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CARREIRAS PÚBLICAS

Disciplina: Direito Processual Civil


Professor: Eduardo Francisco
Aula: 06 | Data: 18/08/2020

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

COMPETÊNCIA
1. Jurisdição
1.2. Jurisdição voluntária
1.3. Jurisdição nacional
2. Competência interna

COMPETÊNCIA

1. Jurisdição

III. Princípios da jurisdição


Os princípios da jurisdição são:
a) Juiz natural: visa garantir a imparcialidade, proibindo o tribunal de exceção;
b) Territorialidade / aderência ao território: cada juiz exerce a sua jurisdição é uma área, em um território
estabelecido pelas regras de competência (na justiça estadual é chamado de comarca, e na justiça federal
é chamado de subseção a seção);
Obs.: para a prática de atos fora do território é necessário carta precatória ou rogatória.
Exceções: citação por correio; e-mail e edital; penhora online.
c) Indelegabilidade: um juiz não pode delegar suas funções a outro juiz;
Exceção: o STF pode delegar a execução de seus julgados para o juiz de primeiro grau. E as cartas de
ordem cotem delegação da função instrutória.
d) Indeclinabilidade: o juiz não pode se recusar a julgar, pois exercer a jurisdição é um dever do Estado;
e) Inevitabilidade: tem como poder de imposição, independente de concordância das partes.
Exceção: se houver convenção de arbitragem, e for alegado em preliminar na contestação.
f) Inafastabilidade: garantia de acesso à justiça.

Decorrem duas regras:


 Toda decisão administrativa pode ser revista pelo Poder Judiciário;
 É possível recorrer diretamente ao Poder Judiciário, sem antes passar pela esfera administrativa,
salvo a justiça desportiva (art. 217, §1º, CF).

1.2. Jurisdição voluntária

Art. 719 e seguintes do CPC.

I. Há 2 correntes:
Teoria administrativista: não é jurisdição, trata-se de atividade administrativa exercida pelo Poder Judiciário.
Quem defende está teoria, dizem que não há lide, pois antigamente entendia-se que a lide era uma característica
da jurisdição.
O juiz não diz o direito, apenas homologa; não havendo partes, mas apenas interessados; e que não havia
processo, mas mero procedimento.

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Teoria jurisdicionalistas: é a jurisdição. A única diferença está no objeto, pois não há lide (não há conflito), mas
uma situação de interesse comum que só se aperfeiçoa com uma decisão judicial. Ex.: divórcio consensual com
filhos menores.

II. Características da jurisdição voluntária

a) Aumento dos poderes do juiz


Há a possibilidade de iniciativa de ofício em alguns casos;
Bem como, há a possibilidade de decidir por equidade, na jurisdição voluntária o juiz não está vinculado a
legalidade estrita (art. 723, parágrafo único).

b) A Fazenda Pública será cientificada e poderá ingressar no feito sempre que tiver interesse.
Ex.: em algumas situações de jurisdição voluntária, ex.: bens de ausente, ou herança jacente, se não for
descoberto nenhum herdeiro, estes bens serão destinados à Fazenda Pública.

c) O Ministério Público só intervirá nas hipóteses do artigo 178 do CPC


Ex.: se houver incapaz ou for de interesse público ou social.

1.3. Jurisdição nacional

Está previsto no art. 21 a 25 do CPC, as causas para as quais o Brasil tem jurisdição.

a) Jurisdição nacional exclusiva


Art. 23 do CPC, só o Brasil pode julgar:
 Ações sobre bens imóveis que estão no Brasil;
 Inventário e partilha, e questões sucessórias de bens no Brasil;
 Partilha de bens no Brasil, separação, divórcio, anulação de casamento, União Estável etc.

b) Jurisdição nacional concorrente


Art. 21, 22 do CPC, o Brasil julga e permite outros países julgarem, tendo como jurisdição nacional concorrente as
ações em que:
 O réu é domiciliado no Brasil;
 Ação em que a obrigação deve a ser cumprida no Brasil;
 Ação fundada em fato ou ato ocorrido no Brasil;
 Ações de alimentos: (i) quando o credor for residente ou domiciliado no Brasil; (ii) o Réu (devedor)
tiver bens, rendas ou algum vínculo no Brasil;
 Ações de consumo, quando o consumidor for residente ou domiciliado no Brasil;
 Quando as partes escolherem o Brasil de forma expressa ou tácita.

Obs.: a escolha do Brasil de forma expressa ocorre quando o foro de eleição internacional (art. 25 do CPC), por
exemplo, quando em um contrato as partes estipulares expressamente a manifestação de vontade do foro no
Brasil.

Obs.: a escolha tácita ocorre quando o foro correto seria em outro país, e ação vem a ser proposta no Brasil, e o
Réu não alega a incompetência, e em decorrência do silêncio das partes, tacitamente ficará sendo o foro do
Brasil.

Nesses casos, eventual sentença estrangeira só vale no Brasil depois de homologada pelo STJ.

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Ação no estrangeiro não impede, nem suspende ação idêntica ou conexa no Brasil, salvo se houver tratado nesse
sentido.

2. Competência interna
Art. 42 a 66 do CPC.

I. Conceito
O limite ou organização da jurisdição de cada órgão.

II. Critérios de fixação da competência


Os critérios são:
a) Matéria: Ex.: justiças Trabalhista, Militar e Eleitoral; Varas especializadas: cível, criminal, família.

b) Pessoa/qualidade da parte: Ex.: se a União, autarquias ou empresas públicas forem partes a competência será
da Justiça Federal; se o Estado ou Município, autarquias e fundações forem partes a competência será das Varas
da Fazenda Pública.

c) Funcional: função do juízo (juiz) em um processo ou fase anterior. Ex.: o juízo da ação tem competência para
reconvenção; o juízo que decidiu em 1º grau é competente para o cumprimento de sentença.

d) Hierarquia: graus de jurisdição – Ex.: ação rescisória é sempre iniciada no Tribunal.

e) Distribuição: quando no local há mais de 1 juízo ou juízes com a mesma competência. Normalmente a
distribuição é livre ou vinculada/por dependência no qual há uma ligação com outra ação, gerando uma
competência funcional.

Obs.: Matéria; pessoa/qualidade da parte; funcional; hierarquia e distribuição são critérios de competência
absoluta.

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