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Procedimentos para a Regularização

de Empreendimentos Comunitários,
Familiares e Artesanais
Procedimentos para a Regularização
de Empreendimentos Comunitários,
Familiares e Artesanais
Procedimentos para a Regularização
de Empreendimentos Comunitários,
Familiares e Artesanais Brasília
2020

Durchgeführt von:
Em colaboração
Projeto com o consórcio:

ECO Consult

Por meio da:

Projeto
© 2020 Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN.
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.
Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável
Diretor do Projeto: Frank Kraemer
Equipe do Projeto: Alexander Rose; André Machado (Consórcio Eco Consult/Ipam);
sumário
Cláudia de Souza (Consórcio Eco Consult/Ipam); Fernando Camargo (Consórcio
1ª edição. Ano 2020
Eco Consult/Ipam); Luciana Rocha; Gunter Viteri (Consórcio Eco Consult/Ipam);
Octávio Nogueira e; Tatiana Aparecida Balzon. Estagiários: Gustavo Cobelo; Maria-
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
na Bitencourt e; Vitória Silva.

Deutsche Gesellschaft fuer Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com o


Autores
apoio do consórcio ECO Consult Sepp & Busacker Partnerschaft e Ipam Amazônia, Apresentação 09
em colaboração técnica com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) do Brasil.
1. O enquadramento jurídico dos empreendimentos 10
Coordenação da série CapGestão Amazônia
1.1. Formalização de empreendimentos individuais 13
Cláudia de Souza e Gunter Viteri
Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN 1.2. Formalização dos empreendimentos em sociedades 14
www.ispn.org.br Organização e consolidação do texto final
Leomar Luiz Prezotto (www.prezottoconsultoria.com.br/blog)
Esta publicação é uma realização do Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN 2. Regularização sanitária 18
com apoio financeiro do Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável da Coope- Revisão gráfica
ração Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, GIZ no Brasil. Este documento é de 2.1. Competências dos serviços de inspeção 19
Rodrigo Noleto e Renato Araújo (ISPN); Tatiana Balzon, Alexander Rose, Mariana
responsabilidade dos seus autores e não reflete a posição dos doadores.
2.2. Registro de estabelecimentos no serviço de inspeção 23

CapGestão Amazônia
Bitencourt (Equipe GIZ - Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável); Cláudia de
Souza, Fernando Camargo, Gunter Viteri e André Machado (Equipe Eco/Ipam - Projeto
Mercados Verdes e Consumo Sustentável) e Alexandre Vasconcellos de Melo
3. Rotulagem de produtos 56
Revisão Técnica 3.1. Rotulagem básica de bebidas, fermentados acéticos,
Coordenação Geral de Vinhos e Bebidas (CGVB)/Departamento de Inspeção vinhos e derivados da uva e do vinho (incluindo
de Produtos de Origem Vegetal (Dipov)/Secretaria de Defesa Agropecuária cachaça, licores, açaí, polpas dentre outros) 57
(DAS)/Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
Juçara Aparecida André, Eduardo Liborio Feitosa de Araujo e Maria Aldenir 3.2. Rotulagem de produtos de origem vegetal e animal 60
Mota de Brito

Coordenação Executiva do ISPN


Fábio Vaz Ribeiro de Almeida
4. Boas práticas de fabricação 64

Equipe de apoio do ISPN no Projeto


Carlos Eduardo Rodrigues, Fabiana Paula de Castro Alves, Renato Araújo e Rodrigo 5. Licença ambiental 72
Almeida Noleto 4.1. Agroindústrias consideradas de baixo impacto ambiental 76
FICHA CATALOGRÁFICA

Projeto gráfico e diagramação: 4.2. Licenciamento das demais agroindústrias que não se
PREZOTTO, Leomar Luiz. Procedimentos para a Regularização de Empreendimentos enquadram na resolução 385/2006 do Conama 78
Anelise Stumpf (finotraco.com.br)
Comunitários, Familiares e Artesanais.– Brasília-DF; Instituto Sociedade, População e
Natureza (ISPN), 1ª edição, 2020.
Ilustrações:
ISBN: 978-65-87922-00-3
Daniel Dias Moreira 6. Mercados: cadeias curtas, institucionais e outros 80
1. Beneficiamento e comercialização; 2. Agroecologia; 3. Sustentabilidade;
4. Regularização Sanitária; 5. Enquadramento Jurídico; 6. Regularização Ambiental. Fotos:
Marizilda Cruppe (páginas 25, 26, 27, 32 e 34), disponíveis no site do SindRio
Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN Luciana Avellar (foto página 85) 7. Bibliografia consultada 86
SHCGN CLR Quadra 709 Bloco “E” Loja 38, CEP 70.750-515 Brasília - DF Acervo do ISPN
Contatos: (61) 3327-8085; instituto@ispn.org.br; www.ispn.org.br Acervo do Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável disponível em: https://
www.flickr.com
Apresentação
O Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável, promovido pelo Governo Fede-
ral Alemão através da Deutsche Gesellschaft für lnternationale Zusammenarbeit (GIZ)
GmbH, com o apoio do consórcio ECO Consult Sepp & Busacker Partnerschaft e Ipam
Amazônia, em colaboração técnica com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (Mapa), dentre outras ações desenvolveu o Programa de capacitação em
gestão para técnicos/as de Ater – Programa CapGestão, também conhecido por Pro-
grama CapGestão Amazônia. O Programa CapGestão Amazônia tem o objetivo de
capacitar, com metodologias participativas, os técnicos/as que realizam a extensão
rural – pública e privada – visando melhorar a assistência à gestão das organizações
econômicas de produtores, para ampliar a comercialização dos produtos da agroe-
cologia e da sociobiodiversidade.

A implantação de empreendimentos familiares e/ou comunitários depende de diver-


sos fatores, especialmente daqueles relacionados à sua regularização. Para isso, são
necessários diferentes tipos de registros, tanto os relativos à forma jurídica do gru-
po de agricultores quanto os de ordem sanitária e ambiental. Todos esses registros
seguem um conjunto normativo complexo que deveria orientar o processo de regu-
larização dos empreendimentos. Porém, esse setor da economia brasileira percorre
um longo caminho entre instituições públicas diversas e de apoio, para conquistar um
espaço de legalidade, que nem sempre garante a qualidade do produto, mas é uma
exigência do mercado formal. A formalização de um empreendimento que produzirá
alimentos, por exemplo, exigirá dos seus idealizadores a constituição de uma empresa
(enquadramento fiscal) e uma série de registros do estabelecimento e, posteriormente,
dos produtos (aqueles cujo registro são obrigatórios).

Com o objetivo de facilitar a vida das famílias do meio rural brasileiro que buscam
agregar valor aos seus produtos, por meio da agroindustrialização, foi idealizado este
Guia metodológico. Seu conteúdo busca reunir informações essenciais para esclarecer
técnicos e técnicas, produtores e produtoras, além de gestores e gestoras públicos,
sobre como fazer para que os produtos estejam aptos para acessar o mercado formal,
por meio de uma linguagem simples e direcionada aos empreendimentos comunitá- Frank
rios e familiares do meio rural. Kräemer
Diretor do Projeto

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Nesta primeira parte será apresentado um resumo do tecnologias alternativas, modernização de sistemas
PARTE I que é observado no meio rural sobre o enquadramen- de gestão, produção e divulgação de informações e
to jurídico dos empreendimentos. Este quadro inicial conhecimentos técnicos e científicos, promoção da
busca apresentar as principais formas de organização ética, da cidadania, da democracia e dos direitos hu-

O enquadramento jurídico de grupos comunitários, com a ressalva de que alguns


enquadramentos verificados podem encontrar barrei-
manos e atividades religiosas. Portanto, sua relação
com a produção e comercialização de produtos é ex-

dos empreendimentos
ras jurídicas e fiscais. tremamente limitada.

Os tipos de empreendimentos são determinados pelo


Novo Código Civil Brasileiro, que apresenta, de ma-
neira geral, três tipos de pessoas jurídicas privadas: c) Sociedades
As sociedades são organização de direito privado,
com fins econômicos, que podem prever a distribui-
a) Associações ção de lucros (empresas limitadas ou anônimas) ou
sobras (cooperativas) entre os sócios.
“Constituem-se pela união de pessoas que se organi-
zem para fins não econômicos.”

A associação é uma figura jurídica comum entre os


grupos comunitários, que muitas vezes organiza a O Código Civil define as seguintes
produção e promove a comercialização de produtos. modalidades de sociedades:
Porém, esta não é a forma jurídica mais adequada
para a comercialização, em razão da dificuldade de i. Sociedade por ações – Empresarial
enquadramento fiscal.
ii. Sociedade simples – Cooperativa

iii. Empresas individuais


b) Fundações
a. Micro Empreendedor Individual (MEI)
As fundações estão relacionadas à: assistência social,
b. Empresa Individual de
cultura, defesa e conservação do patrimônio históri-
Responsabilidade Limitada (EIRELI)
co e artístico, educação, saúde, segurança alimentar
e nutricional, defesa, preservação e conservação do
c. Empresa Individual (EI)
meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável, pesquisa científica, desenvolvimento de

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
1.1. Formalização de empreendimentos individuais

Os empreendimentos individuais são aqueles


constituídos por apenas uma pessoa (ou famí-
lia). A seguir, indicamos três alternativas para
Como Microempresário Individual – MEI:
formalização da agroindústria.
Outra opção para a formalização é por meio do
MEI. Para se enquadrar como MEI, a receita bru-
ta não deve ultrapassar o limite de R$ 81.000,00
por ano; não pode ter participação em outra em-
presa; ter no máximo um empregado. A grande
A formalização jurídica de um empreendimento está cisões. Por isso, tomar a decisão do enquadramento
Como Pessoa Física: a regula-
vantagem do MEI é o valor dos tributos ser bem
rização poderá ser como pessoa
relacionada ao fato de um enquadramento jurídico não pode estar relacionado apenas aos benefícios razoável (entre R$ 49,90 e R$ 55,90 por ano).
física nas Unidades da Federação
adequado poder gerar benefícios fiscais e tributários econômicos, mas a um conjunto de fatores que de-
(UF) onde é permitida a comer- No entanto, os agricultores que se formalizarem
aos seus proprietários/associados. Por exemplo, o ato vem ser balanceados.
cialização de produtos industria- como MEI correm o risco de perder a condição
cooperativo pode ser vantajoso tributariamente, pois
Outra questão central está diretamente relacionada lizados com Nota de Produtor/a de segurado especial da Previdência Social.
aproveita-se de créditos de ICMS (Imposto sobre Cir-
à comercialização dos produtos no mercado formal, Rural (NPR). Essa forma de venda Mas têm outros benefícios do MEI: direito a au-
culação de Mercadorias e Serviços) e não há incidên-
seja para o consumidor ou consumidora direto, seja tem vantagens, como a simplici- xílio-maternidade; afastamento remunerado por
cia dos tributos federais. As associações que realizam
para revendedores, ou mesmo para os mercados ins- dade do processo e os tributos problemas de saúde; aposentadoria; são enqua-
a comercialização de produtos podem se beneficiar
titucionais, que exigem a regularização do empreen- pagos serem menores. Além dis- drado no Simples Nacional e se tornam isentos
de isenções de tributos federais e do aproveitamento dimento. Para isso, os proprietários/sócios de um em- so, os agricultores não perdem a dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Co-
de crédito de ICMS. preendimento devem cumprir várias etapas para estar condição de segurado especial da fins, IPI e CSLL); com CNPJ − Cadastro Nacional
aptos a comercializarem seus produtos. Previdência Social se nos produtos de Pessoa Jurídica, podem abrir conta em banco
Porém, as formas associativas nem sempre são reco-
nhecidas pelos estados como possíveis de realizar comercializados não tiver incidên- e ter acesso a crédito com juros mais baratos;
A seguir, apresentamos algumas diferenças importan-
cia de Imposto sobre Produtos In- também têm direito à cobertura da Previdência
a comercialização de produtos, o que pode com- tes entre as alternativas existentes, de acordo com a
dustrializados (IPI). Social para a família.
prometer as vantagens tributárias. Assim como as legislação que trata deste tema, para subsidiar a toma-
associações, as cooperativas exigem determinado da de decisão sobre a melhor forma a ser adotada em
número de sócios, bem como a participação nas de- cada agroindústria.

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b) Sócio-organizativos - considerando o número Este tipo de sociedade é constituída por cotas, distri-
buídas entre os sócios, conforme o capital que cada
É importante mencionar que quando os de associados e a participação de cada um na vida do
Como Empresa Individual: uma ter- empreendimento, ou seja, escolher um tipo de legali- um aportar. São sociedades de capital, e consequen-
ceira alternativa é a constituição de uma agricultores familiares legalizarem seus temente cada sócio terá direito a voto de acordo
zação mais adequada para fazer a gestão social, a auto
empresa individual. Essa empresa indivi- empreendimentos como empresa individual gestão, em que as pessoas proprietárias são o centro com a quantidade de cotas que possui na empresa.
dual pode se enquadrar como microem- (MEI, ME ou EPP), poderão perder a do processo e responsáveis pelas decisões a serem to- O lucro, por sua vez, é distribuído de acordo com a
presa – ME (a receita bruta não poderá condição de segurado especial da madas de forma democrática. Para constituir uma coo- participação de cada um no capital. Este tipo de figu-
ultrapassar R$ 360.000,00 por ano), ou ra jurídica segue todas as normas estabelecidas pelo
Previdência Social. Portanto, antes de perativa são necessárias 20 pessoas cooperadas. Uma
empresa de pequeno porte – EPP (re- associação, um condomínio, ou uma sociedade em- Código Comercial e demais normas sobre tributação
ceita bruta superior a R$ 360.000,00 e decidir por uma dessas figuras jurídicas é das empresas.
presarial pode ser constituída com duas ou mais pes-
menor que R$ 4.800.000,00 por ano). recomendável considerar esse risco e buscar soas. Ou seja, para o caso de pequenos grupos com
Esse enquadramento é importante, pois mais informações junto à Previdência menos de 20 pessoas a cooperativa não é possível.
quanto menor for a receita bruta da em- Social e receita estadual, do 1.2.2 Cooperativa
presa, menor será o valor dos impostos a
respectivo estado. c) Previdenciários - para preservar a condição de
serem pagos. seguridade especial dos agricultores familiares junto A Cooperativa é definida como sociedade civil, de
à Previdência Social. pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, não
sujeita à falência. Esse tipo de sociedade é regulamen-
As principais características dessas figuras jurídicas se- tada pela Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
rão explicitadas a seguir.

A Cooperativa é constituída para prestar


1.2. Formalização dos empreendimentos em sociedades 1.2.1 Sociedade Empresarial serviços aos cooperados. Embora não te-
nha natureza comercial, pode praticar atos
de comércio. Nesse caso, as disposições do
A Sociedade Empresarial é um tipo de pes-
Código Comercial brasileiro se aplicam a
A agroindústria em sociedade é aquela que pertence A escolha de uma delas é uma decisão importante a soa jurídica de Direito Privado, regulada
esta forma jurídica. A Cooperativa poderá
a um grupo de pessoas, ou uma sociedade constituí- ser tomada. Nesse momento, deve-se levar em consi- pelo Código Civil, que tem por objetivo a
adotar como objetivo em seu Contrato So-
da por mais de uma família de agricultores familiares. deração principalmente os seguintes aspectos: exploração de atividades comerciais. A So-
cial qualquer tipo de serviço, operação ou
ciedade Empresarial, de acordo com sua
atividade, inclusive a agroindustrialização.
Uma agroindústria implantada por um grupo de agri-
a) Econômicos - como a forma e os canais de comer- receita bruta anual, pode ser enquadrada
cultores familiares pode ser legalizada de diversas for- como uma ME, uma EPP, conforme já indi-
cialização, respectivas exigências de cada comprador e
mas jurídicas: cooperativa, associação, condomínio, camos acima. O registro da sociedade em-
a carga de tributos que cada forma jurídica está sujeita;
ou sociedade empresarial (que pode ser enquadrada presarial ocorre na Junta Comercial. O registro da Cooperativa deve ocorrer no Cartório
como microempresa ou empresa de pequeno porte). de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. O principal ins-

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Esse motivo pode ser de caráter social, filantrópico, dos têm permitido que esse tipo de sociedade desen-
científico e cultural. volva a comercialização.

Contudo, têm surgido associações de produtores e


produtoras rurais com o objetivo principalmente de
agroindustrialização e comercialização dos seus pro- 1.2.4. Condomínio
dutos. Esses produtos, para serem comercializados,
O Condomínio é regulado pelo Código Civil Brasilei-
necessitam de nota fiscal, e a associação, em princí-
ro e deve ser registrado em Cartório. O funcionamento
pio, não tem autorização para usar este tipo de nota.
do condomínio é garantido pelo seu contrato de con-
Entretanto, as Secretarias da Fazenda de alguns esta-
venção (que equivale ao estatuto social na associação).
Não há necessidade de registros no CNPJ/MF, Inscrição
Estadual, Junta Comercial ou Livros Fiscais e Contábeis
Legais. O condomínio se caracteriza como uma socie-
dade de fato, e não de direito. Ou seja, trata-se de for-
ma legalmente constituída que se presta apenas para
Antes de um grupo
garantir a posse, o uso e a sucessão de bens, como por
de agricultores se decidir
exemplo, a posse de uma agroindústria.
por esse tipo de pessoa
jurídica é recomendável uma consulta
trumento para o registro é o Contrato Social. A adesão 1.2.3. Associação junto à Secretaria da Fazenda do
é voluntária e o número mínimo para a constituição
da cooperativa é de 20 cooperados. Na Cooperativa, A Associação é constituída por pessoas organizadas
respectivo estado, para assegurar-se de
que a associação poderá comercializar Por meio de
cada cooperado tem direito a um voto, independen- com fins não econômicos. Nela, vários indivíduos po-
legalmente seus produtos. Relembrando condomínio não é possível a
temente do número de cotas-parte. O retorno das dem se organizar para defesa de seus interesses. Não
que no caso de comercializar seus comercialização dos produtos.
sobras líquidas do exercício ao cooperado é propor- pode, portanto, desenvolver atividades comerciais,
cional às suas operações realizadas com a sociedade, pois sairia de sua finalidade, passando a ser conside- produtos, a associação será considerada Caso esta organização realize a
salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral. rada uma sociedade empresarial, mesmo tendo sido uma Sociedade Empresarial e seguirá comercialização, com o uso da Nota
registrada como associação. as normas mercantis estabelecidas pelo Fiscal, ela passa a ser considerada
Na Cooperativa não há o risco dos agricultores e agri- uma sociedade empresarial, devendo
Código Comercial, sendo necessário,
cultoras familiares perderem a condição de segurados O patrimônio dos sócios não é atingido pelas dívidas obedecer às normas comerciais
inclusive, recolher os tributos sobre a
especiais como nos demais tipos de empreendimen- contraídas pela associação, e esta tem patrimônio e de tributos de acordo com os
renda, além do risco de os agricultores
tos. A Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, em seu artigo distinto da de seus membros (salvo disposição legal
perderem a condição de segurado Códigos Comercial e Tributário,
12, § 9°, inciso VI, diz que a associação em cooperativa em contrário). O objetivo da associação é definido no
especial da Previdência. respectivamente.
agropecuária não descaracteriza o agricultor e a agri- seu estatuto social, ficando caracterizada a finalidade
cultora familiar da condição de segurado especial. da sociedade, ou seja, o motivo para o qual é criada.

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
No Brasil, existe um conjunto de normas que tratam da
PARTE II inspeção e fiscalização sanitária dos estabelecimentos
de alimentos. Essa legislação define o funcionamento
dos serviços de inspeção sanitária, bem como as regras

Regularização sanitária para a implantação e obtenção de registro de plantas


industriais dessa natureza junto aos órgãos competen-
tes, dentre as quais, estão incluídas as agroindústrias.

Existe uma divisão de responsabilidades de cada


serviço, definida pela legislação sanitária vigente, de
acordo com o tipo de matéria-prima principal que ori-
gina os produtos, ou seja: animal ou vegetal. Além dis-
so, para os estabelecimentos de produtos de origem
animal existe mais uma subdivisão de acordo com a
área geográfica onde serão comercializados os pro-
dutos, isto é, municipal, estadual ou nacional.

2.1. Competências dos Serviços de Inspeção

2.1.1. Produtos de Origem Animal c. Serviço de Inspeção Municipal – SIM, vinculado à


Secretaria de Agricultura dos municípios.
Para os produtos de origem animal existem os seguin-
tes serviços: Além disso, existe o Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária – SUASA. O SUASA tem por
a. Serviço de Inspeção Federal – SIF, do Ministério
objetivo a reorganização do sistema, de forma unifi-
da Agricultura Pecuária e Abastecimento - Mapa;
cada, descentralizada e integrada entre a União (o
b. Serviço de Inspeção Estadual – SIE, vinculado à Se- Mapa), que é a instância central e superior e coordena
cretaria de Agricultura dos estados e Distrito Federal; todo o sistema, os estados e o Distrito Federal (DF),

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
que são as instâncias intermediárias, e os municípios SUASA. Porém, o Mapa publicou as Instruções Normati- O conceito Produto artesanal definido pelo Decreto
vas IN n° I6/2015 e IN n° 5/2017, que estabelecem, em
Selo Arte do Selo Arte é:
e consórcios de municípios, como instância local.
todo o território nacional, as normas específicas de ins-
Para os produtos de origem animal (carnes e derivados, peção e a fiscalização sanitária de produtos de origem
ovos e derivados, leite e derivados, pescados e deri- animal, referente às agroindústrias de pequeno porte.
vados, mel e outros produtos apícolas), dentro do Sis- São requisitos para avaliação de equivalência ao SUA-
tema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária Produtos alimentícios de origem ani-
SA relativos à estrutura física, dependências e equipa-
(SUASA)1 tem o Sistema Brasileiro de Inspeção de Pro- mal produzidos de forma artesanal são
mentos de estabelecimento agroindustrial de pequeno
dutos de Origem Animal (SISBI-POA). Para participar produtos comestíveis elaborados com
porte de produtos de origem animal, na forma desta IN.
do SISBI/SUASA os serviços de inspeção dos estados, predominância de matérias-primas de
Dessa forma, essas IN´s são referências para o Serviço
dos municípios e dos consórcios devem solicitar ade- origem animal de produção própria ou
de Inspeção dos Estados (SIE) e dos Municípios (SIM)
são, de forma voluntária. A base para a adesão dos de origem determinada, resultantes de
implantarem suas legislações.
serviços ao SISBI/SUASA é o reconhecimento da sua técnicas predominantemente manuais
equivalência. Equivalência significa obter os mes- adotadas por indivíduo que detenha o
mos resultados em termos de qualidade higiênico- domínio integral do processo produti-
-sanitária e inocuidade dos produtos, mesmo que o vo, submetidos ao controle do serviço
Mesmo com a adesão
serviço de inspeção do estado ou município tenha de inspeção oficial, cujo produto final
de estados e municípios
sua própria legislação e que utilize critérios e proce- de fábrica é individualizado, genuíno e
ao SISBI/SUASA, as
dimentos de inspeção e de registro dos estabeleci- mantém a singularidade e as caracte-
agroindústrias devem ser
mentos, diferentes dos outros serviços de inspeção. O Selo Arte foi criado pela Lei n° 13.680, de 14 de ju- rísticas tradicionais, culturais ou regio-
registradas em um dos serviços nho de 2018, e regulamentado pelo Decreto n° 9.918, nais do produto.
Todo o funcionamento desses serviços será regido pela de inspeção: SIM ou SIE. de 18 de julho de 2019. O Selo Arte é uma forma de
própria legislação (lei, decreto, portaria, resolução, etc.) identificar os produtos artesanais, de origem animal;
dos respectivos estados e municípios. Ou seja, é a pró- não é, portanto, um serviço de inspeção. Além da
pria legislação do estado ou do município que definirá identificação, os produtos com o Selo Arte ficam libe-
os critérios e procedimentos de inspeção e de aprova- rados para serem comercializados em todo o Brasil, A implementação do Selo Arte ainda depende de no-
ção de plantas de instalações e o registro dos estabe- desde que estejam registrados em um serviço de ins- vos regulamentos a serem publicados pelo Mapa, es-
lecimentos, desde que não fira os princípios legais do peção oficial, ou seja, no SIF, SIE ou SIM. pecíficos para cada cadeia produtiva, bem como de
Mais informações sobre regulamentos estaduais que definirão os procedimen-
SISBI/SUASA no site: Para ter direito ao Selo Arte, o empreendimento de pro- tos detalhados para a concessão do Selo aos empre-
cessamento artesanal deve comprovar que atende aos endimentos. Mesmo assim, a Lei do Selo Arte permite
https://www.gov.br/agricultura/pt-
requisitos para ser reconhecido como artesanal e ter re- que os estados possam iniciar o processo de conces-
br/assuntos/suasa/sisbi-1/sisbi
1
Veja Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, disponível em: gistro sanitário em um serviço de inspeção, além de ter são do Selo, mesmo sem que os demais regulamentos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/De- as Boas Práticas Agropecuária e de Fabricação. tenham sido publicados.
creto/D5741.htm

20 21
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
2.1.2. Produtos de Origem Vegetal
Para os produtos de origem vegetal, a divisão se 2.2. Registro de estabelecimentos no serviço de inspeção
dá da seguinte forma:

a. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-


cimento (Mapa): órgão responsável pela inspe-
ção dos estabelecimentos de bebidas em geral,
vinhos e derivados da uva e do vinho (incluindo
2.2.1. Registro de estabelecimentos de Informações gerais sobre o SIF:

os fermentados acéticos) e de classificação de produtos de origem animal https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspe-


produtos vegetais; cao/produtos-animal/sif/servico-de-inspecao-federal-sif
A inspeção sanitária para os produtos de origem ani-
b. Agência Nacional de Vigilância Sanitária mal, durante o processo produtivo, é de responsabili-
(Anvisa) e Vigilância Sanitária de estados, dade dos órgãos de Agricultura. No Governo Federal
Distrito Federal e municípios: órgãos res- temos o SIF; no estadual, o SIE; e no municipal, o SIM,
ponsáveis pela fiscalização dos demais esta- conforme descrevemos a seguir.
belecimentos de produtos de origem vegetal
(excetos os de bebidas e de classificação de
produtos vegetais). 2.2.1.1. Serviço de Inspeção Federal
O SIF é ligado ao Mapa. Sua legislação é composta
principalmente pelas leis n° 1.283/1950 e 7.889/1989,
Opções de serviços para o registro sanitário pelo Decreto n° 9.013/2017, Instrução Normativa - IN
n° 3/2019 e Portaria n° 368/1997. Todo estabeleci-
mento de produtos de origem animal pode solicitar
Produtos Bebidas / Outros registro no SIF, e assim, comercializar seus produtos
de origem Fermentados Acéticos/ produtos em qualquer local do Brasil. Ou seja, o estabelecimen-
animal Vinhos e derivados / de origem to que desejar comercializar seus produtos fora do
Produtos classificados vegetal território do seu respectivo estado deverá estar regis-
trado no SIF/Mapa.

Órgãos de Registro no Órgãos de O processo no SIF envolve dois registros: o registro


Agricultura: SIF, Sipeagro/Mapa Saúde: na do estabelecimento e o registro do produto.
SIE ou SIM Vigilância Sanitária

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
a) Registro do estabelecimento no SIF II. Termo de compromisso no qual o estabelecimen-
7. recuo do alinhamento da rua;

to concorde em acatar as exigências estabelecidas 8. descrição ou perfil do terreno;


no Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017, sem
9. facilidade de escoamento das águas
Documentos necessários prejuízo de outras exigências que venham a ser
pluviais;
para registro do estabelecimento determinadas;
10. destino das águas residuais e da
Para registrar o estabelecimento é necessário apre- III. Plantas das respectivas construções contendo:
rede de esgoto;
sentar uma lista de documentos e informações, con-
forme a seguir: a. planta baixa de cada pavimento com os de- 11. forma de acesso;
talhes de equipamentos;
I. Requerimento do responsável legal com identifi- 12. fontes de mau cheiro; e
cação do estabelecimento contendo: b. planta de situação;
13. tipo de localização.
a. Nome ou razão social; c. planta hidrossanitária;
IV. Memorial Técnico Sanitário do Estabelecimento e. tipo de pavimentação externa;
b. CPF, CNPJ ou inscrição do produtor rural, (MTSE), contendo as seguintes informações:
d. planta da fachada com cortes longitudinal e
quando aplicável; f. informações sobre a água de abastecimento:
transversal; e
a. classificação do estabelecimento;
c. Localização do futuro estabelecimento; e 1. fonte produtora de água;
e. planta com setas indicativas do fluxo de pro-
b. espécies que pretende abater ou do produ-
d. Georreferenciamento (UTM ou G/M/S). dução e de movimentação de colaboradores. 2. vazão da água de abastecimento; e
to que pretende processar;

c. capacidade de abate ou processamento; 3. capacidade do reservatório de água.

d. detalhes do terreno com as seguintes infor-


mações:

1. área total;

2. área a ser construída;

3. área útil;

4. delimitação do perímetro industrial;

5. existência de edificação industrial;

6. existência de edificações limítrofes;

24 25
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
g. listagem das instalações industriais, com as VII. Contrato Social da empresa registrado na Junta
seguintes informações: Comercial do estado, ou documento equivalente;

1. capacidade com a unidade de medi- VIII. Resultado de análise da água de abastecimen-


da correspondente; to fornecido por laboratório que atenda aos
requisitos especificados pelo órgão de fiscal-
2. temperatura de operação; ização competente; e

3. pé-direito; IX. Laudo de inspeção final.

4. material e declividade do piso; X. Parecer(es) da(s) Secretaria(s) de Saúde e/ou


Prefeitura (Decreto nº 9.013, de 29 de março
5. revestimento de paredes;
de 2017, Art. 47, Regulamento de Inspeção
6. materiais das portas, janelas e es- Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
quadrias; e Animal − RIISPOA)

7. material do forro. l. processo de abate, quando aplicável à clas-


sificação do estabelecimento;
h. número de funcionários;
1. Podem ser exigidas
m. descrição da sede da inspeção;
i. listagem das máquinas e equipamentos, informações ou
com as seguintes informações: n. barreiras físicas contra pragas; e documentos adicionais
conforme regulamentos, bem
1. quantidade; e o. dependência para elaboração de produtos como em casos específicos para
não comestíveis. melhor subsidiar a análise da
2. capacidade com a respectiva uni-
solicitação do registro.
dade de medida. V. Documento exarado pela autoridade de registro
competente (de Inscrição Estadual), vinculado ao
j. listagem dos tipos de matérias-primas, com 2. Os documentos listados
endereço da unidade que se pretende registrar
as seguintes informações: podem ser apresentados em
ou inscrição de Produtor ou Produtora Rural ou
momentos distintos, conforme
Cadastro de Pessoa Física, quando aplicável;
1. meio de transporte da matéria-prima; e exigências de cada etapa do
VI. Documento de liberação da atividade emitido processo de registro.
2. procedência.
pelo órgão de fiscalização do meio ambiente
k. listagem dos produtos que pretende fabricar; competente (Licença Ambiental);

26 27
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Etapas para registro do estabelecimento no SIF:
Para registrar o estabelecimento é necessário apresentar uma lista de documentos e informações, conforme a seguir:

1 3
Elaboração do 2 Entregar a 4
projeto: documentação e
projeto: Aprovação prévia
Juntar os demais
que compreende do projeto:
documentos listados: os documentos e o
as plantas da
unidade e o projeto devem ser o SIPOA analisa e
Requerimento do
Memorial Técnico entregues ao Serviço de envia o projeto para
responsável legal;
Sanitário do Inspeção de Produtos o DIPOA - Divisão de
Termo de Compromisso;
Estabelecimento. de Origem Animal Inspeção de Produtos
Inscrição Estadual ou de
(SIPOA) da região de de Origem Animal (em
Produtor ou Produtora
localização do futuro Brasília/DF), para fazer
Rural ou CPF; Licença
estabelecimento. a aprovação prévia
Ambiental Prévia (ou
e, após, devolve
equivalente); CNPJ ou
para o SIPOA.
documento equivalente.

5 7
Construção da
agroindústria (instalações):
6 Instalação do SIF:

Laudo de Inspeção Final: é o final do processo e que


após a aprovação prévia do permitirá iniciar a produção da
projeto poderá ser iniciada concluída a construção, agroindústria, e nessa etapa, a agroin-
a construção, exatamente solicitar ao SIPOA a dústria deve demonstrar a existência
de acordo com o projeto elaboração do Laudo de dos programas de autocontrole des- Mais informações sobre o registro de
previamente aprovado. Inspeção Final. Nesse critos. Essa etapa se dará com o “Ter- estabelecimento, consultar:
Alterações só poderão ser momento, o técnico do mo de Instalação do SIF”, mediante a
feitas com autorização do Serviço de Inspeção lavratura da “Ata de Instalação do SIF”
SIF. Durante a construção, o https://www.gov.br/agricultura/pt-br/acesso-a-informacao/
solicitará a entrega do: pelo técnico do SIPOA, sendo entre-
SIF poderá visitar a obra para gue ao estabelecimento o “Título de acoes-e-programas/cartas-de-servico/defesa-agropecuaria-
a) Resultado da análise
verificar o andamento. da água; e b) Licença Registro do SIF”. vinhos-e-bebidas/registro-de-estabelecimentos
Ambiental de Operação.

28 29
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
b) Registro dos produtos no SIF
1 2
Inclusão da lista de produtos no sistema:
Documentos necessários para o registro dos produtos Cadastro eletrônico:
Em seguida, o usuário cadastrado poderá
O primeiro passo é acessar o sitio do Mapa
Para fazer o registro dos produtos, os seguintes docu- fazer a inclusão de todos os produtos da
e fazer o cadastramento do representante
mentos e informações são necessários: agroindústria no Sistema PGA-SIGSIF. Nesse
legal, com os documentos: a) cópia do
momento é necessário o envio eletrônico
instrumento social do estabelecimento; e b)
I. Identificação do estabelecimento; dos documentos aqui listados. O registro
cópia do documento de identificação pessoal
é automático para todos os produtos já
do representante legal. O login e a senha
II. Dados de identificação e caracterização do produto; regulamentados pelo Mapa. Os demais
são obtidos mediante cadastro no Sistema
produtos, não regulamentados, passarão por
PGA-SIGSIF. Após, deve ser preenchido um
III. Composição do produto com indicação dos ingre- uma análise do Mapa para a aprovação.
“Formulário Complementar”, com o qual será
dientes em ordem decrescente de quantidade; estabelecido o vínculo do representante
legal e demais usuários com o seu respectivo
IV. Descrição do processo de fabricação; VII. Reprodução fidedigna e legível do rótulo, em estabelecimento e serão essas pessoas 3
cadastradas que poderão continuar acessando
suas cores originais, com a indicação de suas di-
V. Parecer do órgão regulador da saúde sobre uso o Sistema PGA-SIGSIF, ou seja, serão os Gerar o número do registro:
mensões e do tamanho dos caracteres das infor- usuários. Para mais detalhes ver o Manual de
de alegações de propriedade funcional ou de
mações obrigatórias do rótulo; e orientações sobre acesso ao Sistema PGA- O Sistema PGA-SIGSIF disponibiliza
saúde, quando existirem tais alegações no rótulo; SIGSIF, no endereço: https://www.gov.br/ automaticamente um número de registro para
VIII. Demais documentos exigidos em legislação para agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos- cada produto, que poderá ser gerado pelo
VI. Cálculo de processamento térmico para os pro- animal/sif/arquivos-sif/anexo-iii.pdf/view. representante (usuário) do estabelecimento.
concessão do registro de produtos específicos.
dutos em conserva, submetidos à esterilização
comercial para cada tipo de embalagem e peso
do produto;
Etapas para o registro dos produtos no SIF:

O registro dos produtos deve ser efetuado pelo esta-


belecimento produtor, eletronicamente, em sistema A validade do registro do
O DIPOA poderá informatizado disponível no sítio eletrônico do Mapa, produto é de 10 anos, após
solicitar informações ou na Plataforma de Gestão Agropecuária-PGA-SIGSIF:
esse período, o registro
documentos adicionais http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/PGA-
deverá ser renovado.
para subsidiar a análise da -SIGSIF.html. O acesso ao sistema eletrônico se dará
solicitação de registro. mediante autorização prévia, por meio de identifica-
ção pessoal, com uso de senha específica, seguindo
as etapas a seguir:

30 31
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Fluxograma de registro do estabelecimento e dos produtos no SIF

Elaborar o projeto e juntar os documentos e informações

O representante da agroindústria entrega o projeto e demais


documentos e informações ao Sipoa na Superintendência do Mapa no estado.

Mapa faz a aprovação prévia do projeto


REGISTRO DO
ESTABELECIMENTO
Construção da agroindústria
ção e a conformidade dos documentos e informações
fornecidos pelo estabelecimento. Nessa auditoria, se
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem forem constatadas inconformidades relativas ao regis-
Solicitar o Laudo de Inspeção final da obra ao Sipoa
Animal (Dipoa) pode solicitar, durante o processo de tro de produto, o Dipoa fará uma notificação ao estabe-
registro ou posteriormente, os originais dos docu- lecimento, especificando a inconformidade e, quando
mentos que tenham sido apresentados eletronica- couber, dará um prazo para a devida correção. O des-
mente pelo solicitante. Por isso, os documentos origi- cumprimento dessas providências determinadas pelo Instalação do SIF / entrega do Título de Registro do estabelecimento
nais devem ser conservados durante todo o período Dipoa implica no cancelamento do registro.
de validade do registro do produto (10 anos).
Cadastro de usuários/representantes da agroindústria no Sistema PGA-SIGSIF
As informações contidas no registro do produto de-
vem corresponder exatamente aos procedimentos
Mais informações no site:
realizados pelo estabelecimento. Nenhuma modifica-
REGISTRO DOS
ção na formulação, no processo de fabricação ou no https://www.gov.br/agricultura/ Representante da agroindústria inclui todos os produtos no Sistema PGA-SIGSIF
PRODUTOS
rótulo pode ser realizada sem a prévia atualização do pt-br/assuntos/inspecao/
registro no Dipoa. produtos-animal/empresario/
registro-de-produtos-rotulagem O Representante gera o número de registro de
O Dipoa pode realizar auditoria de registro de produto cada produto no Sistema PGA-SIGSIF
com a finalidade de verificar o cumprimento da legisla-

32 33
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
2.2.1.2. Serviço de Inspeção Estadual
Após o estabelecimento optar pelo registro
O SIE é ligado ao órgão de agricultura de cada esta- no SIM, deverá dirigir-se ao órgão munici-
do e regulamentado por leis e decretos estaduais. Os pal da agricultura do seu município para
estabelecimentos de produtos de origem animal re- iniciar o processo de registro apresentando
gistrados no SIE podem comercializar seus produtos um ofício. Junto com essa solicitação, de-
apenas dentro do território de seu estado. No entanto, verão ser enviados diversos documentos
se o SIE fez a adesão ao SISBI/SUASA, os produtos das (CNPJ/CPF e outros), plantas (baixa, fluxo,
agroindústrias inspecionadas por esse serviço pode- cortes, fachadas, situação), memorial téc-
rão ser comercializados em todo o Brasil. nico sanitário do estabelecimento, descri- polpas de frutas, os fermentados acéticos, a cachaça,
ção dos produtos, licença ambiental, alvará os licores e outros produtos além dos vinhos e deriva-
Para obter o registro no SIE, o estabelecimento deverá dos, além da uva e do vinho.
da saúde, resultado de análise da água e
iniciar o processo de registro apresentando um ofício à
outros. Cada município orientará sobre os
Secretaria da Agricultura do seu respectivo estado. Junto Os produtos oriundos de estabelecimentos de bebi-
procedimentos e outros documentos ne-
com essa solicitação, deverão ser enviados diversos docu- das e de classificação de produtos vegetais com re-
cessários para a obtenção do SIM, confor-
mentos (CNPJ/CPF e outros), plantas (baixa, fluxo, cortes, gistro no Sipeagro/Mapa podem ser comercializados
me legislação própria. De modo geral, esse
fachadas, situação), memorial técnico sanitário do esta- em todo o território nacional (sem restrição de área
processo é um pouco mais simples e mais
belecimento, descrição dos produtos, licença ambiental, para comercialização) e podem ser exportados para
rápido do que o registro no SIF ou no SIE.
alvará da saúde, resultado de análise da água e outros. outros países (para tanto basta indicar também a ati-
do, mas geralmente são semelhantes aos descritos no vidade de exportador quando for solicitar o registro
Outros documentos e procedimentos serão necessá- item anterior, sobre o registro no SIF. estabelecimento).
rios, o que varia conforme a legislação de cada esta-

2.2.1.3. Serviço de Inspeção Municipal 2.2.2. Registro de Estabelecimento 2.2.2.1. Registro do estabelecimento: produtor/
O SIM é ligado ao órgão de agricultura de cada muni- de Bebidas e de Classificação de envasador/ atacadista/ exportador e/ou impor-
tador de bebidas, fermentados acéticos, vinhos e
cípio e regulamentado por legislação municipal (leis, Produtos Vegetais derivados da uva e do vinho
decretos, portarias, instruções normativas). Os estabe-
lecimentos com registro no SIM podem comercializar O Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos As pequenas agroindústrias de bebidas da agricultura
seus produtos apenas no território de seu respectivo Agropecuários (Sipeagro) é a ferramenta eletrônica familiar e as unidades de produção artesanal de be-
município. No entanto, se o SIM fez a adesão ao SISBI/ do Mapa, utilizada para solicitação de registro de es- bidas têm um processo mais simplificado para o re-
SUASA, os produtos das agroindústrias inspeciona- tabelecimentos que trabalham com classificação de gistro. A Instrução Normativa do Mapa n° 72/2018 e o
das por esse serviço poderão ser comercializados em produtos vegetais e com a elaboração (produção, en- Decreto nº 10.026/2019 detalham os procedimentos
todo o Brasil. vase, padronização) de bebidas, o que inclui o açaí, as para o registro da seguinte forma:

34 35
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Documentos necessários para registro de Os documentos necessários para o registro estão b. Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP),
estabelecimento agroindustrial de pequeno porte descritos a seguir: ou documento equivalente, conforme lei
de bebidas e de derivados da uva e do vinho específica;
a. Comprovante de inscrição no CNPJ. caso
possua; c. Anotação de Responsabilidade Técnica,
Nessa categoria se enquadram as pequenas agroin- ou documento equivalente, expedido pelo
dústrias regulamentadas, respectivamente, pela Lei nº b. Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), conselho de classe do Responsável Técnico
8.918, de 14 de julho de 1994, e pela Lei nº 7.678, de ou documento equivalente, conforme lei ou Declaração do órgão de extensão rural,
08 de novembro de 1988, e o Decreto no 5.741, de 30 específica; credenciado na Anater (datada, assinada
de março de 2006. e identificada, conterá a seguinte redação:
c. Declaração do órgão de extensão rural,
“Declaro, para fins de registro de estabele-
credenciado na Agência Nacional de As-
cimento familiar rural de produção de polpa
sistência Técnica e Extensão Rural (Anater)
e suco de fruta, regulamentado pela Lei nº
conforme Anexo IV da Instrução Normativa
13.648/2018 que, (nome, número no Ca-
nº 72/2018 ou Anotação de Responsabili- Documentos necessários para registro de dastro de Pessoas Físicas - CPF ou no CNPJ,
dade Técnica, ou documento equivalente, estabelecimento familiar rural de produção caso o estabelecimento possua, e endereço
expedido pelo Conselho de Classe do Res-
artesanal de polpa e suco de fruta do estabelecimento familiar rural) faz parte
ponsável Técnico;
do programa de assistência técnica presta-
d. Memorial descritivo das instalações e equi- da por este órgão que inclui supervisão por
Nessa categoria se enquadram as unidades de pro-
pamentos; técnico habilitado);
dução artesanal de polpa e suco de fruta (Lei n°
e. Manual de Boas Práticas; e 13.648/2018 e Decreto nº 10.026/2019), localizadas d. Memorial descritivo das instalações e equi-
em áreas rurais que estejam sob a responsabilidade pamentos;
f. Laudo de análise físico-químico e micro- de agricultor familiar, agricultora familiar ou empre-
biológica da água a ser utilizada no esta- e. Manual de Boas Práticas; e
endedor/empreendedora familiar rural (conforme Lei
belecimento, que contemple, no mínimo, n° 11.326/2006), com uso de matéria-prima exclusiva- f. Laudo de análise físico-químico e micro-
os seguintes parâmetros: cor, turbidez, pH,
mente produzida na propriedade familiar rural própria. biológica da água a ser utilizada no esta-
coliformes totais e cloro residual, que ateste
belecimento, que contemple, no mínimo,
sua potabilidade. Os documentos necessários para o registro estão des-
os seguintes parâmetros: cor, turbidez, pH,
critos a seguir:
coliformes totais e cloro residual, que ateste
sua potabilidade.
a. Comprovante de inscrição no Cadastro Nacio-
nal de Pessoa Jurídica (CNPJ), caso possua;

36 37
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Documentos necessários para registro de f. Projeto, Memorial descritivo das instalações com a categoria do estabelecimento, no
estabelecimento com Inscrição no CNPJ, exceto e equipamentos e Manual de Boas Práticas; Sipeagro, e enviar a solicitação. Orienta-se
aqueles exclusivamente importadores ou para que a referida solicitação somente seja
Em função da inexistência de g. Laudo de análise físico-químico e micro-
exportadores encaminhada quando a planta industrial
modelo de Memorial Descrito biológica da água a ser utilizada no esta- estiver em condições de ser vistoriada, con-
das Instalações e Equipamentos belecimento, que contemple, no mínimo, forme informado abaixo.
no Decreto nº 10.026/2019, Essa categoria refere-se aos demais estabelecimentos os seguintes parâmetros: cor, turbidez, pH,
recomenda-se o uso do previsto de bebidas que não se enquadram como de “peque- coliformes totais e cloro residual, que ateste • Após análise por parte do Auditor Fiscal
no Anexo I da Instrução no porte”, ou como “familiar rural de produção ar- sua potabilidade. Este documento poderá Federal Agropecuário (AFFA), caso não haja
Normativa nº 72/2018, tesanal”, conforme descrito a seguir. ser apresentado por ocasião da vistoria. pendências documentais, será agendada a
até que a devida lacuna realização da vistoria no estabelecimento,
Os documentos necessários para o registro estão sendo que todas as sessões deverão estar
seja sanada.
apontados a seguir: devidamente prontas e os equipamentos
montados no seu local definido, de forma
a. Cópia do CPF dos sócios da empresa ou re- Etapas para o registro do estabelecimento de
como foi disposto no projeto (planta baixa
presentante legal do estabelecimento; bebida no Sipeagro
e corte) anexado ao Sipeagro. Na ocasião
b. Comprovante de inscrição no Cadastro Na- serão avaliados os aspectos relacionados
cional de Pessoa Jurídica (CNPJ); à Instrução Normativa Mapa nº 05/2000,
A solicitação de registro de que trata do regulamento técnico para fab-
c. Contrato Social ou Ato Constitutivo conso- estabelecimento se faz pela ricação de bebidas e vinagres, inclusive
lidado com suas alterações, constando a Internet por meio do Sipeagro, vinhos e derivados da uva e do vinho, rel-
atividade do estabelecimento prevista em acessando-se o link: ativo às condições higiênico-sanitárias dos
Regulamentos das Leis nº 7.678/1988 e estabelecimentos. Para essa avaliação será
https://sistemasweb.agricultura.
nº 8.918/1994; gov.br/pages/SIPEAGRO.html aplicado o laudo de vistoria por um Auditor
fiscal federal agropecuário (AFFA).
d. Alvará de funcionamento da empresa,
quando aplicável, expedido pela Prefeitu-
ra Municipal ou pela Administração Regio- • O Representante Legal realizará o pré-ca-
nal do Distrito Federal (DF), ou documen- Modelo de laudo de vistoria no link:
dastro junto ao Sipeagro
to comprobatório de solicitação do alvará
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
(protocolo) junto ao órgão competente; • Juntar e escanear toda a documentação solici-
assuntos/inspecao/produtos-vegetal/
tada / Construir ou reformar a planta industrial.
e. Anotação de Responsabilidade Técnica, ou arquivos/modelo-de-laudo-de-
documento equivalente, expedido pelo • Preencher as informações requeridas, in- vistoria.pdf/view
Conselho de Classe do Responsável Técnico; serir os documentos pertinentes, de acordo

38 39
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Por fim, o responsável pelo estabelecimento poderá
emitir o respectivo Certificado de Registro no próprio
Sipeagro e consultar a sua autenticidade.

Manual para consultar, emitir e autenticar


certificado de registro Mapa:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
assuntos/insumos-agropecuarios/
insumos-pecuarios/alimentacao-
animal/arquivos-alimentacao-animal/
Previamente à construção ou reforma
manual-usuario-sipeagro-reg-de-
estabelecimento-v-1-09-04-2020.pdf/view
Fluxograma de registro de estabelecimento no Mapa (produtor /
de planta industrial, RECOMENDA- envasador / atacadista / padronizador / exportador / importador de
-SE que o projeto (planta baixa
e cortes) seja apresentado à O passo a passo para fazer o registro do bebidas, fermentados acéticos, vinhos e derivados da uva e do vinho)
equipe de fiscalização do Mapa estabelecimento está disponível no link:
da Superintendência Federal de
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/
Agricultura no estado onde está
inspecao/produtos-vegetal/arquivos/sipeagro-
localizado o empreendimento, de Providenciar a documentação necessária e construir/reformar a planta industrial
modulo-produtos.pdf/view
modo a buscar orientações acerca
da adequação do mesmo
ao disposto na Instrução Realização do pré-cadastro pelo Representante Legal junto ao Sipeagro
Normativa nº 05/2000.
As empresas que
migrarem do registro Preencher as informações, inserir os documentos no Sipeagro e enviar a solicitação
Ressalta-se ainda que além dos pontos destacados no antigo para o Sipeagro,
Laudo de Vistoria, o AFFA poderá realizar exigências apesar de obterem novo
adicionais, relacionadas às especificidades do(s) pro- certificado e novo número de
Agendamento e realização da Vistoria Oficial pelo Mapa
duto(s) que será(ão) produzido(s), conforme o caso. registro, terão a validade do registro
Após realizada a vistoria, caso não haja exigências, o anterior, por se tratar apenas de uma
registro do estabelecimento será deferido pelo Mapa, migração de dados.
o qual terá a validade de 10 anos. Não é cobrada ne- Deferimento do Registro do Estabelecimento
nhuma taxa para registro de estabelecimento.

40 41
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Por fim, o responsável pelo estabelecimento poderá
emitir o respectivo Certificado de Registro no próprio
A denominação, os percentuais Após inserir a solicitação no Sipeagro, o regis- Sipeagro e consultar a sua autenticidade.
dos ingredientes, aditivos, tro será deferido automaticamente, o qual
entre outras informações que terá a validade de 10 anos. Não é cobrada
compõem o Padrão de Identidade nenhuma taxa para registro de produto. Manual para consultar, emitir e
e Qualidade – PIQ do produto,
autenticar certificado de registro Mapa
estão descritos em legislação
correspondente ao mesmo. Para https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
consulta simplificada de todos Como o registro é concedido de forma automática, as assuntos/inspecao/produtos-vegetal/
os produtos e seus respectivos informações ali inseridas são de responsabilidade do arquivos/manual-para-consultar-emitir-e-
padrões, acessar a Norma estabelecimento, que está sujeito às penalidades pre- autenticar-certificado-de-registro-mapa-
Operacional nº 1, de 24 de vistas nos Decretos nº 6.871/2009, nº 8.198/2014, ou sipeagro.pdf/view
janeiro de 2019 , disponível em: nº 10.026/2019, caso existam incorreções no registro.

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
2.2.2.2. Registro de produtos: bebidas, assuntos/inspecao/produtos-vegetal/
fermentados acéticos, vinhos e derivados legislacao-1/bebidas a. As alterações da composição de um necessitarão diferentes
da uva e do vinho produto não acarretam um novo registros (exemplo: mesmo
registro, desde que mantida a mesma ingrediente, mas diferentes
denominação. tempos de envelhecimento).
O estabelecimento produtor, envasador, padroniza-
dor e/ou atacadista de vinhos, derivados da uva e do b. A utilização de diferentes d. Os produtos submetidos a diferentes
vinho e de bebidas em geral (que inclui a cachaça, o
marcas comerciais, pelo mesmo tratamentos físicos não necessitam
açaí, as polpas de frutas, os licores, os fermentados
Em razão da constante estabelecimento, não enseja novo de novo registro, desde que não seja
acéticos, dentre outros produtos), deve registrar cada
atualização do documento registro de produto, devendo ser alterada a sua composição.
produto que pretende produzir.
presente no link acima, informado no campo correspondente
e. O produto será registrado somente
A solicitação para registro de produto deve ser apre- recomenda-se que seja do Sipeagro todas as marcas a serem
sentada ao Mapa por meio do Sistema Sipeagro. Após utilizadas. na unidade central, sendo este
acessado diretamente no
o deferimento do registro de estabelecimento, novos registro válido para todas as unidades
site do Mapa, sem realizar
usuários e senhas são encaminhados, via e-mail, para c. Os produtos que tiverem industriais e estabelecimentos de
download.
o Representante Legal (RL) e para o Responsável Téc- suas características alteradas terceiros, indicadas no certificado de
nico (RT) do estabelecimento. Ambos têm o perfil de pelo processo de elaboração registro do produto.
usuário para registro de produtos.

42 43
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Casos de isenção de registro de estabelecimento e bebidas, que engarrafem no mesmo local e proce-
de produto (bebidas) dam a imediata venda, de produtos regularmente
2.2.2.3. Registro de estabelecimento que
registrados no Mapa. processe, industrialize, beneficie ou embale O Mapa possui padrões oficiais de classifica-
ção para mais de 60 (sessenta) produtos vege-
produto vegetal padronizado pelo Mapa tais, entre fibras (algodão, juta, rami, etc.), grãos
Conforme Artigo 32 da Instrução Normativa nº Um exemplo de produto que se enquadra nessa cate-
72/2018, as bebidas produzidas com as finalidades goria de NÃO registrado no Mapa é o açaí preparado (arroz, feijão, milho, soja, ervilha, etc.), óleos (de
descritas a seguir não precisam ser registradas no no próprio local de venda direto para o consumidor ou soja, de milho, de girassol, etc.), farinhas (de
Mapa. Porém, esses produtos estão sujeitos à fiscaliza- consumidora, e consumo no mesmo dia do preparo. mandioca, de trigo, etc.), hortícolas (abacaxi,
ção da Vigilância Sanitária de cada local. alho, banana, batata, cebola, kiwi, maçã, etc.),
entre outros (tabaco, cravo, pimenta do reino,
I. produto destinado a concurso de qualidade; Em caso de dúvidas contatar castanha do Brasil, amêndoa da castanha de
a Superintendência Federal de caju, etc.). No Padrão Oficial de Classificação
II. produto destinado ao desenvolvimento de pes- estão definidos as especificações e critérios
Agricultura no respectivo estado.
quisa, desde que: de identidade e qualidade, a amostragem, o
Contatos e endereços no link:
modo de apresentação e a marcação ou rotu-
a. seja identificado e segregado do destina-
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/ lagem para esses produtos. Apenas estão au-
do à comercialização; e
acesso-a-informacao/institucional/ torizadas a classificar os produtos vegetais em-
b. disponha de documentação que caracte- quem-e-quem/superintendencias- presas ou entidades credenciadas pelo Mapa.
rize a atividade de pesquisa. federais-de-agricultura-sfa

III. produto destinado ao consumo próprio, sem fim


comercial;
Fluxograma de registro de produto no Listamos abaixo os links para acesso à
IV. produtos produzidos por serviços de alimentação, lista de produtos vegetais padronizados
como lanchonetes, padarias, bares, restaurantes,
Mapa (bebidas, fermentados acéticos, e a lista das entidades credenciadas para
supermercados, dentre outros estabelecimen- vinhos e derivados da uva e do vinho) Para garantir a segurança e qualidade dos produtos
vegetais, o Mapa, atua na classificação e na certifica-
realizar a classificação vegetal.
tos comerciais, cuja produção, envase e venda se
deem diretamente ao consumidor ou consumido- ção da identidade e qualidade dos produtos vegetais https://www.gov.br/agricultura/pt-br/
ra final, no mesmo local, com indicação de consu- padronizados, registrando e fiscalizando estabele- assuntos/inspecao/produtos-vegetal/
Acessar o sistema Sipeagro e solicitar o registro cimentos que preparam, embalam e comercializam normativos-cgqv/relacao-dos-produtos-
mo na embalagem de até um dia após seu pre-
paro. Se envasado e pronto para consumo, deverá produtos vegetais destinado ao consumo humano e padronizados.pdf/view
ter as mesmas datas de produção e de validade. ao processamento. A obrigatoriedade da classificação
de produtos vegetais está prevista na Lei 9.972, de 25 http://indicadores.agricultura.gov.br/
Deferimento AUTOMÁTICO do
V. serviços de alimentação e demais estabelecimen- Registro do Produto pelo Sipeagro de maio de 2000, regulamentada pelo Decreto 6.268, qualidadevegetal/index.htm
tos comerciais, como as estações de envase de de 22 de novembro de 2007.

44 45
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
As pessoas físicas ou jurídicas que por conta própria Documentos necessários para registro
ou como intermediária processem, industrializem, se de estabelecimento classificador de
Para saber quais produtos
beneficiem ou embalem produto vegetal padroniza- produto vegetal
devem ser registrados no CGC/
do pelo Mapa, deve se registrar no Cadastro Geral de
Mapa, e em qual nível, acessar:
Classificação (CGC) por meio do Sipeagro.
Esta categoria inclui a pessoa física ou jurídica ha-
https://www.gov.br/agricultura/pt-
Todo estabelecimento que trabalha com produto ve- bilitada ou credenciada como classificador ou a
br/assuntos/inspecao/produtos-
getal padronizado, e para registro no CGC/Mapa de- pessoa jurídica credenciada na atividade de clas-
vegetal/registro/cgc_mapa/
verá cumprir com os requisitos de Boas Práticas de sificação de produto vegetal; pessoa física ou jurí-
listagem-de-produtos-passiveis-
Higiene para a produção, elaboração e fabricação, dica de Direito Público ou Privado, que por conta
de-registro-no-cgc-mapa
conforme estabelecido na Instrução Normativa n° 23, própria ou como intermediária processe, indus-
de 25 de março de 2020. trialize, beneficie ou embale produto vegetal, de
acordo com o disposto na Instrução Normativa
O registro no CGC/Mapa será segmentado nos níveis n° 9/2019. O registro no Cadastro Geral de Clas-
básico, intermediário e completo, de acordo com: sificação (ICGC/Mapa) previsto no inciso II do ar- Os documentos necessários para o registro de
tigo 3º e no artigo 4º desta Instrução Normativa, acordo com a Instrução Normativa n° 9/2019, estão
será segmentado nos níveis básico, intermediá- descritos a seguir:
rio e completo, de acordo com:
a. Para o registro enquadrado no nível básico: não
I. a atividade; será necessária a apresentação de documentação
complementar e realização de vistoria, sendo a
II. o produto; concessão realizada de forma automática pelo sis-
III. fluxograma ou memorial descritivo conten-
tema eletrônico do Mapa (Sipeagro).
III. a amplitude de comercialização; do o detalhamento das etapas de produção,
b. Para o registro enquadrado no nível intermedi- mencionando o tipo e a função de cada
IV. as exigências dos países importadores; equipamento, bem como a capacidade de
ário: será necessária a inclusão no sistema eletrô-
nico do Mapa da seguinte documentação com- produção instalada, contendo, no mínimo,
V. os riscos identificados associados ao produto;
plementar: as informações apresentadas no Anexo IV
VI. os resultados de monitoramentos oficiais; deste Manual;
I. alvará de funcionamento da empresa, emiti-
VII. o histórico de fiscalizações ou auditorias; e do pelo órgão competente, se for o caso; IV. manual de boas práticas; e

VIII. as ocorrências de notificações de não confor- II. Contrato Social ou outro ato constitutivo con- V. no caso de importador, fica dispensada a
midades nacionais ou internacionais. solidado com suas alterações, se for o caso; apresentação da documentação citada nos

46 47
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
incisos III e IV do artigo 9. da IN 9/2019 e nes- III. no caso de importador fica dispensada
se caso deverá apresentar uma declaração a apresentação da documentação citada
com o compromisso de adquirir produto re- no inciso I do artigo 10 da IN 9/2019 e
gistrado ou com autorização de livre venda nesse caso deverá apresentar uma de-
ou com autorização do país de origem para claração com o compromisso de adquirir
processar, beneficiar, industrializar ou emba- produto registrado ou com autorização
lar produto vegetal para exportação. de livre venda ou com autorização do
país de origem para processar, beneficiar,
industrializar ou embalar produto vegetal
para exportação.

Para o registro no nível


intermediário, é facultado
ao órgão fiscalizador a Para o registro no nível
realização da vistoria e a exigência completo, o órgão
de documentação complementar, fiscalizador deverá realizar
quando necessário. a vistoria, sendo dispensada
para o importador.

c. Para o registro enquadrado no nível completo:


além da documentação necessária para o registro
em nível intermediário, será necessária a inclusão Todas as informações necessárias
no sistema eletrônico do Mapa (Sipeagro) da se- e o passo a passo para o registro no
guinte documentação complementar: CGC/Mapa estão disponíveis
para acesso pelo link:
I. Certidão de Função Técnica, Anotação de
Responsabilidade Técnica ou documento https://www.gov.br/agricultura/
correlato, expedido pelo respectivo Con- pt-br/assuntos/inspecao/produtos-
selho Profissional de Classe do Responsá- vegetal/registro/Registro%20
vel Técnico; de%20estabelecimentos%20e%20
produtos%20de%20origem%20vegetal
II. comprovante de pagamento do emolu-
mento de registro; e

48 49
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
DIRETORIA COLEGIADA

RESOLUÇÃO-RDC No- 27, DE 6 DE AGOSTO DE 2010

2.2.3. Registro de Estabelecimen-


Dispõe sobre as categorias de alimentos e
• Suplementos alimentares contendo enzimas ou
a) Legalização de produtos embalagens isentos e com obrigatoriedade
de registro sanitário.
probióticos (RDC nº 43/2018 e IN nº 28/2018)
tos de Produtos de Origem Vege- A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da
atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto

tal, exceto de bebidas e de classifi- nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º
do art.54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da
ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, e a

cação de produtos Os produtos de origem vegetal oriundos de estabeleci-


mentos com registro na Vigilância Sanitária podem ser
Consulta Pública n.º 95, de 21 de dezembro de 2009, publicada no Diário Oficial da
União n.º 244 de 22 de dezembro de 2009, em reunião realizada em 5 de agosto de
2010, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente,
Alimentos dispensados da
obrigatoriedade de registro
determino a sua publicação:
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que estabelece as categorias de
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - comercializados em todo o território nacional, não tem, alimentos e embalagens isentos de registro sanitário e as categorias de alimentos e

portanto, restrição de área para comercialização. Os pro-


embalagens com obrigatoriedade de registro sanitário, conforme os Anexos I e II desta A maioria dos produtos de origem vegetal são dis-
SNVS é responsável pelo registro das agroin- Resolução.

dutos alimentícios de competência do Sistema Nacional


Art. 2º As empresas que detêm o número de registro de produtos que, de acordo
com esta Resolução, passam a ser isentos, podem, optativamente, usá-lo na rotulagem
pensados de registro, conforme os anexos I e II da
dústrias de produtos de origem vegetal, exceto
de Vigilância Sanitária são divididos em três grupos:
de seu respectivos produto, até o término do estoque de embalagem ou até a data do
vencimento do registro.
RDC nº 27/2010. Os estabelecimentos que produzem
os de bebidas e classificação de produtos ve- Art. 3º O descumprimento das disposições contidas nesta Resolução constitui
infração sanitária, nos termos da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo esses produtos dispensados da obrigatoriedade de
getais. O SNVS engloba unidades da Vigilância das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
Art. 4º Ficam revogados o item 8.2 do Anexo da Resolução 23, de 15 de março registro devem apresentar o comunicado de início
Sanitária nas três esferas de governo (federal, de 2000 e a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA - RDC nº 278, de 22 de
setembro de 2005. de fabricação junto ao órgão de Vigilância Sanitária
estadual e municipal) com responsabilidades Alimentos com registro obrigatório Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
onde está localizado o empreendimento, conforme
compartilhadas. prévio à comercialização DIRCEU RAPOSO DE MELLO
procedimentos definidos na Resolução n° 23/2000.
ALIMENTOS E EMBALAGENS ISENTOS DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO SANITÁRIO
Na esfera federal, ligada ao Ministério da Saú- Esses produtos devem ser registrados na Vigilância Sa- ANEXO I
Os interessados devem buscar informações mais de-
de, temos a Agência Nacional de Vigilância nitária. Engloba um pequeno grupo de produtos que
CÓDIGO C AT E G O R I A talhadas junto à Vigilância Sanitária do município (ou
Sanitária (Anvisa). Na esfera estadual, ligada à representam maior risco sanitário. O protocolo dos 1 0 0 11 5 AÇÚCARES E PRODUTOS PARA ADOÇAR (1)
4200047 ADITIVOS ALIMENTARES (2) da Visa estadual) antes de iniciar a produção e veri-
Secretaria Estadual da Saúde, está a Vigilância processos de registro deve ser realizado junto ao órgão
4 1 0 0 11 4 ADOÇANTES DIETÉTICOS

• Alimentos com alegações de propriedades funcio-


4300164
4200020
ÁGUAS ADICIONADAS DE SAIS
ÁGUA MINERAL NATURAL E ÁGUA NATURAL
ficar se seus respectivos produtos se enquadram na
Sanitária (Visa) estadual. Na esfera municipal, li- de Vigilância Sanitária municipal ou estadual, conforme 4200038 ALIMENTOS E BEBIDAS COM INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
nais e/ou de saúde (Resolução nº 18/1999 e Reso-
COMPLEMENTAR lista de produtos de baixo risco.
gada à Secretaria Municipal da Saúde, temos o o caso, onde se encontra a unidade agroindustrial, de
4300083 ALIMENTOS PARA CONTROLE DE PESO

lução nº 19/1999)
4300078 ALIMENTOS PARA DIETAS COM RESTRIÇÃO DE NUTRIENTES

serviço de Vigilância Sanitária de cada um dos acordo com os formulários e procedimentos descritos
municípios brasileiros, alguns dos quais ainda nas Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Anvi- • Alimentos infantis (RDC nº 42/2011, RDC nº
em fase de implementação. sa n° 23/2000 e n° 22/2000. Os processos são enca- 43/2011, RDC nº 44/2011, RDC nº 45/2011, Por-
minhados ao órgão estadual, e nos casos necessários, taria nº 34/1998, Portaria nº 36/1998, Lei nº
A Anvisa coordena, supervisiona e controla as
seguem posteriormente à Anvisa para conclusão e pu- 11.265/2006, Decreto nº 8.552/2015 e RDC nº Veja a lista dos
atividades de registro, informações, inspeção,
blicação do registro no Diário Oficial da União (DOU). 222/2002) produtos aqui:
controle de riscos e definição das normas e pa-
drões. O objetivo é garantir as ações de vigi- As seguintes categorias têm obrigatoriedade de • Fórmulas para nutrição enteral (RDC nº 21/2015 e http://portal.anvisa.gov.br/
lância sobre os alimentos, as bebidas, as águas registro, conforme estabelecido no Anexo II da RDC nº 22/2015) registros-e-autorizacoes/
envasadas, seus insumos, suas embalagens, RDC nº 27/2010: alimentos/produtos/isencao-
aditivos alimentares e coadjuvantes de tecno- • Embalagens com novas tecnologias recicladas de-registro
logia, limites de contaminantes e resíduos de • Novos alimentos e novos ingredientes (Resolução (PET-PCR grau alimentício regulamentado pela
medicamentos veterinários. nº 16/1999 e Resolução nº 17/1999) RDC nº 20/2008)

50 51
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
b) Legalização dos estabelecimentos Portanto, as pequenas agroindústrias do microempreen-
dedor individual, da agricultura familiar e da economia
solidária, com produtos considerados de baixo risco sa-
Os estabelecimentos de processamento de alimentos nitário, antes de iniciar a produção, devem comunicar à
também devem ser licenciados pela Vigilância Sani- Vigilância Sanitária local que vai iniciar o processamento
tária municipal ou estadual, mediante a expedição da de alimentos. O comunicado de início de fabricação é o
licença ou alvará sanitário (ou equivalente). As peque- documento que comprovará a regularização perante o
nas agroindústrias podem ser enquadradas em proce- Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
dimentos diferenciados mais simples, conforme des-
crito na sequência.
19/06/2020 Ministério da Saúde

ADVERTÊNCIA
Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União

Pequenas agroindústrias
enquadradas na RDC n° 49/2013 Ministério da Saúde
Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Produtos dispensados de registro e de • Produtos de panificação, pastifício, pastelaria, con- RESOLUÇÃO-RDC N° 49, DE 31 DE OUTUBRO DE 2013

comunicado de início de fabricação feitaria, doceria, rotisseria e de sorveteria, quan- A RDC n° 49/2013 estabeleceu procedimentos simpli- Dispõe sobre a regularização para o exercício de
atividade de interesse sanitário do microempreendedor
individual, do empreendimento familiar rural e do

do exclusivamente destinados à venda direta ao ficados para a legalização sanitária de agroindústrias empreendimento econômico solidário e dá outras
providências.

Alguns produtos são dispensados da obrigatoriedade CONSUMIDOR/A, efetuada em balcão do próprio do microempreendedor individual (MI), dos empreen- A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem os
incisos III e IV, do art. 15 da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o inciso II, e §§ 1° e 3° do art. 54 do Regimento

de registro, bem como da necessidade de informar o PRODUTOR/A, mesmo quando acondicionados dimentos da agricultura familiar e da economia soli-
Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU
de 21 de agosto de 2006, e suas atualizações, tendo em vista o disposto nos incisos III, do art. 2º, III e IV, do art. 7º da
Lei n.º 9.782, de 1999, e o Programa de Melhoria do Processo
de Regulamentação da Agência, instituído por meio da Portaria nº 422, de 16 de abril de 2008, em reunião realizada em
início de fabricação, são eles: em recipientes ou embalagens com finalidade de dária, considerados de baixo risco sanitário. A gran- 29 de outubro de 2013, adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu Diretor-Presidente Substituto, determino
a sua publicação:

de maioria dos produtos de pequenas agroindústrias


Art. 1º Esta resolução estabelece as normas para a regularização do exercício de atividades que sejam objeto de

facilitar sua comercialização. fiscalização pela vigilância sanitária, exercidas pelo microempreendedor individual, pelo empreendimento familiar rural e

• Matérias-primas alimentares e os alimentos in natura;


pelo empreendimento econômico solidário, que sejam produtores de bens e prestadores de serviços sujeitos à ação da
vigilância sanitária.
da agricultura familiar se enquadram nessa condição, Art. 2º Esta resolução tem por objetivo aplicar no âmbito da vigilância sanitária as diretrizes e objetivos do Decreto
nº 7.492, de 02 de junho de 2011 - "Plano Brasil sem Miséria", por meio do eixo inclusão produtiva, visando a segurança

como produtos considerados de baixo risco sanitário. sanitária de bens e serviços para promover a geração de renda, emprego, trabalho, inclusão social e desenvolvimento

• Aditivos alimentares (intencionais) inscritos na Far- socioeconômico do país e auxiliar na erradicação da pobreza extrema.

Art. 3º Para efeitos desta resolução consideram-se:

macopeia Brasileira, os utilizados de acordo com as I - Microempreendedor individual, conforme definido pela Lei Complementar nº 123, de 19 de dezembro de 2008 e

O processo simplificado de legalização ocorre com o suas alterações;

Boas Práticas de Fabricação e aqueles dispensados II - Empreendimento familiar rural, conforme definido pela Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, com receita bruta

preenchimento de um cadastro junto a Vigilância Sa-


em cada ano-calendário até o limite definido pelo inciso I, do Art. 3º, da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006;

pelo órgão competente do MS; III - Empreendimento econômico solidário, conforme definido pelo Decreto nº 7.358, de 17 de novembro de 2010,
Mais informações: nitária do município. No ato de preenchimento desse com receita bruta em cada ano-calendário até o limite definido pelo inciso II, do Art. 3º, da Lei Complementar nº 123, de
14 de dezembro de 2006.

cadastro, que é simples e rápido, é gerado um núme- CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

• Produtos alimentícios elaborados conforme Padrão http://portal.anvisa.gov.br/


Art. 4º São princípios desta resolução:

de Identidade e Qualidade, usados como ingre- ro de registro, e imediatamente a agroindústria está I - os princípios da Constituição Federal e do Sistema Único de Saúde previstos na Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990;

registros-e-autorizacoes/ autorizada a produzir e comercializar seus produtos. A II - inclusão social, produtiva e de boas práticas estabelecidas pelos órgãos de vigilância sanitária para o

dientes alimentares, destinados ao emprego na microempreendedor individual, empreendimento familiar rural e empreendimento econômico solidário, produtores de
bens e prestadores de serviços sujeitos
alimentos/produtos/isencao- Vigilância Sanitária tem o prazo de até 180 dias, após
à ação da vigilância sanitária;

preparação de alimentos industrializados, em esta- III - harmonização de procedimentos para promover a formalização e a segurança sanitária dos empreendimentos

de-registro esse cadastramento, para fiscalizar o estabelecimen-


de produtos e serviços prestados por microempreendedor individual, empreendimento familiar rural e empreendimento
econômico solidário, considerando os costumes, os conhecimentos tradicionais e aplicando as boas práticas
belecimentos devidamente licenciados, desde que estabelecidas pelos órgãos de vigilância sanitária; e

incluídos na legislação brasileira de alimentos; to e verificar se há necessidade de algum ajuste na bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0049_31_10_2013.html 1/4

agroindústria e/ou no processo produtivo.

52 53
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Demais agroindústrias

As demais agroindústrias que não se enquadram na


1. Todos os estabelecimentos 2. Além disso, quando
RDC n° 49/2013 devem seguir os passos previstos
e produtos, independen- um alimento está isento
na legislação do SNVS para a legalização sanitária.
Para tanto, o primeiro passo é dirigir-se ao órgão
temente da obrigatoriedade ou dispensado de registro,
de Vigilância Sanitária do município, ou do estado, ou da dispensa de registro no não significa que ele está sem
para obter informações sobre a situação a que se Sistema Nacional de Vigilância controle sanitário, ou seja, todos
enquadra cada agroindústria e os documentos ne- Sanitária, devem atender aos os alimentos e agroindústrias
cessários para legalização sanitária. Os contatos dos respectivos regulamentos técnicos estão sujeitos à fiscalização e ao
órgãos de vigilâncias estaduais podem ser consulta- específicos por categoria de controle de qualidade, a qualquer
dos no site da Anvisa: produtos, bem como estar de momento. Os órgãos estaduais e
acordo com a legislação sanitária. municipais de Vigilância Sanitária
Para esse registro, a maioria das Visa´s exige a apre-
Ou seja, não desobriga as realizam inspeções ou fiscalizações
sentação de alguns documentos, como:
agroindústrias de cumprirem a de rotina, ou em decorrência de
a. planta da agroindústria; legislação sanitária vigente. denúncias. Nesses momentos, caso
sejam constatadas inadequações
b. resultado da análise da qualidade da água; em um produto, a agroindústria é
c. documentos de identificação e localização; responsabilizada e sofre as
sanções cabíveis.
d. comprovante de licenciamento ambiental;

e. memorial descritivo sanitário;

f. outros documentos / informações.

O primeiro passo deve ser a elaboração do projeto


plantas, e na sequencia, aprovar previamente a planta Mais informações:
das instalações (projeto) na Vigilância Sanitária, antes
http://portal.anvisa.gov.br/
de iniciar a construção. Essa aprovação prévia poderá
registros-e-autorizacoes/
evitar possíveis exigências de adequações na constru-
alimentos
ção, o que geraria custos adicionais. Maiores detalhes
sobre o processo de legalização devem ser obtidas na
Vigilância Sanitária de cada município ou estado.

54 55
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
A rotulagem deve constar na embalagem dos produtos
PARTE III de todos os estabelecimentos objeto deste documen-
visíveis e legíveis, com tamanho superior a 1 mm para a
maior parte das informações.
to. Rótulo é a inscrição, legenda, imagem, matéria des-
critiva ou gráfica, que esteja escrita, impressa, estampa- Devido à complexidade do tema, as informações se-

Rotulagem da, gravada ou colada na embalagem do produto. O


rótulo deve fornecer aos consumidores e consumido-
rão divididas por categoria de produto, de uma forma
GENÉRICA, conforme abordado neste manual, sendo
ras as informações mais importantes sobre o produto, que maiores detalhes deverão ser buscados dentro
de forma clara e compreensível, por meio de caracteres da legislação específica correspondente.

3.1. Rotulagem básica de bebidas, fermentados acéticos, vinhos e derivados


da uva e do vinho (incluindo cachaça, licores, açaí, polpas dentre outros)

Os rótulos de bebidas, fermentados acéticos, vinhos


e derivados da uva e do vinho devem estar de acordo
com o Decreto nº 6.871/09; Decreto nº 8.198/14; De-
creto nº 10.026/19.

Nome empresarial do produtor/produtora ou fabri-


cante, padronizador/padronizadora, envasador/
envasadora, importador/importadora ou o nome
do agricultor familiar/agricultora familiar/empre-
endimento familiar rural: Razão Social e número
do CNPJ do estabelecimento, nome (pessoa física) e
CPF; neste último caso, para o agricultor familiar rural
ou agricultora familiar rural.

Endereço do produtor ou fabricante, padronizador,


envasilhador, importador ou do estabelecimento

56 57
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
familiar rural onde foi produzido: Localização da Marca comercial: Conforme definida pelo interessado. Identificação do lote ou da partida: Precedida da
planta industrial com todas as informações cabíveis expressão “Lote” ou letra “L”.
(Ex: tipo de logradouro, nome do mesmo, bairro/dis- Ingredientes, em ordem decrescente de volume:
trito, cidade, estado – UF, CEP, etc). Precedida da expressão “Ingredientes” ou “Ingr.”. Prazo de validade: Precedida da expressão “Valida-
de”, “Consumir antes de...”, “Válido até...”, “Val:”, “Ven-
Classificação do estabelecimento de industrialização A expressão: Indústria Brasileira, por extenso ou ce”, “VENCIMENTO”, “VCT”, “VENC:”, “CONSUMIR
com relação à atividade: Produtor ou elaborador; Pa- abreviada: A critério do interessado (ex: Ind. Brasileira) PREFERENCIALMENTE ANTES DE: MÊS/ANO”.
dronizador; Envasilhador ou Engarrafador; Atacadista;
Conteúdo, expresso em massa (gramas ou quilo- Frase de advertência, conforme estabelecido em
Exportador e Importador. Normalmente essa informa-
gramas), ou em volume (mililitros ou litros), expres- legislação específica.
ção precede a razão social ou nome (pessoa física). Ex:
so na unidade de medida correspondente, de acor-
Produzido e Envasilhado por Indústria (inserir nome).
do com normas específicas: Precedida da expressão Outras informações previstas em legislação espe-
Número do registro do produto no Ministério da “Peso Líquido”, “Conteúdo Líquido” ou “Peso Liq.”. cífica da Anvisa: Ex: Informação Nutricional, Contém
Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou o número Glúten / Não Contém Glúten, etc.
Graduação alcoólica, expres-
do registro do estabelecimento importador, quan-
sa em porcentagem de volu-
do bebida importada: De acordo com o informado Número da Declaração de Aptidão ao Programa me alcoólico, quando bebida
no respectivo Certificado de Registro de Produto. O Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fami- alcoólica: De acordo com defi-
referido número deverá ser precedido da expressão liar ou documento correlato: informação extraída da nido para o produto.
“Registro Mapa:”, atendendo às demais regras previs- DAP ou documento afim.
tas no Art. 29 da Instrução Normativa nº 72/2018. Grau de concentração e for-
Denominação: De acordo com o informado no res- ma de diluição, quando se
pectivo Certificado de Registro de Produto, em cai- tratar de produto concentra-
xa alta e com altura de letra igual ou superior a dois do: De acordo com definido
milímetros para os produtos previsto no Decreto nº para o produto.
10.026/19, e sem variação de padronização das pala-
vras, no caso das compostas. Grau de concentração acéti-
ca, em porcentagem, quan-
Classificação do produto: Não fermentado e não al- do se tratar de vinagre: De
coólico; fermentado não alcoólico; fermentado alcoó- acordo com definido para o
lico; destilado alcoólico; vinagre; alcoólico por mistu- produto.
ra. Importante ressaltar que essa exigência é exclusiva
para os produtos abarcados pelo Regulamento da Lei Forma de diluição, quando se
nº 7.678/88, aprovado pelo Decreto nº 8.198/14 (vi- tratar de xarope, preparado
nhos e derivados da uva e do vinho). líquido ou sólido: De acordo
com definido para o produto.

58 59
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
decrescente da proporção, exceto os que têm um úni- Prazo de validade: deve estar presente de forma vi-
co ingrediente (açúcar, sal, farinha de mandioca). Os sível e clara no rótulo o prazo de validade. Produtos
aditivos alimentares também devem ser indicados. que exijam condições especiais para sua conservação
Confira as demais
O rótulo da bebida não deverá conter Conteúdo líquido: no rótulo deve constar a quanti-
devem ser indicados o local de armazenamento (con-
especificações para a gelador, geladeira) e a data de vencimento correspon-
informação que suscite dúvida ou que rotulagem da bebida que dade do produto, podendo ser expressa em mililitro dente. O mesmo se aplica a alimentos que possam al-
seja falsa, incorreta, insuficiente ou que pretende produzir consultando (ml), litro (l), grama (g), quilo (kg) ou outra unidade. terar-se depois de aberta a sua embalagem.
venha a induzir a equívoco, erro, confusão a Norma Operacional nº 1,
Identificação da origem: devem ser indicados o Instruções sobre o preparo e uso do alimento: quan-
ou engano, em relação à identidade, de 24 de janeiro de 2019 ,
nome ou razão social, CNPJ ou CPF, o endereço do fa-
disponível em: do necessário, o rótulo deve conter as instruções ne-
composição, classificação, padronização, bricante e, também, o telefone e o e-mail, para facilitar cessárias sobre o modo apropriado de preparo e uso.
natureza, origem, tipo, qualidade, https://www.gov.br/agricultura/pt- o contato em caso de dúvidas, críticas ou sugestões,
rendimento ou forma de consumo da br/assuntos/inspecao/produtos- além de Marca Registrada. Advertências: informa possíveis advertências quan-
vegetal/legislacao-1/bebidas do for necessário, de acordo com regulamentos es-
bebida, nem lhe atribuir qualidade Identificação do lote: no rótulo deve constar a infor- pecíficos, por exemplo, "contém glúten", "não contém
terapêutica ou medicamentosa. mação que permita identificar o lote a que pertence o glúten", etc.
respectivo produto.

3.2. Rotulagem de produtos de origem vegetal e animal

Os rótulos dos produtos de origem vegetal devem Denominação do produto: nome específico que in-
conter as informações sobre suas qualidades, com dica a origem e as características do produto, como
base em padrões oficiais, os quais poderão ser obser- por exemplo: queijo, bolacha, doce de goiaba.
vados por meio do link:
Indústria Brasileira: para produtos nacionais.
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspe-
cao/produtos-vegetal/normativos-cgqv/relacao-dos- Lista de ingredientes: o rótulo deve conter a descri-
-produtos-padronizados.pdf ção de todos os ingredientes do produto, por ordem

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Informações nutricionais: A RDC nº 359/2003 e a RDC
nº 360/2003 da Anvisa regulamentam sobre a rotula-
gem nutricional de alimentos embalados. Os alimen- 1. A Anvisa incentiva os fabricantes 2. Outros “minerais” e “vitaminas” farão
tos e bebidas produzidos e embalados na ausência do de alimentos e bebidas a dispor parte do quadro obrigatoriamente
cliente e pronto para a venda aos consumidores e con- nos rótulos as informações quando se fizer uma declaração de
sumidoras, devem ter as informações nutricionais pre- referentes ao conteúdo de propriedades nutricionais ou outra declaração
sentes no rótulo, por porção (fatia, copo, unidade, etc.). colesterol, cálcio e ferro, com o que faça referência a estes nutrientes.
objetivo de aumentar o nível de Optativamente, podem ser declarados
Para fins de declaração de informação nutricional, de-
vem ser utilizados os valores diários de referência de conhecimento do consumidor vitaminas e minerais quando estiverem
nutrientes (VDR) e os valores de ingestão diária reco- Informações nutricionais – porção de .... e da consumidora, desde que o presentes em quantidade igual ou maior a
mendada de nutrientes (IDR). A seguir, modelo de ro- produto apresente quantidade 5% da Ingestão – IDR, por porção indicada no
tulagem nutricional. Quantidade/ igual ou superior a 5% da IDR. rótulo.
Tipo de pergunta %VD (*)
porção
Valor calórico ..... .....

Carboidratos ..... .....


O principal órgão responsável para orientar e fiscalizar
Proteínas ..... ..... Mais informações:
a rotulagem para a maioria dos produtos é a Anvisa.
Gorduras totais ..... ..... No entanto, cada agroindústria deve buscar as infor-
• Sobre rotulagem de alimentos:
mações detalhadas para registrar o rótulo, junto ao
Gorduras ..... .....
respectivo serviço de inspeção onde será feito o regis- http://portal.anvisa.gov.br/
saturadas
tro sanitário da agroindústria. rotulagem-de-alimentos
Gorduras trans ..... .....
Principais regulamentos sobre a rotulagem: • Sobre rotulagem de bebidas,
Fibra alimentar ..... .....
fermentados acéticos e produtos classificados:
Sódio ..... ..... • Resolução RDC/Anvisa nº 259/2002 e RDC n° 123/2004:
Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/
Cálcio¹ ..... ..... Embalados. inspecao/produtos-vegetal/rotulos-e-embalagens
Ferro¹ ..... .....
• RDC nº 359/2003 e RDC nº 360/2003 da Anvisa re- • Sobre rotulagem de produtos de origem animal:
Colesterol¹ ..... ..... gulamentam sobre a rotulagem nutricional de ali-
mentos embalados. http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/
produtos-animal/empresario/registro-de-produtos-
*% Valores diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou
8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou meno- • Instrução Normativa do Mapa nº 22/2005: Regula- rotulagem
res, dependendo de suas necessidades energéticas. mento Técnico para Rotulagem de Produto de Ori-
gem Animal Embalado.

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um estabelecimento de boas práticas de produção e
PARTE IV conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas prestação de serviços na área de alimentos.
indústrias de alimentos e pelos serviços de alimenta-
ção, a fim de garantir a qualidade sanitária e a confor- • Portaria do Mapa n° 368/1997: Estabelece os

Boas práticas de fabricação midade dos alimentos com os regulamentos técnicos. requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas
práticas de elaboração para alimentos elaborados/
industrializados para o consumo humano a toda
pessoa física ou jurídica que realize atividades de
A legislação sanitária federal regulamenta elaboração/industrialização, fracionamento, arma-
essas medidas em caráter geral, aplicável a zenamento e transporte de alimentos destinados
todo o tipo de indústria de alimentos e servi- ao comércio nacional e internacional;
ço de alimentação, e, também, de modo es-
pecífico, voltadas às indústrias que proces- • Instrução Normativa nº 05/2000: Aprova o Re-
gulamento Técnico para a fabricação de bebidas e
sam determinadas categorias de alimentos.
vinagres, inclusive vinhos e derivados da uva e do
vinho, dirigido a estabelecimentos elaboradores e
ou industrializadores.
A legislação que aborda o tema das boas práticas
para produtos de origem vegetal e de origem animal
é composta, principalmente, por:

• RDC n° 259/2002: Essa Resolução atualizou a le-


gislação geral, introduzindo o controle contínuo
das BPF e os Procedimentos Operacionais Padro-
nizados, além de promover a harmonização das
ações de inspeção sanitária por meio de instru-
mento genérico de verificação das BPF.

• Portaria SVS/MS n° 326/1997: Essa Portaria esta-


belece os requisitos gerais sobre as condições hi-
giênico-sanitárias e de BPF para estabelecimentos
produtores/industrializadores de alimentos.

• Portaria MS n° 1.428/1993: Essa Portaria dispõe,


entre outras matérias, sobre as diretrizes para o

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
• Instrução Normativa nº 23/2020: Regulamento a. Boas práticas de fabricação em relação ao pessoal • remover todo o tipo de adorno (anéis, brincos,
Técnico do Mercosul sobre as condições higiêni- pulseiras, relógio), entre outros;
co-sanitárias e de BPF para estabelecimentos ela- Todas as pessoas que manipulam alimentos devem
boradores/industrializadores de produtos vege- receber instruções adequadas em relação às regras • evitar a prática de atos não sanitários, como: co-
tais, subprodutos e resíduos de valor econômico. básicas sobre os aspectos higiênico-sanitários, na ma- çar a cabeça; introduzir o dedo na orelha, nariz ou
nipulação dos alimentos e higiene pessoal, de forma a boca; tossir ou espirrar sobre os alimentos; fumar
adotar as precauções necessárias para evitar a conta- ou outras práticas anti-higiênicas.
minação dos alimentos.
As BPF envolvem a manipulação, armazena-
gem e transporte de insumos, matérias-pri- Além disso, devem possuir carteira de saúde, emiti-
mas, embalagens, utensílios, equipamentos da pelo órgão de saúde local. Se houver suspeita de b. Boas práticas em relação às operações
e produtos. São requisitos essenciais e ne- alguma enfermidade ou problema de saúde, o ma-
De forma mais específica, a finalidade da aplicação Em relação ao processamento, devem ser observadas
cessários, aplicados em todas as etapas do nipulador deve ser afastado das atividades até a sua
das BPF, são: as seguintes recomendações:
processo produtivo, para garantir a qualida- completa recuperação.
de dos produtos. • os manipuladores devem ter funções bem defini-
• ofertar produtos inócuos ao consumidor e à con-
sumidora; das dentro da área de processamento;

• controlar as condições das superfícies que entram • as áreas de produção, embalagem e armazenagem
O comportamento no devem estar limpas e livres de materiais estranhos
em contato direto com o alimento, para minimizar
ambiente de trabalho é ao processo. Também devem ser identificadas as
contaminações cruzadas;
importante para a obtenção matérias-primas, os insumos e os produtos finais;
• controlar as condições ambientais de processamento, de alimentos inócuos.
para minimizar contaminações pós-processamento;

• reduzir perdas de produtos e diminuição de cus-


tos de produção;
As pessoas que manipulam alimentos devem lavar e
• obter produtos com qualidade assegurada, mini- desinfetar as mãos antes do início dos trabalhos, ime-
mizando as não conformidades nos produtos. diatamente após o uso de sanitários, após a manipula-
ção de material contaminado e todas as vezes que for
necessário, além de:

Nesse contexto, de uma forma geral, podemos retra-


• manter unhas limpas, cabelos limpos cobertos
tar as BPF, segundo a legislação específica, nos pontos com gorros, barba e bigode aparados;
a seguir, resguardando-se, contudo, as especificida-
des de cada norma. Vejamos: • usar roupas limpas e em bom estado de conservação;

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
• as matérias-primas e insumos devem ser utilizadas • os equipamentos e utensílios devem ser mantidos • os pisos devem ser antiderrapantes, impermeá-
de acordo com o prazo de validade, e mantidas em bom estado de conservação e funcionamento. veis, de fácil limpeza e sanitização;
nas condições recomendadas até o uso; Após o término de uma manutenção, o equipamen-
to deve ser limpo e sanitizado antes de seu uso; • entre a parede e o teto não devem existir aberturas
• evitar iniciar um processo de fabricação num dia e que propiciem a entrada de insetos ou pássaros.
continuá-lo no dia seguinte; • os recipientes para lixo devem ser exclusivos, man-
tidos limpos e corretamente fechados;
• evitar o trânsito de pessoas ou materiais estranhos
d. Boas práticas de fabricação
na unidade de processamento; • os recipientes para lixo devem ser estrategicamen-
te colocados na unidade de processamento, onde em relação ao controle de pragas
• as operações industriais devem ser organizadas para for necessário, porém afastados dos alimentos.
Pragas são animais que vivem dentro ou sobre os pro-
otimizar o processo e evitar contaminação cruzada,
dutos, causando destruição, contaminação ou outros
com por exemplo, a limpeza e sanitização devem
problemas. As pragas mais comuns nas áreas de ma-
ser realizadas antes e depois do processamento; c. Boas práticas de fabricação
nipulação de alimentos são:
em relação às instalações
• produtos que serão reprocessados devem ser
Algumas condições básicas devem ser consideradas • roedores, como ratos e camundongos;
mantidos em boas condições, para não afetarem a
qualidade do produto final; em relação à estrutura física da agroindústria, como:
• insetos, como moscas, baratas, traças, formigas,
entre outros;
• produtos deteriorados, devolvidos pelos clientes, • a área circunvizinha não deve representar riscos
para a higiene da unidade;
nunca devem entrar na área de processamento, e • pássaros.
devem ser armazenados separadamente, devida-
• o espaço interno deve ser suficiente para a correta
mente identificados, até a sua destruição; instalação dos equipamentos, realizar as operações
e estocagem de matéria-prima e produtos finais;
• quando estiverem sendo realizadas reformas em As áreas de processamento devem ser pla-
instalações e/ou reparos em equipamentos, a pro- • não deve haver contato de matéria-prima e pro- nejadas, construídas e manejadas de ma-
dução deve ser interrompida; duto acabado, para evitar contaminação cruzada; neira que as pragas não tenham condições
de sobreviver. Deve-se controlar o acesso
• embalagens de insumos e de produtos não de- • os sanitários e vestiários não devem ter comunica- das pragas à área de manipulação, evitan-
vem ser utilizadas para outras finalidades; ção direta com a área de processamento; do condições de alimentação e reprodução,
dificultando com isso sua probabilidade de
• deve ser evitado o uso de panos na área de produção; • as janelas não devem possuir peitoril na parte in- existência. Com qualquer evidência de pre-
terna, para evitar o acúmulo de poeira;
• o equipamento deve satisfazer os padrões de hi- sença de pragas, deve-se agir rapidamente
giene, ou seja, deve ser adequado ao processo e para corrigir o problema.
• as paredes e tetos devem ser lisos, laváveis, imper-
compatível com a sua capacidade de produção; meáveis e de cor clara;

68 69
Procedimentos para a regularização de empreendimentos
os comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
b. POPs e PPHOs sempre disponíveis para consulta imediata no am-
Algumas sugestões de medidas preventivas para os insetos: biente de produção da agroindústria.
São ferramentas importantes para a implementação
das BPF, servindo de instrução para realização dos De acordo com a legislação, cada agroindústria deve
Fazer inspeções regulares Instalar lâmpadas diversos procedimentos na agroindústria. A principal implementar seus programas de autocontroles e ter
Instalar telas laváveis em
de manutenção, corrigindo UV (ultravioleta) para finalidade é a padronização da execução desses pro- seu próprio Manual elaborado. Para isso, deve buscar
todas as janelas
qualquer problema controlar os insetos cedimentos, de tal forma que qualquer trabalhador apoio de técnicos com conhecimento específico no
possa executá-los de maneira idêntica. tema (de instituições públicas ou privadas), para im-
plementar as BPF.
Conforme a legislação, as agroindústrias devem ter ao
Conservar alimentos em Fazer encaixe perfeito em Limpar imediatamente menos nove POPs e PPHOs, referentes à: Tendo em vista que o programa de BPF é um instru-
recipientes bem fechados portas e janelas qualquer lixo derramado mento básico de orientação e registro de controle
• Manutenção preventiva e calibração de equipa- de qualidade, ressalta-se que outras ferramentas,
mentos; progressivamente, deveriam ser adotadas pelos es-
tabelecimentos, pois o Mapa, por meio de audito-
Armazenar produtos fora do Realizar vedação As áreas de manipulação • Seleção de matérias-primas, ingredientes e em-
rias, poderá requerer informações mais detalhados,
chão (30 cm) e longe das completa de canos, devem estar sempre bem balagens;
como as previstas na Análise de Perigos e Pontos
paredes (60 cm); fendas e buracos organizadas e limpas
• Programa de recolhimento de produtos finais não- Críticos de Controle (APPCC), entre outros progra-
-conformes; mas existentes.

• Requisitos de higiene e saúde dos trabalhadores;


Documentação e registros sobre BPF a. Manual de BPF
• Sanitização de instalações, equipamentos e uten-
O Manual é o documento que mostra o retrato da sílios da agroindústria;
As documentações e registros são partes fundamen-
agroindústria em relação aos requisitos de qua-
tais na implementação das boas práticas de fabricação. • Controle da potabilidade da água;
lidade. Descreve as operações realizadas pela
As documentações são basicamente o manual de BPF, Mais informações
agroindústria. O Manual deve conter todos os itens
contendo: os Procedimentos Operacionais Padrões • Sanitização de reservatórios de água; no site da Anvisa
relativos às boas práticas, como: os requisitos higiê-
(POPs) e os Procedimentos Padrões de Higiene Ope-
nico-sanitários da construção a manutenção e higie- • Manejo dos resíduos agroindustriais (área suja, http://portal.anvisa.gov.br/
racional (PPHOs). Esses procedimentos padrões geram nização das instalações, dos equipamentos e dos embalagens e varrição);
registros-e-autorizacoes/
informações que devem ser registradas em planilhas, utensílios, o controle da água de abastecimento, o alimentos/empresas/boas-
referentes aos controles a serem feitos. Essas ferramen- controle integrado de pragas e vetores, a capacita-
• Controle de pragas.
praticas-de-fabricacao
tas dão capacidade para a agroindústria fazer rastrea- ção do pessoal, o controle da higiene e saúde dos
bilidade no processo produtivo, para detectar onde, manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e Os POPs e os PPHOs podem estar anexo ao manu-
como e quando ocorreram possíveis problemas. garantia de qualidade dos alimentos. al de BPF da agroindústria. Além disso, devem estar

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
O prévio licenciamento ambiental é obrigatório para mesmo período estabelecido pelo cronograma de ela-
PARTE V toda construção, instalação, ampliação e funciona- boração dos planos, programas e projetos relativos à
mento de estabelecimentos e atividades utilizado- agroindústria, inclusive podendo ser prorrogado des-
ras de recursos ambientais consideradas efetiva e de que não ultrapasse o prazo máximo de cinco anos.

Licença ambiental potencialmente poluidoras, bem como capazes de


causar degradação ambiental. Portanto, a agroindús-
tria também se enquadra nessa condição de licencia-
Licença de Instalação (LI):
mento ambiental.
Autoriza a instalação da agroindústria de acordo com
as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de contro-
O licenciamento ambiental é um procedi-
le ambiental e demais condicionantes da qual consti-
mento administrativo de controle prévio,
tuem motivo determinante. O prazo de validade da LI
pelo qual o órgão ambiental competente li-
deverá ser, no mínimo, o mesmo período estabeleci-
cencia a localização, construção, instalação,
do pelo cronograma de instalação da agroindústria,
ampliação, modificação e a operação dos
podendo inclusive ser prorrogado desde que não ul-
empreendimentos e atividades.
trapasse o prazo máximo de seis anos.

As licenças ambientais poderão ser expedidas isola-


da ou sucessivamente, de acordo com a natureza, ca-
racterísticas e fase do empreendimento. O prazo de
validade será definido pelo Órgão Ambiental, consi-
derando os seguintes aspectos e os tipos de licenças:

Licença Prévia (LP):

Concedida na fase preliminar do planejamento da


agroindústria, aprovando sua localização e concep-
ção, atestando a viabilidade ambiental e estabele-
cendo os requisitos básicos e condicionantes a serem
atendidos nas próximas fases de sua implementação.
O prazo de validade da LP deverá ser, no mínimo, o

72 73
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Licença de Operação (LO): Os demais casos competem ao órgão ambiental dos
O licenciamento é junto a um único órgão estados ou dos municípios. O licenciamento ambien-
Autoriza a operação da agroindústria, após a verifica- ambiental competente, integrante do Siste- tal poderá ser de competência dos municípios quan-
ção do efetivo cumprimento do que consta das licen- ma Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) é do estes tiverem um órgão ambiental municipal em
ças anteriores, com as medidas de controle ambiental formado pelos órgãos e entidades da União, funcionamento e quando os empreendimentos e
e condicionantes determinados para a operação. O dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- atividades são de impacto ambiental local. Também
prazo de validade da LO deverá considerar os planos cípios responsáveis pela proteção, melhoria podem caber aos municípios, aquelas demandas que
de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (qua- e recuperação da qualidade ambiental no forem delegadas pelos Estados ao município, por ins-
tro) anos e, no máximo, 10 anos. Na renovação da LO Brasil, em uma única esfera de governo (fe- trumento legal ou convênio.
de uma agroindústria, o Órgão Ambiental poderá au- deral, ou estadual, ou municipal), e em cará-
mentar ou diminuir seu prazo de validade, após avalia- Sendo assim, o licenciamento de agroindústrias da
ter supletivo junto ao Instituto Brasileiro do
ção do desempenho ambiental no período de vigên- agricultura familiar, em geral, será de competência
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renová-
cia anterior, respeitado o limite de 10 anos. do órgão ambiental municipal, ou na falta deste, no
veis (Ibama), quando for necessário. A defi-
órgão ambiental estadual.
nição do membro do Sisnama competente
para a realização do licenciamento ambien-
Todas as agroindústrias inseridas na listagem das ati-
tal depende do alcance dos “impactos am-
vidades consideradas potencialmente causadoras de
bientais” da agroindústria.
degradação ambiental devem ser licenciadas junto ao
Órgão Ambiental competente. Dentre outras pode-
mos citar os seguintes tipos de agroindústrias:

Indústria de couros e peles (secagem, curtimento, Ao Ibama, órgão executor do Sisnama, cabe o licen-
fabricação de artefatos, etc.); fabricação de sabões, ciamento ambiental de empreendimentos e ativida-
detergentes, perfumarias e cosméticos; indústria de des com significativo impacto ambiental de âmbito
produtos alimentares e bebidas (beneficiamento, nacional ou regional.
moagem, torrefação, abatedouros e derivados de
carnes e pescados, ovos, beneficiamento e industria- O Impacto Ambiental Regional é considerado todo e
lização de leite e derivados, óleo e gorduras vegetais, qualquer impacto ambiental que afete diretamente
fermentos e leveduras, produtos da apicultura, fabri- (área de influência direta do projeto), no todo ou em
cação de vinhos, vinagre, cervejas, chopes, maltes, fa- parte, o território de dois ou mais Estados, ou que ul-
bricação de bebidas não alcoólicas, águas minerais); trapassem os limites territoriais do País. Mesmo assim,
fabricação de alimentos para animais; uso de recur- o Ibama, ressalvada sua competência supletiva, pode-
sos naturais (exploração da madeira, subprodutos flo- rá delegar aos Estados o licenciamento de atividade
restais, manejo de fauna exótica e silvestre, recursos com significativo impacto ambiental de âmbito regio-
aquáticos), entre outras. nal, uniformizando, quando possível, as exigências.

74 75
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
b. Projeto contendo descrição do empreendi-
mento, contemplando sua localização, bem
5.1. Agroindústrias consideradas de baixo impacto ambiental como o detalhamento do sistema de controle
de poluição e efluentes, acompanhado da
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART);

c. Certidão de uso do solo expedida pelo mu-


As agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto • Beneficie e/ou transforme produtos provenientes nicípio; e
ambiental têm procedimento especial e simplificado de explorações agrícolas, pecuárias, pesqueiras,
de licenciamento, conforme definido na Resolução do aquícolas, extrativistas e florestais não madeirei- d. Comprovação de origem legal quando a • Licença Prévia e de Instalação (LPI), que autoriza
Conama nº 385/2006, independentemente de qual ros, abrangendo desde processos simples, como matéria-prima for de origem extrativista, a localização e instalação da atividade; e
órgão ambiental proceder o licenciamento, isto é, nas secagem, classificação, limpeza e embalagem, quando couber.
• Licença de Operação (LO), que autoriza a opera-
esferas Federal, estadual ou municipal. até processos que incluem operações físicas, quí-
ção da atividade.
micas ou biológicas, de baixo impacto sobre o
O conceito de agroindústria de pequeno porte e bai- meio ambiente. Os abatedouros deverão apresentar obrigatoriamen-
xo potencial de impacto ambiental está definido na
te, além da documentação listada acima, as descri- As demais atividades agroindustriais de pequeno
Resolução nº 385/2006 e compreende todo o estabe-
lecimento que: ções sobre: porte e baixo impacto ambiental serão licenciadas
Os abatedouros não deverão ultrapassar a seguinte
em apenas uma etapa quando o órgão ambiental
capacidade máxima diária de abate: a. A capacidade máxima diária de abate;
• Tenha área construída de até 250 m²; competente concederá Licença Única de Instalação
• Animais de grande porte: até 3 animais/dia; b. O sistema de coleta e destino do sangue, pro- e Operação (LIO).
veniente da sangria; e
• Animais de médio porte: até 10 animais/dia;
c. O funcionamento da seção de evisceração.
• Animais de pequeno porte: até 500 animais/dia. Os estados, em geral, vêm
implementando processo
O órgão ambiental competente, após a análise da simplificado para licenciamento
Para estabelecimentos que processem pescados, a
documentação, emitirá manifestação expressa sobre de agroindústrias de pequeno porte
capacidade máxima de processamento não poderá
a viabilidade da localização do empreendimento e, e baixo impacto ambiental. No entanto,
ultrapassar 1.500 kg de pescados por dia.
caso haja comprovação de baixo impacto ambiental e muitos deles têm algum tipo de ajuste
O empreendedor deverá apresentar, no mínimo, a se- de reduzida produção de efluentes e resíduos, conce- em relação à Resolução do CONAMA
guinte documentação ao órgão ambiental responsá- derá as licenças ambientais correspondentes. n° 385/2006, de acordo com a
vel pelo licenciamento: realidade de cada local.
Os abatedouros e estabelecimentos que processem
a. Requerimento de licença ambiental; pescados serão licenciados em duas etapas:

76 77
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
No procedimento de licenciamento ambiental deve- Os projetos e documentos solicitados para o licencia-

5.2. Licenciamento das demais agroindústrias que não se rá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura
Municipal declarando que o local e o tipo de empre-
mento, em geral, envolvem também planta ou croquis
de localização, área construída e do terreno, cursos de
enquadram na Resolução 385/2006 do Conama endimento ou atividade estão em conformidade com água, destinos e tratamento dos resíduos e efluentes,
a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, dados de identificação (razão social, CNPJ, endere-
quando for o caso, a autorização para supressão de ço completo do estabelecimento em licenciamento),
vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas descrição das atividades industriais, matérias-prima,
pelos órgãos competentes. produtos e subprodutos, fontes de energia utilizadas,
As agroindústrias que não se enquadram na Resolu- O procedimento de licenciamento ambiental obede-
consumo de água e outros.
ção n° 385/2006 devem buscar o licenciamento junto cerá, em geral, às seguintes etapas:
ao órgão ambiental do respectivo município ou esta-
do, de acordo com os respectivos procedimentos que a. Requerimento da licença ambiental pelo em-
têm alguma variação de local para local (em cada mu- preendedor, acompanhado dos documentos,
nicípio ou estado). Por isso, cada agroindústria deve projetos e estudos ambientais pertinentes;
buscar as informações detalhadas junto ao órgão am-
b. Análise pelo órgão ambiental dos documen-
biental em seu respectivo local.
tos, projetos e estudos ambientais (quando 1 2
necessário) apresentados, e a realização de
Para agroindústria de pequeno porte, apresentar: requerimento;
vistorias técnicas, quando necessárias; Licenciamento
LiCENCiAMENtO AMBiENtAL – por atividade RESOLUÇÃO CONAMA nº 385 de 2006 projeto do estabelecimento; certidão de uso do solo; origem da
ambiental – no matéria-prima (abatedouros devem apresentar também a capacidade
RESOLUÇÃO CONAMA no 385, de 27 de dezembro de 2006.
c. Solicitação de esclarecimentos e complemen- órgão ambiental
Publicada no DOU nº 249, de 29 de dezembro de 2006, Seção 1, página 665
de abate e o sistema de coleta e destino de resíduos).
Estabelece procedimentos a serem adotados para o tações pelo órgão ambiental, uma única vez, do município ou
licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno
porte e baixo potencial de impacto ambiental em decorrência da análise dos documentos, do estado Outras agroindústrias apresentar: requerimento; projeto do
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das competências projetos e estudos ambientais apresentados, estabelecimento; estudos de impacto ambiental e outros documentos.
que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto no seu Regimento
Interno, e
quando couber;
Considerando a necessidade de estabelecer procedimentos que agilizem o
licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto ambiental;
Considerando que agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto ambiental
produzem reduzido volume de efluentes;
d. Emissão de parecer técnico conclusivo e,
Considerando que os resíduos gerados por estas agroindústrias podem ser, em
quando couber, parecer jurídico;
muitos casos, aproveitados como alimento para os animais e/ou como composto
orgânico na produção de matéria prima, bem como fonte alternativa de renda; 4 3
Considerando que a agroindústria de pequeno porte é um importante instrumento
para geração de trabalho e renda; e. Deferimento ou indeferimento do pedido
Considerando os termos do art. 12, §§ 2o e 3o, da Resolução CONAMA no 237, de 19
de dezembro de 1997; de licença. Vistoria técnica
Considerando os parâmetros estabelecidos pela legislação sanitária vigente, resolve:
Aprovação e e análise dos
Art. 1o Estabelecer procedimentos a serem adotados para o licenciamento ambiental
de agroindústrias de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental. emissão do documentos e
Art. 2o Para efeito desta Resolução, agroindústria de pequeno porte e baixo potencial Licenciamento complementação
de impacto ambiental é todo o estabelecimento que:
I - tenha área construída de até 250 m²;
de documentos,
II - beneficie e/ou transforme produtos provenientes de explorações agrícolas,
pecuárias, pesqueiras, aqüícolas, extrativistas e florestais não-madeireiros, abrangendo
se necessário
desde processos simples, como secagem, classificação, limpeza e embalagem, até
processos que incluem operações físicas, químicas ou biológicas, de baixo impacto sobre
o meio ambiente.
Licenciamento Ambiental

§ 1o Os abatedouros não deverão ultrapassar a seguinte capacidade máxima diária


de abate:
I - animais de grande porte: até 03 animais/dia;
II - animais de médio porte: até 10 animais/dia;
III - animais de pequeno porte: até 500 animais/dia.
78 79
§ 2o Para estabelecimentos que processem pescados, a capacidade máxima de
Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
processamento não poderá ultrapassar 1.500 kg de pescados por dia. Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
Art. 3 O empreendedor deverá apresentar, no mínimo, a seguinte documentação ao
o

órgão ambiental responsável pelo licenciamento:


O mercado torna-se cada vez mais competitivo, com
PARTE VI aumento da concorrência, com ação intensa de gran-
des fornecedores e grandes marcas nacionais e in-
ternacionais. Nesse contexto, grandes empresas vêm

Mercados: cadeias curtas, fazendo parceria ou se associando a outras, com obje-


tivo de conquistar fatias maiores de mercado.

institucionais e outros Ao mesmo tempo, diversos espaços no mercado têm


sido conquistados pela agricultura familiar, seja no
mercado institucional público, seja no mercado priva-
do. Os processos organizativos da agricultura familiar
e a construção de estratégias são fundamentais para
e longevidade, cidadania e inclusão social, à questão
ampliar o espaço e permanecer no mercado. Repre-
ambiental e, também, às normas sanitárias que orien-
senta uma ferramenta importante para viabilizar lo-
tam o controle de qualidade dos alimentos. O enfoque
gísticas, aumentar escala e diversidade de produtos,
desejado da qualidade ampla leva em conta diversas
aumentar a capacidade de negociação com compra-
dimensões, em uma heterogeneidade de critérios e
dores e outros.
indicadores, como por exemplo: ecológico, nutricio-
nal, cultural, social, sanitário e organoléptico.

Após a definição e a implementação do conceito de


Outra ferramenta estratégica para a agricul-
qualidade, o desafio é estabelecer um processo de
tura familiar é a diferenciação da qualidade
comunicação com os compradores, principalmente os
dos produtos, como forma de demonstrar
consumidores e as consumidoras, evidenciando esse
as suas características. A diferenciação é de-
padrão de qualidade e a associação dos produtos à
terminada por um conjunto de informações
melhoria da qualidade de vida das populações, con-
que se relaciona aos diferentes aspectos que
sumidores/consumidoras e produtores/produtoras.
determinam um conceito da qualidade em
uma cadeia produtiva. Essas características,
Essa comunicação é necessária para facilitar aos consu-
que um bom produto deve apresentar, cha-
midores e às consumidoras identificarem a verdadeira
mamos de qualidade ampla.
qualidade presente nos produtos. A reversão da situa-
ção de desinformação, da maior parte da população,
pode ocorrer à medida que houver um sistema de co-
A qualidade ampla está relacionada à qualidade de municação entre quem produz e quem consome, esta-
vida, numa associação de alimento com vida saudável belecendo formas de “diálogos educativos”.

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
O diálogo educativo, no entanto, tem maior eficácia pelos próprios agricultores e agricultoras. Além disso,
e eficiência quando os produtores e as produtoras ti- O mercado institucional público representa em vários espaços de venda direta, pode diminuir um
verem contato direto com os consumidores e as con- um importante canal de comercialização dos pouco as exigências legais (e de infraestrutura), princi-
sumidoras. É o que chamamos do marketing boca a produtos da agricultura familiar, principal- palmente no aspecto tributário e sanitário.
boca, ou pé de ouvido. A venda direta em feiras, de mente para os grupos que estão iniciando a
casa em casa, em eventos, na propriedade, etc., são Outro aspecto muito importante na venda direta é a
atividade de agroindustrialização. É, contu-
espaços muito oportunos para se estabelecer esse oportunidade de contato direto com os consumido-
do, recomendável manter um equilíbrio das
diálogo educativo. Uma vez que a consumidora ou o res e com as consumidoras, conforme já mencionado
vendas, entre o mercado institucional públi-
consumidor estão informados e com sua expectativa acima. Isso favorece o diálogo educativo, esclarecen-
co e outros canais privados de comerciali-
de qualidade atendida, eles e elas farão o trabalho de do a qualidade dos produtos, caracterizando-se como
zação, para contornar eventuais problemas
multiplicação dessas informações junto a outros con- um espaço muito bom para promover e divulgar os
decorrentes de interrupção das políticas pú-
sumidores e consumidoras (vizinhos e vizinhas, paren- produtos. É a oportunidade de fazer a propaganda no
blicas em determinado município ou deter-
tes, amigos e amigas). “pé de ouvido”. É um trabalho de “formiguinha” que
minado setor, por diferentes razões.
traz bons resultados, pelo alcance multiplicador entre
No entanto, existem outras formas de comercialização, as consumidoras e os consumidores. Nesse aspecto
além da venda direta, que devem ser ocupadas pela
agricultura familiar. A conquista desses espaços é um
processo de construção permanente e continuado.
Podemos sinalizar dois grandes tipos de mercados, o b. Feiras locais, entregas em domicílio e
privado e o público (também chamado de mercado a. Mercado institucional público pontos próprios:
institucional público).
Na esfera nacional de governo os principais merca- Em praticamente todas as cidades brasileiras existem
Na sequencia, indicamos os principais tipos de mer- dos são o Programa Nacional de Alimentação Esco- locais de venda dos produtos, nas chamadas feiras.
cados para os produtos da agricultura familiar, públi- lar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos Na maioria dos locais também existe espaço para ven-
co e privados. (PAA). Além dos programas do Governo Federal, vá- da com entrega nas residências das consumidoras e
rios estados e municípios têm programas de compra dos consumidores. Também já existem experiências
de alguns produtos (por exemplo, o leite), principal- de pontos próprios de vendas, como em beiras de
mente para escolas, creches, hospitais, universidades estradas, pequenas lojas de associações ou coope-
estaduais, penitenciárias, etc. Devem ser buscadas rativas de produtores e produtoras, etc. Esses canais
informações mais detalhadas sobre essas compras representam importante espaço e em crescimento,
institucionais junto aos órgãos de governo (federal, para a venda diretamente aos consumidores e às con-
estadual, municipal) e das entidades de Ater de seu sumidoras. São canais que têm menos exigências em
estado e de sua cidade. Em geral, para acessar os termos de logística especializada e de quantidades
mercado institucionais, os produtos devem estar ple- de produtos, com alto grau de controle do processo
namente legalizados.

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
pode ser interessante também para grupos maiores Na maioria dos eventos tem-se, também, a oportuni- universidades privadas, entre outros. Diferentemente
(como as cooperativas), pois mesmo que seja pouco dade de contatar outras empresas compradoras, no do mercado institucional público, a maioria não tem
significativo no volume de vendas, tem impacto posi- próprio local de exposição ou em rodadas de negó- sazonalidade (exceto as universidades), funcionando
tivo na divulgação da marca. cios organizadas paralelas ao evento. Isso pode faci- durante os 12 meses do ano.
litar a realização de negócios para futuras entregas,
principalmente com pequenos mercados, mercea-
rias, padarias, hotéis e restaurantes. Em alguns desses
c. Pequenos mercados, mercearias, padarias, g. Lojas especializadas
eventos tem-se a exigência de produtos plenamente
hotéis, restaurantes, lanchonetes e similares
legalizados, outros são mais flexíveis. São estabelecimentos focados na comercialização de
As feiras são canais de comercialização em circuitos produtos especiais, com alguns diferenciais, como os
curtos, no próprio município ou em municípios vizi- orgânicos, ou com apelos nutricionais, ou light, diet,
nhos. Em geral, envolvem também pequenos volumes f. Mercados institucionais privados alimentação para crianças, etc. Em geral são produtos
fazer a reposição dos produtos, dentre outros. Em mui- produzidos sob encomenda e de alto valor agregado.
de vendas, mas em número expressivo de lojas exis-
tos casos os produtos são entregues em consignação, É outra possibilidade para vendas de volumes maio- Não envolvem grandes volumes quando a venda é
tentes nas cidades maiores. A maioria desses espa-
com o pagamento posterior dos produtos que forem res de produtos, para serem entregues em locais de- para uma loja apenas.
ços fazem algumas exigências específicas, como por
comercializados e a devolução da parte não vendida. terminados. Enquadra-se em mercados institucionais
exemplo, a forma de apresentação, características dos
privados, ou seja, nos abastecimentos de restaurantes
produtos, rotina de entrega. Alguns desses espaços O ponto positivo nesses canais, que envolve grande de grandes empresas, indústrias, hospitais privados,
exigem produtos plenamente legalizados, outros são parte da comercialização de alimentos no Brasil, é o
mais flexíveis. volume da venda, mais adequado aos grupos maio-
res (cooperativas). No entanto, o risco em geral é as-
sumido pelos agricultores, como as perdas, sobras,
d. Redes de supermercados e atacadistas devoluções, etc.

Os supermercados de médio e grande porte, assim


como os atacados, em geral fazem compras de maior
e. Eventos e exposições
volume para abastecer várias lojas de suas redes ou
outros compradores. As exigências são maiores em Esse canal de comercialização é esporádico, eventual,
termos de entregas, com condições bem definidas, porém tem algumas características importantes. É um
bem como as características dos produtos, a forma de modelo de venda direta, tem o contato direto com as
apresentação e legalização. No caso dos supermerca- consumidoras e os consumidores, o que ajuda a divul-
dos, cada rede impõe suas próprias regras, umas mais gar e promover a marca e dialogar diretamente com a
acessíveis, outras menos, podendo exigir estrutura consumidora e o consumidor, demonstrando a quali-
para exposição dos produtos nas lojas, pessoal para dade dos produtos.

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
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dezembro de 2003. Aprova o Regulamento Técnico de Por-
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_____. Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989. Dispõe Lei no 8.171, de 17 de janeiro de 1991, acrescentando-lhe bre a regularização para o exercício de atividade de interes-
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missão Intersetorial de Bebidas e dá outras providências. digo Civil. Diário Oficial da União. Brasília, 10 jan. 2002. _____. Lei Complementar nº 127, de 14 de agosto de 2007. lização do estabelecimento produtor e dá outras providên-
Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de cias. Diário Oficial da União. Brasília. 20 mar. 2014.
15 jul. 1994. _____. Resolução de Diretoria Colegiada nº 259, de 20 de 2006. Diário Oficial da União. Brasília. 15 ago 2007.
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Aprova o Regulamento Técnico; “Condições Higiênicos-Sa- União. Brasília. 23 set. 2002. 2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezem- regulamenta os arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171, de

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Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais Procedimentos para a regularização de empreendimentos comunitários, familiares e artesanais
17 de janeiro de 1991, e organiza o Sistema Unificado de ______. Lei n° 13.648, de 11 de abril de 2018. Dispõe sobre ______. Decreto n° 10.026, de 25 de setembro de 2019. Re-
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Aprova os requisitos e os procedimentos administrativos
Estabelece os procedimentos de aprovação prévia de pro- PREZOTTO, L. L. Documento orientador sobre o esta-
para registro de estabelecimento e de produto, elaboração
jeto, reforma e ampliação, registro de estabelecimento, al- tuto da microempresa e empresa de pequeno porte e
de produto em unidade industrial e em estabelecimento de
terações cadastrais e cancelamento de registro de estabe- sua aplicação nas agroindústrias da agricultura familiar.
terceiro e contratação de unidade volante de envasilhamen-
lecimento junto ao Departamento de Inspeção de Produtos MDA, Brasília/DF, 2009 (mímeo).
to de vinho. Diário Oficial da União. Brasília. 24 jun. 2015.
de Origem Animal - DIPOA, e relacionamento de estabe-
lecimentos junto ao Serviço de Inspeção de Produtos de PREZOTTO, L. L.; BAVARESCO, P. A.; SILVA, J. B. da. Manual
______. Instrução Normativa Mapa nº 5, de 14 de fevereiro
Origem Animal - SIPOA. Diário Oficial da União. Brasília. de orientações para concepção de projetos agroindus-
de 2017. Dispõe sobre requisitos para avaliação de equiva-
23 mar. 2019. triais da agricultura familiar. MDA, Brasília/DF, 2005. 21 p.
lência ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agro-
pecuária relativos à estrutura física, dependências e equi-
______. Decreto n° 9.918, de 18 de julho de 2019. Regula- PREZOTTO, M. A. Cooperativa e Associação. Florianópolis,
pamentos de estabelecimento agroindustrial de pequeno
maio 1998 (Parecer Técnico – mimeo).
porte de produtos de origem animal. Diário Oficial da menta o art. 10-A da Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de
União. Brasília. 15 fev. 2017. 1950, que dispõe sobre o processo de fiscalização de pro-
dutos alimentícios de origem animal produzidos de forma
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menta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei
nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre ______. Lei n° 13.860, de 18 de julho de 2019. Dispõe sobre
a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem ani- a elaboração e a comercialização de queijos artesanais e
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