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SEMANÁRIO INFANTIL [RIO DE JANEIRO, 21 DE JULHO DE 194Q

O gato e o rato
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(TEXTO NESTE NUMERO)
O TICO TICO 24 _ Julho — 1940

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'tmÊÔ!!!^~^Uj/ desenhos de colchas. |
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¦/'/ ™^L%ÊfL*mmémmWi variados estylos. Uai g| -^i /^^^ lU-f»^-.*»!!! • «l|f»«« II'1 " ^ •'"

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•_ »>!«__-*»_*_?_ _«Um_lín(_ox_lbun.T contendo 200. lindos]


motivos de
PONTO. DE CRUZ
EDIÇÃO DE ARTE DE BORDAR
que apresema um famoso encadeamenlov
de motivos, de trabalhos, de sugestões a
serem leitos com o simples e mais sin-
gelo dos pontos
O PONTO DE CRUZ
A VENDA EM TODAS AS PEDIDOS A REDACÇÃO DE
Q LIVRARIAS PREÇO EM Q A R T _ DE BORDAR.
TODO O BRASIL 5$000 TRAV. DO OUVIDOR.3.-RIO

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SEMANÁRIO INFANTIL
ASSINATURAS
BRASIL:
1 ano 2 jjci .0
6 meses '.. 135300

_____0___SI____f__
EXTFUllGH:
1 ano 75Í010
6 meses S8JO0-J
As assinaturas começam sempre no dia 1
do mês em que forem tomadas.
Propriedade da S. A. "O MALHO" —
Diretor-Gerente: A. DE SOUZA E SILVA . Travessa do Ouvidor, 34 — Rio.

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Janjão era um menino preguiçoso e • Estava distraído, olhando Que


para os bi- teimosia, disse Janjão. Éla

pouco,dedicádo aos estudos. chinhos do capim, quando sua atenção já viu que não pôde com a carga, e
O professor déra-lhe um problema de
foi despertada por um passarinho, mui- está perdendo tempo, atoa ...
aritmética para resolver, em casa, mas,
Porem o passarinho voltou nova-
to bonito, procurava levar no bico um
como êle era máu aluno, encontrou
mente e, cheio de animo, tomou o
raminho seco. Mas o fardo era muito
grande dificuldade.
ramo no bico, levantou vôo 9, talvez
Tentou a primeira vez. Não deu cér- pesado.
ajudado pelo vento, ganhou mais ai-
to. Desanimou. Foi para o fundo do O passarinho conseguiu levantar vôo
tura e continuou voando em direção
quintal e deitou-se em baixo de uma
a uma pequena altura, mas teve que
ao ninho.
arvore.
retroceder, pois não suportou o peso
Janjão se pôs a refletir, e ficou en«
do ramo.
vergonhado da sua fraqueza.
.. ,__ _>v'/*^t=«^
Ê!e está construindo um ninho, pen- Eu tambem vou tentar, quantas

^sou Ja.ij._o. E, novamente, o passarinho vezes forem precisas, e hei de resolver

levantou vôo, levando no bico o ramo o meu problema!

seco. Desta vez, conseguiu ganhar mais E tanto fez, que encontrou a solução!

altura, porém deixou cair outra vez o Naquele mês, o seu boletim estava

fardo, que era muito pesado. cheio de notas ótimas!


O TICO-TICO — 4 21 — Julho — 1940

As aventuras do Camondongo Mickey


(Desenho de Walter Disney e M. B. Iwerlcs, exclusividade para O TICO-TICO em todo o Brasil)
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— Meninos ! Que barulho foi este ? — Veja, Horacio, o
que éies fizeram...

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— Queriam éra nos afastar daqui. (E àquela hora Parafúz e Pitusquinho
an-
Cadê meu rabecão ? davam a
passeio...)
~-ym "yfej*.^"-;.. ¦¦¦•-¦ ..
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— Uma dúzia, de ovos. Não precisa em- Essa Minnie, sempre com pressa !
brulhar, não. (Continua)
21 — Julho — 1940 — 5 — O TICO-TIí

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Oçoeô ___kÍYY_rf^_B_-K___ ÍY.^Yf


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mmmm^^^ir _, M

Vçwôf
MEUS NETINHOS :
— MESES
A curiosa tabela que vai a seguir
é o resultado dc um desses traba-
lhos pacientes e metódicos que to- ANOS © 0
O -~ ~
•- E ST C. -S A ' a B . fi _2 S .
cios achamos sempre muito inferes- _._C-5-§^ãs5Sg
-. S "*- •* *¦» *** <
ã " : %. 2' &, g
M
santes mas que logo a seguir deixa- C
fe Q
dc lado, sem pregar a devida
atenção ao que êlcs representam. 1925 40 0 3013 0 2402
Por meio dela qualquer pessoa 1926 5 11402403513
1927 622503514624
á ficar sabendo a que dia da 192S 03402503G146
semana correspondeu ou correspon- 1901 1929 25513 6140250
1902 1930 366240251361
determinada data, a partir de 1903 1931 40 0351362402
1901 1932 5125 0 3 514624
1900 e até 1952.
1905 1933 0336 14625035
Usa-se, assim, a tabela: suponha- 1906 1934 144025036146
1907 1935 25513614 0*250
mos que um de vocês queira saber 1908 1936 3603513624O2
em que dia da semana cáe a data de 1909 1937 5 114 6 2 4 0 3 5 13
1910 193S 0 22503514624
24 de Julho de 1940. 1911 1939 033614625035
1912 1940 14 5 136140250
Na coluna dos anos se procura 1913 1941 366240251361
. Vai-se vêr o número que, lio- 1914 1942 400 3 513 62402
1915 1943 511462403513
talmente, corresponde ao mês 1916 1944 623614625035
dc Julho, isto é, o n.° 1. Soma-se, 1900 1917 1945 144 0 250 3 6146
1918 1946 255136140250
então, o dia desejado, isto c, 24, 1919 1947 3 6 6 2 4 0 2 5 13 6 1
com esse número
achado e dá 1920 1948 40 0 462403513
1921 1949 02250 3 514624
1 =25. No quadro dos "Dias 1922 1950 033614625035
'da 1923 1951 144025036146
Semana" se terifica, então, que 1921 1952 256240251361
o n." 25 corresponde, horisontal-
. Qtè, a uma 4.* feira. — DIAS DA SEMANA
I. fácil verificar outras data- c
S 15 22 29 ___ Domingo
depois dc alguns exercicios se con-
segue rapidez na procura. 9 16 23 30 37 Segunda -Feira
Mas o que o Vovô quer ê que vo- 10 17 24 31 Tcrça-Fcira
preciem o esforço e a paciência 11 18 25 32 Quarta Feira
leiú conseguiu organjsar tal ta-
12 19 26 33 Quinta-Feira
pois o trabalho alheio deve
13 20 27 34 Sexta-Feira
sempre ser admirado.
14 21 2S 35 Sábado
Vôovo
O TICO-TICO — 6 — 24 — Julho — 1910

MING F OO
Tendo salvo das garras

dos piratas de Chang-

Ho um pequeno grupo

de indígenas amigos,

Ming Foo e seus amigos

ficam õdmirados quando

eles, por gratidão lhes

revelam a existência de

uma caverna. E' a ca-

verna dos Deuses.

/ ^aBJB S Esta minha vulgar pessoa lembra que: Qucir.


Os Censos Brasileiros ^H| J Jw\ pensa levantar uma montanha pode estar abria- I
MfMmímSMm do sua cova. |
vão criar uma concicncin tSjJB^ tJ
nacional, porque seus re-
sultados nos convencerão
de que o Brasil, pela sua
grandeza continen4;?.! e pe-
los seus recursos, pela su<*
¦! ',' *¦ ' '^'^-Jfce»-.»!' —BI
crescente população pelo Ju
- ~^"r —__^_^__
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HEBífeS9M^BBflE3HQESMÍ^B r '*"¦
^***kTk. BW^BBBWHB Wm\mm
jMW Ámm\m\\\\^*m\\\\ HP *^Bb«Mta3^B
trabalho honrado de seus
.filhos, está destin?.do a ser \\\m\mmm\\m\r\Cr * ^^B S^^S^^H

i Canaan da civilização 'Á. >¦!*¦.36L£--y^W wAs\\\a*Z3>*1!& ''^P^jnji^ jgPM


contemporânea.
24 — Julho — 1940 — 7 — O TICO-TICO

NOVELA DE landon Walih


Continuação

UMA REVISTA QUE EM


Ouro! Ouro!
Ouro! Tonela-
das de ouro.
CADA PAGINA OFERECE
Tudo é meu.
Sou o homem
UMA SURPREZA, E EM
mnis rico do
mundo. CADA SURPREZA UM MO
T1VO DE INTERESSE NOVO
E DE PRAZER ESPIRÍTU-
AL, E' "O MALHO". COMO
MENSARIO, É A MAIS LfN-
mmmmm&Êtlr^^l0 O^ (F%^B:â^è^Èlf%J^^^^^Í DA E BEM FEITA DAS RE-
VISTAS NACIONAIS.
.-_ '¦ __£_________} ii

fc^JS»y / Deixe-se disso, cima- ) , SocorroíLadrões! \


'¦ yl'______
-*** ykXX3Q J
vi rada. Você ficou ma- Estão roubando
^j. J I Antes do Recensea-
mento, podemos ape-
nas perguntar : —
QUANTOS SOMgS?
Depois do Recensea-
mento, qualquer um
poderá responder : —
SOMOS TANTOS. O
que era dúvida antes,
será certeza depois.
O Reeenseamento
nos conduz da dúvida
para a certeza.

Morra, traidor. Ou- -^ _ ( E" sàào o ditado: Pnj**a-se o ouro \


/li \
^^j^mmmmm' sou TCVIDar ° ouro Pe'° '°-0 e o Unem
*^*

c o N T I N U A R A
2! — Julho — 1910 — 8 — O TICO-TICO
-.—^ flR-^ s__H_r s__Ék

^_________r
V

e Paulo sentaram-se a beira do caminho, A cada golpe entrava no rochedo mais de .um
PEDROpara descansar e deixaram-se ficar, rindo do palmo. i
irmão mais moço. Bom dia, Sra Picareta — disse Miudinho.
Quando chegou ao alto da montanha que imj-| Não se aborrece de estar assim trabalhando,
ginam vocês que o rapaz encontrou? sosinha?
Uma picareta encantada que trabalhava sósi-j Eu estava à tua espera, meu fiiho — dissa
nha, para se distrair, cavando na rocha viva como so* a Picareta — ha muitos anos que te espero ,
¦fosse em terra ou areia. — Pois aqui estou — respondeu Miudinho.

*"* ¦»¦¦¦ ¦.¦ - - -~ —". ¦¦_..-....ii —_.—.¦.„ .¦¦¦...,, .,,,.,.

E sem se admirar com aquilo, apanhou a pi- Continuaram a caminhar. *


careta, tirou-a do cabo e meteu-a ro saco de couro. Mais adiante chegaram à beira de um rio,
• Depois desceu muito satisfeito. cuja agua en transparente e fresca.
— Vue grande milagre encontrou você lá em Os três viajantes iam com sede e abaixaram-se
cima? — perguntou Paulo zombeteando. para beber.
*fc — Era, com efeito, rumor de uma picareta — — Admira-me muito ver tanta agua em um
disse o rapaz. E. como nada mais lhe perguntassem, vale tão pouco profundo — disse Miudinho — Qui-
nada mais disse. zera taber de onde sái esse rio.
24 — Julho — 1940 Q O TICO-TICO

O PRESIDENTE
aaáJI I*.
f* tal f. _K__v

GETULIO w3__Bt

VARGAS ¦'_&
. E AS
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éi.
«-v. __&_^^]___.
CRIANÇAS
Urano Ribeiro — 12 anos — E. do Rio

\._ _.;i.\__.._, v_\ _ _ . . ry_ . i


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__ Laerte Rocha — 1. anos — R*'o

Vi **- /J
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-T*V__-VàiX''^___-

j£e eJÉSü
jfmr ¦ • ' __P9S ¦ -

Euripcdcs dos Santos — 12 anos — Minas-


\EEL£&z—«â-_i!_ã_Í£n_u__

fcti Dinarte M. Rodrigues — 15 anos


Rio G. do Sul

(¦^•¦¦^oB
'
Alcandir Gonçalves — 8 anos — Rio
/%-,;§iljl
Hilton Gonzales — 14 anos — S. Paulo
¦¦¦~mY- "«• -«?"" 'JE^ÃfíAtJÊm '-

•¦-¦' -__-_ff5ofj___i
$A'*jf' "A "
E- i iLym

o Eichltr — 13 anos — Rio


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Roberto Montç — 15 anos — S. Paulo O


Antônio P. de Souza — 12 anos — Rio

é apenas entre os adultos


NÂO que o Presidente Getulio Var-
gas gósa de popularidade e con-

¦v *S^ ta admiradores. Entre as crianças sua


figura de chefe e de patriota é verda-
iv **Ay \»
p£^ deiramenle cultuada com todo o entu-
siasmo.
Quando O TICO-TICO realisou ain-
da recentemente, seu concurso de de-
ft^j__H. / "Vultos
senhos Históricos retratados pe-
los nossos leitores" grande foi o nume-
¦-AE ro de retratos do chefe da nação que
nos foram enviados, dentre os quais se-
s lecionamos os que aparecem nesta pa-
-¦- — 15 nr.os — Rii Sina.
foai Filgueiras —13 anos — E. Santo
O TICO-TICO — 10 24 — Julho — 1940

0 Gato e o Rato Conto de


Paulo Afonso

Havia certo ratinho, que como surpresa quando ia roer os quei- dia desejar. Em vez de comer as
todos os ratinhos do mundo, gos- jos, e caiu no laço. Quem mandou migalhas dos queijos, quiz comer
tava muito dos queijos macios e você ser tão guloso . queijos inteiros. E' por isso meu
apetilóscs. O ratinhe, começou a soluçar de amigo, que você se acha entre a
Morava êle em um buraco muito fazer dó. Mas era tudo de mentira, cruz e a caldeirinha. Ou morre
fundo, debaixo do soalho de um e o gato não se comoveu. Espre- enforcado ou morre nos meus deu-
armazém, cm companhia de muitos guiçou-se outra vez e com a pati- tes. Pena é que você seja tio pe-
outros ratinhos, e, todas as noites, nha arrancou uma grande e gorda queno e tão magro meu caro ami-
depois das portas fechadas, subia pulga que picou-lhe o pescoço. E go ratinho. Tirando-lhe os ossos,
prateleiras acima e comia até se com ares de conselheiro, disse ao muito pouco fica. Eu queria era
fartar. ratinho. muitos de vocês, para satisfazer o
O vendeiro andava aborrecido E' bem triste a sua sorte meu meu apetite. Mas como não p
porque todos os dias encontrava os ratinho, e sinto nada poder fazer. apanhá-los, contento-me com um
queijos mais bonitos e melhores, Meu estômago reclama alimento, ou dois quando posso segurá-los.
bastante roídos. e nada encontro para matar a fome, Vocês ratos, são muito espertos.
E um dia, teve a idéia de armar a não ser você agora. E assim O senhor acha senhor
gato ?
o mais disfarçado possivel, na pra- mesmo muito mal, opis você está Apanhar ratos, para o senhor que
teleira onde os guardava, um laço bem magrinho. tem força e agilidade, é coisa muito
de arame, armadilha infalível. O ratinho ficou gelado como fácil.
E, na horinha certa, o ratinho um sorvete e chegou até a mudar O gato enrugou a testa.
veio sorrateiramente, subiu pelo de côr. E o gato já afiava os deu- Fácil ? ! Fácil seria se vocês
balcão, trepou na prateleira, chei- tes, fazendo roçar uns nos outros,
não pudessem correr para os bura-
rou um, dois, três, quatro, e quan- quando êle lhe disse num tom
do ia atirar-se de unhas e dentes cos onde nós gatos não podemos
muito triste de voz:
no quinto queijo, que era o mais E' muito triste mesmo senhor entrar. Is.-o sim, é que seria uma
cheiroso, bumba ! ... Caiu no la- beleza.
gato. Só em pensar no que vai
ço. e lá ficou suspenso no ar, prá me acontecer, já sinto as minhas Uma idéia luminosa brotou na
lá e prá cá, como o pêndulo de um carnes rasgadas pelos seus dentes cabeça do ratinho, que falou para
relógio. afiados. Que horror ! Que horror o gato:
Olá ! disse-lhe o Bichano, um meu Deus ! Olha senhor gato, se o senhor
gtao feio e vagabundo, que costu- E — tudo porque ? retorquiu me salvar a vida, eu prometo en-
mava entrar no armazém pelo forro o gato. Tudo pela sua gulodice. sinar-lhe um segredo, e o senhor
da casa para perseguir os ratinhos. Tudo porque você tem os olhos depois poderá comer ratos até eu-
Que sorte ! já tenho o meu •
maior do que a barriga. Tudo por- joar.
jantar garantido para hoje ! E di- que você desejou mais do que po- O gato arrepiou-se todo,
zendo isto, lambeu os beiços, dan- seus olhos verdes brilharam ainda
do no céu da boca um estalo com - 'mfm^WtW mais na meia escuridão em que es-
____mr'»''
a lingua. tava envolvido o interior do arma-
O pobre ratinho, sentiu uma coi- zem.
sa como uma pedra dc gelo correr- Salve-me a vida, e revelarei o
lhe a espinha. segredo, emendou o ratinho, <
O que faz você aí ? Quer en- vando na fisionomia do gato O
forcar-se ? perguntou o Bichano. to das suas palavras. O Bichano
O ratinho tremia como varas ver- fez roncar alto o seu peito asmáti-
des. Sentiu-se perdido, mas, de re- co, e depois dc uma breve pausa
pente lembrou-se de que a calma c ao ratinho. — Conta-me Ia
a presença de espirito, nos livram isso.
das situações mais difíceis. E dis- O ratinho sorriu c perguntou ou-
íarçando o temor respondeu: tra vez.
Xão está vendo senhor --- * O senhor promete salvar-
gato ? _wãf,¦* t ' 1
Caí no laço ! _____ • ___r__k__í' •' _» me ?
O Bichano, com a pata tirou _fS Efi£ Sim, respondeu o gato.
uma pulga detrás da orelha, e sor- ¦ m%m ) O ratinho tomou coragem. E co-
riu malicioso. E o ratinho, não per- mo quem vai contar um segredo,
deu tempo e logo continuou. _H~Y 'l"i V Àíí''¦'/* -V __K*^_ r_9l-N
chamou o gato mais para perto dc
Xão sei como foi que acon- si.
teceu isto ! Eu sei de uma passagem, que
Deixe-se disso, retorquiu o vai dír dircitinho lá no buraco
Bichano. Você foi apanha_• de de eu moro. E' tão grande, que dá
24 — Julho — 1040 1 — O TICO TICO
para passar um cachorro de bom — Com a breca !. exclamou ao
tamai ver o gato pendurado no laço a
O
que ? exclamou o gato ar- miar. E' você então o comedor de
regalando muito os olho.-. Quer queijos pois não ! Espera que já
dizer que ura gato então . .. lhe ensino.
Passa com a maior facilidade, E apanhando um pedaço de páu.
concluiu o ratinho. deu no gato uma tamanha surra,
O gato pensou, pensou um pouco que o páu se lhe quebrou e teve de
e perguntou: novo que arranjar outro.
Onde fica essa passagem ? Quando o bichano se viu livre,
SÓ eu lhe mostrando senhor quasi não podia dar um passo. O
gato. O meu plano é esse: solte- corpo todo lhe doia. Parecia estar
me daqui e pendure-se no meu lu- I
com os ossos todos quebrados. E
gar. Eu irei lá dentro e chamarei —-*£ L_— arrastando-se com muita dificulda-
os meus amigos para verem o se- de. fui abrigar-se no porão de uma
nhor preso no laço. Enquanto êle-, casa velha. E quando estava quasi
estiverem aqui fora, eu vou lá den- a dormir, sentiu na pata três pan-
tro e abro a passagem. Depois que cadinhas leves. Olhou curioso, e
entrarem c estiverem despreocupa- Num abrir e fechar de olhos, o yiu diante de si um ratinho. Era
dos, eu venho, lhe solto, c é só o se- gato pulou para a prateleira, pôs o o ratinho do armazém que lhe dis-
nhor entrar e apanhar quantos qui- .ratinho em liberdade e enfiou a ca- se: — Está vendo senhor gato, o
beca no laço que fechou-se. E lá resultado da sua gulodice ? Tudo
zer pois eles não terão por onde
ficou êle no ar, prá lá e prá cá, co- isto que aconteceu, foi por sua cul-
sair.
mo o pêndulo de um relógio, en-
ü gato quedou-se pensativo, en- pa, porque tem os olhos maior do
quanto o ratinho saltando para O que a barriga. Eu aprendi bem :i
quanto o ratinho com o coração a
chão lhe disse : lição que me deu quando eu esti\e.
pular, esperava a resposta com — Fica esperando ai
grande anciedade. que já voi- pendurado no arame. E agora lhe.
to senhor Bichano. E desapareceu digo, tudo aconteceu por sua cul-
])e repente o gato lhe di :
Olha; eu estou pelo buraco d.o soalho. Minutes pa. A gulodice, a maldita gulo.ii-
qua>i aceí-
depois, uma quantidade enorme de ce ! 1" agora me convenço cada vez
tando a proposta, mas desconfio de
camondongos estava espalhada no mais senhor gato que devemos
você. Vocês ratos são tão astució-
armazém. Uns dansavam. outros contentar sempre com aquilo
sos. — Dou-lhe minha palavra de que
pulavam, outros cantavam. Era nos é possivel e pensar sempre, que
rato,' disse-lhe o ratinho cruzando
uma algazarra medonha. E avan- na vii . geralmente quem muito
as patinhas .-obre o focinho em si-
çaram nos queijo.- e não deixaram quer tudo perde.
nal de juramento.
O gato refletiu mais, durante ai- nem as casca.-. E O bichano a es-
E depois disto, todos os di
gum tempo para depois responder. perar o ratinho, e o ratinho nada
ratinho trazia alimentos para i
Pois bem. Vou lhe soltar e de aparecer. E a ferta foi pela ma-
to, e tratou-o com cuidado, até (pie
ficar no seu logar enquanto íôr lá dragada a dentro. E o bichano a
êle ficou completamente bom. E
dentro. Mas olha bem que se me esperar o ratinho, e o ratinho nada
tornaram-se bons amigos. Peio
enganar estará frito. — Tenha con- de aparecer. menos o Hichano e o ratinho do ar-
fiança em mim senhor gato. Ku Pela manhã, bem cedinho che- mazem. Foi uma bôa Üção para
não sou rato de duas pala\ r. gou o vendeiro. amln is.

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__^Sjg^r ^^iiii!ALigi^7^ Z^lL__jj_jí_i___^x
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O TICO-TICO — 12 4 — Julho — 1940

NO DIA MO^IlRll^^ fjy P^9>iy e cu vamos para .-. parte y^^


Babe Buniing SEGUIN- 1 ^II<\C|MfiP^ ___-_! suPerior da estrada. Vocês pedem |Pt>. q y-
*I^ Dick
"
TE, QUAN- »' « rV __?__S\ Pcscar aclui- Ttenham cuidado J*\
e Benjy nova- DO ATRA- W numa hora. •r ^Tjí
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_^S, \ (¦**!^ voltem
menie juntos
agindo

F)
sia. Quando o peixe morder, puxe nha ver. 7^^991 S_T í_i'-§|SF^.'i__il^^^^

E E' melhor voltarmos


Creio que ele me para o comboio.
puxou para den- Você está ensopa-
^^^
tro* da.
Justamente n o mo-
mento que eu apren- Benjy Parece um mo-
dia a pescar os mai- VOCÍ tor. Ouça!
ores. Nâo senhor! ouve

m
N. 8
2 í — Julho — 19 40 13 — O TICO-TICO

F)

E E' isto que eu gosta- ^v?* 9r ^as n3° me Parccem P"sca- '&¦%

N
T
U
R
O
Deixando Babe com a Irula e os
pclrechos, Benjy Defronte dum longo abrigo de madeira,

5 -ve mete pelo mato c uc o carro parado


dc distancia.
a 100 jardas


portas abertas, sae um homem de carabr
na na mão. emquanto o carro entra.
i

dem fí>:er estes homens, mas Não. Eles nos veriam. ^Bp^_^p^H^aK. Hí
quanto mais cedo nos retirar- vovô vae Temos de ir pelo atalho. *^*^KÂ v

F)
¦SfiKr^fP^

Continua Id,„„
Bcnw estava .. . .,
,. sattstctjo.ji £?*&V_áW______lEíSsSI
^correr
ao encon-
^ÜSGÊX/ÊÊÈ
Mas, mesmo no otaüio
^^peetivas são
.. TICO-TICO — 14 — 24 — Julho — 1940

UMA ANEDOTA DE HONTEM


Falece ¦ ¦ ¦ Em certo teatro do interior
da França, representava-se um
"—
Cachorro de istimação, drama medieval. No palco,
veadêro de culidade, Luís XI, rodeado de sua corte.
"Temeridade",
que-nem o Pouquíssimos espectadores na
inda num vi ôtro, não!
sala: pouquíssimos, porém bas-
O desgrar_h.ado era bão tante inteligentes para perce-
o dia entêro, nhô Andrade! ber a mediocridade dos artis-
Só veno! Barbaridade!
tas, o que manifestaram atra-
Caçava pur vocação!
vés de discretos rumores.
— Eu sei disso. Mas, morreu,
Aborrecido com aquelas ma-
intão, o pobre, nhô Canto?
Mecé num me conta nada ...
nifestações de hostilidade, um
dos atores se aproxima da boca
— Num morreu, não: Faleceu.
da cena, e, dirigindo-se ao pú-
Faleceu loco, de tanto
vive pensando in caçada" ...
blico, declara :
— Tenham cuidado : vejam
N U O S T bem que somos mais numerosos
do que vocês !. . .

AVENTURAS DE TINOCO, CAÇADOR DE FERAS ~- Por Théo

... para coelhos. Tinoco descobriu uma armadilhas camufladas entre a grama
O espirito inventivo de Tinoco não
zona onde abundam esses roedores e logo munidas de portas ultra sensíveis abrir.
tem limites. O nosso heroe, quando não do todas paia dentro, impedindo a saida...
inventa, aperfeiçoa. E' o caso das arma- espalhou por todo o canto inúmeras...
diJhas...

...da» armadilhas a mister Brown que ...de coelhos. Mister Brown propôs ao
...que só poderia ser forçada, abrindo-
aprovou a tática adotada. T inoco nâo amigo abrir um restaurante onde o pra-
se uma caçl: de resistência superior ás
tem mãos a medir. Enche sacos e sacos... to de coelho seja coelho mesmo...
forças de u:n coelho. Tinoco mostrou os
p._nos. ..

maçã é um magnífico alimento do


A cerebre, pe!o ácido fosfórico de Amé
nutrição e, na maioria das
vezes, a causa do atrazo da cri-
E' um erro fazer-se pela manhã
uma refeição muito leve. Nesta
-facilmente digerível que con- anca nos estudos, porquanto o de.en- ocasião o aparelho digestivo está nas
.«á.ma
volvimento mental só se faz bem quan- melhores condições para receber bôa
tém. Dt$inf«ta a boca, auxilia as se-
creções renais, jmpede a formação de do é satisfatório o desenvolvimento do quantidade de alimentos, que lhe asse-
corpo. q.tam a eficiência do trabalho matinal
cálculos e corrige a acidez orgânica.
24 — Julho — 1940 15 — O TICO-TICO

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Adeus, tio André !. .. ras de plantação e de criação, forço do homem que a ela se
Adeus !.. . está, justamente, nessas terras. dedica.
Assim se despediu o pe- O lugar do agricultor e do Basta vocês pensarem no
queno Anselmo do seu velho criador é no campo e não nas seguinte: um grão de milho
amigo tio André, quando par- cidades. O grande mal de mui- plantado hoje, ao fim de três
tiu com o pai e os demais ir- tos brasileiros é abandonar a mezes é uma haste cheia de fo-
mãos, já rapazes, para "ten- vida calma, embora laboriosa lhagem verde com duas ou
tar a vida" na cidade, abando- dos campos, pela existência três espigas tendo cada uma
nando a vila, onde sempre tra- oitenta a cem grãos de mi-
agitada e não menos trabalho-
balharam e viveram com relati- lho!
sa das cidades, dos grandes
va felicidade. Não ha capital tão bem em-
centros populosos.
A' noite, quando as outras Os que têm alguma profis- pregado como aquele que se
crianças se reuniram no terrei- são liberal, os que são, por confia à terra e que o restitue,
ro da casinha do bondoso ve- exemplo, pedreiros, carpintei- passado pouco tempo com os
lho que lhe contava tantas e ros, ferreiros, ou trabalham maiores juros.
interessantes historias, êle, em outros ramos da atividade Espero que vocês, meus
comentando a partida do An- humana que não sejam a agri- amiguinhos, filhos de lavrado-
selmo, dizia: cultura e a pecuária, poderão res e de criadores, nunca aban-
Fez mal o velho Bonifa- encontrar trabalho, com relati- donem o campo calmo,
pela ilu-
cio em deixar a vila, com a fa- va facilidade nesses aglomera- são enganadora das cidades.
milia para tentar a sorte na dos humanos que são as gran- O futuro da nossa pátria
vida difícil da cidade. des cidades onde a concorren- está nos campos bem cultiva-
Aqui êle tinha com que vi- cia é, cada vez, maior. Os cria- dos e nos seus rebanhos bem
ver, mais ou menos regular- dores e agricultores não de-
criados, sem falar na riqueza
mente, tirando da terra o que vem, porém, abandonar o cam-
das minas que continuam es-
a terra lhe dava por ocasião po e aqueles que não o forem
e não encontrarem trabalho re- perando pela mão do homem
das colheitas.
munerador nas cidades, devem para as explorar.
Na cidade vai êle. à procura Dizendo estas palavras o
procurar o campo e exercerem
de um emprego, coisa incerta, bom velho se despediu dos
aí sua atividade, pois não fal-
que poderá encontrar logo e tara trabalho a quem desejar, seus amiguinhos, tendo a eer-
poderá não encontrar nunca. deveras, trabalhar. teza de que eles iriam traba-
O futuro do nosso país, com A terra é mãe dadivosa que lhar pela grandeza do Brasil
a vastidão imensa das suas ter- recompensa, com fartura, o es- na agricultura e na pecuária.

EUSTORGIO WANDERLEY
O TICO TICO 24 —J 1940 O TICO-TICO
"Educação
Série Escolar" • GEOGRAFIA §A AMERICA • COLÔMBIA » Por Bob Steward
mídmmimmmmmimmmammmÊÊmmÊÊmÊÊÊÊmmiÊmÊ^mmmÊÊifmmmiammm^m^m^mmmmi^mÊmmmmÊÊÊÊKm^B^Kma^^mm^a^mmÊK^ammma*

A COLÔMBIA é o T. produtor
COLÔMBIA de café na Arranca
JADE r1 —

JM «^V 7\ííÊmr'

LAD1S-LAZULI
¦JL^/L^
™f. .mifc ^Si^__h^___^^

TURMALINA «'stal da rocha


ÁGATA

A Colômbia acha-se bem


representada em todos os
reinos éa natureza.

.JLeâfsJL O café uma nque:j


Colombiana
No reino animal: animais do-
mestiços,
tas,
lhamas,
jaguares,
onças,
veados,
an-
maça-
cos, jacarés, pacas, cutias,
COLÔMBIA - CAPITAL - Bogotá MILHO cobras venenosas, insetos,
com 200.000 habitantes, banhada AVEIA peixes e aves.
TRIGO
ARROZ No reino vegeta!: madeiras
pelo «o do mesmo nome, no
BANANAS de construção,
(jacarandá
TURMALINA planalto de Cundinamarca. PERAS
ébano, cedro, acajú,) plantas
- 6.000.000 MAÇÃS
POPULAÇÃO de ha- PÊSSEGOS medicinais (copaiba, quina,
bitantes. etc,) café, cana, cacáo, bau-
nilha, algodão, tabaco, fumo,
SUPERFÍCIE-- 1.215.000 km5, menor
milho, feijão, mandioca, legu-
que o estado de Mato Grosso.
mes e frutas em abundância.
RAÇA - domina a mestiça com mais No reino mineral: o melhor
de 2 milhões de representantes "bt / representado - grande quan-
tidade de ouro, prata, cobre,
Bk
Wmf.
*
bB_H A
LINGUA -. a oficial e a hespanhola.
i )—' ferro, platina, mercúrio,
¦ * mmW
RELIGIÃO - católica ! chumbo, zinco, carvão de
predomina,
N pedra, petróleo, manganês,
vendo Vbztéaèz de culto.
A COLÔMBIA possua aniimonio, alumen, mármore,
jnetita riquezos mi- INSTRUÇÃO - em franco quantidade de frutos grande
sabo-
progres rosos e cereais úteis. e pedras preciosas.
ncr3is da Colômbia.
_1
í
O TICO TICO — 18 — 24 — Julho — 1940

I O BANDO DOS^PÜl^^p
Pedro II, que
não apreciava o
baralho, disse um
dia ao seu Minis-
tro, o Barão de
-, ESTA DO S ^i^^SkW/M
Cotegipe, que, no
voltarete, o menos
jue se perdia era
a tempo. Mas ime-
diatamente, ouviu
do virtuoso esta-
dista a resposta :
ao C3rlM»*e>
jS-éM-i-e Ouerra
"Vossa Magestade
não conhece o vol-
J_f_\~gj|
tarete ; o único
tempo que nele se
perde é o de dar
c.Ttas".
-O-

Em 1862 — con-
ta Martim Fran-
cisco — numa me-
de "boston",
sa
em roda aristo-
cratiea, jogavam
o surdo Pedro de Walter Legurenra, vulgo I
Araújo Lima Legenza, chefe de bando, Robert Mais, jovem aspi- Roy Wiley, egresso da Martin Farrel, que se uniu
( Marquês de O- possuidor dos piores ante. rante ã triste fama de Dil» prisão, cúmplice de Mais ao bando depois de esca-
linda ) e o já do- c éden tes e assassino con- linger, «ub-chefe de ban- e Legenza no rapto de par da prisão de Pennsyl-
sumado. do. Weiss.
entissimo e, por
isso mesmo, fre-
netico, Miguel
Calmon (Marquês
de Abrantes), a-
fraternais O primeiro sinal
migos
do bando oricrr
desde a moeidade. tal. bem orpani-
Demorando o sur- sado e poderosa-
do a cartada, mur- mente armado, é
moda de Dillin-
murou o freneü-
"Essa besta ger, mais farde
co : conhecida pelo
não joga ?". «Cal- nome de bando ¦I-r**^B lLmwBmmm%Bmm%PfUmmmmÍ attaW* ^*&7 \ mmm. ií
dos Tres Esta- Sj) ' \
mamente, deixan-
dos, foi dado na
do cair a carta, o Un i o n Staticn,
ex-Regentedo em Washington.
Império explicou na noite de I."
ao denomina- de Dezembro de
"Canário 19*1.
do da
"M"
Câmara":
guel, a besta está
nndo um pou-
co" . Riran. o.s cir- r-
cunstantis. r- ;* di- Admite-se que antes de Cabral esti .eram no Brasil navegantes espanhoes Vi-
.o da pilhe- e Y<oiez Pinzon, em Janeiro de 1500. e Diego de Leppe, cm Fevereiro ou Março.
i Ia aumentou a De Vicente Pinzon — anUgo companheiro de Colombo ca primeira viagem & America,
suspeita de que o — afirma-se que esteve nas alturas do cabo Santa Maria de Ia Consolación ( Santo
Marquês de Olm- Agostinho ? ) e na tCo. do mar Dulce I mar Doce, o Amazonas ? ). Discute-se, porém,
se terá «ido mesmo assim. £ poseivel que Pinzon estivesse nas alturas de Orenoco, fora
da só era surdo
¦
do território brasileiro.
De qualquer maneira, foram os Portugueses os verdadeiros descobridores do
r ha. Brasil, no sentido sociológico, nao so em virtude do que determinava o tratado de Tor-
aj«-Uhas, mas principalmente porque colonizaram a terra, legaram-lhe sua lingua, costu-
mes, leis e religião.

V;
24 — Julho — 1940 19 O TICO-TICO

O audacioso assalto, que beneficiou o bando aper


nas com alguns selos postais sem valor, marcou
o inicio duma intensa investigação federal.

Rossini convida-
ra, para assistir
ao ensaio geral de
sua nova opera,
um amigo, musico
*^^tW-i"í EW \
de nomeada tam-
JnlLmmFmrr*^ -Bir****—tt—'^pí-í y^L
bem. Ocuparam
os dois um cama-
rote no fundo do
teatro e dali assis-
tiram á represen-
tação, em que a
orquestra
Ahcjando um velho guarda, os bandidos fugi-
ram com tres sacos de correspondência. e os cantores se
houveram com
com grande pert-
cia. "Que te pa-
rece ?" — pergun-
tou Rossini ao a-
Tres meses depois migo. — "Parece-
me que tu copias-
do assalto de Was- te os melhores tre-
chos de Beetho-
hington. o recem
ven" — respondeu
orgúnisado B a n do outro, invejoso
e despeitado. —
dos Tres Estados "Pudera ! . .. Ha-
aparecia em Rich via de copiar-lhe
os peores ? — re-
mond. torquiu, com enfa-
do. o grande com-
positor. sacudindo
a cabeça em que
se lhe agitava a
cabeleira leonina.
Que é isto? Um assalto? Es->
pere, não. . . -O-

O bracelete,
sendo uni objeto
de faceirice multa
antigo, era a prin-
cipio usado única-
mente pelos ho-
mens. Na Roma
antiga, os solda-
dos ostentavam-
no como recom-
pensa de feitos mi-
i t a r e s, cos-
•**^ '' '" ' ^s^^ftst^l tume esse que os
A vida de Huband foi sacrificada cm proveito d* IUU C/IC- haviam
romanos
O guarda E. M. Huband, foi motto quês sem valor. Foi este o secundo assalto in„til do bando.
impiedosamente. tirado dos ttrus-
l (V>.
;os. Os bracele-
:es que usavam
eram feitos de va-
Henrique Dias nasceu em Pernambuco, em princípios do século XVII e morreu
em 1662. Negro, filho de africanos libertos, que trabalhavam na lavoura, apresen- rios aros de guio
tou-se, por ocasião cia segunda invasão flamenga, a Matias de Albuquerque e á frente ju bronze macisso
de um grupo de homens de côr distingüiu-se em Iguarassú, foi quem decidiu a vitória e cobriam todo o
em Porto Calvo e, tendo de amputar uma das màos, logo depois voltou a combater mte - tjraço*
bravamente. Teve o hábito de Cristo e outras recompensas, mas D. João IV mais
tarde o esqueceu, apesar do seu heroismo nas batalhas dos Guararapes. Em recor-
da£,\o de sua bravura cr«ou-se um regimento exclusivamente composto de negros : o
regimento dos Henriques.
O TICO-TICO — 2ü — 21 — julho —191(1

LECIONA IOS DA iORIE i :><»

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rUVRE^ME^ JJgk B»wwnK /^ÍèTA<-3 MÃ06„ Qü6 AGORA ^t


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L\to/ ^> g&S \íf5%, (.CARRASCOS DO HOMEM QUE J

^^aOOOOCH><KKKKK>OOOCK>am>OQOO' 30000000 3QOOOO0 oo<K>ooooooooocKaiooooooooaaooooogoo005^^^g^*


Antes do Recenseamento, podemos apenas perguntar — QUANTOS SOMOS ? Depois do Recense.i-
mento, qualquer um poderá responder — SOMOS TANTOS. O que era dúvida antes, será certeza depois.
O Recenseamento nos conduz da dúvida para a certeza.
>aooooooooao:>aocH?ajooaoooooooooooocK>ooGoaeKiPOOoqcK>o
24 — Julho — 1940 , 21 O TICO-TICO

As Aventuras de Faosfina e Zé Macaco - A faria Falada

Faustina recebeu um dia Era uma das tais cartas fi- ...chamou o marido e man- Quem seria que tivera a delicada
.ve'ope com um dis- lembrança de lhe escrever? O disco cc-
CO. iadas, agora em moda... dou trazer a vitrola. rueçou a rodar.

ÇílT /A/f mJWl\. l-.-^Bsr4,


E, logo ás primeiras cousas bem desagradáveis que EE a voz continuou
coi a falar, ferindo a ...ouvir mais
m; atirou o dis-
cada vez a*<T»<_ até
mais na sua vaidade,
ez mais n_ que
nu? co no chãchão espatifando-o
jíaiavras Faustina ouviu... lhe causaram indignação^ érendo..
não querendo. com os pés.

:—r——

Tres piadas
O GALO DE NELSON
Um maluco, conseguindo evadir-so
da prisão, foi preso dias depois* e le-
vado à presença do chefe do mantco-
mio, que o interrogou:
Como conseguiu fugir?
Os estrangeiros que visitam o museu da marinha de Greenwich não têm E o maluco, calmamente:
Vocês
pcuca surpresa ao verem, em uma vitrine, no lugar de honra, um galo empa- que têm juizo, que adi- j
vínhem.
lhado. Que mérito teria colccado ali aquele galo? Um feito histórico: aquele •
Nelson. Sabe-se a batalha Desejo retirar um passaporte para
t ò galo de que de Trafalgar esteve longo tempo
a Espanha.
Indecisa. Os franceses estiveram um momento a ponto de vencer. O desanimo Então faça o favor de entregar
a sua certidão de nascimento."
e a fadiga dominavam já cs tripulantes do Victcry, o navio capitanea, quando, Para que?
ce repente, soou um magnífico có-có-rcVcó!. . . Os marinheiros britânicos levan- Para
provar o seu nascimento.
Eu não tenho; mas será que o
taram os olhos e divisaram no mastro de meiena um soberbo galo, que conse- senhor duvida que eu nasci? ...
a sair de uma das capoeiras que se achavam a bordo de um navio, desti- •
Barnabé estava transportando
nado ao rancho da tripulação, e que um balaço francês tinha metido a pique.
xões de pólvora, no cais, quando o C3-
Esse có-có-ró-có eletrizou cs marinheiros ingleses, que retomaram logo a van- pataz o surpreende de cigarro aceso
na boca.
tsgem... Sabe você o
que acontece*1 aqui
Calcule-se como esse galo foi recebido na Inglaterra. Jamais um gallnaceo quando um estivador estava fumando,
há alguns anos? Houve uma explosão
viveu dias mais felizes e, quando morreu de velhice, foi empalhado que matou vinte hcmersi...
pelo primeiro
Pode ser. Mas isso não acontece
,-aturalis'a do reino .. -
hoje.
Por
que?
Porque agex } só estamos -';
cieis aqui!. .
— 22 21 —Julho —1940
O TICO-TICO

A* fl\teiil_a/ras de JMCMBiKO
_>-.-_____»BW»___^mammm^^mmap^

^ U PANCADA P.CA) ^KB*ffiN^,tt Wftl


^

. íaqui esta oMeuI _JBL fAH/AH.' AUÍVocesI


^ (.CACHIMBO TALISMAW. çH£Ç kAGORA VÃO VERJ
^A

Ç^G^^ASMlMHAS çÒRÇAS rt&^M^/kiX*^0 NÃO SE 8SIN-1

^fe^PlfJlla'
-^ÊA^\ mem o ratazana1?]! e ° ca**0 pa*te e* /
VELOCIDADE.
ESPANTOSA
"TT -4 X
AA^*Ú££
(poHHA O MOTOR A TRA-)
qoo/balhar para pugirmos )
DD^SIM
QUEELE EMTRAR/ v_ j^ÃfÊÉL
^

ESCAPARAM-Mt!) ^^^ EMQUAKTO ISTO SE PASSAVA, SERAPlÂO ES


TAVA PRESO NUM CUBÍCULO DA CASA M.S-
%\ eu tivesse- uha) <u q TERlQSA- f~
BICICLETA .ESTA-fflBL j N/1RGE MARlAi,
'cruiz credo.'
^RlAti ^EGÜV^o^/^^R í
>ja* tô cansado
de grvta' prü,
Socorro.'

&?
^Contínua
_4 — — 1940 — 23 — O TICO-TICO

VENCER
QUANTO MAIORES FOREM SEUS CONHECIMENTOS. MAIS CAPAZ SERÁ' VOCÊ DE

LOCUÇÕES LATINAS E ESTRANGEIRAS


TRADUÇÃO APLICAÇÃO

HODIE MIHI CRAS TIBI (Hoje a muitas vezes citado para exprimir o HORRESCO REFERENS (Tremo
mim, amanhã a ti). — O que me sentimento de solidariedade hu- ao contá-lo j.—Exclamação de Enéas
sucede hoje suceder-te-á amanhã. mana. ao referir a morte de Laocoonte
(Virgilio, Eneida, II, 204). Emprega-
HOMO HOMINI LÚPUS (O ho- HONEST IAGO (O honrado lago). se geralmente em estilo faceto.
mem é um lobo para o homem). — — Palavras irônicas de Shakespeare HOSPES, HOSTIS (Estrangeiro,
Pensamento de Plauto (Aslnaria, II, lOtelo), aplicadas a um celerado. inimigo). — Velha máxima politica,
4,58), cujo sentido é que o homem HONESTY IS THE BEST POLI- que significava : Todo o estrangei-
não raro se mostra feroz para o seu CY (Â honradez é a melhor politi- ro é um inimigo. Ainda em certos
semelhante. ?a). — Locução inglesa, que nem países representa o sentir dos seus
sempre é a divisa dos governantes. habitantes.
HOMO SUM : HUMANI NIHIL A HONOR ALIT ARTES (A honra IGNOTI NULLA CUPIDO (Não
ME ALIENUM PUTO (Sou homem e alimenta as artes). — Isto é, os ar- se deseja o que se não conhece). —
nada reputo alheio a mim do que c tistas necessitam de recompensas e Aforismo de Ovidio <Arte de amar,
humano). — Verso de Terencio (o aplausos; máxima de Cícero III, 397) . A indiferença provém ge-
Homem que se castiga a si mesmo), {Tuxulanas, I, 2, 4). ralmente da ignorância. I

ISOES DO IfllJlVDO França, Alemanha e Bélgica.


Larochette é um distrito dos mais

LUXEMBURGO belos do Luxemburgo. Dierkich


está sempre cheio de turistas; El-
O grão-ducado de Luxemburgo completando com supremo encanto terbruck, é a porta que conduz
fica situado bem ao centro da Eu- o panorama da região. aos montes Ardennes; Mcrsch z
ropa e a poucas horas de Amster- Outros pontos não menos belos
uma cidadesinha pacifica e idílica; o
dam, Paris, Cologne c Bruxelas. são: Beaufort, Conadorf e Hosin-
vale de Alzette cheio de rosas pa-
Os turistas mal se apercebem que
atravessaram a fronteira depois de* rece um jardim de fadas.
o alcançarem; pois não existem Luxemburgo tem um castelo his-
formalidades como em outras re- torico; Mondorf Les Bains, a esta-
giões, nem visitas dos -agentes da ção terminal, é cheia de ruelas,
com
Alfândega, que tanto incomodam
um casario gracioso e original.
os viajantes. -'- BLi'^-'*-.^____. j ^_BI __L Surgem então à vista os vinhz-
Logo aos primeiros instantes _______ _Í_L^^_J__H_______T __.4_&
fica-se surpreendido com o panora- dos do Luxemburgo e o rio Mo-
.iriado do grão-ducado de Lu- sela, corre pela região encantadora
xemburgo, a despeito da pequenez descendo o vale pitoresco e em-
do seu tamanho. Ao norte, a paisa- doçura
prestando mais suavidade e
gem bruta dos montes Ardennes a todo o lindo panorama.
abre horizontes magníficos c am-
pios ostentando uma vegetação des- Uma vista de Luxemburgo Às famílias dos pescadores
lumbrante.
dos mares árticos passam mes?s
Um dos pontos mais pitorescos gan — todos de aspeto diferente, sem pagar, comprando a credito.
do Luxemburgo é — Echtcrnach — mas essencialmente idênticos na
Quando voltam para sua casa
uma linda aldeia cheia de casinhas simplicidade que revelam, na paz os pescadorc; pagam todas as
minúsculas. Os nativos trajam ro;!- da atmosfera, ou na própria can-
dividas por.tu.iJr.cn .e, com o pro-
pas coloridas e desfilam alegres e didez do povo. influenciado em- "as.
duto dc suas pescar
rosados pelas ruasinhas estreitas. bora por tres nações antagônicas:
^TCO-TICO 24 — 24 — Julho — 1940

Leonor
0 missionário
_¦¦__¦-¦"_¦___!!_"!"-- *

CflHlO | Posada

na vida E a Maitaca soltou uma gostcsa


A noticia de que o missionário, ha pedindo e não se entrometendo os seus
das outras aves, êle acabou por encher gargalhada a que fizeram coro
pouco chegado, iria realizar milagres irritantes companheiros.
correu célere por toda a floresta. de despeito os companheiros, mormente "Então o Missionário orgulhoso,
Viam-no passar os animais, sempre quando lhes falaram das suas promessas
preocupado com o seu trabalho.
Nen- foi-se, hein ? casquinhou a Aranha.
fantásticas, ao chegar.
hum dos seus gestos, porém, lhes dera Naturalmente éle foi pregar numa
a idéa de que êle seria capaz de fazer .— "Fantasia é o que êle diz ..."
"Milagres . . . nuvem ... Êle nâo se dignava entrar
coisas fora do comum. resmungou o Canário. nas casas pobres . ... . o Tartuío ! Só
Não se podendo conter de curiosi- Por que êle não faz o milagre de cantar
dade, a Maitaca e o Cará - cará foram mesmo morando numa nuvem ou . . .
como eu ?"
visitá-lo. na Lua !"
Maneirosamente, levaram á palestra E para afrontar o doce Ausente, E a Aranha volvia os olhos de fogo
para o assunto que os dominava.
Por começou a trinar, enchendo de melodias aos raios
para a sua teia que esplendia
fim, a Maitaca expandiu-se : a clareira. do sol.
si era
Que o Beija - flor lhes dissesse — "Ah ! Ah ! Ah ! cantou num
verdade.ou não o que se propalava a trinado o Canarinho.
seu respeito . . . Porque, si, de fato,
éle realizava milagres, esses milagres Despreocupado com o que se passava O milagreiro foi aprender a .¦ . .-..
deviam ser divulgados . . . Bastava- em volta, o Beija-flor não parava. cantar !"
ali.-
lhes que o Beija -Hor desse pif missão Ia de flor em flor. Adej-ss aqui e E todos, insetos e aves,' tiveram
e eles, pelo radio, pois eram donos de Voejos para acolá, levando e trazendo
palavras de ridículo para o mongezinho
várias emissoras, proclamariam o seu de nõres distantes o pólen maduro alado que viera desempenhar a sua
valor . . . e feliz.
para outras flores, embevecido missão e que, no mais lindo silencio
Mas o delicado Monge fugiu do as- esplêndida
sunto com habilidade e cortezia. Res- Cumpria assim a silenciosa e trabalhara sem os ouvir.
pondia com deferencia a todas
as per- missão que lhe dera o Creador de todas
dos
guntas, mas quando lhe falavam as coisas.
futuros milagres, um silencio delicioso E, um dia, quando menos esperavam,
Voltou a Primavera. Pouco tempo
o envolvia. desapareceu . . .
deuois as plantas da floresta enche-
Desanimados, a Maitaca e o Cará-
cará sairam. ram-se de flores.
Mas, ó coisa formidável ! No meto
"Foi-se o inlrujão, -o mentiroso ..."
das quaresmas roxas, outras nasciam,
num desabafo, falou a dizia a Maitaca aos Tucanos e Periqui- brancas como estrelas de leite, perfu-
Na estrada, "Veiu com fama
Maitaca : tos que a ouviam. madas e lindas.
de milagroso e . . . tratou de fugir Dentre as epifitas que se agarravam
"Qual homem prodigioso, qual nada ! o escovássemos !"
- flor, antes que nos troncos das velhas árvores, orqui-
Aquilo é conversa mole. O Beija deas surgiam. E, no meio delas, outras,
seu ar de santarrão, quer atrair
com
Mas isto com um novo colorido com um quê de
os olhares de todos sobre si.
de milagres ... hum ! • • • J* se foi utras flores e, por isso, mais belas,
ele quem mais curiosas de serem vistas. E,
o tempo ! E não ha de ser
os repetirá ..." assim, não houve planta por onde
delicado
A Aranha, vendo o Monge tivesse passado o Beija-flor que não
como nas pre- sua
tão absorto no trabalho apresentasse o vestígio brilhante de
ces, fez-se de religiosa para captar-lhe doce passagem.
a atenção.-
um Desatavam-se flores por toda a parte.
E um dia, mandou levar-lhe in-
tecido Os animais, as aves, os próprios
manto de seda cuidadosamente a atribuir tama-
por ela. Num bilhetinho perfumado, setos não sabiam que
de fónns
pedia-lhe que fosse visitá-la. nha variedade de colorido e
O Beija-flor agradeceu tudo com nas flores que viam.
palavras gentis. Não podia, porém, Mas o Tico - Tico aventurou :
aceitar a oferta. Um mis.ionario só __ "Não será isto o milagres anun-
recebe o essencial para viver. -
ciado pelo Beija flOr ?"
A resposta causou fundo desespero o Canário e a Aranha
A Maitaca,
à pobre Aranha. '."
__ "Nâo passa de um orgulhoso nada responderam.
disse ela, cheia, de raiva ao
Escorpião. Era verdade ! As plantas confirma-
No meio das próprias aves
causou ram com seu renascimento a grani
reboliço a chegada do Eeija- do milagre.
um certo
•Sôr. O missionário silencioso havia c.nv»
de
Doce e eleve como uma pluma ..ia.
e trabalhador, nada
»___, silencioso
24 — Julho — 1940 25 — O TICO-T1 r

fn/ COLORIDO PARA COPIAR

Aproveitem o mode.o aeima e eopiom „ SCU „nc,o


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O TICO-TICO 26 — 24 — Julho — 1940
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I / N&CELVA-NAOS&BlA JcfcHA.0 FEU2AR0O - DORME E.M COBERTOR, OO P< POÇA
I Al Víki Kl QUE ^E POPE OORH^f pATEÃO <3UAU5UER.UXâAR..E 1»
/AA/V //\tí\ f(^l£^rp^SiOoii- 7=SCHanAl1 ISSO
W\ )\J\NJ\J/ /5? rs^jy r-rrfív-^v-^0^0^0 (ET*.!/"

¦PIIUIAS.ALÉM DO
COLCHÃOlI VAMOS EX.PEPmEííTa&SE ÈVERPADE. "íW u" ft/T /^v VY
FIQUEI AGORA SEH QUE SE PORtlE BETI SOBRE A REiVA- \* a*F& •lüi ^^CZ-V^
COBERTC«^El.EVAirlET1- SEHPRE E' HElHpg QUE POT3MIR. feOBgq / ..,77 YV , ^ *rt «STXvá.

C\7i _. 1UÉ GUt_. COrtÇ&NKlA.'. | lAGORA GUEgO VER &E O P^rgSo DORME V V~Ti ./ I

Na taba longínqua dos indios selva- TJruburetama, que foi novamente le-

gens a velha tapuia de face engelhada,


contava de noite, eir. redor da fogueira,
AMIiBUlETHA vá-la aos seus pais.
Porém, a "uyara", talvez com ciu:r.e3,

histórias e lendas aos seus


"coiumys". na hora em que os dois atravessam o
rio, virou a canoa que os fez ir ao
E, enquanto os pequenos atentos ou- LENDA fundo, não mais sendo vistos em parte
os contos que a velha sabia con-
tar, os homens, guerreiros da tribu, em
INDÍGENA EM nenhuma.
Afirmam diversos selvagens que, ás
silencio, lembravam que em tempo de PROSA
vezes, nas noites de lua, quem tem a
Aando crianças, as mesmas histórias
ouviram tampem.
RITMADA, m coragem de olhar para dentro do fundo
das águas, avista lá longe, no verde
E a velha dizia : TRANCOSO
: i da "uyara", uma jovem de lon-
— Eu era menina no tempo em que
No dia seguinte, se viu a prisioneira gos cabelos côr dc ouro novo, Urado
rra maior que fizemos estava fe-
do fundo das grotas das minas . . .
Dos nossos
guerreiros o que tinha nos olhos o verde das águas ;
"cará" De TJruburetama ninguém soube
mido, mais forte e mau a pele mais branca que o alvo
e os longos cabelos da côr do ouro mais. As águas do rio guardaram
iretama.
lirado do fundo das grotas das IO do ponto em que o jovem
cos lutavam
guerreiro ficou.
que tini:
¦

'indo, matando de \^nrr< i que m voltar para Mas uma ave negra que, ás vezes,
¦ guerra l esvoaça no tampo em que havia o re-
:ros. oi Iqwe a esi u duto dos brancos, parece que é a alma
i;iha dos de Uruburetania, penando o remorso de
Io com o ver valen res das terras dez k ter, uma noite, dc rastros, rojando com
¦ ¦'.ta. Ka o ventre no chão, roubado dos br
marcado p"fa o grande festejo que as a fillia do chefe quc de desespero e sau-
es e a filha do chefc
seriam, fugiu a prisioneira com dades i.iorreu . . t
24 — Julho — 1940 — 27 — O TICO TICO

As proezas de Gato Felix


j (Desenho de Pat SulUvan — Exclusividade d'0 TICO-TICO o Brasil)
para

— O raio do
guerreiro outra vez ! ! Já se viu ? J •— Já te pego, bichano I!

1 ^ — ^ ^ . ^—-^ I 1 / \ l /vi *^<w^*


— Vou .aier um bonito 1 - — Adeus,
guerreirinho de rninh a alma...
l__-_—_________________!
ç____s-5S^r

rW^v, vÂ_-_.__.

\^/nTT\ Àt.í
— E' até gostoso, viajar em avião, assim.
— Bonito ! Êle, outra vez !

>¦y&^l^y^QÈL ~-^_í «__S!^ ?r /^ • r\

— Já estou ficando — Upa !


pregado... Upa ! Vamos depressa, ca.-.ca ! í
(Continu_.«
'O
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AS AVENTURA H
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O

JOÃO DE MALEMPEOR
o

o
___^^^ por C. D- R U S S EL ~~~ o
"""•'"' ° m.ard.1 ,.. -..e-C~|/
IfHSST-T li n 1 f- T"" "*>'
TC=^- dn csquinn alvmdonou o pos- TY~-~-^(» I
_^—-^^-^ ?// \iWl \\l\
kg fim//) \ to C se f°' " Está almOÇan' * O^^^ RAFAEL : — Nas-
—-sS^^^^^V HK kS^"" (
T/v^""^ )'^ál^^ » lJras/í 9 *> <!a,inlia as*3*18 c,n easa c!'1 J piNk^? .7 JJ ceu em Urbino em
í Ksti, esplendi- Nl/\W Mari'1 Cichucha. E' direito' ^Kpík/ «Jfl
V5^°_Pr°vc ?*/ R-JTy P6de llin P0,icial íaxtr is!° 1483. Cedo mos-
Jlyw ^\ .Çf\y p«W?S— ^^
trou suas tenden-
cias artisticas.
Em 1501 foi a
Florença, aperfei-
çoar-se, sendo de-
pois, convidado
pelo Papa Júlio II
para pintar as sa- oo
las «to Vaticano,
o qtte o celebrizou.
Foi um dos fun-
dadores da Escola
Romana de Pintu-
——-—-
ra. Entre suas
—¦ "\ "V" ^'" <. ¦
7~~ . Z' dai, imediatamente! Está preso! Va-
Saiamosl \ obra s notáveis,
/ í t.l.iru.
/ O senhor deve ser eneroco ^_^ destacamos as se-
com «-le. Capitão, para dar / -/^SX. ""y*5*"-— \lll *5\ " ""
/ '— guintes : Transfi-
um bonito e\rmplo. /XxifZ^X V» {
guração, Cristo
1 _^ f^ laP* ^^n^T^^^-^-T^sn caminhando para
o Calvário, Santa
Cecilia, etc. Mor- to
reu a G de Abril
de 1520, contando
apenaa "7 anos de
idade. 3-
c
_-__*----------------------->—l ¦**¦
iVou deixa-lo a —— — -¦ I ¦! ¦¦*-*-----»»-->------»-—-_-. ___,,_M__

p5o e _ftua. pc. t/""_- . r —^ Nunca sc abandona o posto, as-


rur"'
^-n;;'c- I
rrvs
^r-tr* .., «—_ sim! Lembrese de cjue cu sou | Rkmbrandt:
*""£ modelo que você deve segui. I i ir^t^Tn I — Nasceu em
fj^~^T" y* -3-:-^----p; I T7 f-
4^_-)__-í-3__ -/ *_ i
rMT ^Pf^ I \ Leyden em 1608.
E m Amsterdam
com 30 anos de
idade, era consi-
derado um dos
mais notáveis ar-
tistan de sua épo-
ca. Muito conhe-
cido de seus com-
patriotas, foi pou-
co célebre fora de
seu País, sendo
maam^-^ "X y*s,—js&w I _________________ c ontestada s
as viagens que te-
ria feito à Itália,
Ing-later^ e Sué-
cia. Foi tambem
gravador. Teve
muitos discípulos,
levando uma vida
trabalhosa, porém
lucrativa. A data
de sua morte é in-
certa ; um de seus
biógrafos a fixa
em 19 - 7 - 1644,
em Amsterdam,
onde teve uma es-
tátua em 1852.
"Võrtd riKhts reserve-. ~J^~~2;:*"--_r-,
5~Wr-_ (V l11'*. Kin"g Fc-giVc. «ívfiiT;.*. f-ic . £
— «_-|
C.O.RUSSEÍ-L.

O
1")

III s
Que é o que temos a frente e nunca podemos vêr? t-3

I 2.°)
3.°
4.°)
5.°)
Qual é a coisa que anda... que anda, e à casa de seu dono nunca chega?
Onde vão as mulheres cubanas quando completam 25 anos?
Por que no alto dos campanários se coloca sempre um galo e nunca uma
Alta em altura; delgada em cintura; muitos aposentos e porta nenhuma. Ogalinha?
(Veja as respostas na pagina 30).
que é?
i—i
<*-
O

._
O
O TICO-TICO 30 — 24 — Julho — 1940

Nossos CONCÜR/O/
r
vi Concurso N. 841
Este concurso consiste
em formar, com as 6 figu-
ras geométricas que apare-
cem aí à esquerda, uma
cruz.
Não é difícil, como tal-
vez pareça. E' questão de
paciência.
Mandem a solução até o
dia 24 de Agosto e vejam
o resultado no dia 4 de Se-
tembro. Colem o Vale n.°
84 e indiquem endereço
exato. Daremos 5 prêmios
I ^^
por sorteio.
i
OJtiJLJtÇ JL OE 'JÊa. OO
RESULTADO DO SOR-
TEIO DO CONCURSO «c«»r*Tcj*jKs«* rv
N.° 78
4 i
Enviaram soluções certas
241 solucionistas
B E L E M"
Foram premiados com um
lindo livro de histórias infan-
tis os seguintes concorrentes:
Rosita Duarte Quintella
Respostas das cinco perguntas
Cavalcanti, residente á Ave- (Vêr a pag. 29)
nida Dr. Antônio Gouveia n."
507, Maceió. Estado de Ala- O porvir
gôas. O moinho
João Francisco Assumpção
de Carvalho, residente á rua Onde lhes agrada
Luiz Guimarães n." 48, Vila
Isabel, nesta capital. Por que se fossem galinhas, e estas puzessem ovos, estes
Amalia Ruth B. Schmidt,
residente á rua Frederico se quebrariam ao cair.
Staidel n.° 97 — app. 2. 5 — A cana de assucar.
Ivan H. de Moraes, resi-
dente á Avenida Saturnino
de Britto n." 447 — Vitória,
Estado do Espirito Santo. I chave da Caixa Postal
Gabriel Ferreira Pina, re-
sidente á Avenida Rui Bar-
bosa n.° 127, São João dei
Rei, Minas Gerais.
Resposta do numero anUrior: O
dante, muito distraídanientc, mandou um
envelope com as chaves dentro, para a
4§f VALE
N9 84
caixa postal, ficando tiidi dentro dela.
24 — Julho — 1940 31 — O TICO TICO
^¦VWV-M^wywvvw-vv-^wvs^

NO DIA 1^
BE cada mês
não deixe de ver
as belas e arfisli-
_s3i__3\\ííSr- y*^
cas paginas de
diga
que eulhe disse: O Atalho
Uso e nao mudo
Dj a ..ua/ unhor* •
JUVENTUDE . , cIL n.i» -csiia. Uai.
presente qu*
.mjn.tur. Ja)

AL__Xí1_4D:RE
PARA A BELLEZA DOS COIE0-0 SETH
*^ecl«a*i4fe
EUSIMO PRIMÁRIO POR MEIO
CABELLOS E CONTRA 00 D-SENHO - INTERESSA A'
CABELLOS BR/^COS CRIANÇA E fACILITA O MESTRE
VBJA MS HVGAeiAl DO BRASIL
"ATEU» ou
as obxas oesm coieçAò pe-
ça peasrecTOS ao SETH" A mais completa, • mais períeii», a mail
-
». -^/>«*>tf*~**VV*A»N**>*****'»-*V%i»N^»*-*'**^^^W*>»-i*.**W*W-a*' .*. r**t_-_r*\r*i/\
R EAMAmO QgTICAO 9-2?-BIO -lodema revista de eleganciai
O TICO-TIOO publica os retratos dc toú\s ocr»osrro em S p*ulo qu* jã sa
editou no Braril. Moda • Bordado não
os seus leitores, gratuitamente. J. COU.O-R RIACH-ELO E8-A é
aperta» om figurino, porque tem tudo
quanto a* pôde desejar sobro decoração,
es-umpios d* toüett* leminine, actividadei
domesticas, etc.

ENXOVAL DO Preçoa das Ass:onat_:_»


(Soi. 1*0«M|

Anno . . « . «5$ooo
Seis mesea . . 23$ooo
Numero avulso. rtoonj

» VDTOa EM TOJHS AS ÍANCAJ


Dt JOKNAES E UV_AJua.S DO
SHA3II. PEDIDOS EI#E_£Ç»,CCS
A D.1.RE2A EDUOSA DE

i MODA E BORDADO
CAIXA fOSTAI, tio - »10

P I L U L

O mais gracioso e origina! cniova!


para recém-
nascido. executa-se com cite Álbum 40 PAGI-
NAS COM 100 MOTIVOS ENCANTADORES B. » _t M * J-f _L__n__j|_y'- __r_TT*__- f
para executar e ornamentar as diversa. p*ç__
PREÇO l,c<>mf,*n,,^t,•¦ **«$ m»'n cliraj eipücações.
.uggestões e conselhos especialmente
para as PÍLULAS de PAPAINA e
fovens mie» Em um grande supplemento encon.
tram-se. além de lindíssimo risco para colcha d» PODOPHYLINA)
berço e um de édredon. 12 MOLDES EM
tamanho de execução Par< -_*»_•__•¦ Empregadas com sucesso nas moléstia»
nar roupinhas de creança desde recém-nascida do estômago, figado ou intestinos. Essas
«te a edade dc 5 annos
ÊM < pílulas, além dc tônicas, são indicadas r.;s
O ENXOVAL DO 8ÊBE"
dyspepsias, dores de cabeça, moléstias «*-
£ UMA PRECIOSIDADE
1000 A' venda nas livrarias — Pedidos a Redacção de
figado c prisão de ventre. São um po<Je-
*A'tc roso digestivo e rcgularizador das func-
0 BRASIL de Bordar" — Travessa do Ouvidor, 34
—- Rio de Janeiro — Calw Postal 830
çõ.s gastro-intestinaes.
A venda em todas as pharmacias. D_-
pcsiíarios: JOÃO BAPTISTA DA FON-
SECA. Rua do Acre, 35 — Varro 2S500.
Pelo correio, 3.C0O. — Rio ds Janeiro.
Aventuras de Chiquinho

Um dia Lili. recebeu um presente do Chiquinho mfa «ante o hujfto iMWOSa... Lilr
não percebeu bem a observação do ...
movei. Benjamim, ao entrcga-la.lcz ver a Lili que a b

¦* "1" 1 '^r^amam*^^ ^^.


f^""""^V—' f i \* U'tía. / ál y j^^í ^rf^\ y Y» C^ >•** j

fP>#V^gP.. ^Pf3_lP
... Benjamim,'ntas tlai ! .. o m -lo abandonou
a, Lili fi< c fugiu.

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