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Já a formação de São Pedro do Sul, como é conhecida hoje, data de 1865/66, quando o
português Crescêncio José Pereira e sua esposa Zelinda Maria de Souza, doaram 14 hectares
de terra para edificação de uma capela e distribuíram gratuitamente terrenos para quem
quisesse residir e trabalhar no local. A partir de 1870, com a chegada dos imigrantes alemães
e posteriormente os italianos, o território teve crescente desenvolvimento, principalmente na
área da agricultura, comércio e mais tarde na pecuária. (LEAL, 1996).
Ao longo de sua história a cidade possuiu vários nomes, como: ‘‘São Pedro do Rincão’’,
‘‘Rincão de São Pedro’’; devido à proteção natural formada pela Serra Geral e os Rios Toropi e
Ibucuí (LEAL, 1996, p.24), ‘‘São Pedro’’, este último enquanto era vila, até finalmente ser
O município de São Pedro do Sul está localizado a aproximadamente 358 km de Porto Alegre e 45 km de conhecida como ‘‘São Pedro do Sul’’. O local pertenceu a Santa Maria até 22 de março de 1926
Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Possui segundo o censo de 2010, uma população de 16.368 quando conseguiu sua emancipação político-administrativa. O personagem são-pedrense
habitantes. A cidade tem grande relevância para os estudos paleontológicos da região e do mundo, tendo em vista mais conhecido nacionalmente é Fernando Ferrari, por este fato o Museu Histórico do
que no local foram encontrados vários fósseis especialmente a partir dos anos 1920, alguns destes, segundo Beltrão município chamasse Museu Histórico Fernando Ferrari em sua homenagem.
(1965) nunca haviam sido descritos em outro local, destacando-se entre eles os animais triássicos Stahleckeria
Potens e Prestosuchus Chiniquensis. Festa de imigrantes alemães no “Mato do Niederauer”, em São Pedro
do Sul, no início dos anos 1920.
Além disso, entre os municípios de Santa Maria, São Pedro do Sul e Mata encontra-se a maior concentração Fonte: Acervo do Museu Histórico Fernando Ferrari
de afloramentos de florestas de árvores petrificadas oriundas do período Triássico no Brasil (entre 245 a 205 milhões
de anos), dos diversos afloramentos contabilizados na região, o maior número está em São Pedro do Sul, que possui
oito destes. (SOOMER; SCHERER, 1999).
Registros arqueológicos também são encontrados em várias localidades no município. Destaca-se a Pedra
Grande, um dos maiores petroglifos do Rio Grande do Sul, localizada no interior do município, onde encontram-se
inscrições rupestres e indígenas de diversos períodos diferentes, algumas ainda não decifradas. (ROSO, ISAIA, 2006,
p.35). Os primeiros registros históricos de São Pedro do Sul são de 1626/27, quando pelo fato de ser uma habitação
indígena guarani, o padre o Roque Gonzales, visitou a região para estabelecer no local uma redução jesuítica. A
redução não se desenvolveu, mas a “Estância de São Pedro” passou a fazer parte da redução de São Miguel, e o posto
principal desta estância, segundo Leal (1996, p.23) provavelmente situa–se onde hoje é a cidade de São Pedro do Sul.
Museu Histórico Fernando Ferrari
Foi eleito em 1950, deputado federal, obtendo em torno de 22 mil votos e reeleito em 1954, com cerca de 40 mil
votos. Em 1958 foi reconduzido para a Câmara dos Deputados, ainda pelo PTB, com a mais expressiva votação de
todo o Brasil: ao redor de 148 mil votos. Em 1960 Ferrari candidatou-se à vice–presidência da República, causando
sua dissidência do PTB e originando a “Campanha das Mãos Limpas”. Fernando não logrou êxito, ficando em 3º
lugar, porém vencendo no Rio Grande do sul, o que o fez disputar em 1962 o pleito para o governo do Rio Grande do
Sul, não obtendo novamente a vitória eleitoral.
Durante sua trajetória teve algumas de suas produções publicadas, como os livros: Mas...os sinos não se
dobraram (1943), Minha Campanha (1961) e Mensagem Renovadora (1960), além do livro Escravos da terra (1963).
Já o apelido “Político das Mãos Limpas” deu-se por sua luta contra corrupção e pela aproximação de Ferrari com as
pessoas. Ferrari destacou-se por sua habilidade oratória e por seu grande número de projetos enviados ao Congresso
Nacional, sendo o autor do projeto de lei que resultou no Estatuto do Trabalhador Rural, em 1963.
No dia 25 de Maio de 1963, entretanto, o avião em que ele viajava chocou-se contra o Morro do Chimarrão, no
município de Torres/RS, causando a morte de Ferrari, de seu assessor e do piloto do Cessna, prefixo PP-BRR.
Sobrado da família Ferrari
O sobrado construído pela família Ferrari no ano de 1927, enquanto propriedade de Tito Ferrari abrigava
a residência da família, o armazém “Ferrari e Irmão” e mais tarde na década de 1940, provisoriamente em seu piso
superior, o “Clube do Comércio”.
Em 1960, o prédio foi vendido ao Sr. Valdomiro Maurer, que residiu no local onde também manteve uma
casa de comércio. Já em 1971, o local foi adquirido pelo então Prefeito Sr. Lothário Lauro Gutheil para se tornar
sede da Prefeitura Municipal, permanecendo a mesma ali instalada até 21 de março de 1996.
Com a transferência da Prefeitura, o local passou a sediar, no dia 28 de novembro de 1996, o “Centro
Cultural Fernando Ferrari” integrando os museus Histórico e Paleontológico, a Câmara de Vereadores, um
auditório e as oficinas de arte. Além destas funcionalidades o sobrado foi responsável ainda por sediar, a Rádio
Municipal são-pedrense, secretarias municipais, alguns clubes sociais, a Biblioteca Municipal, ensaios de Centros
de Tradições Gaúchas e é até hoje referência para os são-pedrenses e visitantes.
No ano de 2014 o Museu Paleontológico e Arqueológico Walter Ilha (fundado no local em 1980) foi
transferido para a localidade de Carpintaria, em São Pedro do Sul, passando assim, o Museu Histórico Fernando
Ferrari a ocupar integralmente o primeiro andar do Sobrado.
A exposição sobre Fernando Ferrari reúne doações da família do importante político são-pedrense e
também doações dos munícipes, que guardaram registros de Ferrari. Nesta sala do museu podem ser visto
de forma dividida por temas registros da vida pessoal, da vida acadêmica, da trajetória enquanto político e
também de suas produções literárias.
O Museu Fernando Ferrari tem importantes objetos que remontam a história de São Pedro do Sul
distribuídos ao longo do primeiro andar do prédio, algumas peças e imagens são reunidas também de forma
a contar a história de alguns dos responsáveis pela construção da cidade e peças doadas pela Prefeitura
Municipal de São Pedro do Sul.
No centro das exposições do Museu Histórico Fernando Ferrari pode ser visitada uma grande sala,
pensada com setores divididos por zoneamento temático, contando a partir das peças doadas por
munícipes e simpatizantes da história de São Pedro do Sul, um pouco sobre: Igreja, Educação, Cultura
Gaúcha, Armas, Expedicionários, Economia, Iluminação, Jogos regionais, Relógios e outros temas mais
amplos.
LEAL, José Cândido Rodrigues. São Pedro do Sul, Antigo: (registros históricos):
1626–1965/José Cândido Rodrigues Leal (Zéca Leal), Santa Maria: Boca do Monte,1996.
ROSO, Maria Regina Daniel; ISAIA, Lucia. Construção da imagem turística para São Pedro
do Sul, a partir de sua singular identidade patrimonial. Revista Sociais e Humanas, CCSH,
UFSM, Santa Maria, p.33-43, 2006. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/sociaisehumanas/article/view/1380/801 Acesso em 11/10/
2019
SOMMER, M.G.; SCHERER, C.M.S. 1999. Sítios Paleobotânicos do Arenito Mata nos
Municípios de Mata e São Pedro do Sul, RS. In: Schobbenhaus,C.; Campos,D.A.;
Queiroz,E.T.; Winge,M.; Berbert-Born,M. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do
Brasil. Disponível em: <http://sigep.cprm.gov.br/sitio009/sitio009.htm>. Acesso em:
15 out. 2019.
MUSEU HISTÓRICO
FERNANDO
FERRARI
SÃO PEDRO DO SUL - RS