Os mais de 20 anos de crises econômicas impuseram um grave custo
à engenharia brasileira. Uma geração de profissionais, por não encontrar espaço no mercado de trabalho, abandonou a profissão de escolha e fez carreira em outros setores econômicos. Criando assim um vácuo entre os engenheiros do milagre brasileiro e aqueles que se formam no novo século. A economia brasileira amadureceu, as crises passaram e agora, para retomar o caminho do crescimento, o Brasil precisa investir em sua infra-estrutura, abandonada à própria sorte há duas décadas. Mas como um país pode sequer sonhar em flertar com o discurso desenvolvimentista se não há profissionais qualificados o suficiente para suprir a demanda dos novos projetos. No Brasil das taxas de desemprego de dois dígitos, sobram vagas para bons engenheiros e pior, multiplicam-se os acidentes resultantes da baixa qualidade técnica dos contratados. Enganam-se aqueles que imaginam ser do governo, ou do mercado, a responsabilidade de solucionar esta situação. Há muito os governos brasileiros demonstram, sem exceção, estarem tão comprometidos no acerto das finanças públicas que abandonaram a gestão do país. Os mercados, como sempre tomarão o caminho mais fácil e barato, importando os técnicos necessários e exportando os serviços de projetos e gerenciamento de empreendimentos. Assim, depois do milagre brasileiro, da Ponte Rio - Niterói e da rodovia dos Imigrantes, de Itaipu e as grandes barragens, da Embraer e tantos outros projetos que colocaram o Brasil na vanguarda da engenharia internacional. Voltamos ao século XIX onde máquinas, pontes e até estações ferroviárias eram importadas da Europa para serem montadas aqui. Sabendo que a mudança deverá vir da sociedade e disposto a reverter este quadro dramático, o Instituto de Engenharia, entidade com 90 anos dedicados à defesa da engenharia brasileira, decidiu aproximar os mais experientes engenheiros brasileiros das Universidades, abrindo suas portas aos estudantes e recém formados. Assim Instituto de Engenharia criou uma nova categoria de associação. Permitindo aos estudantes usufruir de sua infra- estrutura, suas palestras, eventos e debates sem pagamento de anuidade. Outra iniciativa aberta aos estudantes e à Escola de Engenharia Mackenzie é projeto pioneiro de criação de um grande ambiente de construção colaborativa de conhecimento na internet, a Rede da Engenharia no PEABIRUS. Onde alunos e professores poderão, além de expandir suas atividades acadêmicas, manter contato com o mercado e os profissionais mais experientes, acelerando o processo de transmissão do conhecimento prático. Desta forma, provendo informação, conhecimento e, principalmente, conexões, o Instituto de Engenharia pretende acelerar o desenvolvimento das novas gerações de engenheiros, criando as condições para atenuar o os efeitos das décadas perdidas, suprir a demanda do mercado, elevar a qualidade dos projetos e, acima de tudo, contribuindo para o desenvolvimento do país e da sociedade.