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Para todo aquello para lo cual el Arte, así llamado, há sido hasta
ahora el médio pero no el fin, la fotografia es el agente
indicado... Es el testimonio jurado de todo lo que se presenta
ante su mirada. Qué son sus registros sin fallas, as servicio de lá
mecánica, la ingeniería, la geología, la historia natural, sino
hechos del tipo más valioso y terco? ... Hechos que no son
territorio del arte ni de la descripción verbal, sino de una nueva
forma de la comunicación entre una persona y otra – sin ser
carta, mensaje mo cuadro-, con la que ahora se llena felizmente
el espacio entre ellos? (NEWHALL, 1983, p. 85).
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o caso das guerras e das conquistas empreendidas pelos colonizadores, ou a
história que já estava pronta há milênios, e que começa a ser visualmente
resgatada através de expedições e viagens orientadas a diferentes lugares onde
o homem europeu ou americano não tinha o hábito de ir, ou ainda nem havia
chegado. Essa época coincide com a expansão colonialista europeia, que leva
fotógrafos percorrerem regiões praticamente desconhecidas e registrarem com
suas pesadas máquinas, culturas diferenciadas, formas de vida inusitadas,
costumes e tradições estranhos ao povo europeu e americano. No caso do
próprio Estados Unidos, por exemplo, um país ainda desconhecido para seu
povo, se tornam um grande tema para esses fotógrafos que dessa maneira
proporcionam ao americano “ver de perto” um pouco mais o seu próprio país.
Apesar de toda a produção fotográfica a partir do primeiro daguerreótipo
ter o seu cunho documental e ser, em essência, um documento antropológico,
como definem Newhall (1983, p. 235) dizendo que “cualquier foto puede ser
entendida como um documento si se infiere que contiene información útil sobre
el tema específico que se estudia.”, ou Samain, citado por Achutti (1997, p. 36):
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ROGER FENTON: Acampamento de cavalaria da Crimeia, 1855. Reprodução do livro
Fotografia: Manual Completo de Arte e Técnica. São Paulo: Abril Cultural, 1978, pág.28
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MATHEW BRADY: Soldado confederado morto, Petersburg, Virginia, 1865.
Reprodução do livro Fotografia: Manual Completo de Arte e Técnica. São Paulo: Abril
Cultural, 1978, pág.29.
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ALEXANDER GARDNER: Abrigo de um atirador de elite, Gettysburg, Julho,
1863. Reprodução do livro Modos de Olhar. Nova York, The Museum of Modern Art,
1999, pág. 27.
Com o término da Guerra Civil, fato que havia servido para uma infinidade
de fotógrafos descobrirem e praticarem a fotografia como um ofício, um meio de
comunicação, a grande empreitada nos Estados Unidos foi a construção da
Rede Ferroviária Transcontinental, que é acompanhada e fotografada por um
grande número de fotógrafos que, em função da guerra, havia aprendido a
trabalhar em situações bastante precárias, manuseando mesmo em condições
desfavoráveis, a técnica incômoda do Colódio Úmido, nada prática para a
natureza do trabalho. Dessa forma é que temos, por exemplo, Alexander
Gardner fotografando a construção da Divisão Leste para a linha ferroviária
Union Pacific e publicando em 1868 um livro sobre esse trabalho intitulado
“Across the Continent on the Kansas Pacific Rail Road”, que não só documenta
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a construção da rede ferroviária como retrata ao vivo uma viagem de trem pelo
país.
Ainda na segunda metade do século XIX, não só os Estados Unidos
estão passando por transformações, mas a Europa, com os efeitos da revolução
industrial, e várias outras partes do mundo com suas histórias específicas.
Curiosamente nessa época, uma infinidade de expedições fotográficas foi
empreendida para diferentes regiões do planeta, a fim de registrar o que nesses
lugares se encontrava, sejam os diversos povos com suas culturas peculiares,
os aspectos da natureza que definiam a diversidade do planeta, a arquitetura
das moradias próprias de cada lugar, e os costumes, crenças e tradições que
personificavam cada povo em seu habitat. Entre milhares de trabalhos de
documentação produzidos nesse período, destaca-se o trabalho do fotógrafo
Timothy H. O’Sullivan que havia se consagrado como um dos melhores
fotógrafos da Guerra Civil e que em seguida parte para o Oeste como fotógrafo
das expedições governamentais do Paralelo 40 (1867-1869) e do Meridiano 100
(1871, 1873-1874) utilizando-se de todo o treinamento de fotógrafo de guerra,
enfrentando no Oeste todas as adversidades possíveis como os rigores do frio e
do calor, as perigosas navegações fluviais, a falta de água, mosquitos, índios
hostis, além de distâncias enormes que deveriam ser percorridas, convivendo
sempre com a idéia de que estavam perdidos. Situação que o próprio O’Sullivan
comenta referindo-se a um de seus trabalhos, a documentação da Bacia
Huumboldt :
Lá, o ato de observar era um trabalho tão agradável quanto se
podia desejar; o único inconveniente foi o sem-número de
mosquitos, dos mais vorazes e transmissores de doenças, que
enfrentamos durante toda a viagem. Acrescente-se a isto os
freqüentes ataques da mais enervantes das febres, chamada
‘febre da montanha’, e vê-se o porque de não havermos
desbravado profundamente a região. Dentre ambos, é
impossível dizer qual deve ser considerado o mais insuportável
(SZARKOWSHI, 1999, p. 34).
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por qualquer um, Timothy O’ Sullivan é considerado nessa época o principal
fotógrafo de documentação do país.
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incrédulos que falavam de um lugar de fontes vaporíferas e de grandes
esguichos de água jorrando das fissuras das rochas.
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Médio, em 1862. Num outro segmento, que não o das expedições e viagens,
constroe-se a documentação da Revolução Industrial com toda a sua proposta
que iria influenciar a mudança do pensamento e do fazer do homem ocidental,
realizada por Philip Henry Delamotte que em 1853-54 fotografa as instalações
do Palácio de Cristal na Inglaterra, espaço construído em vidro e ferro onde são
expostas várias obras que exibem os novos tempos preconizados pela evolução
da engenharia e da era industrial, além dos trabalhos de Robert Hewlett que
fotografa a construção do barco a vapor “Great Eastern”, em 1857, e James
Mudd que produz um ensaio sobre as locomotivas a vapor produzidas na época,
ambos se constituindo nos principais ícones da Revolução Industrial. Até mesmo
a fotografia aérea pela primeira vez realizada por Nadar, em 1858, colabora
para a documentação de uma França que passa por modificações estruturais em
sua distribuição urbana. Nadar, a bordo de um balão, fotografa Paris e imortaliza
essa cidade que passaria por infinitas modificações ao longo de sua história.
Trabalho que se somou a vários outros realizados com a preocupação de
registro das cidades européias que, na metade do século XIX, graças ao
crescimento da Europa em tamanho, sofrem mudanças radicais por conta de um
Plano de Reformulação Urbana que prevê a demolição de construções antigas
de grande valor histórico a fim de se construir uma nova cidade. Nessa época,
várias expedições fotográficas organizam-se para documentarem essa herança
arquitetônica condenada pelo progresso anunciado pelos novos tempos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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