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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – UFSJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

ARTUR MIRANDA OLIVEIRA

DEMANDA DA INSTALAÇÃO RESIDENCIAL

OUTUBRO DE 2020
1. Introdução

Este documento tem como objetivo definir a demanda de uma instalação residencial assim como
resumir a instalação do padrão da instalação conforme a ND 5.1 (Cemig, 2013).

2. Especificações do Ambiente

A instalação residencial a ser dimensionada consiste em uma casa média de 10 cômodos. Segue
abaixo a planta baixa da residência:
As dimensões dos cômodos da residência são:

CÔMODOS COMPRIMENTO (m) LARGURA (m)


Cozinha 2,975 3,7852

Área de Serviço 1,3883 3,7818

Sala 4,0659 4,0163

WC 2 1,48775 2,7767

WC 1 1,48775 2,7767

Hall 3,1238 0,9917

Suíte 3,1734 3,9171

Dormitório 1 3,1734 3,6636

Dormitório 2 2,7767 3,6636

Garagem 2,7767 3,6636

3. Metodologia

Para o cálculo de demanda ser feito, foi preciso definir antes alguns elementos de projeto. O
primeiro elemento que se definiu foi a previsão de carga da iluminação da residência. A iluminação
foi baseada na norma NBR 5410 que infere dentre outras definições o número e a potência a ser
instalada em cada cômodo segundo sua respectiva área. O segundo elemento de projeto a ser
definido foram as tomadas, tanto as TUGs (tomadas de uso geral) quanto as TUEs (tomadas de uso
específico). As TUGs e as TUEs foram definidas com base na norma NBR 5410 que determina a
quantidade de tomadas e potência necessária em relação ao perímetro e área no que se refere as
TUGs. As TUEs foram dimensionadas segundo potência média de cada equipamento segundo a
Energisa e a ND 5.1 (para motores e ar condicionado).

Para o cálculo de demanda foram utilizados os métodos propostos nos slides 24,25,27 e 28 da
Unidade 3 (Assunção, 2020). Os cálculos de TUGs, TUEs e demanda foram introduzidos no Excel.

4. Resultados

4.1. Iluminação

Segundo a NBR 5410 os critérios de previsão de carga de iluminação são os seguintes:


• Em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais e nas acomodações de hotéis, motéis
e similares deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto, com potência mínima de
100VA, comandado por interruptor de parede;

• Em unidades residenciais, como alternativa, para a determinação das cargas de iluminação, pode
ser adotado o seguinte critério:

• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m² deve ser prevista uma carga
mínima de 100VA;

• Em cômodos ou dependências com área superior a 6m², deve ser prevista uma carga mínima de
100VA para os primeiros 6m² , acrescida de 60VA para cada aumento de 4m² inteiros.

Seguindo as definições acima, definiu-se a iluminação dos cômodos como segue na tabela abaixo:

Dimensões Carga de Iluminação Pontos de


Cômodos por Cômodo (VA)
Comprimento (m) Largura (m) Área (m²) iluminação
Cozinha 2,975 3,7852 11,26097 160 2
Área de Serviço 1,3883 3,7818 5,25027294 100 1
Sala 4,0659 4,0163 16,32987417 220 3
WC 2 1,48775 2,7767 4,131035425 100 1
WC 1 1,48775 2,7767 4,131035425 100 1
Hall 3,1238 0,9917 3,09787246 100 1
Suite 3,1734 3,9171 12,43052514 160 1
Dormitório 1 3,1734 3,6636 11,62606824 160 1
Dormitório 2 2,7767 3,6636 10,17271812 160 1
Garagem 2,7767 3,6636 10,17271812 160 1
TOTAL   1420 13

4.2. TUGs e TUEs

A definição quantidade de tomadas de uso geral e potência foi consultado a norma NBR 5410
(ABNT, 2004), seção 9.5.2.2 .

Para a cozinha adotou-se uma TUG a cada 3.5 metros, ou fração. A cozinha tem uma pia e duas
TUGs foram postas na sua proximidade. A área de serviço segue a mesma distribuição. Quanto a
potência foram instaladas TUGs de 600VA até atingir-se 3 pontos, o excedente foi tomado como
100VA. Sala, Garagem e Dormitórios foram instaladas uma TUG a cada 5 metros ou fração. A
potência foi de 100VA para cada TUG como manda a norma. O hall como tem entre 2.25 m² e 6m²
foi instalado apenas uma TUG. Nos banheiros é exigida uma TUG apenas perto do lavabo e a 60 cm
no mínimo de distância do Box com 600VA. Instalou-se uma TUG apenas nos banheiros.
Segue abaixo a tabela com a quantidade de TUGs e potências por cômodo:

Dimensões TUG's (VA) Qtd.


Mínima
Cômodos
Perímetro (m) Área (m²) 100 200 300 600 de
TUGs
Cozinha 13,5204 11,26097 1 - - 3 4
Área de Servi-
10,3402 5,25027294   - - 3 3
ço
Sala 16,1644 16,32987417 6 - - - 4
WC 2 8,5289 4,131035425 - - - 1 1
WC 1 8,5289 4,131035425 - - - 1 1
Hall 8,231 3,09787246 1 - - - 1
Suite 14,181 12,43052514 6 - - - 3
Dormitório 1 13,674 11,62606824 4 - - - 3
Dormitório 2 12,8806 10,17271812 4 - - - 3
Garagem 12,8806 10,17271812 3 - - - 3
2500 0 0 4800  
TOTAL
7300  

Quanto as TUEs, foram instaladas em equipamentos que consomem mais de 10A (seção 9.5.3.1
NBR 5410) ou em equipamentos que ultrapassem 1200VA (Azzini, 2014). Os equipamentos
definidos foram micro-ondas na cozinha, chuveiros e secadores de cabelo nos banheiros, ar
condicionado nos quartos e motor de garagem (não tem corrente nem potência elevada mas por
ser um equipamento muito específico e que requer uma instalação especial, optou-se por uma
TUE). Os dados para o cálculo dos eletrodomésticos foram retirados da tabela fornecida pela
Energisa (Energisa, 2019). Para o motor de garagem de 0.5 cv, os dados foram retirados da ND5.1.

Segue a tabela com a potência do motor:


Segue abaixo a tabela com a quantidade de TUEs e potências por cômodo:

Cômodos TUE's Potência (VA)

Cozinha Micro-ondas 1333


Área de Ser-
- -
viço
Sala - -
Chuveiro (6500VA); secador
WC 2 8000
(1500VA)
Chuveiro (6500VA); secador
WC 1 8000
(1500VA)
Hall - -
Suíte Ar condicionado 1650
Dormitório 1 Ar condicionado 1650
Dormitório 2 Ar condicionado 1650
Garagem Portão Elétrico (939.8(127*7.4)) 939.8
TOTAL 23222,8

4.3. Demanda

A equação que define a demanda segundo o método proposto no slide 24 da unidade 3 é:

(1)

Onde P1 é a potencia dos circuitos de iluminação e tomada, P2 é a potência de TUEs. Fator de


demanda para os circuitos de iluminação e tomada e fator de demanda para os circuitos de TUE
são respectivamente g1 e g2.

A tabela abaixo relaciona o fator de demanda com a potência de TUGs e iluminação.


A tabela seguinte relaciona o fator de demanda com o numero de circuitos de TUE.

Usando os dados das tabelas acima e aplicando-os na equação (1) obtém-se para uma potência de
iluminação de 8,12KVA e 9 circuitos de TUE a demanda de:

Demanda=8720× 0.31+23222,8 ×0.54=15243,512VA

A equação que define a demanda segundo o método proposto no slide 25 da unidade 3 é:

De acordo com a ND-5.1 considera-se que 1kVA = 1kW/0,92 para tomadas, lâmpadas e aparelhos
eletrodomésticos em geral. Aparelhos de aquecimento considera-se fp=1 (microondas, chuveiro,
secador). A potência em watts dos motores foi retirada da tabela 15 da ND 5.1 para um motor
monofásico de ½ cv (660W). A potência do ar condicionado foi retirada da tabela da Energisa
(1400W).
Os equipamentos específicos foram definidos como sendo os mesmos equipamentos da TUE. A
demanda segundo o método do slide 25 da unidade 3 é de:

Demanda=0,92× 8720 ×0.31+22193=24679,944 W

A demanda segundo o slide 28 da unidade 3 é feita pela seguinte equação:

D=a+b+ c+ d+ e+ f ( KVA ) (2)

Onde:

a é demanda referente a iluminação e tomadas, dada pelas Tabelas 11 e 12 da ND 5.1

b = demanda relativa aos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento.

Os fatores de demanda, dados pela Tabela 14, página 6-14, devem ser aplicados, separadamente, à
carga instalada dos seguintes grupos de aparelhos:

b1: chuveiros, torneiras e cafeteiras elétricas;

b2: aquecedores de água por acumulação e por passagem;

b3: fornos, fogões e aparelhos tipo "Grill";

b4: máquinas de lavar e secar roupas, máquinas de lavar louças e ferro elétrico;

b5: demais aparelhos (TV, conjunto de som, ventilador, geladeira, freezer, torradeira, liquidificador,
batedeira, exaustor, ebulidor, etc.).

c = demanda dos aparelhos condicionadores de ar, determinada pela Tabela 14 da ND 5.1

d = demanda de motores elétricos, dada pelas Tabelas 15 e 16 da ND 5.1

e = demanda de máquinas de solda e transformador


Para o cálculo do fator “a” utilizou-se a tabela abaixo:

Como a carga de tomada e iluminação é de 8022 W o fator “a” foi calculado como segue:

a= 8720 x 0.54 = 4708.8 VA

O fator “b” foi calculado com base na tabela abaixo. Não há fornos e fogões elétricos na residência,
aquecedores de passagem e os demais aparelhos foram considerados nas TUGs, evitando
sobredimensionamento.

Para o fator “c” utilizou-se a mesma tabela 14, visto que abrange também condicionadores de ar.
Para os motores, fator “d” utilizou-se a tabela abaixo:

O cálculo de demanda foi feito multiplicando a potência total abrangida por cada fator ou subfator
pelo respectivo fator de demanda. A demanda total é dada pela equação 2.

A tabela obtida no Excel com os cálculos é mostrada abaixo:

Fator de de- Demanda


Tipo Descrição Carga (VA)
manda (VA)
ILUMINAÇAO e
a 8720 0,54 4708,8
TUG
b1 2 CHUVEIROS 13000 0,92 11960
b2       0
b3       0

b4       0

2 SECADORES, MI-
b5 4333 0,84 3639,72
CROONDAS
3 AR CONDICIONA-
C 4950 0,84 4158
DOS
D MOTOR PORTÃO 939,8 0,92 864,62
TOTAL 31942,8   25331,136

A demanda total, portanto, segundo o método do slide 28 é 25331,136 VA.

Por último o método do slide 27, onde a demanda é calculada como segue:

A demanda total, portanto, é:

Carga=8720 ×0,92+14193=22215,4 W
Demanda=10000× 1+ 0,35× 12215,4=14275.39 W

4.4. Resumo do padrão


Na definição e escolha do padrão de entrada primeiro definiu-se o tipo de fornecimento segundo a
demanda calculada no slide 28. O tipo de fornecimento para os 25331,136 VA calculados é o C3
como pode se observar na tabela abaixo:

Para resumir a instalação do padrão de entrada da instalação foi consultada a ND 5.1 página 4-1
seção 1.2. Segundo a norma, o padrão deve seguir as diretrizes de construção como: marquises
que não excedam 60cm de avanço quando a instalação for de ramal de ligação aéreo; as conexões
dentro da caixa de medição devem ser isoladas; em área rural deve ser instalado um padrão de
7m; os eletrodutos do ramal de entrada devem ser visíveis e acessíveis até a caixa de medição; o
padrão deve ser instalado a uma distância de pelo menos 30cm no sentido horizontal do padrão de
água. Quanto a manutenção, o consumidor deve manter o padrão em boas condições, sendo o
consumidor responsável a quaisquer danos neste e no medidor. Os selos da Cemig não devem ser
retirados. Quanto ao acesso, o consumidor deve permitir o acesso à funcionários da Cemig em
qualquer tempo, todos os consumidores devem ter acesso ao padrão de entrada, os aparelhos de
medição apenas a Cemig pode ter acesso.

4.5. Planta com tomadas e pontos de iluminação


5. Referências
ABNT. 2004. Instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. Rio de Janeiro : s.n., 2004.

Assunção, Teresa Cristina Bessa Nogueira. 2020. Cálculo de Demanda -Residencial, Industrial,
Comercial e Institucional UNIDADE 3. [Notas de Aula] São João del Rei : s.n., 2020.

Azzini, Me. Hader Aguiar Dias. 2014. [Online] 2014. [Citado em: 17 de Outubro de 2020.] http://
www.dt.fee.unicamp.br/~akebo/et017/Instalacoes_Eletricas_1.pdf.

Cemig. 2013. Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária ND5.1. Belo Horizonte :
Cemig, 2013.

Energisa. 2019. [Online] Dezembro de 2019. [Citado em: 15 de Outubro de 2020.]


https://www.campusvirtual.ufsj.edu.br/portal/2020_1E/pluginfile.php/101690/mod_resource/
content/1/Tabela%20Pot%C3%AAncia%20Equipamentos%20El%C3%A9tricos.pdf.

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