Você está na página 1de 32

______________________Chave 

Fusível e Elo Fusível________________________ 

SUMÁRIO
 
 
 
 
 
8.  CHAVE FUSÍVEL E ELO FUSÍVEL .......................................................................................... 1 

8.1  ELO FUSÍVEL .......................................................................................................................... 4 

8.1.1  Princípio de funcionamento ........................................................................................ 5 

8.2  VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ELOS FUSÍVEIS EM RELAÇÃO AOS DISJUNTORES ......... 6 

8.3  TIPOS DE ELOS FUSÍVEIS ........................................................................................................ 6 

8.4  CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS ................................................ 15 

8.5  SELETIVIDADE ELO FUSÍVEL – ELO FUSÍVEL ......................................................................... 22 

8.6  EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS ................................................... 28 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

8. Chave fusível e elo fusível


A  chave  fusível  (ou  corta‐circuito)  é  um  equipamento  amplamente  utilizado  na 
proteção contra sobrecorrentes em redes primárias de distribuição de energia elétrica. 
A  sua  operação  consiste  basicamente  na  fusão  de  um  elemento  fusível,  quando  o 
mesmo  é  percorrido  por  uma  sobrecorrente,  dentro  de  um  determinado  tempo, 
conforme a sua característica tempo x corrente. 
Elo  fusível  é  utilizado  no  interior  do  cartucho  ou  porta‐fusível,  preso  nas  suas 
extremidades.  

A
Figura  8.1  mostra  alguns  tipos  de  chave  fusível  e  a  Figura  8.2  destaca  as  suas 
principais partes. 
   
O  cartucho  foi  substituído  pela  lâmina 
desligadora – função como chave de manobra e 
não  proteção  (transforma  a  chave  fusível  em 
uma  chave  seccionadora).  Capacidade  de 
condução de corrente permanente de 300 A. 
 

É utilizada para proteção de equipamentos


e ramais das redes de distribuição de
energia. Permite abertura em carga sem a
necessidade de uso de ferramentas
especiais. Em condições normais de
operação, o circuito é interrompido pela
queima do elo fusível, operando como
uma chave normal, sem a participação da
câmara de extinção de arco. O porta
fusível foi desenvolvido para interromper
 
correntes de alta intensidade

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Figura 8.1 – Chaves fusíveis.

 
Figura 8.2 – Componentes de uma chave fusível.

• Isolador: Tem por finalidade garantir a isolação da chave fusível. São constituídos 
de porcelana vitrificada que apresentam uma resistência mecânica condizente para 
suportar a abertura e o fechamento da chave. Podem ser de corpo único (aplicados 
em sistemas cuja corrente é menor ou igual a 200 A), ou do tipo pedestal (com dois 
isoladores),  sendo  estes  utilizados  em  subestações  para  que  possa  ser  feita  a 
manutenção  de  disjuntores  e  religadores  automáticos,  sem  a  interrupção  no 
fornecimento de energia elétrica. 
• Gancho para abertura em carga: é acoplado nos terminais da chave fusível e tem 
por  função  possibilitar  a  abertura  da  mesma  em  carga.  Sem  este  gancho  não  é 
possível manobrar a chave sob carga, uma vez que ela não possui um sistema para 
extinção do arco elétrico. 
• Cartucho  ou  porta‐fusível:  é  o  elemento  principal  da  chave  fusível.  É  constituído 
por uma fibra de vidro revestida internamente por uma fibra óssea, que aumenta a 
sua robustez e gera, em parte, os gases desionizantes (hidrogênio e monóxido de 
carbono) que provocam a interrupção do arco elétrico. Existem cartuchos onde a 
saída  destes  gases  ocorre  em  sua  parte  inferior  e  outros  pela  parte  inferior  e 
superior.  A  escolha  de  um  ou  de  outro  está  diretamente  relacionada  com  a 
capacidade  de  interrupção  almejada  para  a  chave  fusível.  Estes  dois  tipos  de 
cartuchos são mostrados nas Figura 8.3. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.3 – Chave fusível em operação.

• Articulação:  corresponde  à  estrutura  responsável  pela  movimentação  da  chave 


fusível,  exercendo  uma  função  fundamental  na  operação  da  mesma.  É  composta 
pelas seguintes partes: 
o Limitador  de  recuo,  cuja  função  é  intertravar  diretamente  o  cartucho  no 
corpo da chave; 
o Amortecedor, cuja função é minimizar o impacto decorrente da abertura do 
porta‐fusível; 
o Limitador  de  abertura  de  180º,  cuja  função  é  a  de  não  permitir  que  o 
cartucho atinja a estrutura adjacente inferior durante a sua abertura; 
o Batentes  dos  contatos,  que  tem  por  função  proteger  os  contatos  contra 
choques e deformações permanentes. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
o Terminal  superior:  é  composto  por  três  partes  metálicas  com  a  finalidade 
de  garantir  um  engate  perfeito  do  cartucho  e  também  um  bom  contato 
elétrico. Resumidamente, as três partes são: 
Contatos  principais,  constituídos  por  uma  liga  de  cobre  com  alta 
resistência  aos  esforços  mecânicos  e  térmicos  decorrentes  da 
corrente  de  curto‐circuito.  A  sua  forma  construtiva  permite  uma 
auto‐limpeza durante as operações de abertura e fechamento. 
Tranca  de  contato,  que  têm  as  funções  de  impedir  a  abertura 
acidental  da  chave  fusível,  evitar  a  queima  dos  contatos  principais 
durante  uma  interrupção  normal,  reduzir  a  queima  dos  contatos 
principais quando a chave é fechada em condições de curto‐circuito. 
Guarda  do  contato,  cuja  função  é  guiar  o  cartucho  durante  o 
fechamento da chave, evitando que ele se solte e também proteger 
os contatos principais contra avarias durante o manuseio e operação 
da chave. 
• Suporte de fixação: tem por finalidade dar sustentação à chave para que a mesma 
seja fixada em uma estrutura metálica. 

8.1 ELO FUSÍVEL


O  elo  fusível  é  montado  dentro  do  cartucho  e  é  composto  de  um  elemento 
metálico que na passagem de uma corrente elétrica elevada, funde‐se dentro de um 
intervalo de tempo determinado. A corrente e o tempo de fusão variam inversamente, 
ou seja, quanto maior for a corrente, menor o tempo de fusão. 
Os elos fusíveis são constituídos pelas partes mostradas na Figura 8.4. 

 
Figura 8.4 – Elo fusível.

• Cabeça com botão: tem por função fixar o elo fusível ao cartucho e estabelecer o 
contato elétrico. 
• Elemento fusível: é fixado em uma extremidade, na cabeça com botão e na outra a 
uma  cordoalha  ou  rabicho.  O  elemento  fusível  deve  ser  constituído  por  um 
material  de  tal  forma  que  as  suas  características  não  sejam  modificadas  quando 
ocorrer a passagem da corrente nominal. Para que as curvas características tempo 
x corrente do elo fusível não sejam alteradas, é necessário utilizar um material que 
seja  um  metal  ou  liga  metálica,  não  sujeitas  a  oxidação  e  que  tenha  uma 
temperatura  de  trabalho  e  ponto  de  fusão  baixo.  Com  base  nisto,  o  cobre  não  é 
indicado  par  ser  utilizado  como  elemento  fusível,  uma  vez  que  o  seu  ponto  de 
fusão  é  1083  °C  e  temperatura  de  trabalho  300  °C,  causando,  portanto  uma 
carbonização  do  revestimento  interno  do  cartucho.  O  chumbo  que  é  largamente 
________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
utilizado em fusíveis de baixa tensão não é apropriado para a média tensão, pois 
não tem a dureza necessária para evitar queima e deformação. Neste sentido, uma 
liga de estanho se torna amplamente adequada para ser utilizada como elemento 
fusível, pois além de ter uma boa resistência mecânica, possui uma temperatura de 
trabalho  menor  do  que  100  °C  e  ponto  de  fusão  em  230  °C.  As  dimensões  do 
elemento fusível (diâmetro e comprimento) e a resistividade elétrica determinam o 
seu  tempo  de  fusão  em  função  da  corrente  passante,  sendo  este  dependente  da 
temperatura  ambiente,  da  corrente,  do  grau  de  envelhecimento  e  do  tipo  de 
material utilizado. 
• Rabicho ou cordoalha: formado por um condutor estanhado, composto por vários 
micro fios. O diâmetro da cordoalha é igual a 4 mm para elos de 1 a 50 A; 6,5 mm 
para elos de 65 a 100 A e 9,5 mm para elos de 140 a 200 A. 
Para  elos  até  100  A,  existe  um  tubo  protetor  de  fibra  isolante  entre  o  elemento 
fusível  e  o  rabicho,  com  a  função  de  proteger  o  elemento  fusível  contra  danos 
mecânicos  e  atuar  como  estabilizador  do  tempo  de  fusão,  produzindo  gases  com  a 
finalidade de interromper o arco elétrico para pequenas sobrecorrentes. 

8.1.1 Princípio de funcionamento


Os elos fusíveis quando submetidos a passagem da corrente elétrica, transferem 
calor  por  condução  à  cordoalha.  O  comprimento  do  elemento  fusível  determina  a 
quantidade  de  calor  transferida,  sendo  que  quando  se  tem  uma  baixa  corrente  e 
elemento fusível longo, ocorre no centro deste a formação de um ponto quente que 
ocasionará  a  sua  fusão.  Em  contrapartida,  com  a  mesma  corrente  e  comprimento 
pequeno, todo o calor é transferido para a cordoalha e conseqüentemente não se tem 
a formação do ponto quente no centro do elemento fusível e, portanto, não haverá a 
sua  fusão.    No  caso  particular  da  passagem  da  corrente  de  curto‐circuito,  não  existe 
tempo  suficiente  para  que  o  calor  seja  transferido  a  cordoalha,  formando  assim  um 
ponto  quente  no  elemento  fusível  ocasionando  a  sua  fusão.  Com  base  nisto,  um  elo 
fusível  para  uma  dada  corrente  nominal  tem  um  elemento  fusível  de  diâmetro  e 
comprimento especificados, de tal forma que o mesmo responda a uma característica 
de  tempo  de  operação  em  função  da  corrente,  de  acordo  com  a  norma  NBR 
5359/1989 da ABNT. 
Com a fusão do elo, ocorre a formação de um arco elétrico que é extinto devido à 
ação  de  gases  desionizantes,  que  proporcionam  uma  elevação  da  rigidez  dielétrica, 
resultando  em  uma elevada  resistência,  provocando  assim  a  interrupção  da  corrente 
quando ela passar pelo zero, impedindo a reignição do arco elétrico. 
 
Relação  de  rapidez  ou  de  velocidade:  corresponde  a  razão  entre  as  correntes  de 
mínima fusão nos tempos 0,1 segundos e 300 segundos para elos até 100 A. Para elos 
maiores que 100 A, esta relação é obtida dividindo‐se as correntes mínimas de fusão 
nos tempos 0,1 e 600 segundos. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
8.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ELOS FUSÍVEIS EM RELAÇÃO
AOS DISJUNTORES
• Os elos fusíveis são mais simples em sua operação, e de baixo custo. Eles mesmos 
detectam as sobrecorrentes. Os disjuntores necessitam dos relés como elementos 
detectores de correntes anormais; 
• Os elos fusíveis não têm capacidade de efetuar manobras e, portanto, são usados 
normalmente com as chaves (formam o conjunto chave fusível); 
• Os elos fusíveis não são de ação repetitiva. Devem ser trocados, com possibilidade 
de  passar  a  ser  usado  um  elo  fusível  errado.  Os  disjuntores  podem  abrir 
repetidamente  com  correntes  anormais.  Neste  caso  existe  uma  solução  que  a 
chave fusível repetidora. 
• Os  elos  fusíveis  são  dispositivos  monofásicos.  Portanto,  podem  causar  danos  a 
motores trifásicos pela possibilidade de operação monofásica. Os disjuntores têm 
operação multipolar, e pode‐se evitar a operação monofásica. 
• Elos  fusíveis  são  mais  rápidos  do  que  o  conjunto  relé/disjuntor  para  as  corrente 
elevadas,  mas  são  mais  lentos  em  sobrecargas  (devido  a  curva  extremamente 
inversa dos elos fusíveis. 
• Os  elos  fusíveis  têm  característica  tempo  x  corrente  não  ajustável.  Ela  pode  ser 
alterada  apenas  pela  mudança  do  tamanho  e  tipo  do  elemento  fusível.  Os  relés 
oferecem uma longa margem de escolha das características tempo x corrente; 
• Os  elos  fusíveis  ficam  sujeitos  a  tornarem‐se  defeituosos  sob  ação  de  correntes 
próximas de seu ponto de fusão, enquanto que nos disjuntores isso não acontece. 
• Os elos fusíveis podem ser vantajosos quando as cargas são monofásicas, mesmo 
que  derivadas  de  redes  trifásicas,  quando  ocorrer  defeito  nas  fases  que  não 
alimentam a carga. 
• Os disjuntores podem ser operados eletricamente nas estações remotas. 
 

8.3 TIPOS DE ELOS FUSÍVEIS


Existem três tipos de elos fusíveis que são normalmente utilizados em sistemas de 
distribuição primária, sendo que cada um deles possui uma característica diferenciada 
de tempo x corrente. Os três tipos de elos são: 
 
Tipo H: 
São  elos  fusíveis  de  ação  lenta  destinados  a  proteção  de  transformadores  de 
distribuição  instalados  no  lado  de  média  tensão  (primário).  São  capazes  de  suportar 
correntes de alto surto, como as de magnetização dos transformadores, sem provocar 
a fusão do elemento fusível. Suportam, por exemplo, 80 a 100 A durante 0,1 segundos, 
e a relação de rapidez varia de 11,4 a 36,4. 
Estão disponíveis nas correntes de 1, 2,3 e 5 A, com a fusão em 300 segundos em 
2,3,  3,5,  4,5  e  7  A.  Existe  também  o  elo  tipo  H  de  8  A,  com  corrente  de  interrupção 
máxima igual a 15 A. 
Os elos H não possuem capacidade de sobrecarga, e ela é apenas o valor nominal 
do elo. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
As curvas tempo versus corrente destes elos são apresentadas na Figura 8.5 e na 
Figura 8.6. 

 
Figura 8.5 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis H.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

 
Figura 8.6 – Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis H.
   

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Tipo K e T: 
Os  elos  tipo  K  têm  característica  rápida,  enquanto  que  os  do  tipo  T  têm 
característica lenta. Os elos K e T da mesma bitola têm pontos idênticos em 300 e/ou 
600 segundos nas curvas tempo x corrente, tendo, portanto, as mesmas características 
para as correntes de sobrecarga. Porém, as curvas tempo x corrente divergem abaixo 
destes  pontos.  No  caso,  o  elo  K  é mais  rápido,  com  corrente  elevada, do  que  o  T  da 
mesma  bitola.  Assim,  a  diferença  entre  os  dois  pode  ser  constatada  pela  relação  de 
rapidez. Enquanto os elos K têm relação de rapidez entre 6 e 8,1, os elos T tem relação 
entre  10  e  13  (mais  lentos).  Os  elos  T  são  pouco  utilizados  no  Brasil  e  geralmente, 
assim  como  os  K,  são  aplicados  na  proteção  de  ramais  das  redes  de  distribuição 
primária. 
Ambos são divididos em dois grupos: 
• Preferenciais: 6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A 
• Não‐preferenciais: 8, 12, 20, 30, 50 e 80. 
 
A  Figura  8.7  mostra  a  curvas  de  tempo  de  mínimo  de  fusão  e  máximo  de 
interrupção dos elos 50 T e 50 K, em função da corrente. 

 
Figura 8.7 - Curva de tempo mínimo de fusão e total de interrupção dos elos 50 T e 50 K.
Ambos  os  grupos  preferenciais  e  não  preferenciais  são  séries  completas  e 
aceitáveis  por  si  mesmas.  Assim,  na  implantação  de  elos  com  finalidade  de  proteção 
escolhe‐se um  grupo  e  exclui‐se  o outro.  Isto,  pois  não  existe  seletividade  entre elos 
preferenciais e não‐preferenciais adjacentes (ex: elo 6 não é seletivo com o elo 8, mas 
é  seletivo  com  o  elo  10,  12  e  outros;  o  elo  8  não  é  seletivo  com  o  elo  10  ,  mas  é 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
10 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
seletivo com o elo 12, 15 e outros). Geralmente, são utilizados os elos preferenciais, já 
que  são  em  número  superior  aos  não‐preferenciais,  aumentando  a  flexibilidade 
operativa.  
Os  elos  K  e  T  admitem  sobrecargas  de  até  aproximadamente  1,5  vezes  os  seus 
valores nominais sem causar excesso de temperatura à chave fusível, conforme mostra 
a Tabela 8.1. Por outro lado, a fusão dos elos K e T ocorrem em aproximadamente 2,5 
vezes os seus valores nominais, para 300 segundos. Esta capacidade de sobrecarga é 
muito importante em aplicações onde a coordenação ou seletividade limita a escolha 
do elo fusível a ser utilizado. 

Tabela 8.1- Corrente máxima admissível em regime permanente


Elo fusível  Imáx  Elo fusível Imáx Elo fusível Imáx 
H  (A)  K ou T  (A)  K ou T  (A) 
1 1  6 9 40 60 (1) 
2 2  8 12 50 75 (1) 
3 3  10 15 65 95 
5 5  12 18 80 120 (2) 
  15 23 100 150 (2) 
  20 30 140 190(3) 
  25 38 200 200(3) 
  30 45  
1
 somente quando for utilizado um porta fusível de 100 ou 200 A 
2
 somente quando for utilizado um porta fusível de 200 A 
2
 valor limitado pela chave fusível e porta fusível (máximo de 200 A). 
 
 
As curvas tempo versus corrente dos elos fusíveis K e T são apresentadas na Figura 
8.8, Figura 8.9, Figura 8.10 e na Figura 8.11. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
11 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.8 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis tipo K.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
12 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.9– Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis tipo K.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
13 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.10 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis tipo T.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
14 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.11– Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis tipo T.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
15 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
 

8.4 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS


a)  A  seleção  de  uma  chave  fusível  está  condicionada  à  compatibilidade  entre  as 
características elétricas do ponto de instalação e às características elétricas da chave 
fusível. Para tal, os seguintes critérios devem ser obedecidos: 
• Tensão  Nominal:  A  tensão  nominal  da  chave  fusível  deve  ser  no  mínimo, 
aproximadamente igual à classe de tensão do sistema onde será instalada. 
• Corrente nominal: deve ser igual ou maior do que 1,5 vezes o valor nominal do elo 
fusível  a  ser  instalado  na  mesma.  Em  casos  onde  não  exista  a  possibilidade  de 
crescimento de carga, não haverá necessidade de obedecer a este critério. 
• Nível Básico de Isolamento (NBI): Deve ser compatível com o do sistema. 
• Capacidade  de  Interrupção:  Deve  ser  maior  que  a  corrente  de  curto‐circuito 
trifásica (simétrica e assimétrica) no ponto de instalação. 
• Dispositivo para abertura em carga: Visando possibilitar o desligamento de ramais 
sem  prejudicar  o  fornecimento  de  energia  a  outros  consumidores  ligados  no 
mesmo circuito, deverão ser utilizadas chaves fusíveis equipadas com dispositivos 
para abertura em carga (norma Bandeirante). 
 
A Tabela 8.2 fornece as principais características das chaves fusíveis, sendo estas 
classificadas quanto ao tipo em função do modelo da base.  

Tabela 8.2 - Características técnicas das chaves fusíveis de distribuição.


Base Porta fusível Tensão suportável nominal
Impulso Freq. Industrial a
Capacidade de atmosférico seco e sob chuva
Inom Inom Interrupção (kV crista) (kV crista)
Tipo kV max
(A) (A)
Assimétrica Simétrica (2)
(1) (2) (1)
(A) (A)
A 50 1250 900
100 2000 1400
B 15 100 4000 2800 95 110 30 35
ou 10000 7100
C 200 200 10000 7100
(1) para a terra e entre pólos 
(2) entre contatos abertos 
 

b)  Na  proteção  de  transformadores  de  distribuição,  de  modo  geral,  o  elo  fusível 
deve  proteger  o  transformador.  Para  que  essa  proteção  seja  efetiva,  os  seguintes 
critérios devem ser obedecidos: 
• O  elo  fusível  deve  operar  para  curtos‐circuitos  no  transformador  ou  na  rede 
secundária, eliminando a repercussão dessas faltas na rede primária. 
• O  elo  fusível  deve  suportar  continuamente,  sem  fundir,  a  sobrecarga  que  o 
transformador é capaz de admitir sem prejuízo de sua vida útil. 

Ielo 300” > 2x Inominal do transformador


Ielo 300” é a corrente em 300” na curva de mínima fusão. 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
16 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
• O  elo  fusível  poderá  fundir  com  tempo  inferior  a  17”,  quando  submetido  a  uma 
corrente de 2,5 a 3 vezes o valor da corrente nominal do transformador. Isto, pois 
deve  fundir  em  tempos  menores  que  os  correspondentes  a  danos  do 
transformador. 
• O  elo  fusível  deve  suportar  a  corrente  transitória  de  magnetização  durante  0,1 
segundo,  sendo  esta  estimada  em  6  a  12  vezes  a  corrente  nominal  dos 
transformadores de potência até 2 MVA (ver Item 5.2). 
Nota:  Nem  sempre  é  possível  atender,  simultaneamente,  às  quatro  condições 
supracitadas,  o  que  poderá  resultar  na  perda  da  proteção  do  transformador  contra 
sobrecargas por meio de elo fusível. 
 
A  ANSI  C57.92‐1962  estabelece  a  curva  de  carga  de  curta  duração  (efeitos 
térmicos)  para  os  transformadores  de  distribuição  e  potência  imersos  em  óleo, 
conforme mostra a Tabela 8.3. 

Tabela 8.3 – Sobrecorrente admissível de curta duração.


Tempo Múltiplo da 
corrente nominal 
2 s 25
10 s 11,3
30 s 6,3
60 s 4,75
300 s (5 min) 3
1800 s (30 min) 2
 
De  modo  a  incorporar  os  efeitos  térmicos  e  mecânicos  das  correntes  de  curto‐
circuito sobre o transformador, a norma ANSI C57.92‐1962 foi revisada dando origem a 
IEEE Std C57.109‐1993, que classifica os transformadores nos quatro tipos mostrados 
na Tabela 8.4 e estabelece o descrito a seguir. 

Tabela 8.4 – Classificação dos transformadores.

Tipo  Monofásico (kVA)  Trifásico (kVA) 


I*  5 ‐ 500  15 – 500 
II  501 ‐1667  501 – 5000 
II  1668 – 10 000  5001 – 30 000 
IV  Acima de 10 000  Acima de 30 000 
*  no  tipo  I  estão  inclusos  os  transformadores  fabricados  com  base  na  IEEE  Std 
C57.12.20 ‐1988 até 500 kVA, mono ou trifásicos. Os autotransformadores de 500 kVA 
fabricados como transformadores de distribuição com base na mesma Std devem ser 
incluídos nesta categoria, mesmo que os dados de placa indiquem uma potência maior 
que 500 kVA. 
 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
17 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

 
 

Figura 8.12 – Transformadores tipo I (5 – 500 kVA monofásico; 15 – 500 kVA trifásico)
 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
18 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

 
Figura 8.13 – Transformadores tipo II (501 – 1667 kVA monofásico; 501 – 5000 kVA trifásico)
 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
19 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

 
Figura 8.14 – Transformadores tipo III (1668 – 10 000 kVA monofásico; 5001 – 30 000 kVA
trifásico).
 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
20 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

 
Figura 8.15 – Transformadores tipo IV (acima de 10 000 kVA monofásico; acima de 30 000 kVA
trifásico)
   

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
21 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Tabela 8.5 – Tabela para escolha dos elos fusíveis K e H para a proteção de transformadores.
Potência do
Transformador 2,3 kV 3,8 kV 6,6 kV 11,4 kV 13,8 kV 22 kV 25 kV 34,5 kV
(k VA)
Transformador monofásico
5 3H 2H 2H 1H 1H
7,5 5H 3H 2H 1H 1H
10 6K 5H 3H* 2H 1H* 1H 1H
15 8K 6K 3H* 2H 2H 1H 1H
25 10K 8K* 5H 3H* 3H 1H* 2H
Transformador trifásico
5 2H 2H 1H
10 5H 3H 1H* 1H 1H
15 6K 5H 1H* 2H 1H 1H 1H
25 8K 6K 3H* 2H 1H 1H 1H 1H
30 8K 6K 3H* 3H 2H 1H* 1H 1H
37,5 10K 6K 5H 3H 3H 1H* 2H 1H
45 12K 8K 5H* 5H 3H 1H* 2H 1H
50 15K 8K* 6K 5H 3H 2H 2H 1H
75 20K 12K 8K 6K 5H 3H 3H 2H
100 25K 15K 10K 6K 6K 5H 5H 2H
112,5 30K 20K 10K* 6K 6K 5H 5H 2H
150 40K 25K 15K 8K* 8K 5H* 6K 3H
200 50K* 30K 20K 12K 10K 6K 6K 5H
225 65K 40K 20K* 12K 10K* 6K 6K 5H
250 65K 40K 25K 15K 12K 8K 8K 5H
300 80K 50K 30K 15K 15K 10K 8K 6K
400 100K 65K 40K 20K 20K 12K 10K 8K
500 140K 80K 50K 25K 25K 15K 12K 10K
600 200K 100K 65K 30K 30K 20K 15K 12K
*devem ser utilizados em casos normais. Porém, quando houver queima freqüente devido à
presença de motores de potência elevada, deve-se utilizar o fusível imediatamente superior
 
Por exemplo, analisando a Figura 8.12 e considerando o tempo de 300” (3 vezes a 
corrente  nominal)  e  os  transformadores  monofásicos  de  5;  7,5;  10  kVA,  pode‐se 
concluir que: estes, cujas correntes nominais a serem multiplicadas por 3 são 0,36 A; 
0,54 A; 0,72 A, respectivamente, não estão protegidos contra sobrecarga em 13,8kV, 
pois o elo 1H romperá no máximo com 3,3 A em 300”(ver Figura 8.6). 
 
c)  Na  proteção  de  ramais,  os  critérios  para  o  dimensionamento  da  corrente 
nominal do elo fusível são:  
A corrente nominal do elo fusível deve ser maior que a corrente de carga prevista 
no horizonte de estudo (de 3 a 5 anos). 
 
ou  1,5

(CPFL,2003) (Eletrobrás, 1982) 
Onde: 
Ielo é a corrente nominal do elo‐fusível;   
FC é o fator de crescimento da carga, dado por: 

%
1
100
Onde: 
X% é o fator de crescimento percentual anual. 
________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
22 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
n é o número de anos para horizonte de estudo. 
Icarga  max  é  a  corrente  de  carga  máxima  atual  passante  no  ponto  de  instalação,  já 
levando‐se em consideração as manobras. 

, "

" (*) ou (**)

(*) é menos restritivo que (**), pois Ielo300”≈ 2,5* Ielo, o que implica em 

2,5
Onde :  
Ielo 0,13” é a corrente em 0,13” na curva de tempo mínimo de fusão do elo. 
Iinrush é a corrente de inrush esperada. 
Ielo 300” é a corrente em 300” na curva de tempo máximo de interrupção. 
 
Nota: sempre que for possível deve‐se evitar o uso dos elos 6K para proteção de 
ramais, de modo a se evitar queimas desnecessárias devido a descargas atmosféricas.  
 
• No caso do sistema com neutro multi‐aterrado (norma Bandeirante): 
o Circuitos Monofásicos: 
Corresponder no máximo a 35% do valor da corrente de curto‐circuito fase‐terra 
no fim do ramal. 
o Circuitos Bifásicos ou Trifásicos (04 fios): 
Corresponder  no  máximo  a  45%  do  valor  da  corrente  de  curto‐circuito  fase‐fase 
no fim do ramal. 
Nos dois casos anteriores, se possível, deve‐se considerar o trecho para o qual o 
elo fusível é proteção de retaguarda. 

8.5 SELETIVIDADE ELO FUSÍVEL – ELO FUSÍVEL


Quando dois ou mais elos fusíveis são aplicados a um sistema, o dispositivo mais 
próximo da carga é conhecido como dispositivo protetor e o mais próximo da fonte é 
conhecido  como  dispositivo  protegido,  como  ilustra  a  Figura  8.16  (McGRAW‐EDISON 
COMPANY). 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
23 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Figura 8.16 - Definição dos dispositivos de proteção com relação a sua localização (McGRAW-
EDISON COMPANY).

Para  que  haja  seletividade  entre  fusíveis  é  necessário  que  o  dispositivo  protetor 
elimine  a  falta  (temporária  ou  permanente)  antes  que  o  dispositivo  protegido 
interrompa o circuito. 
Um exemplo simples da seletividade de um sistema está mostrado na Figura 8.17, 
onde  a  subestação  recebe  energia  de  uma  linha  de  transmissão,  abaixando  a  tensão 
para  o  nível  de  distribuição.  A  energia  então  é  entregue  aos  consumidores  por  meio 
dos transformadores de distribuição. 
Os dispositivos de proteção estão localizados em pontos estratégicos de modo a 
permitirem a  seletividade.    O  dispositivo  A  está  na  subestação.  Os  dispositivos  C  e  H 
estão  no  alimentador  principal.  O  dispositivo  B  está  em  um  ramal  do  alimentador 
principal. O dispositivo D está no lado primário do transformador de distribuição e os 
dispositivos  E,  F  e  G  são  fusíveis  relacionados  à  carga  no  lado  secundário  do 
transformador  de  distribuição.  Todos  os  dispositivos  devem  ter  sido  selecionados 
adequadamente  para  suportar  a  corrente  de  carga  e  responder  de  forma  segura  às 
correntes de falta. 

Figura 8.17 - Exemplo típico de seletividade entre fusíveis de um sistema de distribuição


(McGRAW-EDISON COMPANY).

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
24 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Com relação ao dispositivo H, o dispositivo C é o dispositivo protegido. Para uma 
falta no ponto 1, o dispositivo C não deve abrir e o dispositivo H deve interromper a 
corrente  de  falta.  Já,  em  relação  ao  dispositivo  A,  o  dispositivo  C  é  o  dispositivo 
protetor e deve interromper a corrente para uma falta permanente no ponto 2 antes 
que o dispositivo A opere desligando o circuito. O dispositivo B também é o dispositivo 
protetor  para  A  e  deve  operar  similarmente  a  C  para  uma  falta  no  ponto  3.  O 
dispositivo  A  deverá  interromper  o  circuito  somente  quando  a  falta  ocorre  entre  os 
dispositivos  A  e  C  ou  A  e  B,  tal  como  no  ponto  4.  Para  uma  falta  no  ponto  5,  o 
dispositivo  D  opera.  Para  uma  sobrecarga  no  lado  secundário  do  transformador  de 
distribuição, no ponto 6, o dispositivo E deve interromper a corrente no trecho por ele 
protegido,  permitindo  desse  modo  que  o  transformador  continue  a  alimentar  os 
consumidores  conectados  a  outros  sub‐ramais,  protegidos  por  F  e  G,  no  seu  lado 
secundário.  

De maneira geral, a seletividade entre elos fusíveis deve obedecer aos seguintes 
critérios:  
• A seletividade deve ser realizada considerando a máxima corrente de curto‐circuito 
no  ponto  de  instalação  do  elo  fusível  protetor.  Se  não  for  possível  a  seletividade 
para  este  valor  de  corrente,  utiliza‐se  a  corrente  de  curto‐circuito  fase‐terra 
mínimo, tendo em vista ser este o mais provável de ocorrer (ELETROBRAS, 1982). 
Assim, a seletividade poderá ser perdida para defeitos entre fases. 
• Em  sistemas  trifásicos  a  quatro  fios,  onde  o  condutor  neutro  é  contínuo  e 
interligado  à  malha  da  subestação,  a  seletividade  deverá  ser  realizada 
considerando  a  máxima  corrente  de  curto‐circuito  no  ponto  de  instalação  do  elo 
protetor. Se não for possível a seletividade para este valor de corrente, utiliza‐se a 
corrente  de  curto‐circuito  fase‐terra  (franco),  tendo  em  vista  que  este  tipo  de 
defeito é possível de ocorrer. 
• Caso o elo protetor seja o do transformador de distribuição, a seletividade com o 
elo  protegido  será  desprezada,  se  essa  seletividade  acarretar  em  um  valor  muito 
elevado  do  elo  protegido,  prejudicando  a  seletividade  da  proteção  do  circuito 
primário. 
• Quando  existir  um  elevado  número  de  elos  fusíveis  em  série  poderá  ser 
impraticável a seletividade do sistema. Neste caso, deve‐se reduzir a quantidade de 
elos fusíveis ou instalar um religador ou seccionalizador. 
• Elos  fusível  tipo  H  não  devem  ser  utilizados  na  proteção  de  circuitos  primários, 
reservando‐os para a proteção de transformadores de distribuição, pois são lentos 
e adequados a esse fim. Para proteção de circuitos primários utilizam‐se os elos do 
tipo K e T. 
• Para ampliar a faixa de coordenação e reduzir ao mínimo os tipos de elos fusíveis 
utilizados,  deve‐se  optar  sempre  que  possível  pela  utilização  ou  dos  elos 
preferenciais (6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200K) ou dos elos não‐preferenciais 
(8, 12, 20, 30, 50 e 80K). 
• Para  evitar  a  queima  desnecessária,  devido  a  surtos  de  descargas  atmosféricas, 
recomenda‐se  sempre  que  possível,  a  não  utilização  do  elo  fusível  6K  (Giguer, 
1988). 
________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
25 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
 
Obedecendo  a  esses  critérios,  a  seletividade  entre  elos  fusíveis  pode  ser  obtida 
por meio de três métodos: 
• Usando as curvas características dos elos fusíveis. 
• Usando as tabelas de seletividade preparadas pelos fabricantes de elos fusíveis. 
• Usando uma regra de procedimento prático. 
 
Primeiro método:  
A seletividade entre o elo fusível protegido e o protetor é considerada satisfatória 
quando o tempo máximo de interrupção do elo fusível protetor for no máximo 75% do 
tempo  mínimo  de  fusão  do  elo  protegido,  em  toda  a  faixa  de  seletividade,  como 
mostra  a  Figura  8.18.  O  fator  de  compensação  de  75%  foi  escolhido  por  levar  em 
consideração  algumas  variáveis  de  operação,  tais  como  pré‐carregamento, 
temperatura  ambiente  e  a  fusão  parcial  do  elo  fusível  devido  a  corrente  de  falta  de 
curta  duração.  Naturalmente,  se  não  houver  nenhuma  intersecção  entre  as  duas 
curvas mencionadas, é obtida uma seletividade completa. Entretanto, se houver algum 
ponto de intersecção entre as duas curvas, o valor da corrente associada a este ponto 
será o limite de uma seletividade parcial (GÖNEN, 1986).  

0,75 . í

Figura 8.18 – Seletividade entre dois elos fusíveis em série (GÖNEN, 1986).

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
26 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 

Segundo método: 
Estabelece  o  uso  de  tabelas  de  seletividade  desenvolvidas  pelos  fabricantes  dos 
elos  fusíveis  (GÖNEN,  1986).  Este  método  é  considerado  o  mais  conveniente  na 
coordenação entre elos fusíveis, sendo geralmente o mais utilizado (McGRAW‐EDISON 
COMPANY).  
A  Tabela  8.6,  Tabela  8.7,  Tabela  8.8  e  a  Tabela  8.9,  foram  desenvolvidas  pela 
General  Electric.  Essas  tabelas  mostram  a  máxima  corrente  de  falta  na  qual  a 
seletividade entre elos fusíveis é garantida. Neste caso, os elos fusíveis são analisados 
em  pares,  sendo  as  tabelas  baseadas  no  fator  de  compensação  de  75%  descrito  no 
primeiro método. Assim, a determinação da curva de tempo total não é necessária já 
que o valor máximo da corrente de falta para uma determinada combinação de elos 
fusíveis em série é dado pelas tabelas (GÖNEN, 1986). 

Tabela 8.6 - Seletividade entre elos fusíveis tipo K e tipo H.


Elo Elo fusível protegido A (A)
Protetor B
(A) 8K 10K 12K 15K 20K 25K 30K 40K 50K 65K 80K 100K 140K 200K
Máxima corrente de falta em B, que protegerá A
1H 125 280 380 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
2H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
3H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
5H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200

Tabela 8.7 - Seletividade entre elos fusíveis tipo T e tipo H.


Elo Elo fusível protegido A (A)
Protetor B
(A) 8T 10T 12T 15T 20T 25T 30T 40T 50T 65T 80T 100T 140T 200T
Máxima corrente de falta em B, que protegerá A
1H 400 520 710 920 1200 1500 2000 3200 2540 3200 4100 5000 6100 15200
2H 240 500 710 920 1200 1500 2000 3200 2540 3200 4100 5000 6100 15200
3H 240 500 710 920 1200 1500 2000 3200 2540 3200 4100 5000 6100 15200
5H 240 500 710 920 1200 1500 2000 3200 2540 3200 4100 5000 6100 15200
8H 240 500 710 920 1200 1500 2000 3200 2540 3200 4100 5000 6100 15200
 

Tabela 8.8 - Seletividade entre fusíveis do tipo K (McGRAW-EDISON COMPANY).


Elo Elo Protegido A (A)
Protetor B 8K 10K 12K 15K 20K 25K 30K 40K 50K 65K 80K 100K 140K 200K
(A) Máxima corrente de falta em B, que protegerá A
6K 190 350 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8K 210 440 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
10K 300 540 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
12K 320 710 1050 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
15K 430 870 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
20K 500 1100 1700 2200 2800 3900 5800 9200
25K 660 1350 2200 2800 3900 5800 9200
30K 850 1700 2800 3900 5800 9200
40K 1100 2200 3900 5800 9200
50K 1450 3500 5800 9200
65K 2400 5800 9200
80K 4500 9200
100K 2000 9100
140K 4000

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
27 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Tabela 8.9 - Seletividade entre fusíveis do tipo T (McGRAW-EDISON COMPANY).
Elo Elo Protegido A (A)
Protetor B 8T 10T 12T 15T 20T 25T 30T 40T 50T 65T 80T 100T 140T 200T
(A) Máxima corrente de falta em B, que protegerá A
6T 350 680 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
8T 375 800 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
10T 530 1100 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
12T 680 1280 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
15T 730 1700 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
20T 990 2100 3200 4100 5000 6100 9700 15200
25T 1400 2600 4100 5000 6100 9700 15200
30T 1500 3100 5000 6100 9700 15200
40T 1700 3800 6100 9700 15200
50T 1750 4400 9700 15200
65T 2200 9700 15200
80T 7200 15200
100T 4000 13800
140T 7500
 
Terceiro critério: 
Usam‐se  elos  preferenciais  do  tipo  T  com  elos  preferenciais  do  tipo  T  (ou  não‐
preferenciais do tipo T com não‐preferenciais do tipo T), ou elos preferenciais do tipo K 
com elos preferenciais do tipo K (ou não‐preferenciais do tipo K com não‐preferenciais 
do tipo K). 
O método vale somente para os dois tipos de elos fusíveis mais empregados: K e T. 
A regra estabelece que: 
• Para  os  elos  do  tipo  K,  é  prevista  uma  seletividade  satisfatória  entre  fusíveis 
adjacentes até uma corrente 13 vezes a nominal do elo fusível protegido; 
Pode‐se notar por meio da Tabela 8.10 e da Tabela 8.11 que o critério de 13 vezes 
o  valor  do  elo  protegido  é  conservador,  pois  impõe  os  limites  da  seletividade  em 
valores inferiores ao da tabela de seletividade. A mesma observação serve para os elos 
T. 

Tabela 8.10 – Razão entre a Corrente de seletividade e elo protegido (preferenciais).


Elo protetor  Elo protegido  Seletividade Seletividade 
 
(A)  13 x Elo Protegido (A) 

6K  10K  190 19 130 

10K  15K  300 20 195 

15K  25K  430 17,2 325 

25K  40K  660 16,5 520 

40K  65K  1100 16,9 845 

65K  100K  2400 24 1300 

100K  140K  2000 14,28 1820 

140K  200K  4000 20 2600 

Tabela 8.11 - Razão entre a Corrente de seletividade e elo protegido (não preferenciais).
Elo protetor  Elo protegido  Seletividade Seletividade 
 
(A)  13 x Elo Protegido (A) 

8K  12K  210 17,5 156 

12K  20K  320 16 260 

20K  30K  500 16,67 390 

50K  80K  1450 18,1 1040 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
28 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
 
• Para  os  elos  do  tipo  T,  é  prevista  uma  coordenação  satisfatória  entre  fusíveis 
adjacentes até uma corrente 24 vezes a nominal do fusível protegido. 
 

8.6 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS


Exemplo 1:
Dimensione a chave fusível do sistema mostrado na Figura 8.20. 

Figura 8.19 – Exemplo 1.


Exemplo 2:
Dimensione a chave fusível e o elo fusível do sistema mostrado na Figura 8.20. 

Figura 8.20 – Exemplo 2.


Considere que os elos fusíveis disponíveis são os apresentados na Tabela
8.12.
________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
29 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Tabela 8.12 – Dados do exemplo 2.
Elo I de carga Max (A) I elo 300” (A) I 0,13” (A)
10K 10 23 110
15K 15 37 190
25K 25 60 315
40K 40 85 510
65K 65 150 800
 

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
30 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Exemplo 3:
Faça o estudo de seletividade do sistema mostrado na Figura 8.21 

Figura 8.21 – Exemplo 3.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 
31 
______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________ 
 
Exemplo 4:
Fazer o estudo de seletividade do sistema mostrado na Figura 8.22 tomando como 
base o valor da corrente de curto‐circuito mínimo, já que este tipo de defeito é o que 
ocorre  com  mais  freqüência.  Note  que  neste  caso  poderão  ocorrer  perdas  de 
seletividade  para  defeitos  trifásicos,  bifásicos  ou  fase‐terra  máximo.  Considere  uma 
taxa anual de crescimento da carga de 8 % e um horizonte de estudo de 2 anos.  
 
13,8 kV

21 A 260
Subestação
225
35
600
520 7 3A
400
300
430 1 260
372 200
320
6A 12 A 9A
300 5
260
120 6 3
6A
500 520
433 450
350 380
420
Legenda 364 4 340
180 2 294
6A
Icc 3F 210
Correntes de
Icc FT curto-circuito
Icc FT min (A)
280 250
242 217
Ponto 100 45

 
Figura 8.22 – Exemplo 4.

________________________________Proteção de Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: notas de aula 
Prof. Ghendy Cardoso Jr. 
UFSM, DESP 
 

Você também pode gostar