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Chave Fusível e Elo Fusível SUMÁRIO 8. CHAVE FUSÍVEL E ELO FUSÍVEL... 1
Chave Fusível e Elo Fusível SUMÁRIO 8. CHAVE FUSÍVEL E ELO FUSÍVEL... 1
Fusível e Elo Fusível________________________
SUMÁRIO
8. CHAVE FUSÍVEL E ELO FUSÍVEL .......................................................................................... 1
8.1 ELO FUSÍVEL .......................................................................................................................... 4
8.1.1 Princípio de funcionamento ........................................................................................ 5
8.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ELOS FUSÍVEIS EM RELAÇÃO AOS DISJUNTORES ......... 6
8.3 TIPOS DE ELOS FUSÍVEIS ........................................................................................................ 6
8.4 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS ................................................ 15
8.5 SELETIVIDADE ELO FUSÍVEL – ELO FUSÍVEL ......................................................................... 22
8.6 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DAS CHAVES E ELOS FUSÍVEIS ................................................... 28
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A
Figura 8.1 mostra alguns tipos de chave fusível e a Figura 8.2 destaca as suas
principais partes.
O cartucho foi substituído pela lâmina
desligadora – função como chave de manobra e
não proteção (transforma a chave fusível em
uma chave seccionadora). Capacidade de
condução de corrente permanente de 300 A.
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Figura 8.1 – Chaves fusíveis.
Figura 8.2 – Componentes de uma chave fusível.
• Isolador: Tem por finalidade garantir a isolação da chave fusível. São constituídos
de porcelana vitrificada que apresentam uma resistência mecânica condizente para
suportar a abertura e o fechamento da chave. Podem ser de corpo único (aplicados
em sistemas cuja corrente é menor ou igual a 200 A), ou do tipo pedestal (com dois
isoladores), sendo estes utilizados em subestações para que possa ser feita a
manutenção de disjuntores e religadores automáticos, sem a interrupção no
fornecimento de energia elétrica.
• Gancho para abertura em carga: é acoplado nos terminais da chave fusível e tem
por função possibilitar a abertura da mesma em carga. Sem este gancho não é
possível manobrar a chave sob carga, uma vez que ela não possui um sistema para
extinção do arco elétrico.
• Cartucho ou porta‐fusível: é o elemento principal da chave fusível. É constituído
por uma fibra de vidro revestida internamente por uma fibra óssea, que aumenta a
sua robustez e gera, em parte, os gases desionizantes (hidrogênio e monóxido de
carbono) que provocam a interrupção do arco elétrico. Existem cartuchos onde a
saída destes gases ocorre em sua parte inferior e outros pela parte inferior e
superior. A escolha de um ou de outro está diretamente relacionada com a
capacidade de interrupção almejada para a chave fusível. Estes dois tipos de
cartuchos são mostrados nas Figura 8.3.
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o Terminal superior: é composto por três partes metálicas com a finalidade
de garantir um engate perfeito do cartucho e também um bom contato
elétrico. Resumidamente, as três partes são:
Contatos principais, constituídos por uma liga de cobre com alta
resistência aos esforços mecânicos e térmicos decorrentes da
corrente de curto‐circuito. A sua forma construtiva permite uma
auto‐limpeza durante as operações de abertura e fechamento.
Tranca de contato, que têm as funções de impedir a abertura
acidental da chave fusível, evitar a queima dos contatos principais
durante uma interrupção normal, reduzir a queima dos contatos
principais quando a chave é fechada em condições de curto‐circuito.
Guarda do contato, cuja função é guiar o cartucho durante o
fechamento da chave, evitando que ele se solte e também proteger
os contatos principais contra avarias durante o manuseio e operação
da chave.
• Suporte de fixação: tem por finalidade dar sustentação à chave para que a mesma
seja fixada em uma estrutura metálica.
Figura 8.4 – Elo fusível.
• Cabeça com botão: tem por função fixar o elo fusível ao cartucho e estabelecer o
contato elétrico.
• Elemento fusível: é fixado em uma extremidade, na cabeça com botão e na outra a
uma cordoalha ou rabicho. O elemento fusível deve ser constituído por um
material de tal forma que as suas características não sejam modificadas quando
ocorrer a passagem da corrente nominal. Para que as curvas características tempo
x corrente do elo fusível não sejam alteradas, é necessário utilizar um material que
seja um metal ou liga metálica, não sujeitas a oxidação e que tenha uma
temperatura de trabalho e ponto de fusão baixo. Com base nisto, o cobre não é
indicado par ser utilizado como elemento fusível, uma vez que o seu ponto de
fusão é 1083 °C e temperatura de trabalho 300 °C, causando, portanto uma
carbonização do revestimento interno do cartucho. O chumbo que é largamente
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utilizado em fusíveis de baixa tensão não é apropriado para a média tensão, pois
não tem a dureza necessária para evitar queima e deformação. Neste sentido, uma
liga de estanho se torna amplamente adequada para ser utilizada como elemento
fusível, pois além de ter uma boa resistência mecânica, possui uma temperatura de
trabalho menor do que 100 °C e ponto de fusão em 230 °C. As dimensões do
elemento fusível (diâmetro e comprimento) e a resistividade elétrica determinam o
seu tempo de fusão em função da corrente passante, sendo este dependente da
temperatura ambiente, da corrente, do grau de envelhecimento e do tipo de
material utilizado.
• Rabicho ou cordoalha: formado por um condutor estanhado, composto por vários
micro fios. O diâmetro da cordoalha é igual a 4 mm para elos de 1 a 50 A; 6,5 mm
para elos de 65 a 100 A e 9,5 mm para elos de 140 a 200 A.
Para elos até 100 A, existe um tubo protetor de fibra isolante entre o elemento
fusível e o rabicho, com a função de proteger o elemento fusível contra danos
mecânicos e atuar como estabilizador do tempo de fusão, produzindo gases com a
finalidade de interromper o arco elétrico para pequenas sobrecorrentes.
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8.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ELOS FUSÍVEIS EM RELAÇÃO
AOS DISJUNTORES
• Os elos fusíveis são mais simples em sua operação, e de baixo custo. Eles mesmos
detectam as sobrecorrentes. Os disjuntores necessitam dos relés como elementos
detectores de correntes anormais;
• Os elos fusíveis não têm capacidade de efetuar manobras e, portanto, são usados
normalmente com as chaves (formam o conjunto chave fusível);
• Os elos fusíveis não são de ação repetitiva. Devem ser trocados, com possibilidade
de passar a ser usado um elo fusível errado. Os disjuntores podem abrir
repetidamente com correntes anormais. Neste caso existe uma solução que a
chave fusível repetidora.
• Os elos fusíveis são dispositivos monofásicos. Portanto, podem causar danos a
motores trifásicos pela possibilidade de operação monofásica. Os disjuntores têm
operação multipolar, e pode‐se evitar a operação monofásica.
• Elos fusíveis são mais rápidos do que o conjunto relé/disjuntor para as corrente
elevadas, mas são mais lentos em sobrecargas (devido a curva extremamente
inversa dos elos fusíveis.
• Os elos fusíveis têm característica tempo x corrente não ajustável. Ela pode ser
alterada apenas pela mudança do tamanho e tipo do elemento fusível. Os relés
oferecem uma longa margem de escolha das características tempo x corrente;
• Os elos fusíveis ficam sujeitos a tornarem‐se defeituosos sob ação de correntes
próximas de seu ponto de fusão, enquanto que nos disjuntores isso não acontece.
• Os elos fusíveis podem ser vantajosos quando as cargas são monofásicas, mesmo
que derivadas de redes trifásicas, quando ocorrer defeito nas fases que não
alimentam a carga.
• Os disjuntores podem ser operados eletricamente nas estações remotas.
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As curvas tempo versus corrente destes elos são apresentadas na Figura 8.5 e na
Figura 8.6.
Figura 8.5 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis H.
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Figura 8.6 – Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis H.
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Tipo K e T:
Os elos tipo K têm característica rápida, enquanto que os do tipo T têm
característica lenta. Os elos K e T da mesma bitola têm pontos idênticos em 300 e/ou
600 segundos nas curvas tempo x corrente, tendo, portanto, as mesmas características
para as correntes de sobrecarga. Porém, as curvas tempo x corrente divergem abaixo
destes pontos. No caso, o elo K é mais rápido, com corrente elevada, do que o T da
mesma bitola. Assim, a diferença entre os dois pode ser constatada pela relação de
rapidez. Enquanto os elos K têm relação de rapidez entre 6 e 8,1, os elos T tem relação
entre 10 e 13 (mais lentos). Os elos T são pouco utilizados no Brasil e geralmente,
assim como os K, são aplicados na proteção de ramais das redes de distribuição
primária.
Ambos são divididos em dois grupos:
• Preferenciais: 6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A
• Não‐preferenciais: 8, 12, 20, 30, 50 e 80.
A Figura 8.7 mostra a curvas de tempo de mínimo de fusão e máximo de
interrupção dos elos 50 T e 50 K, em função da corrente.
Figura 8.7 - Curva de tempo mínimo de fusão e total de interrupção dos elos 50 T e 50 K.
Ambos os grupos preferenciais e não preferenciais são séries completas e
aceitáveis por si mesmas. Assim, na implantação de elos com finalidade de proteção
escolhe‐se um grupo e exclui‐se o outro. Isto, pois não existe seletividade entre elos
preferenciais e não‐preferenciais adjacentes (ex: elo 6 não é seletivo com o elo 8, mas
é seletivo com o elo 10, 12 e outros; o elo 8 não é seletivo com o elo 10 , mas é
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seletivo com o elo 12, 15 e outros). Geralmente, são utilizados os elos preferenciais, já
que são em número superior aos não‐preferenciais, aumentando a flexibilidade
operativa.
Os elos K e T admitem sobrecargas de até aproximadamente 1,5 vezes os seus
valores nominais sem causar excesso de temperatura à chave fusível, conforme mostra
a Tabela 8.1. Por outro lado, a fusão dos elos K e T ocorrem em aproximadamente 2,5
vezes os seus valores nominais, para 300 segundos. Esta capacidade de sobrecarga é
muito importante em aplicações onde a coordenação ou seletividade limita a escolha
do elo fusível a ser utilizado.
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Figura 8.8 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis tipo K.
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Figura 8.9– Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis tipo K.
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Figura 8.10 – Curva de tempo mínimo de fusão dos elos fusíveis tipo T.
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Figura 8.11– Curva de tempo máximo de interrupção dos elos fusíveis tipo T.
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b) Na proteção de transformadores de distribuição, de modo geral, o elo fusível
deve proteger o transformador. Para que essa proteção seja efetiva, os seguintes
critérios devem ser obedecidos:
• O elo fusível deve operar para curtos‐circuitos no transformador ou na rede
secundária, eliminando a repercussão dessas faltas na rede primária.
• O elo fusível deve suportar continuamente, sem fundir, a sobrecarga que o
transformador é capaz de admitir sem prejuízo de sua vida útil.
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• O elo fusível poderá fundir com tempo inferior a 17”, quando submetido a uma
corrente de 2,5 a 3 vezes o valor da corrente nominal do transformador. Isto, pois
deve fundir em tempos menores que os correspondentes a danos do
transformador.
• O elo fusível deve suportar a corrente transitória de magnetização durante 0,1
segundo, sendo esta estimada em 6 a 12 vezes a corrente nominal dos
transformadores de potência até 2 MVA (ver Item 5.2).
Nota: Nem sempre é possível atender, simultaneamente, às quatro condições
supracitadas, o que poderá resultar na perda da proteção do transformador contra
sobrecargas por meio de elo fusível.
A ANSI C57.92‐1962 estabelece a curva de carga de curta duração (efeitos
térmicos) para os transformadores de distribuição e potência imersos em óleo,
conforme mostra a Tabela 8.3.
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Figura 8.12 – Transformadores tipo I (5 – 500 kVA monofásico; 15 – 500 kVA trifásico)
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Figura 8.13 – Transformadores tipo II (501 – 1667 kVA monofásico; 501 – 5000 kVA trifásico)
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Figura 8.14 – Transformadores tipo III (1668 – 10 000 kVA monofásico; 5001 – 30 000 kVA
trifásico).
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Figura 8.15 – Transformadores tipo IV (acima de 10 000 kVA monofásico; acima de 30 000 kVA
trifásico)
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Tabela 8.5 – Tabela para escolha dos elos fusíveis K e H para a proteção de transformadores.
Potência do
Transformador 2,3 kV 3,8 kV 6,6 kV 11,4 kV 13,8 kV 22 kV 25 kV 34,5 kV
(k VA)
Transformador monofásico
5 3H 2H 2H 1H 1H
7,5 5H 3H 2H 1H 1H
10 6K 5H 3H* 2H 1H* 1H 1H
15 8K 6K 3H* 2H 2H 1H 1H
25 10K 8K* 5H 3H* 3H 1H* 2H
Transformador trifásico
5 2H 2H 1H
10 5H 3H 1H* 1H 1H
15 6K 5H 1H* 2H 1H 1H 1H
25 8K 6K 3H* 2H 1H 1H 1H 1H
30 8K 6K 3H* 3H 2H 1H* 1H 1H
37,5 10K 6K 5H 3H 3H 1H* 2H 1H
45 12K 8K 5H* 5H 3H 1H* 2H 1H
50 15K 8K* 6K 5H 3H 2H 2H 1H
75 20K 12K 8K 6K 5H 3H 3H 2H
100 25K 15K 10K 6K 6K 5H 5H 2H
112,5 30K 20K 10K* 6K 6K 5H 5H 2H
150 40K 25K 15K 8K* 8K 5H* 6K 3H
200 50K* 30K 20K 12K 10K 6K 6K 5H
225 65K 40K 20K* 12K 10K* 6K 6K 5H
250 65K 40K 25K 15K 12K 8K 8K 5H
300 80K 50K 30K 15K 15K 10K 8K 6K
400 100K 65K 40K 20K 20K 12K 10K 8K
500 140K 80K 50K 25K 25K 15K 12K 10K
600 200K 100K 65K 30K 30K 20K 15K 12K
*devem ser utilizados em casos normais. Porém, quando houver queima freqüente devido à
presença de motores de potência elevada, deve-se utilizar o fusível imediatamente superior
Por exemplo, analisando a Figura 8.12 e considerando o tempo de 300” (3 vezes a
corrente nominal) e os transformadores monofásicos de 5; 7,5; 10 kVA, pode‐se
concluir que: estes, cujas correntes nominais a serem multiplicadas por 3 são 0,36 A;
0,54 A; 0,72 A, respectivamente, não estão protegidos contra sobrecarga em 13,8kV,
pois o elo 1H romperá no máximo com 3,3 A em 300”(ver Figura 8.6).
c) Na proteção de ramais, os critérios para o dimensionamento da corrente
nominal do elo fusível são:
A corrente nominal do elo fusível deve ser maior que a corrente de carga prevista
no horizonte de estudo (de 3 a 5 anos).
ou 1,5
(CPFL,2003) (Eletrobrás, 1982)
Onde:
Ielo é a corrente nominal do elo‐fusível;
FC é o fator de crescimento da carga, dado por:
%
1
100
Onde:
X% é o fator de crescimento percentual anual.
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n é o número de anos para horizonte de estudo.
Icarga max é a corrente de carga máxima atual passante no ponto de instalação, já
levando‐se em consideração as manobras.
, "
(*) é menos restritivo que (**), pois Ielo300”≈ 2,5* Ielo, o que implica em
2,5
Onde :
Ielo 0,13” é a corrente em 0,13” na curva de tempo mínimo de fusão do elo.
Iinrush é a corrente de inrush esperada.
Ielo 300” é a corrente em 300” na curva de tempo máximo de interrupção.
Nota: sempre que for possível deve‐se evitar o uso dos elos 6K para proteção de
ramais, de modo a se evitar queimas desnecessárias devido a descargas atmosféricas.
• No caso do sistema com neutro multi‐aterrado (norma Bandeirante):
o Circuitos Monofásicos:
Corresponder no máximo a 35% do valor da corrente de curto‐circuito fase‐terra
no fim do ramal.
o Circuitos Bifásicos ou Trifásicos (04 fios):
Corresponder no máximo a 45% do valor da corrente de curto‐circuito fase‐fase
no fim do ramal.
Nos dois casos anteriores, se possível, deve‐se considerar o trecho para o qual o
elo fusível é proteção de retaguarda.
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Figura 8.16 - Definição dos dispositivos de proteção com relação a sua localização (McGRAW-
EDISON COMPANY).
Para que haja seletividade entre fusíveis é necessário que o dispositivo protetor
elimine a falta (temporária ou permanente) antes que o dispositivo protegido
interrompa o circuito.
Um exemplo simples da seletividade de um sistema está mostrado na Figura 8.17,
onde a subestação recebe energia de uma linha de transmissão, abaixando a tensão
para o nível de distribuição. A energia então é entregue aos consumidores por meio
dos transformadores de distribuição.
Os dispositivos de proteção estão localizados em pontos estratégicos de modo a
permitirem a seletividade. O dispositivo A está na subestação. Os dispositivos C e H
estão no alimentador principal. O dispositivo B está em um ramal do alimentador
principal. O dispositivo D está no lado primário do transformador de distribuição e os
dispositivos E, F e G são fusíveis relacionados à carga no lado secundário do
transformador de distribuição. Todos os dispositivos devem ter sido selecionados
adequadamente para suportar a corrente de carga e responder de forma segura às
correntes de falta.
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Com relação ao dispositivo H, o dispositivo C é o dispositivo protegido. Para uma
falta no ponto 1, o dispositivo C não deve abrir e o dispositivo H deve interromper a
corrente de falta. Já, em relação ao dispositivo A, o dispositivo C é o dispositivo
protetor e deve interromper a corrente para uma falta permanente no ponto 2 antes
que o dispositivo A opere desligando o circuito. O dispositivo B também é o dispositivo
protetor para A e deve operar similarmente a C para uma falta no ponto 3. O
dispositivo A deverá interromper o circuito somente quando a falta ocorre entre os
dispositivos A e C ou A e B, tal como no ponto 4. Para uma falta no ponto 5, o
dispositivo D opera. Para uma sobrecarga no lado secundário do transformador de
distribuição, no ponto 6, o dispositivo E deve interromper a corrente no trecho por ele
protegido, permitindo desse modo que o transformador continue a alimentar os
consumidores conectados a outros sub‐ramais, protegidos por F e G, no seu lado
secundário.
De maneira geral, a seletividade entre elos fusíveis deve obedecer aos seguintes
critérios:
• A seletividade deve ser realizada considerando a máxima corrente de curto‐circuito
no ponto de instalação do elo fusível protetor. Se não for possível a seletividade
para este valor de corrente, utiliza‐se a corrente de curto‐circuito fase‐terra
mínimo, tendo em vista ser este o mais provável de ocorrer (ELETROBRAS, 1982).
Assim, a seletividade poderá ser perdida para defeitos entre fases.
• Em sistemas trifásicos a quatro fios, onde o condutor neutro é contínuo e
interligado à malha da subestação, a seletividade deverá ser realizada
considerando a máxima corrente de curto‐circuito no ponto de instalação do elo
protetor. Se não for possível a seletividade para este valor de corrente, utiliza‐se a
corrente de curto‐circuito fase‐terra (franco), tendo em vista que este tipo de
defeito é possível de ocorrer.
• Caso o elo protetor seja o do transformador de distribuição, a seletividade com o
elo protegido será desprezada, se essa seletividade acarretar em um valor muito
elevado do elo protegido, prejudicando a seletividade da proteção do circuito
primário.
• Quando existir um elevado número de elos fusíveis em série poderá ser
impraticável a seletividade do sistema. Neste caso, deve‐se reduzir a quantidade de
elos fusíveis ou instalar um religador ou seccionalizador.
• Elos fusível tipo H não devem ser utilizados na proteção de circuitos primários,
reservando‐os para a proteção de transformadores de distribuição, pois são lentos
e adequados a esse fim. Para proteção de circuitos primários utilizam‐se os elos do
tipo K e T.
• Para ampliar a faixa de coordenação e reduzir ao mínimo os tipos de elos fusíveis
utilizados, deve‐se optar sempre que possível pela utilização ou dos elos
preferenciais (6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200K) ou dos elos não‐preferenciais
(8, 12, 20, 30, 50 e 80K).
• Para evitar a queima desnecessária, devido a surtos de descargas atmosféricas,
recomenda‐se sempre que possível, a não utilização do elo fusível 6K (Giguer,
1988).
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Obedecendo a esses critérios, a seletividade entre elos fusíveis pode ser obtida
por meio de três métodos:
• Usando as curvas características dos elos fusíveis.
• Usando as tabelas de seletividade preparadas pelos fabricantes de elos fusíveis.
• Usando uma regra de procedimento prático.
Primeiro método:
A seletividade entre o elo fusível protegido e o protetor é considerada satisfatória
quando o tempo máximo de interrupção do elo fusível protetor for no máximo 75% do
tempo mínimo de fusão do elo protegido, em toda a faixa de seletividade, como
mostra a Figura 8.18. O fator de compensação de 75% foi escolhido por levar em
consideração algumas variáveis de operação, tais como pré‐carregamento,
temperatura ambiente e a fusão parcial do elo fusível devido a corrente de falta de
curta duração. Naturalmente, se não houver nenhuma intersecção entre as duas
curvas mencionadas, é obtida uma seletividade completa. Entretanto, se houver algum
ponto de intersecção entre as duas curvas, o valor da corrente associada a este ponto
será o limite de uma seletividade parcial (GÖNEN, 1986).
0,75 . í
Figura 8.18 – Seletividade entre dois elos fusíveis em série (GÖNEN, 1986).
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Segundo método:
Estabelece o uso de tabelas de seletividade desenvolvidas pelos fabricantes dos
elos fusíveis (GÖNEN, 1986). Este método é considerado o mais conveniente na
coordenação entre elos fusíveis, sendo geralmente o mais utilizado (McGRAW‐EDISON
COMPANY).
A Tabela 8.6, Tabela 8.7, Tabela 8.8 e a Tabela 8.9, foram desenvolvidas pela
General Electric. Essas tabelas mostram a máxima corrente de falta na qual a
seletividade entre elos fusíveis é garantida. Neste caso, os elos fusíveis são analisados
em pares, sendo as tabelas baseadas no fator de compensação de 75% descrito no
primeiro método. Assim, a determinação da curva de tempo total não é necessária já
que o valor máximo da corrente de falta para uma determinada combinação de elos
fusíveis em série é dado pelas tabelas (GÖNEN, 1986).
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______________________Chave Fusível e Elo Fusível________________________
Tabela 8.9 - Seletividade entre fusíveis do tipo T (McGRAW-EDISON COMPANY).
Elo Elo Protegido A (A)
Protetor B 8T 10T 12T 15T 20T 25T 30T 40T 50T 65T 80T 100T 140T 200T
(A) Máxima corrente de falta em B, que protegerá A
6T 350 680 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
8T 375 800 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
10T 530 1100 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
12T 680 1280 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
15T 730 1700 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
20T 990 2100 3200 4100 5000 6100 9700 15200
25T 1400 2600 4100 5000 6100 9700 15200
30T 1500 3100 5000 6100 9700 15200
40T 1700 3800 6100 9700 15200
50T 1750 4400 9700 15200
65T 2200 9700 15200
80T 7200 15200
100T 4000 13800
140T 7500
Terceiro critério:
Usam‐se elos preferenciais do tipo T com elos preferenciais do tipo T (ou não‐
preferenciais do tipo T com não‐preferenciais do tipo T), ou elos preferenciais do tipo K
com elos preferenciais do tipo K (ou não‐preferenciais do tipo K com não‐preferenciais
do tipo K).
O método vale somente para os dois tipos de elos fusíveis mais empregados: K e T.
A regra estabelece que:
• Para os elos do tipo K, é prevista uma seletividade satisfatória entre fusíveis
adjacentes até uma corrente 13 vezes a nominal do elo fusível protegido;
Pode‐se notar por meio da Tabela 8.10 e da Tabela 8.11 que o critério de 13 vezes
o valor do elo protegido é conservador, pois impõe os limites da seletividade em
valores inferiores ao da tabela de seletividade. A mesma observação serve para os elos
T.
Tabela 8.11 - Razão entre a Corrente de seletividade e elo protegido (não preferenciais).
Elo protetor Elo protegido Seletividade Seletividade
(A) 13 x Elo Protegido (A)
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• Para os elos do tipo T, é prevista uma coordenação satisfatória entre fusíveis
adjacentes até uma corrente 24 vezes a nominal do fusível protegido.
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Exemplo 3:
Faça o estudo de seletividade do sistema mostrado na Figura 8.21
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Exemplo 4:
Fazer o estudo de seletividade do sistema mostrado na Figura 8.22 tomando como
base o valor da corrente de curto‐circuito mínimo, já que este tipo de defeito é o que
ocorre com mais freqüência. Note que neste caso poderão ocorrer perdas de
seletividade para defeitos trifásicos, bifásicos ou fase‐terra máximo. Considere uma
taxa anual de crescimento da carga de 8 % e um horizonte de estudo de 2 anos.
13,8 kV
21 A 260
Subestação
225
35
600
520 7 3A
400
300
430 1 260
372 200
320
6A 12 A 9A
300 5
260
120 6 3
6A
500 520
433 450
350 380
420
Legenda 364 4 340
180 2 294
6A
Icc 3F 210
Correntes de
Icc FT curto-circuito
Icc FT min (A)
280 250
242 217
Ponto 100 45
Figura 8.22 – Exemplo 4.
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