênfase da análise recai na sociedade, para o sociólogo alemão Max Weber (1864-
1920) a análise estará centrada nos atores e em suas ações. Segundo Weber, a sociedade não seria algo exterior ou
superior aos indivíduos, como em Durkheim, pois ela pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais
reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação social.

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PORDENTRODOTEMA

Max Weber (1864-1920) - Economista e sociólogo alemão.


Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Max_Weber_1894.jpg

Weber nasceu em Erfurt, em 21 de abril de 1864, e faleceu em junho de 1920. Viveu em uma época em que os valores
do individualismo tornaram-se característica da sociedade moderna. Estamos adentrando o universo do idealismo
alemão, no qual o sujeito se sobrepõe ao objeto.

“Trata-se aqui de uma forma de interpretar e pensar a sociedade superdimensionando o papel do sujeito, o qual
concebe a realidade como resultado do pensamento, desconsiderando as condições e determinações objetivas.”
(BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.32)

Nesse sentido, podemos dizer que o método de análise weberiana é o individualismo metodológico, pois o indivíduo
escolhe ser o que é, embora as escolhas sejam limitadas pelo grau de seu conhecimento e pelas oportunidades oferecidas
pela sociedade. Essa escolha dá-se em meio aos embates da vida social e, dessa forma, são os indivíduos que dão
o sentido dos processos sociais. Assim, é importante observar que Weber busca fazer uma análise compreensiva da
história – conhecida como sociologia compreensiva – colocando o indivíduo como sujeito ativo.

“Seu trabalho realiza uma aproximação dos processos sociais a partir da compreensão das intencionalidades e
ações dos sujeitos, que se sobrepõem às condições objetivas que as circunscrevem.” (Op.Cit., p.33)

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PORDENTRODOTEMA
Essas ideias são em parte provenientes da filosofia clássica alemã, especialmente de Kant e Hegel. Marx também foi
influenciado por esse pensamento, especialmente o chamado hegelianismo de esquerda, apesar de suas fortes críticas
ao idealismo.

Para Kant, não se pode conhecer a coisa em si, mas “é possível conhecer a realidade nas suas manifestações e
expressões... o conhecimento é sempre relativo e produto racional do sujeito que conhece” (Op. cit., p.32). Hegel faz sua
crítica a Kant dizendo que a razão é muito mais do que o simples entendimento das coisas, para ele:

“[...] o entendimento é positivo: parte da existência factual do ser e fixa suas determinações. Já a razão é negativa:
ela dissolve as determinações fixadas pelo entendimento no movimento do ser, que aparece como um processo,
de forma que o ser é permeável pela razão.” (Op. cit., p.32)

É a partir dessa perspectiva que surgirá o movimento dialético que irá influenciar o pensamento marxista e caracterizar
o seu método, como veremos adiante.

De modo geral, enquanto as críticas a Durkheim recaem na submissão dos indivíduos às normas sociais, em Weber
temos uma supervalorização do indivíduo, cabendo a ele o ônus de suas escolhas, como se estivesse no controle de
todas as suas ações e conseqüências.

As contribuições da tradição marxista

Enfim, analisaremos a tradição do pensamento marxista, que traz como novidade o método crítico dialético, ou
materialismo dialético, fugindo ao empirismo positivista e funcionalista e também ao idealismo culturalista. Nessa
perspectiva:

“A análise das políticas sociais como processo e resultado de relações complexas e contraditórias que se
estabelecem entre Estado e sociedade civil, no âmbito dos conflitos de classes que envolvem o processo de
produção e reprodução do capitalismo.” (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.36)

Podemos dizer que o foco da análise marxista está na luta de classes. Na teoria marxista, o materialismo histórico-dialético
pretende explicar a história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente
econômicos e técnicos. A sociedade pode ser comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura, seriam
apresentadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representa as idéias, costumes,
instituições (políticas, religiosas, jurídicas etc.).

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PORDENTRODOTEMA

Karl Marx (1818-1883) – Filósofo, economista, jornalista e sociólogo alemão.


Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marx7.jpg

Para Karl Marx, há uma tendência histórica das relações sociais a se mercantilizarem, isso porque ele entendia que as
desigualdades sociais observadas no seu tempo eram provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista,
que dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos meios de produção. Para Marx, as desigualdades são
base da formação das classes sociais. Ou seja, a sociedade capitalista é uma sociedade de classes em que há uma
categoria de pessoas que possui propriedade privada efetiva (capital ou burguesia) e outra que não possui (assalariados
ou trabalhadores). A propriedade privada típica da sociedade capitalista consiste nos meios de produção industrial.
Enquanto os capitalistas são ricos, possuem status social elevado, aos trabalhadores assalariados falta o mínimo para
a subsistência. Essa diferença de posições faz surgir interesses conflitantes e grupos que lutam entre si, inicialmente no
nível local de cada empresa e, posteriormente, no nível político (Dahrendorf, 1982).

Karl Marx e sua obra

Em 1867, Karl Marx publica O Capital, uma abrangente análise do capitalismo em que ele resume todas as suas
teorias. Nessa obra, Marx dirige sua crítica à economia clássica, baseando-se mais especificamente nas obras dos
economistas Adam Smith e David Ricardo. Ele aceita a teoria sobre o valor-trabalho já esboçada por Ricardo, mas critica
suas limitações.

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PORDENTRODOTEMA
Marx dedica o primeiro capítulo do Capital à análise da mercadoria, pois esta consiste na forma elementar do capitalismo, o
átomo das relações capitalistas. Ele define a mercadoria como uma coisa, ou seja, um objeto externo cujas propriedades
satisfazem as necessidades humanas, sejam elas fisiológicas ou espirituais.

Como coisa útil, a mercadoria possui qualidade e quantidade como características que variam conforme as especificidades
históricas dos atos que a encerram. Considerando que possui utilidade, a mercadoria em si conserva um valor de uso
que é determinado por seu próprio corpo. Este valor de uso nada mais é do que a “capacidade” que a mercadoria tem
de satisfazer uma necessidade humana, ou seja, realiza-se somente no uso e no consumo. Os valores de uso carregam
em si o conteúdo material da riqueza, são portadores materiais do valor de troca.

O valor de troca consiste na propriedade de troca de uma “coisa” por outra qualitativamente diferente, revelando a
possibilidade de equivalência entre diferentes tipos de mercadorias. Este, diferentemente do valor de uso, é uma
característica extrínseca à mercadoria e pressupõe necessariamente a troca, isto é, só se efetiva a partir da relação
entre os homens.

As propriedades corpóreas da mercadoria só entram em consideração quando se reconhece sua utilidade, tornando-se
valor de uso (MARX, 1988).

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ACOMPANHENAWEB
Pensadores do século XX

• Para entender a dinâmica da sociedade em que vivemos, devemos tomar conhecimento dos
processos históricos, sociais e econômicos. No site da CPFL Cultura, podemos ter acesso a
programas que discutem essas transformações pelo ponto de vista de estudiosos renomados.
Não perca a chance de assistir a esses vídeos gratuitamente:
O Marxismo da Teoria Crítica – Marcos Nobre
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=YeAYNDoMZLY>
Tempo: 55:04 minutos

A Sociologia de Weber – Gabriel Cohn

Link: <https://www.youtube.com/watch?v=qU_zUBTsILQ>

Tempo: 51:11 minutos

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

Leia o texto a seguir e faça um resumo destacando os momentos de transformação que deram origem à sociedade capitalista:
Passe o mouse para aumentar as imagens.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 2

Os Fatos Sociais são o objeto de estudo de Durkheim. Suas características são _____________, ______________ e ____________.

Questão 3

Faça uma comparação sobre a relação entre sujeito e objeto em Durkheim e Weber.

Questão 4

Sobre a teoria marxista, indique (V) para Verdadeiro e (F) para Falso):

( ) Para Marx, são as relações econômicas que movem a sociedade, já que vivemos em um mundo capitalista.

( ) O materialismo histórico foi um método inovador de Karl Marx, que procura explicar a história das sociedades humanas, em
todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.

( ) Como Marx tem influência da filosofia hegeliana, podemos dizer que ele faz parte da doutrina idealista.

( ) Na visão de Marx, a sociedade é mercantilizada, ou seja, as relações se dão a partir das mercadorias, que conservam em si
um valor de uso e um valor de troca. O valor de uso realiza-se somente no consumo, são portadores materiais do valor de troca.

Questão 5

Cite as principais características das perspectivas Funcionalista, Idealista e Marxista.

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FINALIZANDO
A Sociologia foi o resultado da união de inúmeros pensadores em diversas partes do mundo. Porém, três deles destacam-
se como responsáveis por estruturar os fundamentos da Sociologia, possibilitando criar três linhas mestras explicativas:

1) a Positivista-Funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico Émile Durkheim
(França, 1858–1917), de fundamentação analítica.

2) a Sociologia Compreensiva, iniciada por Max Weber (Alemanha, 1864–1920), de matriz teórico-metodológica
hermenêutico-compreensiva.

3) a Sociologia Dialética, iniciada por Karl Marx (Inglaterra, 1818–1883) que, mesmo sendo mais uma mistura de
economista com historiador do que propriamente um sociólogo, deu início a uma das mais importantes linhas de
explicação sociológica.

Para Durkheim, a organização social é possível graças


Fato Social, consciência coletiva,
Émile Durkheim ao consenso ou consciência coletiva, e a Sociologia deve
anomia.
estudar o que ele concebe como “fatos sociais”.
Weber enfatiza os aspectos intersubjetivos e simbólicos das
Max Weber Ação Social. relações sociais e delimita o campo de estudo da Sociologia
dentro da sua noção de “ação social”.
Modo de produção, mais-valia,
Marx concebe a organização social como resultante das
acumulação primitiva, alienação,
Karl Marx relações de produção e toma as “relações de classe” como
materialismo histórico, ideologia, luta
fundamentais ao estudo científico da sociedade.
de classes, materialismo dialético.

Isso não quer dizer que existem três Sociologias, mas que o objeto desta ciência tem sido conceituado com ênfase em
diferentes aspectos da vida social.

Atualmente, as ideias de Marx ainda são utilizadas para diversas análises nas ciências sociais e econômicas, principalmente
no que se refere às relações de produção e troca de mercadorias.

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FINALIZANDO
Apesar de considerado ultrapassado, muitos conceitos da teoria de Durkheim ainda contribuem para estudos sobre
a sociedade atual, um exemplo é o conceito de anomia (ausência de normas sociais), que leva à desagregação da
sociedade.

Weber fundamenta grande parte das análises sobre o processo de racionalização da sociedade contemporânea, os
tipos de dominação e estudos que utilizam sua metodologia compreensiva, que foge aos determinismos dos outros dois
autores citados, dando ao indivíduo um papel mais ativo.

REFERÊNCIAS
BEHRING, Elaine R.; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: Fundamentos e História. 9ª ed. São Paulo: CORTEZ, 2011.
DAHRENDORF, Ralf. As classes e seus conflitos na sociedade industrial. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1982.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. 3ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Editora Atlas S.A., 1995.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.
MARX, Karl H; ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Edição eletrônica.
Ed.Ridendo Castigat Mores. Versão para Ebook: eBooksBrasil.com Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/
manifestocomunista.pdf> Acesso em 10 abr. 2014.
OLIVEIRA, Pérsio S. Introdução à Sociologia. 20ª Ed. São Paulo: Ática, 2000.
O Marxismo da Teoria Crítica. Apresentação: Marcos Nobre. Instituto CPFL Cultura. Brasil, 2003.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YeAYNDoMZLY> Acesso em: 10 abr. 2014.
A Sociologia de Weber. Apresentação: Gabriel Cohn. Instituto CPFL Cultura. Brasil, 2003. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=qU_zUBTsILQ> Acesso em: 10 abr. 2014.

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GLOSSÁRIO
Ação Social: Na sociologia compreensiva de Weber, a ação social é uma ação cujo sentido é orientado para o outro.
Um conjunto de ações não é necessariamente ação social. Para que haja uma ação social, o sentido da ação deve ser
orientada para o outro.

Divisão do Trabalho: Distribuição de seres humanos, pertencentes à mesma comunidade, em ocupações interdepen-
dentes e complementares.

Iluminismo: Período em que a razão predomina sobre pensamentos míticos e religiosos. Também conhecido como
“Século das Luzes”, influenciou o pensamento de diversos intelectuais e especialmente da classe burguesa, que se
serviu desse novo preceito para se impor como classe dominante na Revolução Francesa. Buscava o progresso da hu-
manidade e da razão, bem como a igualdade de direitos.

Processo Social: Processo social consiste nas formas de estabelecer relações sociais. Elas trazem mudanças nas in-
terações entre as pessoas em que é possível destacar uma qualidade ou direção contínua ou constante. Pode produzir
aproximação a partir da cooperação, acomodação e assimilação; ou afastamento, por meio de competição ou conflito.

GABARITO
Questão 1

Resposta: O aluno deve ler o texto “A origem da sociedade capitalista” e fazer um resumo que o ajude a contextualizar
o momento em que surge o tipo de sociedade moderna que aqui vimos.

Questão 2

Resposta: Os Fatos Sociais são o objeto de estudo de Durkheim, suas características são exterioridade, generalidade
e coercitividade.

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Questão 3

Resposta: Em Durkheim, o objeto se sobrepõe ao sujeito e o determina, ou seja, a sociedade paira sobre o sujeito com
suas normas agindo de forma coercitiva. Para Weber, o sujeito é agente e se sobrepõe ao objeto, incluindo, assim, o
sujeito no processo histórico.

Questão 4

Resposta: (F) Para Marx, são as lutas de classe que movem a sociedade.

(F) Apesar de ter influência de Hegel, principalmente da esquerda hegeliana, Marx é um crítico da doutrina idealista.

Questão 5

Resposta: Funcionalista – empirista, pretensão de neutralidade e objetividade na análise dos fatos sociais. Tem foco
na sociedade, busca pela coesão social, percebe a sociedade como um organismo funcional.

Idealista – procura fazer uma análise compreensiva da sociedade colocando o indivíduo como agente social.

Marxista – parte da perspectiva do materialismo histórico e dialético, tem foco nas relações de produção, percebe a luta
de classes como o motor da história. Segundo ele, as desigualdades sociais observadas no seu tempo eram provocadas
pelas relações de produção do sistema capitalista, que dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos
meios de produção. Dessa forma, as desigualdades são base da formação das classes sociais.

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