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ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO

Desde sempre, sabia-se que havia algo importante na cabeça graças aos
traumatismos.
O conhecimento da estrutura do cérebro data-se do século XVI, com
avanços a partir do século XVIII. O funcionamento de certas estruturas é
desconhecido, mas sua localização é conhecida.

1. Divisões básicas do sistema nervoso


= cada uma com suas particularidades

1.1 SNC
* estrutura e função intimamente ligadas
● Formado pelo encéfalo e pela medula espinal
* o encéfalo é o grande centro de recepção de aferências
* o cérebro é uma parte do encéfalo, não o sinônimo do mesmo.
Ex: morte cerebral (pode estar vivo e interagir) é diferente de morte
encefálica (órgãos vivos podem ser doados)
* o cérebro não é essencial à vida, como fenômeno biológico = a pessoa pode
ser mantida viva por tempos prolongados através de métodos. Ele é
essencial à vida social (andar, falar).
- circunvoluções do cérebro humano adulto: giros com nomes e funções
próprias. O ser humano é um mamífero girencéfalo, não bisencéfalo.
* o tronco encefálico (anterior ao cerebelo) é o mais importante, em
associação com outras regiões, e é a região menor: freqüência respiratória,
cardíaca, pulso arterial = condições vitais.
* tálamo: recebe a região sensitiva antes que ela alcance o cérebro (córtex)
* cerebelo: posterior
* telencéfalo: vesícula embrionária que dará origem ao cérebro
* medula espinal = neurônios + células da glia
Obs.: substância branca = cinzenta
● Está protegido pelo líquido que o envolve (líquor no espaço subaracnóideo,
líquido encéfalo-raquidiano), pelas três meninges – dura-máter, pia-máter e
aracnóide -, pelo espaço existente na medula, pela pele (é mais espessa e se
movimenta, nas costas é mais grossa), pelo couro cabeludo (sofre impacto e
a pele absorve energia)
* os órgãos são extremamente desenvolvidos, o que exige mecanismos de
proteção: não apenas no homem, mas sim em todos os seres com sistema
nervoso desenvolvido. Desse modo, não há regeneração, pois as lesões são
dificultadas (as funções são específicas e há proteção)
- sem capacidade de regenerar: se perder a função = axônio não alcança
territórios necessários
● A caixa / cavidade craniana – há proteção óssea do SNC – protege o
encéfalo.
● A coluna vertebral protege a medula espinal
* a pele que recobre a coluna vertebral é mais espessa e possui pêlos
curtos
● Dentro do esqueleto axial

1.2 SNP
● Gânglio: conjunto de neurônios encontrados fora do SNC, no SNP
* os neurônios devem estar em conexões uns com outros para que eles
sobrevivam. Eles, inclusive, competem uns com os outros para sobreviver.
● Não possui proteção, por isso ocorrem mais lesões nele = há regeneração
● Sai do SNC e não está dentro do esqueleto axial

2. Definições
Obs.: o plano mediano corta a pessoa, que está na posição anatômica, em
dois lados simétricos (direito e esquerdo)
Obs.2: ressonância e tomografia partem de cortes, normalmente no mínimo
em 2 planos
◊ Aferente
● leva informações sensitivas ao SNC ou ao encéfalo
◊ Eferente
● leva informações do encéfalo ou da medula para órgãos efetores
◊ Comissura
* diferente de decussação
● Conjunto de fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano
mediano
* o plano de fibras é paralelo ao solo = estruturas cruzam os lados direito e
esquerdo
- ajuda a entender o motivo de se controlar o movimento da mão esquerda
pelo hemisfério direito
● Com direções diametralmente opostas
◊ Decussação
● Comissura oblíqua: fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano
mediano e que têm aproximadamente a mesma direção
◊ Fascículo ou Trato
● Feixe de fibras nervosas com mesma origem, trajeto, função e destino
* representam uma via de comunicação
● Nomenclatura: 2 nomes separados por hífen
* 1º: origem
* 2º: terminação
* 3º, se houver: posição
Ex: corticoespinal = origem no cérebro e destinado à medula espinal. Com
função motora e com trajeto definido.
 Fascículo: trato mais compacto
◊ Fibras nervosas
● axônios
◊ Lemnisco
= fita
● Feixes de fibras aferentes que levam impulsos ao tálamo = sensitivas
◊ Funículo
= cordão
● Substância branca da medula espinal
● Contém vários tratos ou fascículos
◊ Gânglio
● Grupo de corpos de neurônios do SNP
◊ Núcleo
● Massa de substância cinzenta dentro de substância branca
● Grupo de corpos de neurônios do SNC: com aproximadamente mesma
estrutura e função
◊ Substância cinzenta
● Tecido nervoso constituído de neuroglia, corpos de neurônios e fibras
predominantemente amielínicas
◊ Substância branca
● Tecido nervoso formado de neuroglia e fibras predominantemente
mielínicas
◊ Córtex
● Substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do
cérebro e do cerebelo
◊ Fibras de projeção
● Fibras que saem dos limites da área ou do órgão
◊ Fibras de associação
● Fibras que associam pontos mais ou menos distantes da área ou do órgão
sem abandoná-lo

3. Células que compõem o sistema nervoso


3.1 Células da glia
● Fornecem suporte e proteção aos neurônios
* em conjunto = isolamento elétrico
● 1 neurônio = 10 células da glia -> mais numerosas (neurônios não realizam
sua função sem elas)
◊ Astrócitos
● Intermediam a sustentação e nutrição dos neurônios (o contato com o
plasma)
● Isolam os neurônios
● Controlam os níveis de potássio extraneuronal
● Principal sítio de armazenagem de glicogênio no SNC
● Após injúria: aumentam localmente por mitoses e ocupam áreas lesadas
● Função fagocítica ao nível das sinapses
● Arcabouço para migração de neurônios
◊ Oligodendrócitos
● Produzem mielina para o SNC (nos neurônios, agilizam o impulso nervoso)
◊ Micróglias
● Defesa: destruição de células mortas ou que estão morrendo através da
fagocitose
◊ Células ependimárias
● Forram as paredes dos ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do
canal central da medula espinal
 Plexos corióides: recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares
sanguíneos, que se projetam da pia-máter. Formam o líquor.

3.2 Neurônios
● Possuem núcleo muito grande: material genético comanda a célula = alta
síntese protéica. Célula com alto metabolismo = necessidade de oxigênio e
metabólicos (glicose)
● Células muito especializadas, não proliferam = perenes
◊ Corpo
● Ao final, há prolongamentos:
* dendritos
* terminais axônicos
◊ Bainha de mielina
* apenas a célula que a produz se diferencia. Quando mais isolar, mais
espesso e maior o impulso, que é saltatório.
● Bainha lipídica que faz com que o impulso nervoso seja conduzido mais
rapidamente.
● No SNC: oligodendrócito produz
● No SNP: célula de neurilema ou célula de Schwann produz
◊ Classificação morfológica
● Multipolar: com vários dendritos. Maioria.
● Pseudo-unipolar: com apenas um prolongamento que se divide em dois
ramos, um periférico e outro central
● Bipolar: com dois prolongamentos, um dendrito e um axônio
* como os pseudo-unipolares, são altamente dependentes de um meio
externo constante
 Observações
● O neurônio não prolifera após ter sua função, diferente das células da
glia.
● Origem das neoplasias malignas (câncer – CA): nos locais onde as células
estão proliferando = locais de renovação celular = nas células da glia
● Infarto: alteração a nível tecidual = morte de neurônios e de células da
glia. Estas – micróglias – proliferam para ocupar o espaço = área de mesmo
tamanho com células da glia = solução
* cicatrização = não se movimenta
● Derrame: sai líquido do local de onde não deveria ter saído = sangue sai
de um vaso.
* AVE (Acidente – algo inesperado - Vascular Encefálico): isquêmico ou
hemorrágico (20%), dependendo da extensão (tamanho) e do local
(topografia).
● A maioria das sinapses é axo-dendríticas, mas há axo-axônicas.
● A maioria dos neurônios se conecta a milhares (a poucos apenas no
sistema ocular)
● Evolução: ficarão apenas os neurônios selecionados para realizar as
conexões
● O neurônio não pode ter contato com o sangue, que é tóxico para ele. Por
isso, há células que realizam essa “ligação”, há barreira hematocefálica =
outra célula faz despolarizar, que faz outra despolarizar / repolarizar,
sendo que tudo é constante (concentração de eletrólitos deve ser
constante)
● Álcool etílico inibe os neurônios – é globalmente inibitório –, diminui as
sinapses que estão ocorrendo, deixando a pessoa alegre e desinibida
* inibe as regiões responsáveis pelo controle emocional primeiro (mais
complexo) = neurônios mais especializados funcionam de modo anormal.
- são as células mais jovens, o que difere nos outros seres.
● Influência do oxigênio: atrapalha primeiro as células de controle social,
no córtex frontal

EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO

1. Embriogênese
* a formação do SNC é precoce e se não formar direito, resultará em
aborto. Se a má formação, causada no início, for compatível com a
sobrevivência, nascerá doente = 3%.
● A placa neural, que formará o SNC e o SNP, começa a se diferenciar com
18 dias no embrião. Ela se curva para formar um tubo, o tubo neural. A
futura pele e a placa neural são provenientes da ectoderme.
* é por isso que várias doenças da pele têm relação com SNC e vice-versa
* perigo: no 18º dia a mulher ainda não sabe que está grávida
● No 21º dia, o embrião começa a ter forma animal = cabeça e rabo (há
ancestral comum nos cordados).
* 21-24: cranial
* 25-27: caudal
● Começam a surgir dilatações na cabeça, que formarão o encéfalo. O
restante do tubo formará a medula espinal.
● Coluna vertebral evidenciada no ultra-som com 10-12 semanas de
gestação

2. Malformações
● Cerca de 3% dos nascimentos contêm anomalias no SNC. Fatores
ambientais e nutricionais:
* vitamina B9 / ácido fólico / folato: importante para o fechamento do tubo
neural tanto na cabeça quanto na cauda = má formação do encéfalo e má
formação no sacro e na coluna vertebral.
- fornecida pela mãe, que a ingere na dieta, principalmente em folhas. É
hidrossolúvel, portanto, seu excesso é liberado na urina.
- Deve ser feita a suplementação de B9 antes dos 18 dias = exige
planejamento pré-gestacional = antes do pré-natal, antes da concepção e
continuada durante pelo menos 3 meses
- 75% dos fatores que causam anomalias
* ingestão de drogas
* hipotermia
* altos níveis de vitamina A

2.1 Anencefalia / Meroanencefalia


- mero = parte = ausência parcial do encéfalo
● Há tronco encefálico rudimentar – parte do SNC -, mas não há cérebro,
que dá suporte, e tecido nervoso funcionante
* não é suficiente para viver fora do útero.
* a cabeça é micro
● Diagnóstico possível com ultra-som, fetoscopia e radiografia
● Potencial doador de órgãos
Obs.: limite jurídico = 14 dias
● Defeito no fechamento do neuroporo rostral durante a 4ª semana
● Envolve os tecidos sobrepostos (meninges e calvária)
● Fatores causadores: natureza genética, nutricional e/ou ambiental
* pode ser causada por alterações na morfogênese e na histogênese do
tecido nervoso, falhas no desenvolvimento em estruturas associadas
(notocorda, somitos, mesênquima e crânio)
● Conseqüência: primórdio do encéfalo anterior é anormal, desenvolvimento
da calvária é defeituoso
● Pode estar associada à acrania e à raquisquise = quando o defeito de
fechamento do tubo neural é extenso; ao excesso de líquido amniótico; a um
nível elevado de alfa-fetoproteína no líquido amniótico

2.2 Meningomielocele lombar


= pode ocorrer em qualquer região da coluna vertebral, mas é mais comum
nas regiões lombar e sacral.
● Cavidade coberta com pele ou por uma membrana delgada, que se rompe
com facilidade, com líquido e medula no interior. Por ficar exposta ao meio
ambiente, pode resultar em meningite, infecção. Além disso, os neurônios
não alcançam o território devido.
● Associada a um déficit neurológico acentuado da parte inferior ao nível
do saco que faz protrusão: o tubo neural não se fecha na extremidade
caudal
* motivo = tecido nervoso incorporado à parede do saco, prejudicando o
desenvolvimento das fibras nervosas
● Pode resultar em espinha bífida cística: semelhante a duas colunas
vertebrais = anomalia mais grave e mais comum
* nasce paraplégico (emaranhado)
● Alguns casos estão associados à craniolacunia = formação defeituosa da
calvária. Isso leva à presença de áreas deprimidas, não-ossificadas, nas
superfícies internas dos órgãos chatos da calvária

2.3 Espinha bífida


● Hipovitaminose
◊ Oculta
● Só as vértebras lombares inferiores não se fundiram completamente (não
fecharam direito): falha no crescimento normal das metades embrionárias
do arco vertebral e na fusão destes no plano mediano = vértebras L5 ou S1
● Geralmente não apresenta sintomas clínicos (não acarreta nada) porque o
SNC é mais protegido
● Evidência: pequena depressão com um tufo de pêlos na região lombo-
sacral
◊ Cística
= saco semelhante a um cisto
* visualizada como uma massa cística adjacente à área afetada na coluna
vertebral
● Envolve a protrusão da medula espinal e/ou das meninges através do
defeito do arco vertebral
* casos graves envolvendo várias vértebras estão frequentemente
associados à meroanencefalia
* no útero: quando há altos níveis de alfa-fetoproteína (AFP) no líquido
amniótico ou no soro sanguíneo materno (nível determinado pela
amniocentese)
* DTN (determinado com varredura de ultra-som)
● Com considerável variação em relação à sua incidência geográfica
● De tratamento cirúrgico
● Com graus variáveis de déficit neurológico, dependendo da posição e da
extensão da lesão: o nível da lesão determina a área de anestesia (área da
pele sem sensibilidade) e os músculos afetados
Obs.: pouca chance de ter déficit, mas pode ficar paraplégico
* perda de sensibilidade do dermátomo correspondente, juntamente com
paralisia completa ou parcial dos músculos esqueléticos
* paralisia dos esfíncteres (vesical e/ou anal): comum nas
meningomielocceles lombossacrais
- anestesia em sela = perda da sensibilidade da região que faz contato com
a sela durante o cavalgar
 Com meningocele (meninge + CSF): o saco contém meninges e líquido
cerebroespinal
* a medula espinal e as raízes espinais estão na topografia normal
 Com meningomielocele: medula espinal e/ou raízes nervosas incluídas no
saco

CRÂNIO

● É diferente nos humanos: a proporção e o formato, como o maxilar,


mudam
◊ Funções
● Abrigo e proteção do encéfalo
● Com cavidades para órgãos da sensibilidade específica (visão, audição,
equilíbrio, olfato e gustação)
● Com aberturas para passagem de ar e do alimento
● Maxilas, mandíbula e dentes são necessários para a mastigação

1. Características gerais
● É o osso da cabeça e possui duas partes
Obs.: - osso etmóide = irregular. Oferece uma contribuição mediana
relativamente pequena para o neurocrânio, mas é basicamente do
viscerocrânio.
- suturas = unem a maioria dos ossos da calvária. São entrelaçadas e
fibrosas. Durante a infância, os ossos são unidos por cartilagem hialina.
- forame magno = grande abertura na base do crânio através da qual
a medula espinal é contínua com o encéfalo.
● Vários ossos são pneumáticos: frontal, temporal, esfenóide e etmóide =
contêm espaços aéreos (células aéreas ou seios maiores) para reduzir o
peso.
● Posição anatômica em vista lateral: alinhamento do crânio = margem
inferior da órbita e margem superior do poro acústico externo de ambos os
lados situam-se no mesmo plano horizontal = plano orbitomeático (plano
horizontal de Frankfort)
Obs.: vista = norma (para o crânio)
◊ Neurocrânio
= Onde se localiza o encéfalo = neurocrânio
* maior, proporcionalmente = humano
* o maior encéfalo também é o do homem
● Superior e posterior
● Revestimento ósseo do encéfalo e seus revestimentos membranáceos, as
meninges cranianas. Também contém partes proximais dos nervos cranianos
e a rede vascular do encéfalo.
● Tem um teto em forma de cúpula, a calvária ou calota craniana, e um
assoalho ou base do crânio.
* calvária: com osso planos = frontal e parietal
- os ossos parietais tendem a formar um só = região de juntura fibrosa, que
permite a movimentação discreta = sutura
* base do crânio: ossos irregulares com partes planas – curvas com
superfícies externas convexas e superfícies internas côncavas -
significativas = esfenoidal e temporal
● Em adultos, é formado por 8 ossos: 4 ímpares centralizados na linha
mediana (frontal, etmoidal, esfenoidal, occipital) e 2 conjuntos de ossos que
ocorrem como pares bilaterais (temporal e parietal).
* o volume dos espaços aumenta com a idade
- bebê = movimentação visível dos ossos = moela
* com lâminas externa e interna, de substância compacta, e uma camada
média esponjosa, a díploe
- pancada = rompe a externa (absorve grande parte da força) e poderá
romper a interna (lesa o encéfalo, os vasos e os nervos do crânio)
◊ Viscerocrânio ou esqueleto facial
= Onde há estruturas viscerais (olhos) e inserção de mandíbula
● Contém os ossos da face
● Forma a parte anterior e inferior do crânio e consiste nos ossos que
circundam a boca (maxila e mandíbula – único móvel), o nariz / cavidade
nasal e a maior parte das órbitas (cavidades orbitais).
* sistema digestivo e respiratório
● São 15 ossos irregulares: 3 ímpares centralizados ou situados na linha
mediana (mandíbula, etmóide e vômer – no inferior da cavidade nasal) e 6
que ocorrem como pares bilaterais (maxilas, conchas nasais inferiores,
zigomáticos, palatinos, ossos nasais e ossos lacrimais)
* mandíbula e maxilas: oferecem as cavidades e o osso de sustentação para
dentes maxilares e mandibulares.
- maxilas = maior parte do esqueleto facial superior, formando o esqueleto
da arcada dentária superior, que esta fixada à base do crânio.
- mandíbula = forma o esqueleto da arcada dentária inferior, móvel, que se
articula com base do crânio.

2. Vista frontal (facial ou anterior) do crânio


● ossos supra-numerais (em maior número) ou suturais (em regiões de
sutura) = variação anatômica (não é anomalia porque não tem prejuízos): o
osso frontal está dividido, não se fundiu. Não é fratura porque se parece e
é uma sutura (onde não deveria existir)

2.1 Osso frontal


* parte plana = sua escama
● Forma o esqueleto da fronte, articulando-se com os ossos nasal e
zigomático
● Articula-se com lacrimal, etmóide e esfenóide, e uma parte horizontal do
osso – parte orbital – forma o teto da órbita e parte do assoalho da parte
anterior da cavidade craniana.
◊ Glabela
● Área lisa, ligeiramente deprimida, entre os arcos supraciliares
◊ Margem supra-orbital
● Limite angular entre a escama e a parte orbital
◊ Forame ou incisura supra-orbital
● Na margem supra-orbital
● Para passagem do nervo e dos vasos supra-orbitais
◊ Arco superciliar
● Acima da margem supra-orbital
● Estende-se lateralmente de cada lado da glabela.
● É mais proeminente nos homens
● Situada profundamente aos supercílios
◊ Suturas
● Sutura metópica: remanescente de sutura presente nos adultos na linha
mediana da glabela
● Sutura frontal: divide os ossos frontais do crânio fetal

2.2 Ossos zigomáticos


= da bochecha, malares
● Formam a proeminência das bochechas
● Situados nas paredes inferior e lateral das órbitas e repousam sobre as
maxilas
● Quadriláteros
● Formam as margens ântero-laterais, paredes, assoalho e grande parte
das margens infra-orbitais das órbitas
● Articulam-se com ossos frontal, esfenóide e temporal e com maxila
◊ Forame zigomaticofacial
● Pequeno.
● Perfura a face lateral de cada osso
◊ Abertura piriforme
= em forma de pêra
● Inferior aos ossos nasais
● Abertura nasal anterior do crânio
● Por ela se observa o septo nasal ósseo, que divide a cavidade nasal em
direita e esquerda
◊ Processo frontal do osso zigomático
● Articula-se com o processo zigomático do osso frontal
● Auxilia na formação da margem lateral da órbita
● Superior
◊ Processo temporal do osso zigomático
● Articula-se com o processo zigomático do osso temporal
● Posterior
● Forma o arco zigomático

2.3 Maxilas
● Circundam a maior parte da abertura piriforme e formam as margens
infra-orbitais medialmente
● Possuem ampla conexão com ossos zigomáticos lateralmente
◊ Processos alveolares
● Incluem as cavidades (alvéolos) dos dentes e constituem o osso que
sustenta os dentes maxilares.
◊ Forame infra-orbital
● Inferior a cada órbita
● Para passagem do nervo e dos vasos infra-orbitais
◊ Suturas
● Sutura intermaxilar: une as duas maxilas no plano mediano
◊ Processo zigomático da maxila
● Articula-se com o zigomático
◊ Processo frontal da maxila
● Articula-se com o frontal
◊ Processo palatino da maxila
● Medial e horizontalmente
● Forma parte do palato duro
◊ Espinha nasal anterior
● Término anterior do septo nasal
Obs.: parte inferior = conchas nasais inferiores + cristas nasais

2.4 Mandíbula
● Osso em formato de U
◊ Processo alveolar
● Sustenta os dentes mandibulares
◊ Corpo
● Parte horizontal
◊ Ramo
● Parte vertical
◊ Forames mentais
● Inferiormente aos segundos dentes pré-molares.
● Passam nervos e vasos mentuais
* também protegem a pele
◊ Protuberância mentual
● Forma a proeminência do queixo
● Elevação óssea triangular à sínfise da mandíbula – inferior a ela -, a união
óssea onde se fundem as metades da mandíbula do lactente

2.5 Osso etmóide


◊ Lâmina perpendicular do osso etmóide
◊ Conchas nasais média e superior
● Lâminas ósseas curvas na parede lateral de cada cavidade nasal
● No osso etmóide
● A média é visível pela abertura piriforme
● A superior só é visível na secção sagital
● Formam o septo nasal

3. Vista lateral do crânio


● Comporta o neuro e o viscero
* fossa intertemporal, arco zigomático, fossas laterais das maxilas e
mandíbula, fossa temporal, poro acústico externo, processo mastóide do
osso temporal
- menos comumente, os ossos frontal e temporal se articulam
- algumas vezes, os ossos frontal, temporal, parietal e esfenóide
encontram-se em um só ponto
◊ Fossa temporal
● Limitada superior e posteriormente pelas linhas temporais superior e
inferior
● Limitada anteriormente pelos ossos frontal e zigomático
● Limitada inferiormente pelo arco zigomático = a margem superior desse
arco corresponde ao limite inferior do hemisfério cerebral do encéfalo
◊ Arco zigomático
● União do processo temporal do osso zigomático com o processo
zigomático do osso temporal
◊ Lâmina perpendicular do osso palatino

3.1 Osso occipital


◊ Escama occipital
● Posterior ao processo mastóide
● Com crista occipital interna: estende-se caudalmente da protuberância
occipital externa ao forame magno
◊ Parte basilar
● Posterior ao forame magno
● Limitada lateralmente pelos ossos temporais
● Na linha média, imediatamente posterior do corpo do esfenóide

3.2 Osso temporal


◊ Meato acústico externo
● Canal que possui entrada no poro acústico externo
● Leva à membrana timpânica
● No osso temporal
◊ Processo mastóide do osso temporal
● Permite fixação muscular
● Póstero-inferior ao pro acústico externo
◊ Processo estilóide do osso temporal
● Ântero-medial ao processo mastóide
● Projeção fina, pontiaguda, semelhante a uma agulha
◊ Fossa infra-temporal
● Espaço irregular inferior e profundamente ao arco zigomático e à
mandíbula, posterior à mandíbula
◊ Parte escamosa
● Imediatamente lateral à asa maior do esfenóide
● Participa da articulação temporomandibular
● Contém a fossa mandibular
◊ Fossa mandibular
● Concavidade onde a cabeça da mandíbula se articula com a base do crânio
◊ Parte petrosa
● Imediatamente lateral à parte basilar do osso occipital
● Em forma de cunha, com ápice ântero-medial
● Entre a asa maior do esfenóide, anteriormente, e a parte basilar do osso
occipital, posteriormente
● Forma a grande abertura circular para o canal carótico
◊ Parte timpânica
● abaixo da origem do processo zigomático do osso temporal
◊ Processo zigomático do osso temporal
● Projeção óssea anterior da superfície inferior da parte escamosa do osso
temporal, que se projeta lateralmente e depois se curva anteriormente para
se articular com o processo temporal do osso zigomático, formando o arco
zigomático
◊ Sulco dos ramos dos vasos meníngeos médios

3.3 Mandíbula
◊ Ângulo da mandíbula
● Junção do ramo com o corpo
◊ Incisura da mandíbula
● Borda superior côncava do ramo da mandíbula
◊ Processo coronóide
● Ponto de fixação para o músculo temporal
● Superior ao ramo
◊ Processo condilar
● Envolvido na articulação com o osso temporal
● Superior ao ramo
● Constituído pela cabeça e pelo colo da mandíbula
◊ Colo
● Porção mais estreita imediatamente inferior à cabeça
◊ Linha oblíqua
● Crista
● Continuando após o forame mentual
● Dirigida da região anterior do ramo para o corpo
● Ponto de fixação para músculos relacionados com cavidade oral

4. Vista occipital (posterior) do crânio


● Formada pelo occipúcio (protuberância posterior convexa do osso
occipital), partes dos ossos parietais, partes mastóideas dos ossos
temporais
◊ Protuberância occipital externa
● Facilmente palpável no plano mediano
● Pode ser imperceptível algumas vezes, principalmente em mulheres
● Contém o ínio = extremidade, ponto craniométrico
◊ Outros
● Crista occipital externa
● Linha nucal superior
● Linha nucal inferior
● Lambda
● Ossos suturais (acessórios)

5. Vista vertical (superior) do crânio


Obs.: calota craniana = abóbada palpária ou abóbada craniana = partes
sobem em curva por sobre o encéfalo = 4 ossos (frontal, parietais, occipital)
● Um pouco oval, alarga-se póstero-lateralmente nas eminências parietais
● Em algumas pessoas, as eminências frontais são palpáveis = calvária quase
quadrada.
◊ Sutura coronal
● Separa os ossos frontal e parietal
◊ Sutura sagital
● Separa os ossos parietais
◊ Sutura lambdóidea
● Separa os ossos parietal e temporal do osso occipital
◊ Sutura têmporo-parietal
● Separa os ossos temporal e parietais
◊ Forame parietal
● abertura pequena e inconstante, posterior, no osso parietal, perto da
sutura sagital
● Para a veia emissária
◊ Forames emissários
● Irregulares, altamente variáveis, no neurocrânio
● Dão passagem às veias emissárias = unem as veias do couro cabeludo aos
seios venosos da dura-máter

6. Vista basilar (base externa do crânio ou basicrânio)


● Parte inferior do neurocrânio (assoalho da cavidade craniana) e
viscerocrânio, menos a mandíbula.
● Base = osso occipital, posterior, articulado com esfenóide, anterior
◊ Base externa do crânio
● Forma o arco alveolar da maxila (margem livre dos processos alveolares
que circundam e sustentam os dentes maxilares), processos palatinos da
maxila, ossos palatinos, esfenóide, vômer, temporal e occipital
◊ Palato duro / ósseo
● Formado pelos processos palatinos da maxila – anterior – e pelas lâminas
horizontais dos ossos palatinos – posterior-.
◊ Cóanos
● Aberturas nasais posteriores superiormente à margem posterior do
palato
● São separadas pelo vômer
◊ Fossa incisiva
● Depressão na linha mediana do palato duro na qual se abrem os canais
incisivos
● Posterior aos dentes incisivos centrais
● Na maxila

6.1 Osso Palatino


◊ Espinha nasal posterior
● Projeção posterior no plano mediano da margem posterior livre do palato
duro
◊ Forames palatinos maiores e menores
● Póstero-laterais
● Forames pelos quais nervos palatinos direito e esquerdo seguem a partir
do nariz, juntamente através de um número variável de canais incisivos
◊ Sutura palatina mediana
● Local onde as lâminas horizontais (pares) se unem = linha média
◊ Lâmina horizontal do osso palatino
● Posterior

6.2 Vômer
● Osso plano ímpar de formato trapezóide que forma uma porção
importante da parte óssea do septo nasal
6.3 Esfenóide
● Entre os ossos frontal, temporal e occipital
● Osso ímpar irregular que possui um corpo e 3 processos
◊ Asas maiores e menores
● Afastam-se lateralmente a partir das faces laterais do corpo do osso
◊ Processos pterigóides
● Com lâminas lateral e medial
* Lâmina medial: estreita
* Lâmina lateral: mais ampla
● Estendem-se inferiormente de cada lado do esfenóide a partir da junção
do corpo com as asas maiores
◊ Corpo do esfenóide
● Central
● Cubo de osso com 2 grandes seios aéreos, separados por um septo
● Articula-se anteriormente com vômer, etmóide e palatinos, póstero-
lateralmente com temporais, posteriormente com occipital
◊ Hámulo pterigóideo
● Projeção em forma de gancho
● Término inferiormente na lâmina medial

6.4 Temporal
◊ Fossas mandibulares
● Depressões na parte escamosa
● Acomodam os côndilos mandibulares quando a boca está fechada
◊ Canal carótico
● Entrada da artéria carótida interna e do plexo venoso carótico interno
● Imediatamente anterior ao forame jugular
◊ Forame estilomastóideo
● Posterior à base do processo estilóide do osso temporal
● Dá passagem ao nervo facial e à artéria estilomastóidea
◊ Incisura mastóidea
● Ponto de fixação para ventre posterior do músculo gástrico
● Na margem ínfero-medial do processo mastóide

6.5 Osso occipital


◊ Forame magno
● Por ele passam:
* medula oblonga
* meninges
* artérias vertebrais
* ramos meníngeos das artérias vertebrais
* artérias espinais anteriores e posteriores
* raízes espinais dos nervos acessórios
● Sobre ele estão dispostas as 4 partes
● Aspecto mais visível da base do crânio: grande abertura basal do osso
occipital
◊ Côndilos occipitais
● Laterais
● Duas protuberâncias
● Responsáveis pela articulação do crânio à coluna vertebral
◊ Forame jugular
Obs.: a artéria do labirinto é ântero-superior a ele
● Na base da crista petrosa do osso temporal
● Grande abertura entre o osso occipital e a parte petrosa do osso
temporal
● Por ele passam:
* veia jugular interna
* vários nervos cranianos = glossofaríngeo, vago, acessório
* seios venosos da dura-máter = petroso inferior e sigmóide
* artéria meníngea posterior
◊ Canal condilar
● Póstero-lateral ao canal do nervo hipoglosso
● Transmite veia emissária
◊ Tubérculo faríngeo
● Proeminente na parte basilar
● Protuberância óssea para fixação de partes da faringe à base do crânio

6.6 Mandíbula
◊ Forame mandibular
● Abertura do canal da mandíbula que ocorre dentro do corpo da mandíbula
● Penetram nervo e vasos alveolares inferiores
◊ Língula da mandíbula
● Projeção óssea que limita medialmente o forame da mandíbula
◊ Sulco milo-hióideo da mandíbula
● Inicia-se posteriormente à língula e se estende, anterior e inferiormente,
até a fossa mandibular
● Aloja os nervos e vasos milo-hióideos
◊ Linha milo-hióidea
● Crista oblíqua
● Estende-se da fossa digástrica, anterior, até um ponto situado no nível
do 3º dente molar
◊ Fóvea submandibular
● Depressão situada abaixo da parte média da linha milo-hióidea
● Aloja parte da glândula submandibular
◊ Fóvea sublingual
● Pequena depressão situada anteriormente à fóvea submandibular e
superior à linha milo-hióidea
● Aloja a glândula sublingual
◊ Fossa digástrica
● Depressão irregular situada sobre ou posterior à borda inferior da
mandíbula (base), junto da sínfise mentual
◊ Espinhas mentuais
● Projeções irregulares
● Medianas e posteriores à sínfise mentual
● Fixam músculos nos tubérculos genianos (pequenas projeções)

7. Base interna do crânio


● Com grandes depressões em diferentes níveis: fossa anterior (nível mais
alto), fossa média e posterior (nível mais baixo) = formam o assoalho da
cavidade craniana (semelhante a uma tigela)

7.1 Fossa anterior do crânio


● Mais superficial. Partes inferior e anterior dos lobos frontais do
encéfalo = osso frontal (anterior) + etmóide (meio) + corpo e asas menores
do esfenóide (posterior)
◊ Crista etmoidal
● Crista óssea mediana e espessa, posterior ao forame cego, que se projeta
superiormente a partir do etmóide
◊ Lâmina cribiforme do etmóide
● Semelhante a uma peneira: com muitos forames pequenos
● De cada lado da crista etmoidal
◊ Forames da lâmina cribiforme
● Dão passagem às pequenas fibras do nervo olfatório a partir das áreas
olfatórias das cavidades nasais até os bulbos olfatórios do encéfalo,
situados sobre ela (permitem que os mesmos atravessem seus forames da
mucosa nasal ao bulbo olfatório)

7.2 Fossa média do crânio


● semelhante a uma borboleta
● Parte central (com sela turca no corpo do esfenóide) + grandes partes
laterais deprimidas de cada lado
● Póstero-inferior à fossa anterior, separada dela pelas cristas esfenoidais
agudas lateralmente e pelo limbo esfenoidal no centro
● As partes laterais são formadas pelas asas maiores do esfenóide e as
partes escamosas dos ossos temporais lateralmente e as partes petrosas
dos ossos temporais posteriormente. Elas sustentam os lobos temporais do
encéfalo.
● Margem superior da parte petrosa do osso temporal lateralmente e dorso
da sela turca do osso esfenóide medialmente formam o limite entre as
fossas média e superior do crânio
◊ Processos clinóides anterior e posterior do osso esfenóide
● Duas projeções ósseas agudas onde as cristas esfenoidais terminam
medialmente
● Fornecem fixação para o tentório do cerebelo
 Anterior: alargamento e curvatura da asa menor
 Posterior: ápice do dorso da sela com margens laterais com projeções
arredondadas
◊ Sela turca do osso esfenóide
● Formação óssea semelhante a uma sela situada sobre a superfície
superior do corpo do esfenóide
● Circundada pelos processos clinóides anteriores e posteriores e pela
fossa hipofisária
 Tubérculo da sela turca: elevação mediana variável, de pequena a
proeminente, que forma o limite posterior do sulco pré-quiasmático e o
limite anterior da fossa hipofisária
 Fossa hipofisária da sela turca: depressão mediana (assento) no corpo do
esfenóide que acomoda a hipófise
 Dorso da sela turca: parte posterior. É uma lâmina plana e quadrada de
osso projetando-se superiormente do corpo do esfenóide. Forma o limite
posterior da sela turca e seus ângulos súpero-laterais proeminentes, os
processos clinóides posteriores.
◊ De cada lado do corpo do esfenóide um crescente de 4 forames perfura
as raízes das asas maiores do esfenóide:
 Fissura orbital superior: entre as asas maior e menor, comunica-se com a
órbita e dá passagem à veia oftálmica superior e a nervos que entram na
órbita (oculomotor, troclear e abducente, ramos do nervo oftálmico –
lacrimal, frontal e nasociliar). Posterior ao sulco quiasmático.
 Forame redondo: posterior à extremidade medial da fissura orbital
superior. Dá passagem ao nervo maxilar, que supre a pele, os dentes e a
mucosa relacionada à maxila (que a reveste e ao seio maxilar)
 Forame oval: grande, póstero-lateral ao forame redondo, abre-se
inferiormente na fossa infratemporal. Dá passagem aos nervos mandibular e
petroso menor (ocasionalmente) e a uma pequena artéria meníngea
acessória.
 Forame espinhoso: póstero-lateral ao forame oval. Dá passagem aos
vasos meníngeos médios (artéria e veia meníngea média) e ao ramo meníngeo
do nervo mandibular.
◊ Forame lacerado
● Irregular, póstero-lateral à fossa hipofisiária, artefato de um crânio
seco.
● Fechado por uma lâmina de cartilagem = apenas alguns ramos da artéria
meníngea e pequenas veias passam por ela, atravessam completamente o
forame.
◊ Sulco carótico
◊ Sulco dos vasos meníngeos médios (ramos frontais)

7.3 Fossa posterior do crânio


● Maior e mais profunda
● Aloja o cerebelo, a ponte e o bulbo
● Formada principalmente pelo osso occipital, mas o dorso da sela do
esfenóide marca seu limite anterior centralmente e as partes petrosa e
mastóidea dos ossos temporais formam suas “paredes” ântero-laterais.
◊ Clivo
● Inclinação acentuada a partir do dorso da sela turca.
● No centro da parte anterior da fossa que leva ao forame magno.
◊ Crista occipital interna
● Divide a fossa posterior do crânio
● Posteriormente ao clivo
◊ Fossas cerebelares
● Grandes impressões côncavas bilaterais resultantes da divisão pela crista
occipital interna
◊ Protuberância occipital interna
● Onde termina a crista occipital
● Formada em relação à confluência dos seios (fusão dos seios venosos
durais)
◊ Sulco do seio sigmóide
● Longo
● Mostra o trajeto do seio sigmóide em S (sai do crânio como a VII): a
partir da face lateral do forame jugular
● No osso occipital
◊ Sulco do seio transverso
● Largo
● Mostra o trajeto do seio transverso
◊ Forame jugular
◊ Meato acústico interno
● Ântero-superior ao forame jugular
● Conduzido pelo poro acústico interno para nervos facial (NC VII) e
vestibulococlear (NC VIII) e para a artéria do labirinto
● No osso temporal
 Poro acústico interno
● Súpero-lateral ao forame jugular
◊ Canal do nervo hipoglosso
● No osso occipital
● Superior à margem ântero-lateral do forame magno
◊ Sulco do seio occipital

8. Paredes da cavidade craniana


● A espessura varia em diferentes regiões e de acordo com o sexo
* mais fina em mulheres, crianças e idosos
* tendem a ser mais finas em áreas bem cobertas por músculos, como a
parte escamosa do osso temporal

8.1 Calvária
= calota craniana, forma o teto da cavidade craniana
◊ Lâmina interna
● Côncava
● Com sulcos vasculares que alojam vasos meníngeos
◊ Lâmina externa
● Convexa
◊ Díploe
● Osso esponjoso que contém medula óssea vermelha (produz células do
sangue) por toda a vida, através da qual seguem canais formados por veias
diplóicas.
● Entre a parte compacta ou cortical externa e a parte compacta ou
cortical interna.
* no preparo do crânio seco = proteína retirada = não é vermelha
* no idoso: sem medula óssea vermelha = substituída pela óssea amarela
(gordura)
- curtos e irregulares e alguns planos passam a produzir o sangue na idade
adulta
● A tábua interna do osso é mais fina do que a tábua externa e em algumas
áreas há apenas uma fina camada de osso compacto sem díploe (parte
basilar do osso occipital, posterior aos côndilos occipitais, topografia /
parede do seio frontal)
PARIETAIS
◊ Sulco do seio sagital superior
● Nos ossos frontal e parietal
● Começa no ponto superior da terminação da crista frontal e alarga-se e
aprofunda-se posteriormente, marcando a posição do seio sagital superior
(estrutura venosa intradural)
◊ Sulcos dos vasos meníngeos (ramos dos vasos meníngeos médios)
● Menores
● Nas partes laterais do teto da cavidade do crânio
◊ Fovéolas granulares
● Pequeno número de depressões a cada lado do sulco do seio sagital
superior que marcam a localização das granulações aracnóideas
● Quanto mais velho = mais calcificadas

8.2 Substância óssea


= distribuída de forma desigual
◊ Ossos planos e relativamente finos
= curvos na maioria
● Resistência necessária para manter as cavidades e proteger seu conteúdo
 Ossos do neurocrânio e processos que partem dele: abrigam o encéfalo,
oferecem fixação proximal para fortes músculos da mastigação, que se
fixam distalmente à mandíbula = grandes forças de tração ocorrem através
da cavidade nasal e das órbitas entre eles. Partes espessas dos ossos
cranianos formam pilares ou suportes mais fortes que transmitem força,
evitando as órbitas e a cavidade nasal
◊ Suporte frontonasal
● Estende-se da região dos dentes caninos entre as cavidades nasal e
orbital até a parte central do osso frontal
◊ Arco zigomático / Suporte da margem orbital lateral
● Da região dos molares até os ossos frontal e temporal lateralmente
 Suportes semelhantes: transmitem forças recebidas lateralmente ao
forame magno a partir da coluna vertebral
 Áreas pneumáticas (“cheias de ar”): para compensar o osso mais denso
necessário para esses suportes, algumas áreas do crânio que não sofrem
tanto estresse mecânico tornam-se pneumáticas.

9. Determinação sexual através do crânio


● No adulto todos os ossos têm dimorfismo sexual: 20 a 60 anos
* antes de 20 = ação hormonal não determina
* crânio femininaliza depois, como alguns outros ossos
● Há relevos mais proeminentes no homem: protuberância mentual da
mandíbula com formato triangular ou quadrangular, glabela e arco
superciliar mais espessos

10. Lesões cranianas


10.1 Otorragia
● Sangue pelo ouvido (meato acústico externo)
● TCE: traumatismo crânio-encefálico
* projétil sem energia cinética para vencer o osso temporal = parte fora e
parte dentro
● Indica fratura do crânio (osso temporal), de fossa média ou posterior =
lesões encéfalo-adjacentes
● Nervo facial lesado = paralisia facial
● Perda da audição, dificuldade de equilíbrio
* se não machucar outras regiões, não sentirá dor

10.2 Hematoma bipalpebral em TCE


= inclinado
● Lesão “termo-confusa”: por arma de fogo
● Fossa anterior quebrada: olhos roxos = sangue difunde ao redor da área
(equimose, se fosse plano), do olho (com gordura), mudando a cor da pele.

10.3 Fratura de base


● Causa: colisão de moto, transmissão de energia
* padrão de fratura circunferencial com compressão superficial
● O que é: fratura de fossa anterior ou fratura de fossa posterior

10.4 Fratura de base e abóbada


● Causa: derrame hemorrágico

11. Fontículos
● Espaços formados no crânio fetal: ossos mais separados e com tecido
conjuntivo entre eles = “moleiras”
* pontos onde a proteção do encéfalo é deficiente
Obs.: frontal ainda está dividido
● Desaparecem até os 2 anos: crescimento e encontro dos ossos
◊ Anterior
● Espaço losangular ao nível do bregma
◊ Posterior
● Ao nível do lambda
● Menor e triangular
◊ Ântero-lateral
● Ao nível do ptério
◊ Póstero-lateral
● Ao nível do astério

12. Pontos craniométricos


◊ Násio
= nariz
● Interseção dos ossos frontal e nasal.
● Relacionada a uma área distintamente deprimida (ponta do nariz)
◊ Bregma
= parte anterior da cabeça
● Ponto de referência formado pela interseção das saturas sagital e
coronal
◊ Lambda
= letra grega
● No centro do occipúcio
● Indica a junção das suturas sagital e lambdóidea.
● Algumas vezes pode ser palpado como uma depressão
◊ Ínio
= dorso da cabeça
● Ponto mais proeminente da protuberância occipital externa
◊ Ptério
= asa
● Parte anterior da fossa temporal, 3-4 cm acima do arco zigomático
● Área de junções ósseas, suturas que formam um H e que se unem nos
ossos frontal, parietal, esfenóide (asa maior) e temporal
◊ Astério
= formato de estrela
● Na junção de 3 suturas: parietomastóidea, occipitomastóidea e lambdóide
◊ Gônio
● Parte mais proeminente do ângulo da mandíbula
● Palpável

13. Órbitas
● São duas cavidades ósseas nas quais estão situados os olhos
● Dentro delas estão as fissuras orbitais superior e inferior e os canais
ópticos
● Compreende 7 ossos: frontal, esfenóide, zigomático, maxila, lacrimal,
etmóide, palatino
◊ Margem supra-orbital
◊ Incisura supra-orbital
◊ Processo zigomático do osso frontal
● Continuação lateral da margem supra-orbital
◊ Teto da órbita
● Maior parte: osso frontal
◊ Margem lateral da órbita
● Frontal + zigomático
◊ Margem inferior da órbita
● Maxila + zigomático
◊ Margem medial da órbita
● Maxila + frontal + lacrimal
◊ Forame infra-orbital
◊ Canal lacrimonasal
● No osso lacrimal
◊ Face orbital da asa maior do esfenóide
◊ Face orbital da asa menor do esfenóide
◊ Face orbital da maxila
◊ Faces orbitais do osso frontal
● Sustentam os lobos frontais do encéfalo e formam os tetos das órbitas
* As órbitas mostram impressões sinuosas (encefálicas) dos giros (cristas)
orbitais dos lobos frontais
● Maior parte
◊ Face orbital do osso zigomático
◊ Lâmina orbital do osso etmóide
◊ Processo orbital do osso palatino
◊ Fissura orbital inferior
● Abertura longitudinal com limite na do esfenóide e nas maxilas, palatino e
zigomático
◊ Fissura orbital superior
◊ Canal óptico
● Abertura circular na asa menor através da qual a artéria oftálmica e o
nervo óptico passam ao saírem da cavidade do crânio em direção à órbita
Obs.: Há veias que comunicam o couro cabeludo com a parte interior do
crânio

COLUNA VERTEBRAL

1. Características gerais
● Forma o esqueleto do pescoço e do dorso
● Contém vértebras, discos intervertebrais (IV) – separam as vértebras e
as mantêm juntas, correspondem a ¼ da coluna vertebral - e ligamentos
associados
● Estende-se do crânio ao ápice do cóccix
● Principal parte do esqueleto axial

1.1 Funções
● Protege a medula espinal e os nervos espinais
● Sustenta o peso do corpo superior ao nível da pelve
● Oferece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base
estendida sobre a qual a cabeça está posicionada e gira
● Tem um papel importante na postura e locomoção (o movimento de um
plano para outro)

2. Vértebras
● São 33: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas
* movimento significativo apenas entre as 25 superiores
* das 9 inferiores, as 5 sacrais estão fundidas em adultos, formando o
sacro, e, após aproximadamente 30 anos de idade, as 4 coccígeas se fundem
para formar o cóccix.
- ângulo lombossacral: na junção dos e formado pelos eixos longitudinais da
região lombar da coluna vertebral e do sacro
Obs.: com a idade, o número de ossos tende a diminuir
● Tornam-se maiores gradualmente à medida que a coluna vertebral desce
até o sacro e depois se tornam progressivamente menores em direção ao
ápice do cóccix: vértebras sucessivas suportam cada vez maior peso
corporal.
* tamanho: maior acima do sacro = transfere o peso para o cíngulo do
membro inferior nas articulações sacroilíacas
● São separadas por discos elásticos e conferem flexibilidade para a coluna
* O movimento entre duas adjacentes é pequeno
* com cartilagem entre elas
● Em cada região, as faces articulares estão orientadas sobre os
processos articulares das vértebras em uma direção característica que
determina o tipo de movimento permitido entre as vértebras adjacentes e,
no conjunto, para a região
◊ Demarcação do canal medular
● Linha posterior em relação ao corpo vertebral
● Linha anterior ao processo espinhoso

2.1 Estrutura e função


* menor variação dentro da região
◊ Corpo vertebral
● Parte anterior, maior, aproximadamente cilíndrica
● Confere resistência e sustenta o peso do corpo
● Discos de cartilagem hialina (“placas terminais” vertebrais),
remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o
osso, cobrem a maior parte das superfícies superior e inferior.
◊ Epífise anular
● Anel de osso liso da periferia que é unido ao corpo
● Servem como zonas de crescimento
● Seus remanescentes cartilaginosos protegem os corpos vertebrais e
permitem alguma difusão de líquido entre os discos e os capilares do corpo
vertebral.
◊ Centro
● Local de união das epífises superior e inferior no início da vida adulta
● Centro primário de ossificação para massa central do corpo vertebral
◊ Arco vertebral
● posterior ao corpo vertebral
● Com 2 pedículos e lâminas (direita e esquerda)
 Pedículos
● Processos cilíndricos sólidos e curtos
● Projetam-se posteriormente do corpo vertebral para encontrar as
lâminas
 Lâminas
● Duas placas ósseas largas e achatadas
● Unem-se na linha mediana
◊ Forame vertebral
● Paredes formadas pelo arco vertebral e pela superfície posterior do
corpo vertebral
● É progressivamente maior à medida que se aproxima do crânio e menor
em relação à lombar, quanto ao diâmetro
◊ Canal vertebral / medular
● Sucessão de forames vertebrais na coluna vertebral articulada
* não existe em uma vértebra isolada, sim em todas
● Contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais que dela
emergem, meninges, gordura e vasos que a circundam e servem
* variações regionais em seu tamanho e formato acomodam a espessura
variável da medula espinal
* plexo venoso vertebral: formado pelas veias no interior do canal medular
◊ Incisuras vertebrais
● Entalhes observados em vistas laterais das vértebras acima e abaixo de
cada pedículo, entre os processos articulares superiores e inferiores
posteriormente e as projeções correspondentes do corpo anteriormente.
◊ Forames intervertebrais
● Formados pelos entalhes vertebrais superiores e inferiores das
vértebras adjacentes e pelos discos que as unem
● Com gânglios sensitivos dos nervos espinais (raiz posterior), que emergem
da coluna vertebral com seus vasos associados através deles
◊ Processo espinhoso
● um, mediano
● Projeta-se posteriormente e inferiormente, superpondo-se à vértebra
inferior, a partir do arco vertebral na junção das lâminas.
◊ Processos transversos
● Projetam-se póstero-lateralmente a partir das junções dos pedículos e
lâminas
● Como o processo espinhoso, fornece fixação para músculos profundos do
dorso, como uma alavanca: facilita os músculos que fixam ou mudam a
posição das vértebras
◊ Processos articulares
● 2 superiores e 2 inferiores
● Originam-se das junções dos pedículos e lâminas, cada um deles
sustentando uma face articular
● Formam as articulações dos processos articulares – articulações
zigapofisárias -: em aposição com processos correspondentes de vértebras
adjacentes (superior e inferior) a eles
● Determinam os tipos de movimentos permitidos e restritos entre as
vértebras adjacentes de cada região
● Ajudam a manter alinhadas as vértebras adjacentes, evitando o
deslizamento anterior de uma vértebra sobre a vértebra abaixo
● Sustentam o peso temporariamente e unilateralmente (vértebras
cervicais fletidas)

3. Coluna cervical
● Forma o esqueleto do pescoço. Localiza-se entre o crânio e as vértebras
torácicas.
● São as menores entre as móveis: sustentam menos peso
● Os discos cervicais são mais finos
● Possui a maior amplitude e variedade de movimento: espessura relativa
dos discos (em comparação com os corpos vertebrais), orientação quase
horizontal das faces articulares, pequena quantidade de massa corporal
adjacente
● Local onde há mais fraturas, lesões, traumatismos: preocupação com a
medula espinal (vértebra quebra, mas forame vertebral não lesa, sem
machucar a medula)
◊ Forame transversário
● Oval
● No processo transverso
● Atravessado por artérias vertebrais e suas veias
● Em C7: dá passagem a pequenas veias acessórias, são menores ou até
ausentes
◊ Tubérculos anterior e posterior
● Terminação lateral dos processos transversos
● Projeções que dão fixação a um grupo de músculos cervicais posicionados
lateralmente (levantadores da escápula e escalenos)
◊ Sulcos
● Nos processos transversos, entre os tubérculos
● Barra costotransversária: assoalho do sulco
● Acomodam os ramos anteriores dos nervos espinais cervicais

3.1 C1 ou Atlas
= Atlas, da mitologia grega, sustentava o peso do mundo sobre seus ombros
● Não possui corpo nem processo espinhoso
● A mais larga = alavanca para músculos nele fixados
◊ Massas laterais (2)
● Ocupam o lugar do corpo
● Sustentam o peso do crânio em forma de globo
◊ Processos transversos
● Originam-se das massas laterais
● Mais lateralmente que o normal
◊ Faces articulares superiores das massas laterais
● Côncavas e reniformes
● Recebem os côndilos occipitais: duas grandes protuberâncias cranianas
nas laterais do forame magno
◊ Faces articulares inferiores das massas laterais
● Para o Áxis
◊ Arcos anterior e posterior
● Cada um possui um tubérculo (tubérculo anterior e tubérculo posterior):
no centro de sua face externa
● Estendem-se entre as massas laterais, formando um anel completo
◊ Sulco da artéria vertebral
● Na face superior do arco posterior (lâmina de uma vértebra comum)
● A artéria vertebral e o nervo C1 seguem esse sulco
◊ Ligamento transverso do Atlas
● Estende-se de uma massa lateral até a outra, passando entre o dente e a
medula espinal
● Forma a parede posterior do “bocal” que recebe o dente
● Mantém o dente do Áxis em posição contra a face posterior do arco
anterior
● Impede o deslocamento posterior (horizontal) do dente e o deslocamento
anterior do Atlas
* comprometeria a parte do forame vertebral de C1 que dá passagem à
medula espinal

3.2 C2 ou Áxis
● A mais forte
◊ Faces articulares superiores
● Duas grandes superfícies planas de sustentação
● O Atlas gira sobre elas
◊ Faces articulares inferiores
● Para C3
◊ Face articular anterior
● Para o arco anterior do Atlas
◊ Face articular posterior
● Para o ligamento do Atlas
◊ Dente ou processo odontóide
● Exclusividade
● Rombo
● Projeta-se do corpo vertebral para cima
● Circundado pelo Atlas
● Anterior à medula espinal (no interior de seu revestimento, circundada
pelo Atlas)
● Eixo em torno do qual ocorre a rotação
● Contra a face posterior do arco anterior do atlas: posição mantida pelo
ligamento transverso do Atlas
● Ocupa um terço do volume
◊ Processo espinhoso
● Grane e bífido
● Palpado profundamente no sulco nucal (sulco vertical superficial no dorso
do pescoço)

3.3 C3-C7
= Com características típicas
● Articulam-se de modo que permitem flexão e extensão livres e alguma
flexão lateral, mas a rotação é restrita: faces articulares planas, quase
horizontais, dos processos articulares são favoráveis
● Sem processos articulares bem definidos (4): o local é dividido em
processo transverso e corpo
 C6
● Com tubérculos caróticos: local onde as artérias carótidas comuns são
comprimidas, no sulco entre o tubérculo e o corpo, para controlar o
sangramento desses vasos (pode continuar devido às múltiplas anastomoses
de ramos distais da carótida com ramos adjacentes e contralaterais)
 C7
● Vértebra proeminente: processo espinhoso proeminente
◊ Forames vertebrais
● Grande e triangular
● Acomodam o aumento da medula espinal relacionado à inervação dos
membros superiores
◊ Bordas superiores dos corpos vertebrais
● Alongadas transversalmente, elevadas posteriormente e em especial
lateralmente, deprimidas anteriormente
● Formato recíproco da borda inferior do corpo da vértebra superior
◊ Unco do corpo ou processo uncinado
● Borda súpero-lateral elevada
◊ Processo espinhoso
● C3-C6: curtos e bífidos em brancos
● C7: longo

3.4 Lesões
● Lesões ósseas reduzidas podem se tornar medular: desloca um pedaço de
osso sobre o outro = critério anatômico
◊ Lesão do canal medular
= praticamente deixou de existir
● Canal medular comprimido ou interrompido
● C5-C6: destruição da comunicação com o SNC = tetraplégico permanente
* cura apenas com células-tronco
* é diferente dos paraplégicos porque estes possuem lesão em região
definida
◊ Fraturas de C1
● Todo o eixo de força é transmitido a C1, que o intercepta
● Mecanismo do trauma: pular em piscina rasa ou sem água, lagoa rasa = cai
e bate a cabeça no solo
● Possíveis consequências: fratura em explosão; fraturas múltiplas (afasta-
se do forame = sem lesar, fragmentar); fratura na posição alta com
conseqüente morte por insuficiência respiratória / asfixia (perde a
comunicação com músculo do diafragma); torcicolo traumático (não pode se
mexer para não lesar o canal medular)
- se for encubado no local do trauma, evita a morte
◊ Fraturas de C2
● Mecanismos: movimentos exacerbados de
* rotação
* flexão seguida de extensão e cisalhamento
* tração lateral
◊ Luxação entre C1 e C2
◊ Fratura do enforcado (fratura de C2)
◊ Fraturas de C3 a C7
● Mecanismos diversos
◊ Luxações
● Osso sai de sua topografia habitual
Ex: bancos de trás do carro sem encosto para a cabeça

4. Coluna torácica
● Na parte superior do dorso
● Fornece fixação para as costelas
● Flexão, extensão e flexão lateral limitadas pela fixação da caixa torácica
associada à orientação vertical das faces articulares e aos processos
espinhosos superpostos
● Maior proteção contra traumas penetrantes por meio do processo
espinhoso, que dificulta a entrada de algo = sem lesar a medula
* Evolução: única espécie bípede (proteção de outros modos)
- os demais mamíferos são quadrúpedes = proteção contra predadores
◊ Fóveas costais
● Para articulação com as costelas
◊ Arco centralizado no disco IV
● Permite rotação e algum grau de flexão lateral da coluna vertebral: o
maior grau de rotação

4.1 T1-T4
● Com algumas características das vértebras cervicais
 T1
● Atípica
● Com processo espinhoso longo, quase horizontal: pode ser proeminente
como o de C7
● Com fóvea costal completa na margem superior de seu corpo para a 1ª
costela
● Com hemifóvea costal em sua margem inferior: contribui para a
superfície articular para a 2ª costela

4.2 T5-T8
= quatro vértebras torácicas médias
● Com características típicas
◊ Processos articulares
● Estendem-se verticalmente com pares de faces articulares, com
orientação quase coronal, que definem um arco centralizado no disco IV

4.3 T9-T12
● Com algumas características de vértebras lombares: tubérculos
semelhantes aos processos acessórios e mamilares
 T12
● Nela ocorre a maior parte da transição nas características: sujeita a
estresses de transição = fraturada com maior freqüência
● Metade superior com caráter torácico
* fóveas costais
* processos articulares: permitem o movimento basicamente giratório
● Metade inferior com caráter lombar
* sem fóveas costais
* processos articulares permitem apenas flexão e extensão

5. Coluna lombar
● Na região lombar entre o tórax e o sacro
● Flexão e extensão facilitadas, flexão lateral permitida, mas rotação
impedida devido ao fato de, nas articulações superiores com orientação mais
sagital, as faces dos processos inferiores da vértebra acima, voltadas
lateralmente, serem “seguras” pelas faces voltadas medialmente dos
processos superiores da vértebra abaixo
● L3, L4 e L5 são mais evidentes
● A medula espinal termina em L1 e L2
* importância: fratura a partir de L3 = sem lesar a medula, mas pode lesar
componentes dela
◊ Corpo vertebral
● Grande: peso sustentado aumenta em direção à extremidade inferior =
responsáveis pela maior parte da espessura da região inferior do tronco no
plano mediano
◊ Processos articulares
● Estendem-se verticalmente
◊ Faces articulares
● Orientadas sagitalmente no início (início abrupto com as articulações
T12-L1) e com orientação mais coronal à medida que a coluna desce
◊ Processos transversos
● Projetam-se um pouco póstero-superiormente e também lateralmente
◊ Processo acessório
● Na superfície posterior da base de cada processo transverso
● Pequeno
● Permite a fixação do músculo intertransversário medial do lombo
◊ Processos mamilares
● Na superfície posterior dos processos articulares superiores
● Permitem a fixação dos músculos multífido e intertransversário medial
(músculos do dorso)

5.1 L5
● Faces articulares com orientação distintamente coronal, como de S1
● A maior das móveis
● Sustenta o peso de toda a parte superior do corpo, que é transmitido
para a base do sacro
◊ Corpo vertebral
● Grande
● Bem mais profundo anteriormente
● Responsável pelo ângulo lombossacral entre o eixo longitudinal da região
lombar da coluna vertebral e o do sacro
◊ Processos transversos
● Grandes

6. Sacro
= sagrado, intocável, não-profano, osso grande (ilustre, importante,
poderoso, glorioso)
- vísceras oferecidas como iguaria especial nos sacrifícios
● Guardava os órgãos da reprodução
* mais largo na mulher
* corpo da vértebra S1 maior no homem
● Grande, triangular (rápida diminuição do tamanho das massas laterais das
vértebras sacrais durante o desenvolvimento), em forma de cunha, com 5
vértebras sacrais fundidas em adultos. Entre os ossos do quadril e forma o
teto e a parte póstero-superior da cavidade pélvica posterior. Seu volume
diminui na metade inferior (não sustenta peso).
● Oferece resistência e estabilidade à pelve, transmite o peso do corpo ao
cíngulo do membro inferior.
◊ Canal sacral
● Continuação do canal vertebral com feixes de raízes dos nervos espinais
◊ Forames sacrais anteriores e Forames sacrais posteriores
= 8 (4 pares)
● Nas faces pélvicas (maiores) e dorsal (menores).
● Deles saem os ramos posterior e anterior dos nervos espinais.
◊ Base do sacro
● Superfície superior da vértebra S1
● Processos articulares articulam-se com os da L5
◊ Forames intervertebrais
● Posteriores, proximais
◊ Face pélvica
● Anterior
● Lisa e côncava com 4 linhas transversas indicando onde houve fusão das
vértebras sacrais (antes unidas por cartilagem hialina e separadas por
discos)
◊ Promontório
= pico de montanha
● Anterior
● Margem projetada anteriormente do corpo da vértebra S1
● Ponto de referência obstetrício.
◊ Ápice do sacro
● Extremidade inferior afilada com face oval para articulação com o cóccix
◊ Crista sacral mediana
● Central, com processos espinhosos rudimentares fundidos das 3 ou 4
vértebras sacrais superiores (S5 não tem)
◊ Crista sacral intermédia
● Processos articulares fundidos
◊ Crista sacral lateral
● Extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas
◊ Face auricular
= semelhante a uma aurícula
● Superfície lateral
● Local da parte sinovial da articulação sacroilíaca
● Coberta por cartilagem hialina
◊ Asa do sacro
● Laterais
◊ Processo sacral anterior
◊ Tuberosidade sacral
● Lateral
◊ Face dorsal do sacro
● Rugosa, convexa, com 5 cristas longitudinais proeminentes.
◊ Hiato sacral
● em forma de U
● Resultado da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S5 e
algumas vezes de S4
● Leva ao canal sacral
● Com profundidade variável = depende da quantidade de processo
espinhoso e lâminas de S4
◊ Cornos sacrais
● Processos articulares inferiores da vértebra S5 projetam-se
inferiormente de cada lado do hiato sacral

7. Cóccix
= cuco; osso da cauda
● Pequeno osso triangular
● Fusão das 4 vértebras coccígeas rudimentares (pode haver uma a menos
ou a mais)
● Remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária (presente
nos embriões humanos no fim da 4ª semana até o início da 8ª).
● Não sustenta o peso do corpo de pé
● Pode sofrer alguma flexão anterior, indicando que está recebendo algum
peso, na posição sentada
● Permite a fixação de partes dos músculos glúteo máximo e
isquiococcígeos e do corpo anococcígeo (inserção fibrosa mediana dos
músculos pubococcígeos)
◊ Superfície pélvica
● Côncava e relativamente lisa
◊ Superfície dorsal
● Com processos articulares rudimentares
◊ Processos transversos
● Curtos
● Unidos ao sacro
◊ Cornos coccígeos
● Formados pelos processos articulares rudimentares
● Articulam-se com os cornos sacrais

7.1 Co1
● Pode ser separada
● Maior e mais larga
● Frequentemente se funde ao sacro com o avanço da idade

7.2 Co2-Co4
● Geralmente se fundem no meio da vida para formar um único osso:
semelhante a um bico

MENINGES

1. Características gerais
● Membranas conjuntivas que envolvem e protegem o SNC
● Três: dura-máter, aracnóide, pia-máter (de externo para interno)
● Frequentemente acometidas por processos patológicos, como infecções
(meningites) ou tumores (meningiomas)
* o acesso cirúrgico ao SNC exige contato com elas
◊ Leptomeninge
= meninge fina, quase opaca
● Aracnóide + pia-máter
* eram um só folheto durante o desenvolvimento embrionário
● Sem inervação dolorosa
Obs.: geralmente, só separa em doenças
● Sem espaço entre a leptomeninge e a paquimeninge no encéfalo
◊ Paquimeninge
= meninge espessa
● Dura-máter

2. Dura-máter encefálica
● Mais superficial: couro cabeludo  crânio  dura-máter
* sem espaço entre a dura-máter e a aracnóide (espaço subdural): artefato
(formaliza, diminui o volume, tecidos contraem = aparece espaço que não
existe)
● Espessa e resistente
● Tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas
● Formada por dois folhetos
◊ Folheto interno
● Continua com a dura-máter espinal
● Com terminações nervosas: acionadas por variação da concentração de
íons ou pela presença de sangue = dor
◊ Folheto externo
● Adere intimamente aos ossos do crânio (parte basilar do osso occipital,
temporais, esfenóide = da base e da abóbada) e comporta-se como periósteo
= função de nutrição, revestimento, proteção, crescimento em diâmetro
Obs.: o periósteo pode originar células de linhagem óssea
● Sem capacidade osteogênica = a consolidação de fraturas no crânio é
dificultada, regeneração de perdas ósseas na abóbada craniana impossível
* vantagem: a formação de um calo ósseo seria um grave fator de irritação
do tecido nervoso e aumentaria a PIC
● Muito vascularizado: principal artéria = artéria meníngea média, ramo da
artéria maxilar (ramo da artéria carótida externa)
● Ricamente inervado = sensibilidade craniana (dor, temperatura, tato –
principalmente de dor)

2.1 Pregas
= destaque do folheto interno do externo
● Dividem a cavidade craniana em compartimentos separados por septos
mais ou menos rígidos que se comunicam amplamente
● Grandes, de fácil visualização
◊ Foice do cérebro
● Septo vertical mediano em forma de foice
● Ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios
cerebrais (grosseiramente) = direito e esquerdo (parcialmente)
● Crista etmoidal (fossa anterior do crânio): onde se implanta
◊ Tenda do cerebelo / Tentório do cerebelo / Tenda cerebelar
● Projeta-se adiante como um septo transversal entre os lobos occipitais
(assentam-se sobre elas) e o cerebelo
● Separa a fossa posterior da fossa média do crânio (faz uma tenda para
ela), dividindo a cavidade craniana em (divisão importante ao se estudar a
patologia das afecções - tumores):
* compartimento superior ou supratentorial
* compartimento inferior ou infratentorial
 Incisura da tenda: borda anterior livre. Ajusta-se ao mesencéfalo. Pode
lesar o mesencéfalo e os nervos troclear e oculomotor, que nele se originam
◊ Foice do cerebelo
= cérebro pequeno
● Pequeno septo vertical mediano (“escondida”)
● Abaixo da tenda do cerebelo, entre os dois hemisférios cerebrais
◊ Diafragma da sela
● Pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela turca
(semelhante a uma sela de cavalo, em relação à forma), deixando apenas um
pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária (para a hipófise se
assentar)
● Protege e isola a hipófise, mas dificulta a cirurgia da mesma
2.2 Cavidades
= delimitadas pela separação dos dois folhetos
◊ Cavo trigeminal ou cavo de Meckel ou loja do gânglio trigeminal
● Contém o gânglio trigeminal
◊ Seios da dura-máter
● Cavidades revestidas de endotélio e com sangue venoso
● Dispõem-se principalmente ao longo da inserção das pregas da dura-
máter

2.3 Seios venosos


● Canais venosos revestidos de endotélio situados entre os dois folhetos,
que formam espaços ao se separarem = entre as lâminas interna e externa
contendo sangue venoso
* disposição principalmente ao longo da inserção das pregas
- em relação com a abóbada
- em relação com a base do crânio
● Os seios não têm musculatura lisa: sem responder ao sistema nervoso
simpático e ao parassimpático
● Secção triangular
● Paredes finas e rígidas: não colabam quando seccionadas
● Lacunas sanguíneas: expansões laterais irregulares
* cada lado do seio sagital superior
● Drenagem do sangue: veias do encéfalo e do bulbo ocular -> seios da dura-
máter -> veias jugulares internas
● Veias emissárias: estabelecem a conexão entre os seios e as veias da
superfície externa do crânio
* percorrem canalículos ou forames que lhes são próprios, nos ossos do
crânio
● Há impressões no crânio: sulcos dos seios
DA ABÓBADA CRANIANA
◊ Seio sagital superior
= grosseiramente inferior à sutura sagital
● Ímpar
● Mediano
● Maior
● Percorre a margem de inserção da foice do cérebro
● Termina próximo à protuberância occipital interna: na confluência dos
seios
● Recebe a drenagem venosa superficial e líquor
● Com granulações aracnóideas (penetram nele)
◊ Confluência dos seios
● Sagital superior + reto + occipital + início dos seios transversos esquerdo
e direito
◊ Seio sagital inferior
● Na margem livre da foice do cérebro
● Termina no seio reto
◊ Seio reto
● Ao longo da linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo
● Recebe em sua extremidade anterior o seio sagital inferior e a veia
cerebral magna, terminando na confluência dos seios
● Não deixa impressões no crânio
◊ Seio transverso
● Par
● De cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital,
desde a confluência dos seios até a parte petrosa do osso temporal – seio
sigmóide
◊ Seio sigmóide
● Em forma de S
● Continuação do seio transverso até o forame jugular = continua
diretamente com a veia jugular interna
● Drena a quase totalidade do sangue venoso da cavidade craniana
◊ Seio occipital
● Pequeno e irregular
● Ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo
DA BASE DO CRÂNIO
◊ Seio cavernoso
● Um dos mais importantes
● Cavidade bastante grande e irregular
● De cada lado do corpo do esfenóide e da sela turca (margeia-a)
● Recebe o sangue das veias oftálmica superior e central da retina e de
algumas veias do cérebro  drena através dos seios petroso superior e
petroso inferior
● Comunica-se com o seio cavernoso no lado oposto pelo seio
intercavernoso.
● Atravessado pela artéria carótida interna, pelo nervo abducente, pelos
nervos troclear (NC IV), oculomotor (NC III) e pelo ramo oftálmico do
nervo trigêmeo: separados do sangue por um revestimento endotelial
* Aneurismas da carótida interna: comprimem o nervo abducente e os
demais = distúrbios típicos dos movimentos do bulbo ocular
* perfuração da carótida interna: fístula carótido-cavernosa = curto-
circuito artério-venoso = dilatação e aumento da pressão
- inversão da circulação nas veias que nele desembocam
Ex: veias oftálmicas = grande protrusão do bulbo ocular = pulsa
simultaneamente com a carótida (exoftálmico pulsátil)
* infecções superficiais da face podem se propagar nele = intracranianas
- motivo: comunicações entre as veias oftálmicas, tributárias do seio
cavernoso, e a veia jugular, que drena a região nasal
◊ Seios intercavernosos
● Unem os dois seios cavernosos
● Envolvem a hipófise
◊ Seio esfenoparietal
● Percorre a face interior da pequena asa do esfenóide
● Desemboca no seio cavernoso
◊ Seio petroso superior
● De cada lado, ao longo da inserção da tenda do cerebelo, na porção
petrosa do osso temporal
● Drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmóide
● Termina próximo à continuação do seio sigmóide com a veia jugular
interna
◊ Seio petroso inferior
● Percorre o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame
jugular
● Termina lançando-se na veia jugular interna
◊ Plexo basilar
● Ímpar
● Na porção basilar do osso occipital
● Comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso
● Liga-se ao plexo do forame occipital e através deste ao plexo venoso
vertebral interno

2.4 Inervação da dura-máter


● Terminações nervosas livres se prestam a detectar estímulos, que são
interpretados como dor, principalmente
- se for lesada = dói
- se variar a concentração de íons ao seu redor, dependendo do estado,
também dói
* Funciona como um sensor de dor que protege o SNC
Obs.: o cérebro não possui inervação dolorosa para ele
Obs2.: cefaléia = dor de cabeça (síndrome = conjunto de achados que leva a
vários diagnósticos)
◊ Explicação evolutiva
● Por ser a camada mais externa, já no interior do crânio, das membranas
de proteção = se alguma coisa encostar ou ficar diferente em relação à
concentração iônica ao seu redor, ela mandará a informação para o SNC
(“algo está errado”)
* não sente dor no corpo inteiro: cada órgão tem uma função e um tipo, uma
percepção
◊ Ramo oftálmico ou divisão oftálmica do nervo trigêmeo
● Nervo trigêmeo = V par de nervos cranianos (há XII pares)
* possui 3 divisões
- divisão oftálmica = fissura orbital inferior
- maxilar = forame redondo
- mandibular = forame oval
* funções: responsável pela sensibilidade da pele da face (conduz a
informação táctil – dor de dente, mão na face, morder a língua)
● Inerva a foice, a tenda, a dura-máter da fossa anterior, a dura-máter
que recobre a abóbada craniana
● Nevralgias trigemiais: dores intensas (mesmo que pequena região ou
pedaço do nervo trigêmeo esteja acometido)
◊ Ramo mandibular e ramo maxilar do nervo trigêmeo
● Inerva a dura-máter que recobre a fossa média
◊ Plexo cervical
Obs.: ramo vago tem ramos meníngeos = também pode inervar
● Inerva a meninge que recobre a fossa posterior

2.5 Vascularização da dura-máter


◊ Artéria meníngea média
● Principal suprimento arterial
* há ramos que inervam outras meninges
● Passa pelo forame espinhoso
● É ramo da artéria maxilar, que, por sua vez, é ramo da artéria carótida
externa
● Deixa sulcos – impressões – na abóbada craniana
● Muitas vezes transita entre a dura-máter e o crânio ou entre os dois
folhetos da dura-máter
● Se for rompida, lesada (ou seus ramos) = hemorragia entre o crânio e a
dura-máter, que cria espaço = espaço epidural / extradural: hemorragia
epidural
◊ Veias cerebrais superficiais
● Drenam o sangue para o seio sagital superior
* ele também recebe drenagem venosa superficial de outros seios
● Entra na dura-máter e transita
* é mais presa, fixa no ponto de entrada = na dura-máter
● Se o cérebro se movimentar (movimenta-se pouco, pois está imerso em
líquido) = rompimento = sangue extravasa (sai do vaso e vai para fora),
criando espaço entre a dura-máter e a aracnóide = espaço subdural =
hemorragia subdural (venosa)
* na maioria das vezes, é causado por traumas e doenças
◊ Artérias
● Qualquer uma que for para o encéfalo passará pelo espaço
subaracnóideo / leptomeníngeo
● Aneurisma: dilatações anormais de artérias no ponto em que estão
transitando no espaço subaracnóideo
* Problema: se arrebentar, romper, e extravasar sangue no espaço
subaracnóideo, o líquor, que não tem sangue, passará a ter = Hemorragia
subaracnóidea (não cria espaço diferente, pois já há) = HSAE
Obs.: por isso que as hemorragias na base são mais frequentes
- entupimento das granulações aracnóideas pelo sangue = comprometimento
da drenagem do líquor (espaço subaracnóideo  circulação venosa) = maior
pressão intracraniana = hidrocefalia
Obs2.: nas primeiras 24 h = morte. Pode romper na cirurgia – técnica de
cateterismo (clipar – causa a necrose – ou colocar “mola” – reta, mas espirala
quando solta) -, se for descoberto antes da manifestação (em um paciente
assintomático) = seqüelas.
- ao romper, causa o AVE hemorrágico
* Genético: pode ter mais de um. Só é descoberta com a manifestação.

3. Aracnóide-máter encefálica
● Delicada
● Justaposta à dura-máter, da qual se separa pelo espaço subdural na
medula, contendo pequena quantidade de líquido = lubrificação das
superfícies de contato entre as 2 membranas
● Espaço subaracnóideo: separa-a da pia-máter
* contém líquido cérebro-espinal ou líquor ou líquido céfalo-raquidiano
* ampla comunicação entre o do encéfalo e o da medula
● Trabéculas aracnóides: atravessam o espaço subaracnóideo para se ligar
à pia-máter. Lembram teias de aranha.

3.1 Cisternas subaracnóideas


● Justapõem-se à dura-máter: acompanham apenas grosseiramente a
superfície do encéfalo
● Profundidade do espaço subaracnóideo: variável
* pequena no cume dos giros
* grande nas áreas onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana
● Cisternas subaracnóideas: dilatações do espaço subaracnóideo nas áreas
acima, onde o volume é maior. Com grande quantidade de líquor.
◊ Cisterna cerebelo-bulbar ou cisterna magna
● Entre a face inferior do cerebelo e a face dorsal do bulbo
● Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula
● Liga-se ao IV ventrículo através de sua abertura mediana
● Maior e mais importante
* no interior do crânio
● Nela ocorrem punções suboccipitais: agulha introduzida entre o osso
occipital e a 1ª vértebra cervical
* mas não é uma boa localização anatômica = pode cutucar o cerebelo ou o
bulbo
◊ Cisterna pontina
● Ventralmente à ponte
◊ Cisterna interpeduncular
● Na fossa interpeduncular
◊ Cisterna quiasmática
● Adiante do quiasma óptico
◊ Cisterna superior ou cisterna da veia cerebral magna
● Dorsalmente ao teto do mesencéfalo, entre o cerebelo e o esplênio do
corpo caloso
● Cisterna ambiens
◊ Cisterna da fossa lateral do cérebro
● Depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério
◊ Cisterna lombar
● Grande, a maior, mas não é do crânio
● Na cauda eqüina (inferior aos outros componentes): quando a medula
espinal não existe mais = inferior a L1 e L2 = a partir de L3
● Nela ocorrem punções (para estudo do líquor, com agulhas calibrosas) e
injeção de substâncias através de agulhas
* anestésico (anestesia raquiana - local): difunde-se para o líquor = vai para
o cérebro
- se o líquido for mais denso que o líquor = não difunde
- paciente discretamente inclinado para manter topografia inferior
Obs.: se inclinar ao contrário, o bloqueio ascenderá = entuba = anestesia
local torna-se geral (induzida dos pontos de vista inalatório e intravenoso) =
PCR

3.2 Granulações aracnóideas


● Pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter
* mais abundantes no seio sagital superior ou adjacências
● Levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo = divertículos:
líquor separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada
camada da aracnóide
* adaptação à absorção de líquor, que cai no sangue
● Empurram a dura-máter, que empurra o crânio = regiões de depressão na
região interna da abóbada craniana = fovéolas granulares
◊ Corpos de Pacchioni
● Granulações aracnóideas grandes nos adultos e velhos (quanto mais
jovem, mais discretas)
* podem calcificar

4. Pia-máter encefálica
● Mais interna, praticamente microscópica
● Adere intimamente à superfície do encéfalo e da medula, acompanhando
seus relevos e depressões, descendo até o fundo dos sulcos cerebrais
* em peças não fixadas, pequenas incisões nessa meninge podem originar
hérnias de substâncias nervosas
● Dá resistência aos órgãos nervosos
* a consistência do tecido nervoso é mole
◊ Membrana pio-glial
● Porção mais profunda
● Recebe numerosos prolongamentos dos astrócitos
◊ Espaços perivasculares
● A pia-máter forma a parede externa desses espaços ao acompanhar
vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo
● Com prolongamentos do espaço subaracnóideo = com líquor: manto
protetor em torno dos vasos = amortece o efeito da pulsação das artérias
sobre o tecido circunvizinho
● Acompanham os vasos mais calibrosos até certa distância e terminam por
fusão da pia-máter com a adventícia do vaso
* pequenas arteríolas envolvidas até o nível capilar por pés-vasculares dos
astrócitos do tecido nervoso
◊ Espaços pericapilares e espaços perineurais
● Não existem = artefatos devido à retração dos tecidos durante a
preparação para o estudo ao MO
* pericapilares = acompanhamento dos espaços perivasculares dos vasos aos
capilares. Em comunicação com os perineurais.
* ambos contêm líquor = intermédio entre todas as trocas metabólicas
entre o sangue e os neurônios
5. As meninges na medula espinal
◊ Dura-máter
● Há apenas um folheto, que é continuação do folheto interno da dura-
máter craniana
* ponto onde se continua = forame magno
● Há espaço extradural / epidural: entre a vértebra (corpo e arco) e a
dura-máter
● Termina por volta de S2 e S4 = saco dural
* Um prolongamento / filamento vai até o cóccix = filamento terminal
externo
● Movimentação do pescoço ou dos membros do quadril = movimentação da
dura-máter
◊ Aracnóide
● Há espaço entre a dura-máter e a aracnóide: espaço subdural
● Há espaço entre a aracnóide e a pia-máter: espaço subaracnóideo
◊ Pia-máter

CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA

1. Introdução
= segue gradiente de pressão
◊ Líquor ou líquido cérebro-espinal
● Fluido aquoso e incolor (cor de “água de rocha”) que ocupa o espaço
subaracnóideo e as cavidades ventriculares: proveniente do sangue
(alterações na concentração do plasma)
● Funções
* proteção mecânica do SNC: forma um coxim líquido entre o SNC e o
estojo ósseo = qualquer pressão ou choque é amortecido, distribuindo-se
igualmente a todos os pontos (Princípio de Pascal)
- absorve energia de outras regiões
* torna a anatomia do encéfalo possível (1500g com aparência de 150g)
- mais leve (Princípio de Arquimedes) = menor risco de traumatismos do
encéfalo resultantes do contato com os ossos do crânio (acidentes
pontiagudos)

2. Características citológicas e físico-químicas do líquor


◊ Punções lombares, suboccipitais ou ventriculares
● Permitem a medição da pressão do líquor ou a colhida de certa quantidade
para estudo = informações sobre a fisiopatologia do SNC e seus envoltórios,
permitindo o diagnóstico de afecções, como meningites
◊ Propriedades físico-químicas
= Variam conforme o local de obtenção da amostra, com a idade e de acordo
com o sexo. No adulto, na região lombar em decúbito lateral:
● Límpido e incolor
● 0 a 4 leucócitos por mm³
● Pressão de 5 a 20 cm de água
● Com mais cloretos que o sangue
● Com menor número de proteínas que no plasma = menor viscosidade
● Volume total em uma mesma unidade de tempo = 100 a 150 cm³
* em 24 h = 3 vezes = 450 cm³
● Renova-se completamente a cada 8 h: produção contínua
* importância: para não deixar acumular e causar hidrocefalia
● Composição determinada por mecanismos de transporte específicos
● Sem plaquetas
● Com menor concentração de glicose

3. Formação, absorção e circulação do líquor


◊ Produção
= contínua, em todos os ventrículos
● Plexos corióides (estruturas neuroepiteliais) = 70%
* nos ventrículos laterais (corno inferior e parte central) e no teto do III
(inferior aos ventrículos laterais) e IV ventrículos (inferior ao III
ventrículo)
- ventrículos laterais = maior contingente, grandes, pois drenam mais líquor.
Há direito e esquerdo
● Epêndima (protege a cavidade preenchida por líquido que contém o plexo
corióide; tem célula ependimária em vez de célula da Glia; é um epitélio
neural ou neuroepitélio) das paredes ventriculares e dos vasos da
leptomeninge = 30%
● Envolve transporte ativo de Na+ e Cl- e certa quantidade de água (para
manter o equilíbrio osmótico)
◊ Circulação
* via = local percorrido por determinada informação
● Ventrículos laterais  Forames interventriculares  III ventrículo 
aqueduto cerebral  IV ventrículo  aberturas medianas e laterais do IV
ventrículo  espaço subaracnóideo / leptomeníngeo  granulação
aracnóidea  seios venosos da dura-máter  veia jugular interna
* forames interventriculares: comunicam os ventrículos laterais ao III
ventrículo
* aqueduto cerebral / mesencefálico (no mesencéfalo): comunicação entre o
III e o IV ventrículo = ponto mais estreito que o líquor tem que atravessar;
onde mais acontece obstrução, gerando uma hidrocefalia - de câmaras
laterais e III (dilatam) -, mas os ventrículos não param de produzir, apenas
a drenagem que deixa de ser possível, causando acúmulo
- Ex de causa: neurocisticerco fica exatamente perto dos ventrículos,
obstruindo o aqueduto cerebral = hidrocefalia causada adquirida
* aberturas medianas e laterais: comunicação do IV com o espaço
subaracnóideo
* granulação aracnóidea: quando a pressão é maior que 5 mmHg, ela exala, o
que permite a drenagem
● Possível trajeto nos seios venosos da dura-máter:
Seio sagital superior  seio reto  confluência dos seios  seio
transverso  seio sigmóide  veia jugular interna  circulação venosa
● No espaço subaracnóideo do encéfalo: de baixo para cima
* atravessa o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo
● No espaço subaracnóideo da medula: desce em direção caudal
● Lenta
● Fatores que a determinam:
* produção em uma extremidade e absorção em outra
* pulsação das artérias intracranianas
- sístole = maior pressão = empurra através das granulações aracnóideas
◊ Reabsorção
● No sangue
● No encéfalo: pelas granulações aracnóideas que se projetam no interior
dos seios da dura-máter (predominam no seio sagital superior)
● Na medula (de uma parte): nas pequenas granulações aracnóideas
existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes
dos nervos espinais
● Com derivações: DVP (ventrículo-peritonial), DVV (ventrículo-venosa)

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS SOBRE O LÍQUOR E AS MENINGES

1. Hidrocefalia
◊ Causas
● Durante a vida fetal: anomalias congênitas do sistema ventricular
* parto dificultado: ossos do crânio ainda não estão formados = dilatação
da cabeça
◊ O que é
● Aumento da quantidade e da pressão do líquor / PIC (pressão
intracraniana): dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de
encontro ao estojo ósseo
◊ Tratamento
● Procedimentos cirúrgicos
● Cateter: drenagem do líquor = liga os ventrículos cerebrais à veia jugular
interna, ao átrio direito ou à cavidade peritoneal

1.1 Hidrocefalia comunicante


◊ Causa
● Aumento na produção ou deficiência na absorção (drenagem) do líquor,
que se acumula
● Processos patológicos dos plexos corióides ou dos seios da dura-máter e
granulações aracnóideas (tudo se comunica = colore tudo; só falta um ponto
para atravessar = granulação aracnóidea para seio sagital superior =
entupiu)
* meningite fúngica: acometeu a dura-máter, mas principais problemas
foram ocasionados porque as granulações aracnóideas não conseguiram
drenar o líquor
- trata o fungo
* neurocisticercos
◊ O que é
● Permite a comunicação entre os ventrículos e deles com o espaço
subaracnóide
● Ventrículos laterais dilatados, mais arqueados, semelhantes à letra C
* substância no sangue -> plexo corióide e epêndima -> líquor = colore o
exame de branco
◊ Tratamento
● Métodos farmacológicos
● Retirar componentes plasmáticos, diminuindo o aporte de plasma dos
plexos corióides = desidrata o paciente

1.2 Hidrocefalia não-comunicante


● Mais freqüente
◊ Causa
● Obstrução no trajeto do líquor
* no forame interventricular = dilatação do ventrículo lateral
* no aqueduto cerebral = dilatação do III ventrículo e dos ventrículos
laterais
* nas aberturas medianas e laterais do IV ventrículo = dilatação de todo o
sistema ventricular
* na incisura da tenda = impede a passagem do líquor do compartimento
infratentorial para o supratentorial; dilatação de todo o sistema ventricular
◊ O que é
● Impede que um ou mais ventrículos se comunique entre eles ou com o
espaço subaracnóideo

2. Hipertensão craniana
◊ Causas
● A cavidade crânio-vertebral e seu revestimento de dura-máter é
completamente fechada = sem expansão do conteúdo
● Aumento de volume de qualquer componente da cavidade craniana =
reflete-se sobre os demais
● Tumores, hematomas e processos expansivos intracranianos: compressão
de todas as estruturas da cavidade craniovertebral
◊ O que é
● Aumento da pressão intracraniana
● Sintoma: dor de cabeça
◊ Conseqüência
● Pode formar hérnia de tecido nervoso
● Estase sanguínea: compressão das veias jugulares internas que drenam o
sangue do encéfalo no pescoço = maior quantidade de sangue nos vasos
cerebrais = maiores pressões intracraniana e liquórica
◊ Diagnósticos
● Punção lombar: verifica se há obstrução no espaço subaracnóideo da
medula = impede o aumento da pressão liquórica abaixo do nível da
obstrução
● Exame de fundo de olho: ingurgitamento das veias da retina com edema
da papila óptica = obliteração da veia central da retina = compressão do
nervo óptico (é envolvido por um prolongamento do espaço subaracnóideo)

3. Hérnias intracranianas
◊ Causas
● Processos expansivos: tumores, hematomas
● Aumento da pressão dentro do compartimento craniano
◊ O que são
● Protrusão do tecido nervoso para o compartimento vizinho: saída de uma
estrutura de sua topografia habitual, sem ser de dentro de um vaso (seria
embolia)
● Sintomatologia: grave

3.1 Hérnia do giro do cíngulo


◊ Causa
● Tumor em um dos hemisférios cerebrais
◊ O que é
● Inserção na borda da foice do cérebro
● Protrusão do corpo para o lado oposto

3.2 Hérnia do Úncus


◊ Causas
● Processo expansivo cerebral
◊ O que é
● Aumento da pressão no compartimento supratentorial = empurra o úncus
= protrusão através da incisura da tenda
● Sintomatologia: rápida perda da consciência; coma profundo por lesão das
estruturas mesencenfálicas (ativam o córtex cerebral)

3.3 Hérnias das Tonsilas


◊ Causas
● Processo expansivo na fossa posterior: tumor em um dos hemisférios
cerebelares
● Punção lombar em pacientes com hipertensão craniana = súbita diminuição
da pressão liquórica no espaço subaracnóideo espinal
◊ O que é
● “Empurrão” nas tonsilas do cerebelo através do forame magno
◊ Conseqüências
● Compressão do bulbo = morte por lesão dos centros respiratórios e
vasomotor

4. Hematomas e hemorragias
Obs.: sem hematomas no caso de hemorragias no espaço subaracnóideo = o
sangue se espalha no líquor (visualizado em punção lombar)
◊ Causas
● Complicações dos traumatismos cranianos
◊ O que são
● Acúmulos de sangue nas meninges

4.1 Extradurais / epidurais


Obs.: fratura de ptério = tumor de sangue = comprime o mesencéfalo (perde
a consciência), comprime a estrutura colateral
◊ Mecanismo de trauma
● Etiologia arterial: lesões das artérias meníngeas médias
* envolve fratura
● TCE
Ex: paulada na cabeça
◊ O que são
● Acúmulo de sangue entre a dura-máter e os ossos do crânio = imagem
branca
* o volume de sangue não é grande = sem bolsa
● Aspecto lenticular (de lente biconvexa) entre o crânio e a dura-máter =
folheto se desloca + concavidade do crânio
● Característica marcante: intervalo lúcido = desmaia, devagar = lesão
craniana expansiva (perde as noções aos poucos)
● Desvio da linha média
● Diminuição do volume dos ventrículos
◊ Complicações
● Não resulta em dor de cabeça
● Crescimento do hematoma = separação da dura-máter do osso = tecido
nervoso empurrado para o lado oposto = morte
* se o sangue não for drenado
● Aumento da PIC (pressão intracraniana): forma uma cavidade
praticamente inexpansível = estruturas deixam e vão para outro local
● Vômito em jato = comprime a dura-máter
● Sangra devagar, fica sonolento e morre
* evento terminal: bulbo e medula espinal passam pelo forame magno = PCR
● Hérnia do Úncus (onde o mesencéfalo se articula com o córtex
encefálico) = inconsciente
● Compressão do bulbo = PCR
◊ Tratamento
● Estancar
● Cirurgia: comumente
* não precisa abrir a dura-máter = continua íntegra = menor chance de
infecção

4.2 Subdurais
◊ Mecanismo do trauma
● Ruptura de uma veia cerebral no ponto em que ela entra no seio sagital
superior
● Colisão automobilística
● Pode ser relacionado a fratura ou não
◊ O que são
● Sangramentos no espaço subdural (é criado)
● Crescimento lento
● Sintomatologia: tardiamente
● Aspecto côncavo-convexo: onde encosta no crânio – ao acompanhar =
formato de meia lua
◊ Complicações
● Aceleração e desaceleração: órgãos se deslocam
* encéfalo pode se chocar contra relevos da base (não ocorre normalmente
porque seu movimento é lento)

4.5 Subaracnóideas
= mais graves
◊ Mecanismo do trauma
● HSAE: ruptura de aneurisma = espontânea (sem impacto)
* em artérias com angulação reta, como a A. comunicante anterior
● HSAT: traumas (pequenos ou extremamente graves)
◊ O que são
● Difusão de sangue para o espaço subaracnóideo, que contém líquor
◊ Complicações
● Os vasos não funcionam com sangue em torno e com variação de
diâmetro: faz com que regiões sejam supridas
● Hidrocefalia comunicante: entupimento das granulações aracnóideas
* líquor prossegue seu trajeto ao ser produzido nos ventrículos, mas não
prossegue no espaço subaracnóideo
Obs.: não é hidrocefalia não-comunicante porque não há alterações nos
ventrículos

5. Meningite
Obs.: movimentação da coluna = movimentação da dura-máter (das
meninges) = hemorragia, trauma e meningite
◊ O que é
● Inflamação das meninges que resulta em dor ao movimentar as áreas
inflamadas
● O acometimento é leptomeníngeo: sem terminações nervosas da dor. As
terminações da dura-máter que sentem.
* furar a dura-máter, machucá-la, colocar substância irritante ou retirar
líquor, diminuir a pressão = irrita as terminações nervosas. Ao mexer, dói
mais.
◊ Sintomatologia
● O corpo enrijece, contrai os músculos de maneira rigorosa para proteger
o local.
* como há dura-máter nas vértebras cervicais, ao tracioná-las, dói = rigidez
cervical ou nucal
● Cefaléia intensa
● Sinais de meningismo ao movimentar
* sinais de Kerning: movimentação do quadril (dobra o membro inferior) =
joelho fletido e estendido = dor
* sinais de Brudzinsk: dobra o pescoço e flete o quadril = dor

VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

1. Importância da vascularização do SNC


● As células do SNC exigem suprimento permanente e elevado de glicose e
oxigênio: a atividade encefálica depende de processos de oxidação de
carboidratos = requer fluxo sanguíneo intenso
● Tolerância curta às quedas ou suspensão
* mais de 7 segundos = perda da consciência
* após 5 minutos = lesões irreversíveis (neurônios não regeneram)
Ex: PCR por anestesia geral
● Áreas diferentes do SNC são lesadas em tempos diferentes:
filogeneticamente mais recente = maiores alterações
* neo > paleo > arquicórtex
* sistema nervoso supra-segmentar > segmentar
* em último lugar = centro respiratório do bulbo
● Processos patológicos: interrompem a circulação de determinadas áreas
encefálicas = necrose, amolecimento do tecido nervoso, alterações motoras,
sensoriais ou psíquicas características da área ou artéria lesada
● No SNC há circulação liquórica, não linfática

Vascularização do encéfalo
1. Fluxo sanguíneo cerebral
● Diretamente proporcional à pressão arterial e inversamente proporcional
à resistência cerebrovascular, que depende de vários fatores
● Varia com o estado funcional da área: maior nas mais ricas em sinapse,
com maior atividade metabólica = atividade celular liberar CO2 = maior
calibre vascular
* substância cinzenta > branca
* diferenças tendem a diminuir durante o sono no córtex cerebral
◊ Pressão intracraniana
● Aumento eleva a resistência cerebrovascular
◊ Condição da parede vascular
● Alterada com processos patológicos
Ex: arteriosclerose = maior resistência cerebrovascular
◊ Viscosidade do sangue
◊ Calibre dos vasos cerebrais
● Regulado por fatores humorais (CO2 = ação vasodilatadora) e nervosos
(fibras do SNA, que se distribuem na parede das arteríolas cerebrais)
Vascularização arterial do encéfalo
1. Peculiaridades
● Sem hilo para a penetração dos vasos: penetram através de vários pontos
da superfície
● Polígono arterial encefálico: na base do crânio. Formado pelas artérias
carótidas internas e vertebrais
● Artérias com paredes muito finas: propensas a hemorragias = 3 túnicas
* túnica média = com menos fibras musculares
* túnica elástica interna = mais espessa e tortuosa
◊ Dispositivos anatômicos que protegem o tecido nervoso e amortecem o
choque da onda sistólica responsável pela pulsação das artérias:
* as artérias não empurram as estruturas ao redor = sem espaços = área
com neurônios. A onda de pressão é prejudicial.
- encefálico = 90%
- demais = 10%
* o espaço é pequeno e a variação do diâmetro é mais fácil porque há
mecanismos de amortecimento
● Túnica elástica interna
* artéria elástica = retrai ao receber sangue e volta ao formato original, o
que ajuda a bombear sangue
- hemorragias: mais comuns em hipertensos. Acontecem por serem artérias
frágeis.
● Espaços perivasculares contendo líquor (comprime a parede e é
comprimido = resistência por compressão)
● Tortuosidade das artérias carótidas internas e das artérias vertebrais
ao penetrar no crânio, das artérias que saem do polígono arterial encefálico
● Seios venosos da dura-máter
● Espaço entre os capilares / vasos piais
Obs.: artérias piais = regulam o fluxo sanguíneo
◊ Há uma quase independência entre as circulações arteriais intracraniana
e extracraniana
● Obstrução no território da artéria carótida interna
* Anastomoses não são capazes de manter uma circulação colateral útil
* Anastomose entre a artéria angular (ramo da carótida externa) e a
artéria nasal – ramo da artéria oftálmica (ramo da carótida interna) -: pode
manter a circulação da órbita e de parte das vias ópticas
◊ Aterosclerose
● Lesar o vaso = coagulação sanguínea = AVE

3. Sistema Carotídeo Interno


● KAROTIKÓS: grego = sono
◊ Artérias carótidas comuns (2)
● Dividem-se em 2, com origens diferentes
* direita = ramo braquioencefálico
* esquerda = arco aóptico
Obs.: no ventrículo esquerdo do coração, o primeiro ramo origina as
artérias coronárias. Após este, há o braquioencefálico (tronco = artéria
subclávia direita e carótida direita), o carotídeo esquerdo (cabeça) e o
subclávio esquerdo (membros superiores e Artéria vertebral)
◊ Cada artéria carótida comum (esquerda e direita)
● Ponto de bifurcação: 3-4 cm abaixo da mandíbula, na incisura laríngea
* Artéria carótida interna
* Artéria carótida externa
◊ Músculo esternocleidomastódeo
● Protege a artéria carótida comum e a carótida interna
* também movimenta o pescoço
Obs.: comprimir as 2 = fluxo interrompido = perda da consciência

3.1 Artéria Carótida Interna


◊ Origem
● No principal vaso que leva sangue ao encéfalo = artéria carótida comum
* o encéfalo às vezes dá ordens para as demais estruturas, como o cérebro
(órgão essencial à vida social e controle), ficarem sem sangue, pois o corpo
humano não tem sangue para que todos os tecidos recebam a quantidade
máxima ao mesmo tempo = trabalham com suprimento menor
- regionalização de fluxo (sangue arterial): pensamentos diferentes = áreas
ativadas de maneiras diferentes = quanto mais sangue disponível, maior a
quantidade de sangue recebida = vasos mudam de diâmetro
Obs.: a caixa craniana é inexpansível = mesmo se todos os tecidos
receberem a quantidade máxima, não caberá nela
Obs2.: uma hemorragia subaracnóidea gera problemas de fluxo
◊ Seio carotídeo
● ponto de origem dilatado. Em forma de C.
● Com barorreceptores: receptores de pressão
◊ Corpo carotídeo
● quimiorreceptor = detecta variações da concentração de oxigênio
◊ Trajeto ascendente
= canal carótico -> sifão carotídeo -> artéria no interior do seio cavernoso
-> sai dele com tortuosidade dos ramos -> espaço subaracnóideo
● Penetra na cavidade craniana pelo canal carótico do osso temporal
* sulco carótico = margeia o esfenóide
● Atravessa o seio cavernoso (empurra o sangue e ele próprio amortece)
* sifão carotídeo = plano vertical com dupla curva, em S, no seio cavernoso
= tortuosidade
● Perfura a dura-máter e a aracnóide: vai para o espaço subaracnóideo =
drena o líquor

3.2 Ramos da artéria carótida interna


◊ Ramos colaterais
● Artéria oftálmica (1º)
* emerge quando atravessa a dura-máter, abaixo do processo clinóide
anterior.
* irriga e nutre o bulbo ocular e formações anexas
● Artéria comunicante posterior
* anastomosa-se com a Artéria Cerebral Posterior (ramo da Artéria
basilar) e a Artéria carótida interna = entre sistemas vértebro-basilar e
corióideo
* forma o Polígono Arterial Encefálico
● Artéria corióidea anterior
* para atrás, ao longo do trato óptico
* penetra no corno inferior do ventrículo lateral
* irriga os plexos corióides, parte da cápsula interna e núcleos da base
- plexos corióides = corno anterior do ventrículo lateral e corno posterior
- cápsula interna = onde os axônios do córtex passam, com acúmulo de
fibras nervosas cortico-petais (chegam) e cortico-fugal (saem); conjunto de
conexão do que é córtex com o que não é, com outras estrutura
- núcleos da base = conjunto de corpos celulares do SNC
Obs.: se obstruir = perde um hemisfério = corta a comunicação
◊ No início do sulco lateral, divide-se em 2 ramos terminais
● Artéria cerebral anterior
● Artéria cerebral média

3.3 Anastomose oftálmico-angular


● Artéria facial  Artéria angular  Artéria oftálmica
● Entre o mesmo sistema: artérias carótidas = interna + externa
● Abastece o olho mesmo com a artéria carótida interna ocluída: só supre o
bulbo ocular
◊ Artéria carótida externa
● 2 ramos:
* Artéria maxilar
* Artéria facial
◊ Artéria maxilar
● ao passar no ângulo medial do olho, passa a se chamar artéria angular
4. Sistema vértebro-basilar
4.1 Artérias vertebrais direita e esquerda
● Destacam-se das Artérias subclávias direita e esquerda
correspondentes: origem no mesmo local = vaso subclávio
● Ascendem no pescoço dentro dos 6 forames transversos das vértebras
cervicais
● Perfuram a membrana atlanto-occipital (entre o atlas e o osso occipital),
a dura-máter e a aracnóide
● Penetra no crânio pelo forame magno ou pelo canal carótico (padrão de
distribuição normal)
● Percorre a face ventral do bulbo
◊ Artérias espinhais posteriores (2)
◊ Artéria espinhal anterior (1)
● Juntamente com as artérias espinhais posteriores, irrigam a parte
superior da medula e são originadas antes de ocorrer a formação da artéria
basilar
◊ Artérias cerebelares inferiores posteriores
● irrigam a porção inferior e posterior do cerebelo e a área lateral do
bulbo
* no crânio e formada nele
● Na origem

4.2 Artéria basilar


● Tronco único resultante da fusão das artérias vertebrais ao nível do
sulco bulbo-pontino = na base do crânio, mais especificamente na parte
basilar do osso occipital, na transição da ponte para o bulbo
Obs.: responsável pelo rubor = dilatação
● Percorre o sulco basilar da ponte
● Termina anteriormente, bifurcando-se
◊ Artérias cerebrais posteriores direita e esquerda
● Término
● Unida à artéria carótida interna pela artéria comunicante posterior
◊ Artéria cerebelar superior
● Atrás das artérias cerebrais posteriores.
● Distribui-se ao mesencéfalo e parte superior do cerebelo
◊ Artéria cerebelar inferior anterior
● Distribui-se à parte anterior da face inferior do cerebelo
● Fusão da artéria cerebelar inferior posterior com a artéria basilar
◊ Artéria do labirinto
● Vasculariza o ouvido interno.
● Penetra no meato acústico interno juntamente com os nervos facial e
vestibulococlear.
◊ Artérias pontinas
● Finas
● Nutrem a ponte
● Partem da artéria basilar

4.3 Anastomose
● Entre a artéria carótida interna e o sistema vértebro-basilar

5. O Polígono Arterial Encefálico


● Circunda o quiasma óptico e o túber cinéreo
● Relaciona-se com a fossa interpeduncular e a substância perfurada
anterior
● Praticamente não há troca de sangue entre as metades direita e
esquerda
● Em caso de obstrução de 1 ou mais das 4 artérias que irrigam o cérebro,
pode permitir a manutenção de um fluxo sanguíneo favorável se for crônico.
Se for abrupto, não consegue, formando a Placa de Ateroma ou êmbolo.
* obstrução = queda de pressão = sangue flui
Obs.: é sede de muitas variações
● Circulação colateral adequada depende
* da rapidez com que se instala o processo obstrutivo
* do estado da parede arterial = depende da idade
● Artérias: cerebral posterior, comunicante posterior, carótida interna,
cerebral média, comunicante anterior, cerebral anterior
◊ Substância perfurada anterior e posterior
= orifícios de penetração dos ramos centrais das artérias cerebrais que
permanecem quando a pia-máter é retirada
● Artérias estriadas: ramos centrais da artéria cerebral média na
substância perfurada anterior. Vasculariza a maior parte do corpo estriado
e da cápsula interna (por onde passam quase todas as fibras de projeção do
córtex).
* lesões = graves: artéria mais sujeita a hemorragias
◊ Aneurismas
● No espaço subaracnóide = gera hemorragia subaracnóidea
● Com artérias dele
● Mais comuns na parte anterior: 1/3 na artéria comunicante anterior

5.1 Anastomose arterial de forma trigonal situada na base do cérebro


● Comunicação entre ramos de vasos
◊ Artérias cerebrais
= Possuem ramos corticais (vascularização do córtex e substância branca
subjacente) e ramos centrais (emergem da porção proximal das artérias
cerebrais e das comunicantes, penetram perpendicularmente na base do
cérebro e vascularizam o diencéfalo – não só o cérebro como também o
tronco encefálico -, os núcleos da base e a cápsula interna). Estes se
anastomosam com escassez = artérias terminais.
● Porção proximal da Artéria cerebral anterior
● Porção proximal da Artéria cerebral média
● Porção proximal da Artéria cerebral posterior
◊ Artérias comunicantes posterior direita e esquerda
● Unem de cada lado as carótidas internas com as cerebrais posteriores =
anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vértebro-basilar (em
potencial, pois não há passagem significativa de sangue)
◊ Artéria comunicante anterior
● pequena
● Anastomosa as 2 artérias cerebrais anteriores adiante do quiasma óptico
= mesmo sistema

6. Território cortical das três artérias cerebrais


● Com anastomoses pelo menos no trajeto na superfície cerebral
* algumas são incapazes de manter uma circulação colateral adequada em
casos de obstrução = lesões de áreas mais ou menos extensas do córtex
cerebral: síndrome das artérias cerebrais anterior, média, posterior
◊ Artéria cerebral anterior
● Ramo de bifurcação da artéria carótida interna
● Dirige-se para diante e para cima
● Ganha a fissura longitudinal do cérebro
● Curva-se em torno do joelho do corpo caloso (maior estrutura inter-
hemisférica – une os 2 hemisférios)
● Ramifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o
sulco parieto-occipital
● Distribuição também na parte mais alta da face súpero-medial de cada
hemisfério
● Limites: território da artéria cerebral média
● Obstrução: paralisia, diminuição da sensibilidade do membro inferior do
lado oposto = lesão de partes das áreas corticais motoras e sensitivas na
porção alta dos giros pré e pós-central (lóbulo paracentral)
◊ Artéria cerebral média
● Ramo principal da artéria carótida interna
● Percorre o sulco lateral
* lateral à substância perfurada anterior
● Ramos vascularizam a maior parte
* Supre a face súpero-lateral do telencéfalo (convexa) até o sulco parieto-
occipital (lobo occipital não é vascularizado por ela)
Obs.: face medial (reta), face inferior (sem cerebelo) e face súpero-lateral
do telencéfalo
Obs2.: lobo parietal separado do lobo occipital pelo sulco parieto-occipital
(faz ângulo agudo com sulco calcarino, na vista medial)
● Obstrução: fatal ou paralisia, diminuição da sensibilidade do lado oposto
do corpo exceto no membro inferior, distúrbios da linguagem
* se atingir as artérias estriadas: grave
* da face súpero-lateral de cada hemisfério = área motora, somestésica,
centro da palavra falada
◊ Artéria cerebral posterior
● Ramos de bifurcação da artéria basilar
● Para trás
● Contornam o pedúnculo cerebral
● Ganham o lobo occipital percorrendo a face inferior do lobo temporal
● Irriga a área visual situada no lobo occipital
● Obstrução: cegueira em uma parte do campo visual

7. Observações
◊ Artérias centrais ântero-mediais / centrais laterais / centrais inferiores
● Finas
● Saem em ângulo reto, com grande diferença de diâmetro
● Risco de rompimento em casos de hipertensão arterial sistêmica (HAS)
não controlada cronalmente = o volume de sangue não ameaça a vida = AVE
* pode ser catastrófico e deixar seqüelas dependentes
◊ Isquemia cerebral
● Desbalanço entre oferta e demanda de oxigênio para encéfalo
● Efeitos de uma PCR
* 7 segundos = perda da consciência (neurônios corticais perdem a função
por falta de oxigênio)
* 5 minutos = lesões irreversíveis (morte em sequência)
● Lesão por ordem filogenética (de acordo com a antiguidade evolutiva)
* neo > paleo > arquicórtex
- neo = 90% (mais recente = morre primeiro)
* supra-segmentar > segmentar
● Gera AVE isquêmico

7.1 AVE
◊ Definição
● Déficit neurológico
◊ Tipos
● Isquêmico: 80%. Vaso entope.
* AIT (ataque isquêmico transitório) = dura menos de 24h
● Hemorrágico: 20%. Vaso estoura.
Ex: aneurisma rompendo

Vascularização venosa do encéfalo


Obs.: alguns órgãos têm parênquima = ele mesmo e as células que dão
sustentação a outro = cérebro imerso em líquido = é macio  hemorragia
intraparenquimatosa / intracerebral = sangue se acumula no interior do
cérebro
* movimentação rápida / brusca do encéfalo: rompimento das veias =
sangue extravasa no espaço subaracnóideo devido à pressão subatmosférica
= hemorragia subaracnóidea. É lenta (pressão venosa é menor que a arterial,
demorando mais para se manifestar).

1. Generalidades
● Veias: maiores e mais calibrosas
* com paredes muito finas
● Circulação lenta: maior leito, menor pressão (pouca variação devido à
grande distensibilidade das veias e seios)
● Drenam para os seios da dura-máter
* deles o sangue converge para as veias jugulares internas
* veias emissárias: ligam os seios às veias extracranianas. Passam através
de pequenos forames do crânio.
◊ Forças que ativam a circulação venosa
● Aspiração da cavidade torácica: pressões subatmosféricas da cavidade
torácica
● Força da gravidade: sem válvulas = retorno sanguíneo do encéfalo
● Pulsação das artérias: em uma cavidade fechada
* mais evidente no seio cavernoso = sangue recebe diretamente a força
expansiva da carótida interna (atravessa-o)

2. Veias do cérebro
* se o cérebro se deslocar, as veias também se deslocarão, acompanhando-
o
= em dois sistemas unidos por anastomoses
● Comunicam o couro cabeludo com parte interna do crânio
2.1 Sistema Venoso Superficial
● Drena o córtex e a substância branca subjacente: ao seio sagital
superior, que está fixado nos ossos do crânio
● Anastomose na superfície cerebral: formação das veias cerebrais
superficiais = desembocam na dura-máter
* veias cerebrais superficiais superiores: provenientes da face medial e da
metade superior da face súpero-lateral de cada hemisfério. Desembocam no
seio sagital superior.
* veias cerebrais superficiais inferiores: provenientes da metade inferior
da face súpero-lateral de cada hemisfério e de sua face anterior. Termina
nos seios da base (petroso superior e cavernoso) e no seio transverso.
- veia cerebral média superficial: principal = percorre o sulco lateral e
termina no seio cavernoso

2.2 Sistema Venoso Profundo


● Drena o sangue de regiões profundas do cérebro = corpo estriado,
cápsula interna, diencéfalo, grande parte do centro branco medular do
cérebro
● Veia cerebral magna ou veia de Galeno: principal. Curto tronco venoso
ímpar e mediano formado pela confluência das veias cerebrais internas, logo
abaixo do corpo caloso. Desemboca no seio reto. Com paredes finas =
facilmente rompidas (traumatismos)

Angiografia cerebral
● Visualização das artérias, veias e seios do encéfalo a partir da injeção de
contraste nas artérias vertebral e carótida interna: vasos brancos +
radiografia
* diagnostica e localiza aneurisma, trombose, embolia, lesão traumática,
processos expansivos das cavidades cranianas (desvio no trajeto dos vasos)
● Pela carótida esquerda ou direita, conforme o lado da suspeita: estudo de
estruturas supratentoriais
● Pela veia vertebral: estudo de estruturas da fossa infratentorial e de
parte do cérebro
* contraste injetado de qualquer lado (unem-se para formar a basilar)
* escolha do lado em suspeita de lesão da artéria cerebelar inferior
posterior
◊ Sinugrafia direta
● Para visualizar os seios da dura-máter
* contraste injetado dentro deles

Vascularização da medula
1. Aspectos gerais
◊ Artéria espinhal anterior
● Ramo da artéria vertebral
● Tronco único: confluência de 2 curtos ramos que emergem das artérias
vertebrais direita e esquerda
● Superficial: ao longo da fissura mediana anterior até o cone medular
● Vascularizam as colunas e os funículos anterior e lateral
● Emite Artérias sulcais: perpendiculares. Penetram no tecido nervoso pelo
fundo da fissura mediana anterior.
◊ Artérias espinhais posteriores direita e esquerda
● Ramo da artéria vertebral
● Dorsalmente: contornam o bulbo
● Longitudinalmente e medialmente às raízes dorsais dos nervos espinhais
● Vascularizam a coluna o funículo posterior
◊ Artérias radiculares anterior e posterior
● Derivadas dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e do
tronco ao penetrarem nos forames intervertebrais com os nervos espinhais
● Pequenas
● Vascularizam apenas as raízes sem atingir a medula
* apenas 6 ou 8 de 60 contribuem para vascularização da medula
 Anterior: anastomosam-se com a espinal anterior
 Posterior: anastomosam-se com as espinhais posteriores

ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TELENCÉFALO

1. Generalidades
◊ Telencéfalo
● 2 hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) + pequena parte mediana (na
porção anterior do III ventrículo)
* fissura longitudinal do cérebro: separa incompletamente os 2 hemisférios
cerebrais
* corpo caloso: larga faixa de fibras comissurais no assoalho da fissura
longitudinal do cérebro que une os hemisférios cerebrais
* cavidades dos hemisférios cerebrais: ventrículos laterais (direito e
esquerdo)
- forame interventricular
◊ Pólos
● Cada hemisfério possui 4: frontal, temporal, parietal e occipital
◊ Faces
● Cada hemisfério tem 3
* súpero-lateral: convexa
* medial: plana
* inferior ou base do cérebro: irregular

2. Sulco e giros: divisão em lobos


◊ Sulcos
● Depressões que limitam giros
● Permitem considerável aumento de superfície sem grande aumento do
volume cerebral
● Os constantes, com denominação, delimitam lobos e áreas cerebrais
* podem variar
● Pregas anastomósicas: podem interromper os sulcos. Unem giros vizinhos,
dificultando sua identificação.
 Sulco lateral (de Sylvius)
● Na base do cérebro, lateralmente à substância perfurada anterior e em
direção à face súpero-lateral do cérebro
● Separa o lobo frontal do lobo temporal
● com 3 ramos
* ramo ascendente
* ramo anterior
- como o ascendente, é curto e penetra no lobo temporal
* ramo posterior
- longo
- dirigido para trás e para cima, terminando no lobo parietal
- separa o lobo temporal (inferior) dos lobos frontal e parietal (superiores)
 Sulco central (de Rolando)
● Oblíquo
● Percorre a face súpero-lateral do hemisfério. Inicia-se na face medial,
dirigindo-se para diante e para baixo a partir da borda dorsal, em direção
ao ramo posterior do sulco lateral
* prega cortical: separa o sulco central do sulco lateral
● Separa os lobos frontal e parietal
● Ladeado por dois giros paralelos
* giro pré-central: anterior = motricidade
* giro pós-central: posterior = sensibilidade
◊ Giros ou circunvoluções
◊ Lobos cerebrais
● Denominação de acordo com os ossos do crânio, com os quais se
relacionam: não é divisão funcional
 Frontal
● Superior ao sulco lateral e anterior ao sulco central
 Temporal
● Linha imaginária em direção ao ramo posterior do sulco lateral que parte
do meio da outra linha imaginária: limita o lobo temporal do parietal
 Parietal
 Occipital
● Limite anterior na face medial do cérebro: sulco parieto-occipital
* na face súpero-lateral: limite em uma linha imaginária que une sua
terminação, na borda superior do hemisfério, à incisura pré-occipital, na
borda ínfero-lateral
 Ínsula
● Profundamente no sulco lateral
● Sem relação direta com os ossos do crânio

3. Morfologia das faces dos hemisférios cerebrais


3.1 Face súpero-lateral ou face convexa
● Maior
● Relaciona-se com os ossos do crânio que formam a abóbada craniana
● Representação dos cinco lobos cerebrais
◊ Lobo frontal
● Sulco pré-central: divido em dois segmentos; paralelo ao sulco central
● Sulco frontal superior: início na porção superior do sulco pré-frontal,
perpendicular a ele
● Sulco frontal inferior: início na porção inferior do sulco pré-central, para
frente e para baixo
● Giro pré-central: entre os sulcos central e pré-central = área motora
principal do cérebro
● Giro frontal superior: superior ao sulco frontal superior, continuando na
face medial do cérebro
● Giro frontal médio: entre os sulcos frontal superior e frontal inferior
● Giro frontal inferior: inferior a sulco frontal inferior. Subdividido em 3
pelos ramos anterior e ascendente do sulco lateral
* parte orbital = inferior ao ramo anterior
* parte triangular = entre o ramo anterior e o ramo ascendente
* parte opercular = entre o ramo ascendente e o sulco pré-central
● Giro de Broca: giro frontal inferior do hemisfério esquerdo = centro
cortical da palavra falada
◊ Lobo temporal
● Sulco temporal superior: início próximo ao pólo temporal 
posteriormente, paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral  lobo
parietal
● Sulco temporal inferior: paralelo ao sulco temporal superior. Composto
por 2 ou mais partes descontínuas.
● Giro temporal superior: entre os sulcos lateral e temporal superior; parte
do assoalho do sulco lateral
● Giro temporal médio: entre os sulcos temporal superior e temporal
inferior
● Giro temporal inferior: inferior ao sulco temporal inferior. Limita-se com
o sulco occípito-temporal (na face inferior)
● Giros temporais transversos: atravessam a porção posterior do assoalho
do sulco lateral.
* giro temporal transverso anterior = mais evidente = centro cortical da
audição
◊ Lobo parietal
● Sulco pós-central: paralelo ao sulco central. Dividido em 2 segmentos
mais ou menos distantes um do outro
● Sulco intraparietal: perpendicular ao sulco pós-central – pode estar unido
a ele, estendendo-se posteriormente para terminar no lobo occipital.
Variável. Separa o lóbulo parietal superior do lóbulo parietal inferior.
● Giro pós-central: entre os sulcos central e pós-central = área
somestésica (sensitiva do córtex)
● Giro supramarginal: no lóbulo parietal inferior. Curvado em torno da
extremidade do ramo posterior do sulco lateral
● Giro angular: curvado em torno da porção terminal e ascendente do sulco
temporal superior
◊ Lobo occipital
● Pequeno
● Com pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares
* sulco lunatus (em formato de meia-lua)
◊ Ínsula
● Situada no fundo da ampla fossa entre os lábios do sulco lateral
● Cresce menos que os demais durante o desenvolvimento: pouco a pouco
recoberta pelos lobos frontal, temporal e parietal
● Límen da ínsula: ápice, voltado inferior e anteriormente
* tem forma cônica
● Sulco circular da ínsula
● Sulco central da ínsula
● Giro curto da ínsula
● Giro longo da ínsula

3.2 Face medial


● Visualizada com o cérebro cortado no plano sagital: expõe o diencéfalo e
algumas formações telencefálicas inter-hemisféricas
◊ Corpo caloso
● Maior comissura inter-hemisférica
● Composto por fibras mielínicas: cruzam o plano mediano e penetram de
cada lado no centro branco medular do cérebro = unem áreas simétricas do
córtex cerebral de cada hemisfério
● Tronco do corpo caloso: lâmina branca arqueada dorsalmente
● Esplênio do corpo caloso: dilatação posterior do tronco do corpo caloso
● Joelho do corpo caloso: esplênio do corpo caloso fletido anteriormente
em direção à base do cérebro
● Rostro do corpo caloso: formado pelo afilamento do joelho do corpo
caloso
● Lâmina rostral: continuação do rostro do corpo caloso em uma fina lâmina,
até a comissura anterior
● Lâmina terminal: entre a comissura anterior e o quiasma óptico. Delgada e
composta de substância branca. Une os hemisférios e constitui o limite
anterior do III ventrículo
◊ Fórnix
● Feixe complexo de fibras que emerge inferiormente ao esplênio do corpo
caloso e arqueia-se em direção à comissura anterior. Constituído por 2
metades laterais e simétricas afastadas nas extremidades e unidas entre si
no trajeto inferior ao corpo caloso
● Circuito de Papez: liga o hipocampo aos núcleos mamilares do hipotálamo
● Corpo do fórnix: intermédio, entre as 2 metades
● Colunas do fórnix: extremidades anteriores que se afastam. Terminam no
corpo mamilar correspondente, cruzando a parede lateral do III ventrículo
● Pernas do fórnix: extremidades posteriores que se afastam. Divergem e
penetram de cada lado no corno inferior do ventrículo lateral, onde se ligam
ao hipocampo
◊ Septo pelúcido
● Entre o corpo caloso e o fórnix
● Duas delgadas lâminas de tecido nervoso que delimitam a cavidade do
septo pelúcido (estreita)
● Separa os 2 ventrículos laterais
◊ Lobo occipital
● Sulco calcarino: inferior ao esplênio do corpo caloso. Com trajeto
arqueado em direção ao pólo occipital. Localiza-se o centro cortical da visão
em seus lábios.
● Sulco parieto-occipital: profundo. Separa o lobo occipital do parietal.
Encontra o sulco calcarino em ângulo agudo.
● Cúneus: giro triangular complexo entre o sulco parieto-occipital e o sulco
calcarino
● Giro occípito-temporal medial: inferior ao sulco calcarino.
* no lobo temporal, continua anteriormente com o giro para-hipocampal
◊ Lobos frontal e parietal
* os sulcos passam do lobo frontal para o parietal
● Sulco do corpo caloso: inferior ao rostro do corpo caloso. Contorna o
tronco e o esplênio do corpo caloso.
* continua com o sulco do hipocampo no lobo temporal
● Sulco do cíngulo: paralelo ao sulco do corpo caloso, terminando
posteriormente. Divide-se em 2 ramos
* ramo marginal = curva-se em direção à margem superior do hemisfério
* ramo subparietal = continua posteriormente à direção do sulco do cíngulo
● Sulco paracentral: destaca-se do sulco do cíngulo em direção à margem
superior do hemisfério. Delimita o lóbulo paracentral (sua extremidade
superior termina aproximadamente no meio do sulco central), com o sulco do
cíngulo e seu ramo marginal.
* parte anterior do lóbulo paracentral = área motora relacionada com a
perna e o pé
* parte posterior do lóbulo paracentral = área sensitiva relacionada com a
perna e o pé
● Giro do cíngulo: separa o sulco do cíngulo do sulco do corpo caloso,
superior ao corpo caloso
● Pré-cúneus: adiante do cúneus
Obs.: mais superior ao corpo caloso, de posterior para anterior = pré-
cúneus, lóbulo paracentral, face medial do giro frontal superior
● Área septal: região inferior ao rostro do corpo caloso e adiante da
comissura anterior à lâmina terminal = centro de prazer

3.3 Face inferior


◊ Lobo temporal
= parte maior. Repousa sobre a fossa média do crânio e a tenda do
cerebelo.
● Sulco occípito-temporal
● Sulco colateral: início próximo ao pólo occipital, dirigindo-se
anteriormente.
* pode ser contínuo com o sulco rinal: separa a parte mais anterior do giro
para-hipocampal do resto do lobo temporal
● Sulco do hipocampo: início na região do esplênio do corpo caloso, onde
continua com o sulco do corpo caloso e se dirige para o pólo temporal, em
que termina separando o giro para-hipocampal do úncus
● Giro temporal inferior: limitado pelos sulcos occípito-temporal e temporal
inferior. Forma a borda lateral do hemisfério.
● Giro occípito-temporal lateral ou giro fusiforme: limitado pelos sulcos
occípito-temporal (medialmente) e colateral
● Giro occípito-temporal medial: delimitado pelos sulcos calcarino e do
hipocampo
 Lobo límbico
● Formação contínua que circunda as estruturas inter-hemisféricas = parte
do sistema límbico = comportamento emocional e controle do SNA
● Giro para-hipocampal: delimitado pelos sulcos calcarino e do hipocampo.
● Istmo do giro do cíngulo: giro estreito que liga o giro para-hipocampal
posteriormente ao giro do cíngulo
● Úncus: formado pela curvatura da porção anterior do giro para-
hipocampal em torno do sulco do hipocampo
◊ Lobo frontal
= repousa sobre a fossa anterior do crânio
● Sulco olfatório: na face inferior. Profundo e de direção ântero-posterior.
● Giro reto: medial ao sulco olfatório. Continua dorsalmente como giro
frontal superior.
● Sulcos e giros orbitários: irregulares. Ocupam o restante da face
inferior.
 Rinencéfalo
= formações existentes na face inferior relacionadas com a olfação
● Bulbo olfatório: dilatação ovóide e achatada de substância cinzenta
alojada no sulco olfatório
* recebe os filamentos que constituem o nervo olfatório (NC I), que
atravessam os pequenos orifícios da lâmina cribriforme (etmóide) e
geralmente se rompem quando o encéfalo é retirado.
● Trato olfatório: continuação posterior do bulbo olfatório também alojada
no sulco olfatório
● Estrias olfatórias lateral e medial: bifurcação posterior do trato
olfatório
● Trígono olfatório: área triangular delimitada pelas estrias
● Substância perfurada anterior: área posterior ao trígono olfatório e
anterior ao trato óptico que contém uma série de pequenos orifícios para
passagem de vasos
* tubérculo olfatório = na parte anterior

4. Morfologia dos ventrículos laterais


◊ Ventrículos laterais direito e esquerdo
● Cavidades completamente fechadas (exceto pelo forame
interventricular) revestidas de epêndima e contendo líquor situadas nos
hemisférios cerebrais
* a capacidade varia
● Comunicam-se com o III ventrículo pelo forame interventricular
● Parte central
● Cornos = 3 pólos do hemisfério
* corno anterior = lobo frontal
* corno posterior = lobo occipital
* corno inferior = lobo temporal
● Partes com teto formado pelo corpo caloso, exceto o corno inferior
* remoção = exposição da cavidade ventricular

4.1 Morfologia das paredes ventriculares


◊ Corno anterior
● Adiante do forame interventricular
● Parede medial (vertical): septo pelúcido = separa-o dos 2 ventrículos
laterais
● Assoalho: inclinado. Também forma a parede lateral.
* cabeça do núcleo caudado: proeminente.
● Teto + limite anterior: formados pelo corpo caloso
◊ Parte central
● Dentro do lobo parietal: posterior ao forame interventricular até o
esplênio do corpo caloso
* trígono colateral: onde a cavidade se bifurca em cornos inferior e
posterior
● Teto: corpo caloso
● Parede medial: septo pelúcido
● Assoalho: inclinado. Une-se ao teto no ângulo lateral.
* fórnix
* plexo corióide
* parte lateral da face dorsal do tálamo
* estria terminal
* veia tálamo-estriada
◊ Corno posterior
● Dentro do lobo occipital
● Curva de concavidade medial
● Termina posteriormente em ponta
● Paredes: fibras do corpo caloso
* parte medial = 2 elevações
- bulbo do corno posterior: porção occipital da radiação do corpo caloso
- calcar avis: inferior ao bulbo. Formado por uma prega da parede
determinada pelo sulco calcarino
◊ Corno inferior
● A partir do trígono lateral, curva-se inferiormente e a seguir
anteriormente em direção ao pólo temporal
● Teto: substância branca do hemisfério
* cauda do núcleo caudado e estria terminal: acompanham a curvatura, ao
longo da margem medial do teto
● Assoalho: com 2 eminências alongadas
* eminência colateral = formada pelo sulco colateral
* hipocampo = elevação curva e muito pronunciada medial à eminência
colateral e superior ao giro para-hipocampal constituída pelo arquicórtex.
Faz parte do sistema límbico = funções psíquicas relacionadas com o
comportamento e a memória.
- fímbria do hipocampo: fibras ao longo de sua borda medial através das
quais se liga às pernas do fónix
- alveus: substância branca que recobre sua superfície ventricular e
continua com a fímbria
- giro denteado: fita estreita e denteada de substância cinzenta ao longo
da margem da fímbria. Continua com o giro fasciolar.
- indusium girisium: fina lâmina de substância cinzenta que reveste a face
dorsal do corpo caloso e contém o giro fasciolar.
- subiculum: porção de córtex que liga o hipocampo ao giro para-hipocampal

4.2 Plexos corióides da parte central dos ventrículos laterais


● Constituídos pelo epêndima que reveste a cavidade ventricular e pela pia-
máter (ocupa a fissura transversa do cérebro), que penetra entre o fórnix e
o tálamo e empurra-a
● Através do forame interventricular, continua com o do III ventrículo
● Atinge o corno inferior do ventrículo lateral acompanhando o trajeto
curvo do fórnix e da fímbria
* os cornos anterior e posterior não possuem

5. Organização interna dos hemisférios cerebrais


● Assemelha-se à do cerebelo em seus aspectos mais gerais =
características do sistema nervoso supra-segmentar
◊ Córtex cerebral
● Cada hemisfério possui
◊ Centro medular do cérebro ou centro semioval
● Centro de substância branca revestido pelo córtex cerebral
◊ Núcleos da base
● Massas de substância cinzenta no interior do centro medular do cérebro

5.1 Núcleos da base


◊ Núcleo caudado
● Massa alongada e volumosa de substância cinzenta relacionada com os
ventrículos laterais
● Cabeça do núcleo caudado: extremidade anterior dilatada que proemina
no assoalho do corno anterior do ventrículo. Funde-se com a parte anterior
do núcleo lentiforme.
● Corpo do núcleo caudado: continuação gradual da cabeça do núcleo
caudado no assoalho da parte centra do ventrículo lateral
● Cauda do núcleo caudado: afinamento do corpo até a extremidade
anterior do corno inferior do ventrículo lateral. Longa, delgada e
fortemente arqueada.
* por isso que o núcleo caudado aparece seccionado em cortes
◊ Núcleo lentiforme
● Localizado profundamente no interior do hemisfério
● Relações
* medialmente: cápsula interna que o separa do núcleo caudado e do tálamo
* lateralmente: córtex da ínsula
- substância branca e claustrum: separa-o do córtex da ínsula
● Lâmina medular lateral: fina lâmina de substância branca que o divide em
* putâmen = lateral, maior
* globo pálido = medial, de coloração mais clara devido às fibras mielínicas
que o atravessam
- lâmina medular medial: divide-o em partes externa e interna
◊ Claustrum
● Delgada calota de substância cinzenta situada entre o córtex da ínsula e
o núcleo lentiforme
● Cápsula extrema: separa-o do córtex da ínsula
● Cápsula externa: entre ele e o núcleo lentiforme
Obs.: da face lateral à superfície ventricular = córtex da ínsula; cápsula
extrema; claustrum; cápsula externa; putâmen; lâmina medular lateral;
parte externa do globo pálido; cápsula interna; tálamo; III ventrículo
◊ Corpo amigdalóide
● Massa esferóide de substância cinzenta no pólo temporal do hemisfério
cerebral, em relação com a cauda do núcleo caudado, que faz uma discreta
saliência no teto da parte terminal do corno inferior do ventrículo lateral
● Faz parte do sistema límbico: centro regulador do comportamento sexual
e agressividade
◊ Núcleo accumbens
● Massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o putâmen e
a cabeça do núcleo caudado – corpo estriado ventral
◊ Núcleo basal de Meynert
● Na base do cérebro, entre a substância perfurada anterior e o globo
pálido – substância inominata
● Com neurônios grandes, ricos em acetilcolina

5.2 Centro branco medular do cérebro


● Formado por fibras mielínicas
◊ Fibras de projeção
● Ligam o córtex cerebral a centros subcorticais
● Dispõem-se em feixes
 Fórnix
● Contribui pouco
 Cápsula interna
● Contém a grande maioria das fibras que entram ou saem no córtex
cerebral e formam um feixe compacto: separa o núcleo lentiforme (lateral)
do núcleo caudado e do tálamo (mediais).
* superiormente, com a coroa radiada, ao nível dos núcleos lentiformes
* inferiormente, continua com a base do pedúnculo cerebral
● Perna anterior: entre a cabeça do núcleo caudado e o núcleo lentiforme
● Perna posterior: entre o núcleo lentiforme e o tálamo. Maior.
● Joelho da cápsula interna: ângulo formado no encontro da perna anterior
com a perna posterior
● Posição sublentiforme: abaixo do núcleo lentiforme
◊ Fibras de associação
● Unem áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro
 Comissuras telencefálicas
● Fibras que atravessam o plano mediano para unir áreas simétricas dos
dois hemisférios

6. Noções de anatomia comparada e antropologia do cérebro


6.1 Aspectos gerais
● No sistema nervoso dos vertebrados podemos encontrar as mesmas
partes, embora com importâncias diferentes
● À medida que se sobe a escala evolutiva, há uma diminuição do tamanho e
importância do teto do mesencéfalo paralelamente ao aumento do tamanho e
importância do cérebro
* cérebro no homem = funções psíquicas e coordenador da sensibilidade e
motricidade
* teto do mesencéfalo no homem = centro relativamente sem importância
◊ Quanto ao córtex
● Arquicórtex (primitivo e mais simples): ciclóstoma e peixes
● Paleocórtex: anfíbios
● Neocórtex: répteis, aves e mamíferos

6.2 Sulcos e giros


● Primeiro sulco: sulco rinal = separa o paleocórtex do neocórtex. Existe
desde os répteis.
● Distribuição é muito diferente na maioria dos animais
* primatas: com sulco central e lateral
* antropóides: semelhança com sulcos do cérebro humano
- com diferenças, principalmente no lobo frontal
● Não existe nenhum que seja característico de uma determinada raça
humana: impossível identificá-la pelo estudo de um único cérebro
* a freqüência de certas disposições especiais dos sulcos e giros pode
variar (ex: sulco lunatus)
◊ Classificação dos animais quanto à presença ou ausência de giros
● Lissencéfalos: cérebro liso
● Girencéfalos: cérebro com giros

6.3 Considerações sobre o peso do encéfalo


◊ Coeficiente de encefalização (K)
● Depende do peso corporal e da complexidade do encéfalo
* a complexidade geralmente depende da posição filogenética do animal
- mesma posição = maior encéfalo o de maior peso: mesmo K
- mesmo peso = maior encéfalo o de maior K
● Aumenta à medida que se sobe na escala zoológica: 4 vezes maior no
homem que no chimpanzé
● Não existe diferença entre os diversos grupos étnicos atuais
* o peso não se relaciona com o estado cultural
● Homem de estatura mediana: menor encéfalo compatível com uma
inteligência normal = 900g
* acima: tentativas de se correlacionar o peso do encéfalo com o grau de
inteligência esbarram em numerosas exceções

CENTRO BRANCO MEDULAR DO CÉREBRO

1. Generalidades
◊ Centro semi-oval
● No corte horizontal do cérebro, em cada hemisfério
● Constituído de fibras mielínicas
* de projeção = ligam o córtex aos centros subcorticais
* de associação = ligam áreas corticais situadas em pontos diferentes
- intra-hemisférica: dentro de um mesmo hemisfério
- inter-hemisféricas: entre dois hemisférios

2. Fibras de associação
2.1 Intra-hemisféricas
◊ Curtas / arqueadas do cérebro / em U
● Associam áreas vizinhas
◊ Longas
● Unem-se em fascículos
 Fascículo do cíngulo
● Une o lobo frontal ao temporal, passa pelo lobo parietal
● Percorre o giro do cíngulo
 Fascículo longitudinal superior / fascículo arqueado
● Liga os lobos frontal, parietal e occipital pela face súpero-lateral de cada
hemisfério
● Conecta os centros anterior (lobo frontal) e posterior (junção dos lobos
temporal e parietal) da linguagem
* lesões = perturbações na linguagem
 Fascículo longitudinal inferior
● Une o lobo occipital ao temporal
 Fascículo unciforme
● Liga o lobo frontal ao temporal, passando pelo fundo do sulco lateral

2.2 Inter-hemisféricas
= fibras comissurais: unem áreas simétricas dos dois hemisférios
● Agrupam-se para formar as 3 comissuras do encéfalo
◊ Comissura do fórnix
● Conecta os dois hipocampos: fibras dispostas entre as duas pernas do
fórnix
Obs.: pouco desenvolvido no homem
◊ Comissura anterior
● Porção olfatória: liga os bulbos e tratos olfatórios
● Porção não-olfatória: une os lobos parietais
◊ Corpo caloso
● Maior comissura e maior feixe de fibras
● Conecta áreas corticais simétricas dos dois hemisférios
* exceção = lobo temporal: unidas pelas fibras da comissura anterior
● Função: transferência de conhecimento e informação entre os
hemisférios = funcionamento harmônico
* ausentes em secções que objetivam melhorar quadros de epilepsia, mas
não alteram evidentemente o comportamento ou o psiquismo

3. Fibras de projeção
● Formam o fórnix e a cápsula interna
* lesões da cápsula interna
- causa = hemorragia ou obstrução de seus vasos
- quadro clínico = “derrames cerebrais”, menor sensibilidade na metade
oposta d corpo, hemiplegia

3.1 Fibras na cápsula interna


◊ Originadas no córtex (descendentes)
● Trato córtico-espinal: perna posterior
● Trato córtico-espinal: perna posterior
● Trato córtico-nuclear: joelho
● Trato córtico-pontino
● Fibras córtico-reticulares
● Fibras córtico-rubras
● Fibras córtico-estriatais
◊ Radiações talâmicas: dirigidas ao córtex, provenientes do tálamo
● Levam a sensibilidade somática geral
● Radiações óptica e auditiva: passam na perna posterior

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO CÓRTEX CEREBRAL

1. Generalidades
◊ Córtex cerebral
● O que é: fina camada de substância cinzenta que reveste o centro branco
medular do cérebro = neurônios, neuroglias, fibras
● Local aonde chegam impulsos provenientes de todas as vias de
sensibilidade = conscientes e interpretadas
● De onde saem os impulsos nervosos = iniciam e comandam os movimentos
voluntários, relacionados aos fenômenos psíquicos
● Evolução: maior extensão e complexidade = grande desenvolvimento das
funções intelectuais
● Possui uma organização laminar horizontal e uma organização colunar
vertical
2. Citoarquitetura do córtex
● Neurônios e fibras distribuem-se de vários modos, em várias camadas
* diferente do córtex cerebelar: organização estrutural mais simples e
uniforme

2.1 Estrutura
◊ Isocórtex
● 6 camadas, numeradas da superfície para o interior
* I: camada molecular
- na superfície
- rica em fibras de direção horizontal
- com poucos neurônios
- células horizontais ou de Cajal
- camada de associação
* II: camada granular externa
- camada de associação
* III: camada piramial externa
- camada de associação
* IV: camada granular interna
- muito desenvolvida nas áreas sensitivas do córtex
- camada receptora de projeção
* V: camada piramidal interna ou ganglionar
- muito desenvolvida nas áreas motoras do córtex
- camada efetuadora de projeção
* VI: camada de células fusiformes ou multiforme
- camada de associação
◊ Alocórtex

2.2 Neurônios corticais


● Classificados de acordo com o tamanho e direção do axônio
◊ Células granulares ou estreladas
● Dendritos ramificam-se próximo ao corpo celular
● Axônio pode estabelecer conexões com células das camadas vizinhas
● Evolução: número aumentou = circuitos corticais mais complexos
● Principal interneurônio cortical: estabelece conexões entre os demais
neurônios e fibras do córtex
● Principais células receptoras: sinapses com fibras que chegam ao córtex
● Camadas: granular interna e externa
◊ Células piramidais ou pirâmides
● Com dois tipos de dendritos
* apicais = destaca-se do ápice e dirige-se às camadas superficiais, onde
termina
* basais = distribuem-se próximo ao corpo celular. Curtos.
● Axônios: direção descendente = ganha a substância branca como fibra
eferente do córtex
● Camadas: todas. Predominância na piramidal externa e interna.
 Células de Betz: gigantes. Na área motora do giro pré-central
◊ Células fusiformes
● Axônio: descendente = penetra no centro branco-medular
● Células efetoras
● Camada: de células fusiformes
◊ Células de Martinotti
● Dendritos: ramificam-se nas proximidades do corpo celular
● Axônio: ascendente = ramifica-se nas camadas mais superficiais
◊ Células horizontais ou de Cajal
● Forma: fusiforme
● Dendritos: direção horizontal
● Axônio: direção horizontal
● Camada: molecular (apenas)
● Células intracorticais de associação

3. Fibras e circuitos corticais


● As fibras que saem ou entram no córtex cerebral passam pelo centro
branco-medular

3.1 Fibras de projeção aferentes do córtex cerebral


◊ Talâmica
 Fibras aferentes oriundas dos núcleos talâmicos inespecíficos
● Distribuição: por todo o córtex cerebral
● Terminação: camadas corticais, principalmente nas três superficiais
● Ação ativadora (para do sistema ativador reticular ascendente – SARA)
 Radiações talâmicas originadas nos núcleos específicos
● Terminam na camada granular interna
◊ Extratalâmicas
● Fibras monoaminérgicas originadas na formação reticular ou fibras
colinérgicas oriundas do núcleo basal de Meynert
● Distribuição: por todo o córtex cerebral
● Modo de terminação: varia com a fibra e a área cortical
● Função: aumentar ou diminuir a atividade em regiões corticais específicas
durante determinadas etapas do processamento da informação = ação
moduladora (modificam as características eletrofisiológicas das células
corticais, influenciando seu funcionamento)
● Doença de Alzheimer: degeneração dessas fibras = deterioração das
funções corticais

3.2 Fibras de projeção aferentes do isocórtex


● Maioria: origem talâmica
* há conexões aferentes diretas com a formação reticular

3.3 Fibras de projeção eferentes do córtex


● Conectam-se a vários centros subcorticais
● Origem: camada piramidal interna
* são axônios das células piramidais internas
◊ Fibras
● córtico-espinais
● córtico-nucleares
● córtico-pontinas
● córtico-estriadas
● córtico-reticulares
● córtico-rúbricas
● córtico-talâmicas

3.4 Fibras intracorticais


● Maioria: mielínicas
● Distribuição: heterogeneamente. Agrupam-se em
* raias: direção perpendicular à superfície. Delimitam colunas verticais
formadas principalmente por células e que atingem toda a espessura do
córtex
* estrias: direção paralela à superfície
Ex: estrias de Baillarger externa e interna
Estria de Gennari (estria de Baillarger externa na área visual / estriada
= muito desenvolvida, vista a olho nu)
◊ Experiência com eletrodos
● Comprovação: existe mais semelhança entre os neurônios localizados
dentro de uma coluna que entre colunas vizinhas
* conexões entre células corticais se fazem preferencialmente em sentido
vertical, mesmo com algumas conexões horizontais
● Os impulsos que chegam ao córtex passam sucessivamente das camadas
superficiais às profundas e vice-versa, podendo voltar repetidas vezes à
mesma célula através de circuitos reverberantes ou auto-excitaadores,
antes de saírem do córtex
● Um mesmo neurônio cortical está sujeito à influência de outros: pode
ligar-se a outro através de vários botões sinápticos
● Os caminhos que os impulsos intra-corticais podem seguir variam: a
existência de indivíduos com exatamente os mesmos circuitos corticais é
impossível

4. Classificação das áreas corticais


4.1 Classificação anatômica
● Divisão do cérebro em giros e lobos
* em um mesmo lobo há áreas corticais de funções e estrutura muito
diferentes: não é divisão funcional ou estrutural
- exceção: lobo occipital = órgãos visuais
● Importante para localização de lesões

4.2 Classificação filogenética


◊ Arquicórtex
● Hipocampo
◊ Paleocórtex
● Úncus e parte do giro para-hipocampal
● Juntamente com o arquicórtex, participa do rinencéfalo e do sistema
límbico = áreas corticais antigas ligadas à olfação e ao comportamento
emocional
◊ Neocórtex
● Restante

4.3 Classificação estrutural


● Aspectos: composição e característica das diversas camadas, espessura
total e espessura das camadas, disposição e espessura das raias e estrias
● Em numerosas áreas citoarquiteturais = vários mapas
◊ Mapa de Brodmann
= 52 áreas designadas por números
◊ Em grupos maiores de acordo com suas características comuns
 Isocórtex
● 90%
● Neocórtex
 Homotípico
● 6 camadas individualizadas com facilidade
 Heterotípico
● 6 camadas não são claramente individualizadas: estrutura laminar típica
mascarada pelas células granulares ou piramidais
● Granular: áreas sensitivas = células granulares invadem camadas
piramidais
● Agranular: áreas motoras = células piramidais invadem camadas
granulares
 Alocórtex
● Arquicórtex
● Paleocórtex

4.4 Classificação funcional


● Somatotopia das áreas corticais: existe correspondência entre
determinadas áreas corticais e certas partes do corpo
* conceito introduzido com o primeiro mapeamento da área motora
Obs.: Broca = correlacionou lesões em áreas restritas do lobo frontal com a
linguagem falada
* abalo quando se conseguiu movimento em áreas tidas com sensitivas
● Importante na compreensão do funcionamento do cérebro e no
diagnóstico de lesões
● São especializações funcionais de determinadas áreas, não
compartimentos isolados e estanques
● Apoio na citoarquitetura do córtex
Obs.: todas as áreas corticais têm conexões com centros subcorticais,
principalmente com o sistema ativador reticular ascendente = ação
ativadora exercida sobre todo o córtex
◊ Áreas de projeção
● Recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a
sensibilidade e com a motricidade
* lesões = paralisia ou alterações na sensibilidade
 Áreas sensitivas
● Isocórtex heterotípico granular = funções receptoras
 Áreas motoras
● Isocórtex heterotípico agranular = funções efetuadoras
◊ Áreas de associação
● Relacionadas a funções psíquicas complexas
* lesões: alterações psíquicas sem qualquer conotação motora ou sensitiva =
de difícil avaliação = áreas silenciosas
● Isocórtex homotípico = fácil individualização devido à ausência de
predomínio de células granulares e piramidais
DE ACORDO COM GRAU DE RELACIONAMENTO COM A MOTRICIDADE
E SENSIBILIDADE
◊ Áreas primárias
● Áreas de projeção
◊ Áreas secundárias ou unimodais
● Relacionadas com uma determinada modalidade sensorial ou com a
motricidade
● Conexão com a área primária da mesma função
◊ Áreas terciárias ou supramodais
● Envolvidas com atividades psíquicas superiores
● Conexões com várias áreas unimodais ou com outras áreas supramodais:
recebem as informações sensoriais já elaboradas por todas as áreas
secundárias e elaboram diversas estratégias comportamentais

5. Áreas de projeção / áreas primárias


5.1 Áreas sensitivas primárias
● Várias: a cada tipo de sensibilidade corresponde uma área, mas todas as
formas de sensibilidade geral convergem para uma só, a área somestésica
◊ Área somestésica primária ou área da sensibilidade geral
● Localização: giro pós-central; áreas 3, 2, 1 do mapa de Brodmann
* área 3 = fundo do sulco central
* áreas 1 e 2 = superfície dos giro pós-central
● Aonde chegam radiações talâmicas, que trazem impulsos nervosos
relacionados à temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente
da metade oposta do corpo
● Existe somatotopia
* Estímulo na área = manifestações sensitivas – formigamento, dormência -
em partes determinadas, mas mal definidas
* Estímulo aos receptores exteroceptivos ou movimentos em determinadas
articulações de modo a ativar receptores proprioceptivos = potenciais
evocados
 Homúnculo sensitivo de Penfield
* de cabeça para baixo no giro pós-central
● Representação da somatotopia: a extensão da representação cortical de
uma parte do corpo depende da importância funcional dessa parte para a
biologia da espécie e não de seu tamanho
● Área dos órgãos genitais e do pé: superior ao giro pós-central, na parte
medial do hemisfério
● Áreas das pernas, do tronco e do braço (pequenas): súpero-laterais
● Área da mão (grande): inferior às acima
● Área da cabeça (face e boca grandes)
● Área da língua e da faringe: próxima ao sulco lateral
 Lesões
● Causa: acidentes vasculares cerebrais que comprometem as artérias
cerebral média ou cerebral anterior
● Há perda da sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão: indivíduo
distingue as diferentes modalidades de estímulo, mas não localiza a parte do
corpo tocada ou graus de temperatura, peso e textura dos objetos tocados
= perda da estereognosia (capacidade de reconhecer objetos colocados na
mão)
● Sensibilidade protopática (modalidades grosseiras de sensibilidade),
como o tato não discriminativo e a sensibilidade térmica e dolorosa,
permanece inalterada = consciente em nível talâmico
◊ Área visual
● Localização: lábios do sulco calcarino; área 17 de Brodmann
* lábio superior do sulco calcarino = projeção da metade superior da retina
* lábio inferior do sulco calcarino = projeção da metade inferior da retina
* parte posterior do sulco calcarino = projeção da parte posterior da retina
(mácula)
* parte anterior do sulco calcarino = projeção da parte anterior da retina
● Aonde chegam fibras do trato geniculo-calcarino originadas no corpo
geniculado lateral
● Estimulações elétricas: alucinações visuais = círculos brilhantes
● Estímulo em pontos específicos da retina com jato de luz filiforme =
potenciais evocados
● Existe correspondência perfeita entre a retina e o córtex visual
 Lesão: ablação bilateral
● Cegueira completa
* nos animais = sensação luminosa
◊ Área auditiva
● Localização: giro temporal transverso anterior; áreas 41 e 42 de
Brodmann
● Aonde chegam as fibras da radiação auditiva, que se originam no corpo
geniculado medial
● Estimulações elétricas quando acordado: alucinações auditivas nunca
muito precisas = zumbidos
● Não é totalmente cruzada: cada cóclea representa-se no córtex dos 2
hemisférios
● Existe tonotopia: sons de determinada freqüência projetam-se em partes
específicas = correspondência com partes da cóclea
 Lesões
● Bilaterais do giro: surdez completa
● Unilaterais do giro: déficitis auditivos pequenos
◊ Área vestibular
● Localização: lobo parietal, em uma pequena região próxima à área
somestésica correspondente à face = mais relacionada com a área de
projeção da sensibilidade proprioceptiva do que com a auditiva
* proprioceptores especiais = receptores do vestíbulo: informam sobre a
posição e o movimento da cabeça
● Importante na apreciação consciente da orientação no espaço
◊ Área olfatória
● Localização: parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal = pequena
área
 Lesões
● Epilepsia local do úncus: alucinações olfatórias = cheiros desagradáveis
que não existem = crises uncinadas
* pode complementar-se com crise epiléptica do tipo “grande mal”
◊ Área gustativa
● Localização: porção inferior do giro pós-central próxima à ínsula, em uma
região adjacente à parte da área somestésica correspondente à língua; área
43 de Brodmann
● Estimulações elétricas ou crises epilépticas com foco que se inicia nela:
alucinações gustativas
 Lesões
● Diminuição da gustação na metade oposta da língua

5.2 Área motora primária


=1
● Localização: parte posterior do giro pré-central; área 4 de Brodmann
● Isocórtex heterotípico agranular = com células de Betz
● Estimulação elétrica: movimentos de grupos musculares do lado oposto
● Focos epilépticos: movimentos de grupos musculares isolados, podendo-se
estender progressivamente a outros, à medida que o estímulo se propaga
● Origina a maior parte das fibras dos tratos córtico-espnal e córtico-
nuclear = motricidade voluntária
◊ Homúnculo motor de Penfield
* de cabeça para baixo
● Mapa de acordo com a representação das diversas partes do corpo:
somatotopia = a extensão da representação cortical de uma parte d corpo é
proporcional à delicadeza dos movimentos realizados pelos grupos
musculares aí localizados
● Há convergência dos pontos sobre um mesmo grupo de neurônios
motores: o mesmo músculo pode ser representado em mais de um ponto
◊ Conexões aferentes
● Com tálamo: recebe informações do cerebelo
● Com a área somestésica
● Com as áreas pré-motora e motora suplementar

6. Áreas de associação do córtex


● Filogênese: o território cortical aumentou

6.1 Áreas de associação secundárias / unimodais


◊ Áreas sensitivas secundárias ou áreas sensitivas de associação
● Recebem aferências das áreas primárias correspondentes e repassam às
outras áreas do córtex – supramodais.
* etapa de sensação: toma-se consciência das características sensoriais.
Faz-se em uma área sensitiva de projeção ou área primária
* etapa de interpretação ou gnosia: comparação das características
sensoriais com o conceito existente na memória = identificação. Envolve
processos psíquicos mais complexos, que dependem da integridade das áreas
de associação secundárias / áreas gnósicas
● Não são simétricas, do ponto de vista funcional: a existência de duas
áreas diferentes proporciona lesões separadamente, de sintomatologia
diferente conforme o lado lesado
* lesão da área secundária: agnosia = perda da capacidade de reconhecer
objetos
- visuais: cegueira verbal = perda parcial ou total da capacidade de
reconhecer os símbolos visuais que constituem a linguagem escrita = afasia
- auditivas: surdez verbal = perda parcial ou total da capacidade de
reconhecer os símbolos sonoros que constituem a linguagem falada = afasia
- somestésicas (geralmente tácteis)
 Área somestésica secundária
● Localização: lóbulo parietal superior, atrás da área somestésica primária;
área 5 e parte da 7 de Brodmann
 Área visual secundária
● Localização: estende-se do lobo occipital ao lobo temporal, adiante da
área visual primária; áreas 18, 19, 20, 21 e 37 de Brodmann
 Área auditiva secundária
● Localização: lobo temporal, circundando a área auditiva primária; área 22
de Brodmann
◊ Áreas de associação secundária motoras
● Adjacentes à área motora primária
● Lesões: apraxias (quadros clínicos correspondentes às agnosias) =
incapacidade de executar determinados atos voluntários, sem que exista
qualquer déficit motor = relacionadas com o “planejamento” dos atos
voluntários
* a lesão não está na execução desses atos
 Área motora suplementar
● Localização: face medial do giro frontal superior; parte mais alta da área
6 de Brodmann
● Conexões: corpo estriado, via tálamo, área motora primária
● Função: concepção ou planejamento de sequências complexas de
movimentos
Obs.: importância das conexões aferentes do corpo estriado
* ativada juntamente com a área motora primária
* ativada sozinha quando a sequência de movimentos é repetida
mentalmente, sem execução
 Área pré-motora
● Localização: lobo frontal, adiante da área motora primária; área 6 de
Brodmann, na face lateral do hemisfério
● Exige correntes elétricas intensas para se obter respostas motoras, que
são menos localizadas e envolvem grupos musculares maiores
● Projeções
* para a formação reticular de onde se origina o trato retículo-espinal
* para a área motora primária
● Recebe eferências do cerebelo (via tálamo) e de varas áreas de
associação do córtex
● Funções
* coloca o corpo, especialmente os membros, em uma postura básica
preparatória para a realização de movimentos delicados, a cargo da
musculatura distal dos membros, através da via córtico-retículo-espinal que
nela se origina
* participa do processo de programação de determinadas atividades
motoras, principalmente de movimentos guiados por estímulos sensoriais
externos
● Lesões: paresia (menor força muscular = não consegue elevar
completamente o membro)
 Área de Broca
● Localização: partes opercular e triangular do giro frontal inferior, em
frente à parte da área motora que controla os músculos relacionados com a
vocalização; área 44 de Brodmann
● Função: programação da atividade motora relacionada com a expressão da
linguagem
● Lesões: afasias

6.2 Áreas de associação terciárias / supramodais


◊ Área pré-frontal
● Localização: parte anterior não-motora do lobo frontal = ¼ do córtex
● Recebe fibras de todas as demais áreas de associação do córtex através
dos fascículos de associação, ligando-se ao sistema límbico
● Mantém extensas conexões recíprocas com o núcleo dorsomedial do
tálamo
● Lesão: causa distração, ou seja, dificuldade de concentração e fixação
voluntária da atenção
* caso Gage: um funcionário de uma ferrovia americana teve seu córtex
pré-frontal destruído por uma barra de ferro, durante uma explosão e
sobreviveu, mas sua personalidade mudou dramaticamente = perdeu o senso
de suas responsabilidades sociais e passou a vaguear de um emprego a
outro, embora suas funções cognitivas permanecessem basicamente normais
● Lobotomia ou leucotomia pré-frontal: secção bilateral da parte anterior
dos lobos frontais, passando adiante dos cornos anteriores dos ventrículos
laterais = secção das conexões da área pré-frontal com o núcleo
dorsomedial do tálamo. Tratamento para doentes psiquiátricos com quadros
de depressão e ansiedade, que entram em um estado de “tamponamento
psíquico”, ou seja, deixam de agir a circunstâncias que normalmente
determinam alegria ou tristeza.
* psicocirurgia: 1ª técnica cirúrgica para tratamento de doenças psíquicas
* em desuso com o surgimento de drogas de ação antidepressiva
* conseqüência indesejável: perda da capacidade de decidir sobre
comportamentos mais adequados diante de cada situação
● Funções
* memória para fatos recentes
* escolha das opções e estratégias comportamentais mais adequadas à
situação física e social e capacidade de alterá-las
* aspectos mais complexos da manutenção da atenção
Obs.: esse fenômeno também envolve outras áreas centrais, como a
formação reticular
* controle do comportamento emocional
- juntamente com o hipocampo e o sistema límbico
◊ Área temporoparietal
● Localização: lóbulo parietal inferior, ou seja, giros supramarginal e
angular, estendendo-se às margens do sulco temporal superior e parte do
lóbulo parietal superior; áreas 39 e 40 de Brodmann; entre as áreas
secundárias auditiva, visual e somestésica
● Funções
* integrar informações recebidas das áreas acima
* percepção espacial = relações entre os objetos no espaço extrapessoal
* imagem das partes componentes do próprio corpo = área do esquema
corporal
● Lesões
* desorientação espacial generalizada
* síndrome da negligência ou síndrome da inatenção (quadro clínico mais
comum): lesões do lado direito, no hemisfério mais relacionado com os
processos visuo-espaciais = negligência em relação ao próprio corpo (perda
da noção do esquema corporal, sem percepção da metade do corpo como
fazendo parte do “eu” e negligência em relação à mesma ou ausência do
reconhecimento da paralisia desse lado) ou ao espaço exterior (o doente
passa a agir como se o lado esquerdo do mundo deixasse de existir de
qualquer forma significativa para ele) – podem ser concomitantes
◊ Áreas límbicas
● Localização: giro do cíngulo, giro para-hipocampal, hipocampo
● Funções: memória e comportamento emocional

7. Áreas relacionadas com a linguagem e afasias


● Áreas corticais e subcorticais
* papel mais importante do córtex cerebral
* 2 corticais: anterior e posterior = de associação
- ligadas pelo fascículo longitudinal superior / fascículo arqueado
- na maioria dos indivíduos, localizam-se apenas no lado esquerdo = os
hemisférios cerebrais não são simétricos
● Lesões (das áreas corticais de associação): afasias (distúrbios de
linguagem)
* motora ou de expressão = na área de Broca
- o indivíduo compreende a linguagem falada e escrita, mas tem dificuldade
de se expressar adequadamente, falando ou escrevendo = apenas produz
poucas palavras com dificuldade e tende a encontrar as frases de maneira
telegráfica
* sensitiva ou de percepção = na área de Wernicke
- a compreensão da linguagem falada e escrita é deficiente. Também há
algum déficit na expressão da linguagem
* de condução = no fascículo longitudinal superior
- compreensão normal da linguagem, mas déficit de expressão
Obs.: lesões no hemisfério direito causam excepcionalmente distúrbios da
linguagem
◊ Área de Broca / área anterior da linguagem
● Expressão da linguagem
* seu perfeito funcionamento depende de informações recebidas da área
de Wernicke através do fascículo longitudinal superior
◊ Área de Wernicke / área posterior da linguagem
● Localização: junção entre os lóbulos temporal e parietal; parte mais
posterior da área 22 de Brodmann
● Percepção da linguagem

8. Assimetria das funções corticais


● Manifesta-se apenas nas áreas de associação
● O funcionamento das áreas de projeção é igual dos dois lados
● Região do lobo temporal correspondente à área de Wernicke maior à
esquerda.
● Demonstra a importância do corpo caloso: transmite informações entre
os hemisférios. Lesão = reconhece o objeto, mas sem descrevê-lo
* objeto na mão direita: impressões sensoriais chegam ao hemisfério
esquerdo = descrição
* objeto na mão esquerda: impressões chegam ao hemisfério direito = sem
áreas da linguagem
◊ Hemisfério dominante
= conceito relativo
● Para a linguagem: esquerdo
* direito com papel secundário
● No desempenho de certas habilidades artísticas (música e pintura), na
percepção de relações espaciais ou no reconhecimento da fisionomia das
pessoas: direito
● Em 96% dos destros: esquerdo
● Em 70% dos canhotos: direito = mais difícil prever o lado em que se
localizam os centros da linguagem
* para saber com segurança: injeção de um anestésico de ação muito rápida
(amital sódico) nas carótidas enquanto o paciente conta em voz alta
- vai preferencialmente ao hemisfério do mesmo lado em que foi injetada,
causando um breve período de disfunção. Se nele estiverem os centros de
linguagem, a contagem parará e o paciente não responderá ao comando de
continuar

ANATOMIA MACROSCÓPICA DA MEDULA ESPINAL E SEUS


ENVOLTÓRIOS

1. Generalidades
● Medula = miolo; o que está dentro
◊ Medula espinal
● Órgão mais simples do SNC
● Onde o tubo neural foi menos modificado
● O que é: massa cilindróide de tecido nervoso ligeiramente achatada no
sentido ântero-posterior situada dentro do canal vertebral sem completá-lo
completamente
* homem < mulher
● Limites
* cranial: bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno
* caudal: L2 (importância clínica)
● Cone medular: afilamento da medula em seu término que forma um cone
● Filamento terminal: continuação do cone medular como um delgado
filamento meníngeo

2. Forma e estrutura geral da medula


● Calibre não uniforme: com 2 intumescências = formadas devido à maior
quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem
destas áreas e são responsáveis pela inervação dos membros
◊ Intumescência cervical
● Nível cervical
● Conecta grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial, destinadas
à inervação dos membros superiores, com a medula
◊ Intumescência lombar
● Nível lombar
● Conecta grossas raízes nervosas que formam o plexo lombossacral,
destinadas à inervação dos membros inferiores, com a medula
◊ Sulcos longitudinais na superfície da medula, que a percorrem em toda a
extensão
● Sulco mediano posterior
* ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior
● Fissura mediana anterior
● Sulco lateral anterior
* faz conexão com as raízes ventrais dos nervos espinais
● Sulco lateral posterior
* faz conexão com as raízes dorsais dos nervos espinais
 Na medula cervical
● Sulco intermédio posterior
* entre o mediano posterior e o lateral posterior
* continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo
posterior
◊ Substância cinzenta
● No interior da substância branca
● Forma de borboleta ou de H
● No centro: cana central da medula ou canal do epêndima = resquício da luz
do tubo neural do embrião
● Com 3 colunas que parecem como cornos
* Coluna anterior
- mais dilatada ao nível das intumescências
* Coluna posterior
* Coluna lateral
- Apenas na medula torácica e parte da medula lombar: de T1 a L2
● Com fibras, na maioria mielínicas, que sobem e descem e são agrupadas
em 3 funículos ou cordões
 Funículo anterior
● Entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior
 Funículo lateral
● Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior
 Funículo posterior
● Entre os sulcos lateral posterior e mediano posterior
● É dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo
cuneiforme na parte cervical da medula

3. Conexão com os nervos espinais – segmentos medulares


● Filamentos radiculares: pequenos filamentos nervosos que fazem conexão
nos sulcos lateral anterior e lateral posterior
● Raízes ventral e dorsal dos nervos espinais: união dos filamentos
radiculares
● Nervos espinais: união das raízes ventral e dorsal em um ponto situado
distalmente ao gânglio espinal que existe na raiz dorsal
● Segmentação da medula: marcada pela conexão com os nervos espinais.
* incompleta = sem septos ou sulcos transversais separando um segmento
do outro
● Segmento medular de determinado nervo: parte da medula onde os
filamentos radiculares que compõem o nervo fazem conexão
● Há 31 pares de nervos espinais e 31 segmentos medulares:
* 8 cervicais
- 1º: emerge acima da vértebra C1, entre ela e o osso occipital
- 8º: emerge abaixo da vértebra C7
* 12 torácicos
- emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente
* 5 lombares
* 5 sacrais
* 1 coccígeo
4. Topografia vertebromedular
● A medula termina na vértebra L2 no adulto
* abaixo: meninges e cauda eqüina
● Cauda eqüina: raízes nervosas dos últimos nervos espinais dispostas em
torno do cone medular e do filamento terminal
● Ritmos de crescimento diferentes, em sentido longitudinal, entre a
medula e o canal vertebral
* até o 4º mês de vida intra-uterina: mesmo ritmo
- nervos passando pelos forames intervertebrais dispõem-se
horizontalmente formando com a medula um ângulo aproximadamente reto
* a partir do 4º mês: coluna cresce mais, principalmente na porção caudal
- há alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a
medula = eventos mais pronunciados na parte caudal da medula, levando à
formação da cauda eqüina
- afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes
Ex: vértebras T11 e T12 relacionadas com segmentos lombares; lesão da
vértebra L3 afeta apenas a cauda eqüina
◊ Regra prática
● Entre os níveis das vértebras C2 e T10: adicionar 2 ao número do
processo espinhoso da vértebra = número do segmento medular subjacente
● Processos espinhosos das vértebras T11 e T12: 5 segmentos lombares
● Processo espinhosos de L1: 4 segmentos sacrais

5. Envoltórios da medula
5.1 Meninges
● Membranas fibrosas
◊ Dura-máter espinal
● Mais espessa e resistente: abundantes fibras colágenas
● Mais externa
● Paquimeninge
● Saco dural: envolve toda a medula como um dedo de luva
● Cranialmente: continua com a dura-máter craniana
● Caudalmente: termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2
● Prolongamentos laterais: embainham raízes dos nervos espinais
* continuam com o epineuro (tecido conjuntivo que envolve os nervos
espinais)
◊ Aracnóide espinal
● Leptomeninge
● Entre a dura-máter e a pia-máter
● Folheto justaposto à dura-máter com trabéculas aracnóideas (unem-na à
pia-máter)
◊ Pia-máter espinal
● Leptomeninge
● Mais delicada e mais interna
● Adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula
● Penetra na fissura mediana anterior
● Filamento terminal: esbranquiçado. Continuação caudal quando a medula
termina no cone medular.
* perfura o fundo-do-saco dural
* continua caudalmente até o hiato sacral
● Filamento denticulado: prega longitudinal formada de cada lado da
medula. Dispõe-se em um plano frontal ao longo de toda a extensão da
medula. Elemento de fixação da medula. Ponto de referência em certas
cirurgias da mesma.
* margem medial = continua com a pia-máter da face lateral da medula ao
longo de uma linha contínua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais
* margem lateral = com 21 processos triangulares, que se inserem
firmemente na aracnóide e na dura-máter em pontos que se alternam com a
emergência dos nervos espinais
 Filamento da dura-máter espinal
● Filamento terminal + prolongamentos da dura-máter
* ao atravessar o saco dural
 Ligamento coccígeo
● Filamento da dura-máter espinal ao se inserir no periósteo da superfície
dorsal do cóccix

5.2 Espaços ou cavidades


◊ Espaço epidural ou extradural
● Entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral
● Contém tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno (grande número
de veias)
◊ Espaço subdural
● Fenda estreita entre a dura-máter e a aracnóide
● Contém uma pequena quantidade de líquido = evita a aderência das
paredes
◊ Espaço subaracnóideo
● Com quantidade razoavelmente grande de líquor
● Exploração clínica: maior entre S2 (término do saco dural e da aracnóide)
e L2 (término da medula espinal) = com apenas filamento terminal e raízes
formadoras da cauda eqüina = sem perigo de lesão ao introduzir uma agulha.
Finalidades:
* retirada de líquor = fins terapêuticos ou diagnóstico
* medida da pressão do líquor
* introdução de substâncias que aumentam o contraste das mielografias
(diagnóstico de processos patológicos da medula)
* introdução de anestésico nas anestesias raquidianas

6. Anestesias nos espaços meníngeos


● Para bloquear as raízes dos nervos espinais que os atravessam = de tudo
que estiver próximo ao local
* sempre são locais, pois a anestesia geral pode entubar
● Aplicações: cirurgias das extremidades inferiores, do períneo, da
cavidade pélvica e em algumas cirurgias abdominais

6.1 Anestesias raquidianas


● Anestésico introduzido no espaço subaracnóideo
* bloqueia a parte final da medula
● Agulha penetra o espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5
* perfura sucessivamente: pele e tela subcutânea  ligamento
interespinhoso  ligamento amarelo  dura-máter  aracnóide
● Certificação de que a agulha atingiu o espaço: líquor goteja em sua
extremidade
● Inconvenientes: aparecimento freqüente de dores de cabeça =
perfuração da dura-máter e extravasamento de líquor

6.2 Anestesias epidurais ou peridurais


● Anestésico introduzido no espaço epidural
* difunde-se e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as
raízes dos nervos espinais
● Agulha penetra na região lombar
* não em L1
* sem medula espinal
Obs.: o ligamento interespinhoso deve ser rompido
● Certificação de que a agulha atingiu o espaço: súbita baixa de resistência
= acabou de perfurar o ligamento amarelo (última estrutura a fornecer
impedimento, entre uma vértebra e outra)
● Exige maior habilidade técnica: menor percepção dolorosa

ESTRUTURA DA MEDULA ESPINAL


1. Alguns aspectos da organização macroscópica e microscópica da
medula
● Comissura branca: local de cruzamento de fibras entre a fissura mediana
anterior e a substância cinzenta
● A quantidade de substância branca em relação à cinzenta é tanto maior
quanto mais alto o nível considerado
* existem diferenças entre os vários níveis de medula quanto à forma,
localização e tamanho
* critérios permitem identificar aproximadamente o nível de secção de uma
medula

2. Substância cinzenta da medula


2.1 Divisão da substância cinzenta da medula
◊ Considerando-se duas linhas que tangenciam os contornos anterior e
posterior do ramo horizontal do H
● Coluna anterior
* cabeça
* base: em conexão com a substância cinzenta intermédia lateral
● Coluna posterior (de diante para trás)
* base
* pescoço
* ápice
- substância gelatinosa: área constituída por tecido nervoso translúcido,
rico em células neurogliais e pequenos neurônios
● Substância cinzenta intermédia: dividia em duas linhas ântero-
posteriores
* lateral
- a coluna lateral participa dela
* central

2.2 Classificação dos neurônios medulares


NEURÔNIOS DE AXÔNIO LONGO (TIPO I DE GOLGI)
◊ Neurônios radiculares
● Axônio: sai da medula para constituir a raiz ventral
 Viscerais
● Pré-ganglionares do SNA: corpos localizados na substância cinzenta
intermédia lateral, de T1 a L2 (coluna lateral), ou de S2 a S4.
● Função: inervação de músculos lisos, cardíacos ou glândulas
 Somáticos / Motores primários / Motores inferiores / Via motora final
comum de Sherrington
● Corpo localizado na coluna anterior
● Função: inervação de músculos estriados esqueléticos
● Os axônios, antes de deixarem a medula, emitem um ramo colateral
recorrente que volta e termina estabelecendo sinapse com uma célula de
Renshaw
 Alfa
● Grandes com axônio grosso
● Função: inervação de fibras musculares que contribuem efetivamente
para a contração dos músculos = extrafusais (localizadas fora dos fusos
neuromusculares)
● Unidade motora: neurônio alfa + fibras musculares que inerva
 Gama
● Menores com axônio fino (fibras eferentes gama)
● Função: inervação motora das fibras intrafusais; regulação da
sensibilidade dos fusos neuromusculares
● Recebem influência de vários centros supra-segmentares relacionados
com a atividade motora
● Coativação alfa-gama: ativação simultânea com os motoneurônios alfa na
execução de movimentos voluntários
* fusos neuromusculares continuam a enviar informações proprioceptivas ao
SNC mesmo durante a contração muscular desencadeada pela atividade dos
neurônios alfa
◊ Neurônios cordonais
● Axônios ganham a substância branca da medula, onde tomam direção
ascendente ou descendente, passando a constituir as fibras que formam os
funículos da medula
* homolateral ou ipsilateral: passa ao funículo situado do mesmo lado onde
se localiza seu corpo
* heterolateral ou contralateral: passa ao funículo situado do lado oposto
 De projeção
● Axônio ascendente longo: termina fora da medula
● Integra as vias ascendentes da medula
 De associação
● Axônio bifurca-se em um ramo ascendente e outro descendente ao
passar para a substância branca: terminam na substância cinzenta
* mecanismo de integração de segmentos medulares situados em níveis
diferentes
* permite a realização de reflexos intersegmentares na medula
● Fascículos próprios: formados em torno da substância cinzenta, na qual as
fibras nervosas formadas por eles se dispõem. Existentes nos 3 funículos.
NEURÔNIOS DE AXÔNIO CURTO (TIPO II DE GOLGI)
◊ Neurônios internunciais
● Pequenos
● Axônio: sempre na substância cinzenta
* prolongamentos ramificam-se próximo ao corpo celular e estabelecem
conexão entre as fibras aferentes, que penetram pelas raízes dorsais e os
neurônios motores, interpondo-se em vários arcos reflexos medulares
● Aonde terminam fibras que chegam à medula trazendo impulsos do
encéfalo
 Célula de Rensahw
● Localização: porção medial da coluna anterior
● Função: inibir os neurônios motores
* faz sinapse com o neurônio motor que emitiu o ramo colateral
Obs.: os impulsos nervosos que saem do neurônio motor são capazes de
inibir o próprio neurônio através do ramo recorrente e da célula de Renshaw

2.3 Núcleos e lâminas da substância cinzenta da medula


● Núcleos: distribuição dos neurônios medulares. Formam colunas
longitudinais dentro das 3 colunas da medula, mas alguns não se estendem ao
longo de todo o órgão
◊ Núcleos da coluna anterior
 do grupo medial
● Existentes em toda a extensão da medula
● Localização de neurônios motores: inervam a musculatura relacionada com
o esqueleto axial através de fibras que emergem principalmente através dos
ramos dorsais dos nervos espinais
 do grupo lateral
● Originam fibras que inervam a musculatura relacionada com o esqueleto
apendicular
● Apenas nas regiões das intumescências = origem dos plexos braquial e
lombossacral
● Neurônios motores situados mais medialmente: inervam a musculatura
proximal dos membros
● Neurônios motores situados mais lateralmente: inervam a musculatura
distal dos membros = músculos extrínsecos e intrínsecos do pé e da mão
◊ Núcleos da coluna posterior
 Núcleo torácico
● Na região torácica e lombar alta (L1 e L2)
● Função: propriocepção inconsciente
● Neurônios: cordonais de projeção = axônios vão ao cerebelo
 Substância gelatinosa
● Recebe fibras sensitivas que entram pela raiz dorsal
● Onde funciona o portão da dor: mecanismo que regula a entrada no SN de
impulsos dolorosos
* fibras serotoninérgicas chegam vindas do tronco encefálico e relacionam-
se com o funcionamento do portão da dor
◊ Lâminas de Rexed
● Distribuição dos neurônios medulares em extratos ou lâminas bastante
regulares
● Numeradas de I a X, no sentido dorso-ventral
 Lâminas I a IV
● Área receptora
● Onde terminam neurônios das fibras exteroceptivas que penetram pelas
raízes dorsais
 Lâminas V ao VI
● Recebem informações proprioceptivas
 Lâmina IX
● Contém os neurônios, correspondendo aos núcleos da coluna anterior
* não é contínua no adulto

4. Substância branca da medula


4.1 Identificação de tratos e fascículos
● Não existem septos que delimitem os diversos tratos: fibras da periferia
de um trato dispõem-se lado a lado com as do trato vizinho
● Durante o desenvolvimento fetal e pós-natal: fibras que compõem o trato
mielinizam-se em épocas diferentes, mas todas as de um mesmo trato
mielinizam-se aproximadamente na mesma época = dissecação embriológica
dos funículos medulares
● Secção da fibra mielínica: segmento distal sofre degeneração walleriana
= acima ou abaixo da lesão = tratos cujas fibras foram lesadas
* acima: trato ascendente é degenerado = o corpo de neurônio localiza-se
em algum ponto abaixo da lesão e o impulso sobe pelas fibras do trato
* abaixo: trato descendente é degenerado
◊ Vias
● As fibras da substância branca da medula agrupam-se em vias por onde
passam impulsos nervosos que sobem e descem
 Ascendentes
 Descendentes
 De associação
● Mistas: com fibras ascendentes e descendentes misturadas
● Formadas pelos prolongamentos dos neurônios cordonais de associação =
formam os fascículos próprios da medula

4.2 Vias descendentes


● Fibras originam-se no córtex cerebral ou em várias áreas do tronco
encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares
◊ Terminam fazendo sinapse com neurônios da coluna posterior e
participam dos mecanismos que regulam a penetração dos impulsos
sensoriais no SNC
◊ Viscerais
● Terminam nos neurônios pré-ganglionares do SNA
◊ Somáticas
● Terminam direta ou indiretamente nos neurônios motores somáticos
 Vias piramidais
● Passam pelas pirâmides bulbares antes de penetrar na medula
● Tratos originam-se no córtex cerebral e conduzem impulsos nervosos aos
neurônios da coluna anterior da medula, relacionando-se diretamente ou
através de neurônios internunciais com estes
* são cruzados: córtex de um hemisfério cerebral comanda os neurônios
motores situados na medula do lado oposto = movimentos voluntários
- lesão = paralisia do lado oposto
 Trato córtico-espinal
● Do córtex ao bulbo
● Fibras do trato córtico-espinal lateral + trato córtico-espinal anterior
 Trato córtico-espinal lateral / piramidal cruzado
● Ao nível da decussação das pirâmides
● Cruzamento de parte das fibras do trato córtico-espinal
● Atinge a medula sacral
● Fibras terminam pouco a pouco na substância cinzenta
* quanto mais baixo = menor número
● Localização: funículo lateral da medula
 Trato córtico-espinal anterior / piramidal direto
● Menor
● Continuação das fibras do trato córtico-espinal que não se cruzam
* penetram na coluna anterior
● Término: ao nível da medula torácica média, mas frequentemente se
estende à medula sacral
* cruzam o plano mediano e terminam em neurônios motores situados do
lado oposto àquele no qual entraram na medula: pouco antes de terminarem
● Localização: funículo anterior, próximo da fissura mediana anterior
 Vias extrapiramidais
● Não passam pelas pirâmides bulbares
● Tratos terminam na medula, em neurônios internunciais, através dos quais
se ligam aos neurônios motores da coluna anterior e exercem sua função
motora
 Trato teto-espinal
● Origem: teto mesencefálico (colículo superior)
● Liga-se, juntamente com os tratos vestíbulo-espinal e retículo-espinal,
aos neurônios motores situados na parte medial da coluna anterior:
controlam os músculos responsáveis pela motricidade da parte proximal dos
membros
● Funções limitadas: reflexos em que a movimentação decorre de estímulos
visuais
 Trato vestíbulo-espinal
● Origem: núcleos vestibulares = área vestibular do IV ventrículo
● Juntamente com o trato retículo-espinal, mantém o equilíbrio e a postura
básica
 Trato rubro-espinal
● Origem: núcleo rubro
● Liga-se aos neurônios motores localizados lateralmente na coluna
anterior: controlam os músculos responsáveis pela motricidade da parte
distal dos membros
● Pequeno
 Trato retículo-espinal
● Origem: formação reticular = no tronco encefálico
* principalmente da ponte e bulbo
● Controla a motricidade da musculatura axial e proximal

3.3 Vias ascendentes


● Relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram pela
raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo
◊ Destino das fibras da raiz dorsal
● Cada filamento divide-se em 2 grupos ao ganhar o sulco lateral posterior.
Antes de penetrar na coluna posterior, cada fibra se bifurca, dando um
ramo ascendente e outro descendente (mais curto), além de ramos
colaterais (mais finos)
* grupo lateral
- finas
- dirigidas ao ápice da coluna posterior
* grupo medial
- dirigidas à face medial da coluna posterior
- grande contingente de fibras tem ramos ascendentes muito longos, que
terminam no bulbo
 Sinapses entre as fibras e os colaterais da raiz dorsal ao penetrar na
substância cinzenta da medula
● Com neurônios motores, na coluna anterior: reflexos monossinápticos /
simples = de estiramento ou miotáticos
● Com neurônios internunciais: arcos reflexos polissinápticos = axônio do
neurônio internuncial se liga ao neurônio motor. Podem ser complexos,
envolvendo um grande número de neurônios internunciais.
● Com neurônios cordonais de associação: arcos reflexos intersegmentares
● Com neurônios pré-ganglionares: arcos reflexos viscerais
● Com neurônios cordonais de projeção: axônios constituirão as vias
ascendentes = impulsos que entram pela raiz dorsal são levados ao tálamo e
ao cerebelo
◊ Sistematização das vias ascendentes da medula
● As fibras são ramos ascendentes de fibras da raiz dorsal (fascículos
grácil e cuneiforme) ou axônios de neurônios cordonais de projeção situados
na coluna posterior
● Reúnem-se em tratos
 Vias ascendentes do Funículo Posterior
* fascículos separados pelo septo intermédio posterior
● Fibras = prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos localizados nos
gânglios espinais
● Quando as fibras das raízes dorsais penetram na medula para constituir
os fascículos, elas ocupam inicialmente parte lateral do funículo posterior.
Mas, em seu trajeto ascendente, são deslocadas medialmente pouco a pouco
por fibras que penetram por raízes situadas mais acima
● Funcionalmente homogêneas
* propriocepção consciente ou sentido de posição e de movimento
(cinestesia): situa uma parte do corpo ou percebe seu movimento sem auxílio
da visão
* tato discriminativo ou epicrítico: localiza e descreve as características
tácteis de um objeto
- teste = tocar a pele simultaneamente com as 2 pontas de um compasso e
verificar a maior distância entre os dois pontos tocados, que é percebido
como se fosse 1 ponto só = discriminação de 2 pontos
* sensibilidade vibratória: percepção de estímulos mecânicos repetitivos
- teste = tocar a pele de encontro a uma saliência óssea com um diapasão
* estereognosia: capacidade de perceber com as mãos a forma e o tamanho
de um objeto.
- dependente de receptores para o tato e para a propriocepção
 Fascículo grácil
● Medial
* evidente em toda a extensão da medula
● Início: limite caudal da medula
● Composição: fibras que penetram na medula pelas raízes coccígea,
sacrais, lombares e torácicas baixas
● Término: núcleo grácil = tubérculo do núcleo grácil do bulbo
● Condução: impulsos provenientes dos membros inferiores e na metade
inferior do tronco
 Fascículo cuneiforme
● Lateral
* evidente na medula torácica alta
● Composição: fibras que penetram pelas raízes cervicais e torácicas
superiores
●Término: núcleo cuneiforme = tubérculo do núcleo cuneiforme do bulbo
● Condução: impulsos originados nos membros superiores e metade superior
do tronco
 Vias ascendentes do Funículo Anterior
 Trato espino-talâmico-anterior
● Formação: axônio de neurônios cordonais de projeção situados na coluna
posterior, que cruzam o plano mediano e fletem-se cranialmente
● Término: tálamo
● Condução: impulsos de pressão e tato leve (tato protopático = pouco
discriminativo, permite apenas de maneira grosseira a localização da fonte
do estímulo táctil)
Obs.: sensibilidade táctil nas lesões medulares é dificilmente perdida,
exceto em casos de transecção do órgão
 Vias ascendentes do Funículo Lateral
 Trato espino-talâmico lateral
* tamanho aumenta à medida que sobe = adição de novas fibras
● Neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior emitem
axônios que cruzam o plano mediano na comissura branca, ganham o funículo
lateral onde se fletem cranialmente
● Término: tálamo
● Condução: impulsos de temperatura e dor aguda e bem localizada ao
cérebro
* cordotomia = secção do trato em casos de dor causada por câncer
● Junto dele seguem as fibras espino-reticulares: também conduzem
impulsos dolorosos
● Via espino-retículo-talâmica: sinapses das fibras espino-reticulares na
formação reticular do tronco encefálico com as fibras retículo-talâmicas
* conduz impulsos relacionados à dor do tipo crônico e difuso (dor em
queimação)
 Trato espino-cerebelar posterior
● Neurônios cordonais de projeção situados no núcleo torácico da coluna
posterior emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado,
fletindo-se cranialmente
● Término: cerebelo, pelo pedúnculo cerebelar inferior
● Condução: impulsos de propriocepção inconsciente originados em fusos
neuromusculares e órgãos neurotendinosos
 Trato espino-cerebelar anterior
● Neurônios cordonais de projeção situados na coluna posterior e na
substância cinzenta emitem axônios que ganham o funículo lateral do mesmo
lado ou do lado oposto, fletindo-se cranialmente
● Término: cerebelo, pelo pedúnculo cerebelar superior
* o impulso nervoso termina situado do mesmo lado em que se originou
porque as fibras cruzadas tornam a se cruzar no interior do cerebelo
● Veicula impulsos nervosos originados em receptores periféricos e informa
eventos que ocorrem dentro da própria medula relacionados com a atividade
elétrica do trato córtico-espinal
* cerebelo informado de quando os impulsos chegam e qual a intensidade =
controle da sensibilidade somática

NERVOS EM GERAL – TERMINAÇÕES NERVOSAS – NERVOS


ESPINAIS

Nervos em geral

1. Caracteres gerais e estrutura dos nervoss


● Origem real: local onde se localizam os corpos dos neurônios
● Origem aparente: ponto de emergência ou entrada do nervo na superfície
do SNC
* pode ser no esqueleto
◊ Nervos
● Cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas
reforçadas por tecido conjuntivo
* geralmente as fibras nervosas são mielínicas com neurilema
- nervo óptico = sem neurilema
- nervo olfatório, SNA, composição dos nervos periféricos (em pequeno
número) = amielínicas = fibras de Remak
● Unem o SNC aos órgãos periféricos
● Função: conduzir, através de suas fibras, impulsos nervosos do SNC para
a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o SNC (impulsos
aferentes)
● São muito vascularizados: percorridos longitudinalmente por vasos que se
anastomosam
* pode-se retirar o perineuro sem haver lesão nervosa
● São quase totalmente desprovidos de sensibilidade: a sensação dolorosa é
sentida no território sensitivo inervado, não no ponto estimulado
* membro amputado = cotos nervosos irritados podem originar impulsos
nervosos que são interpretados no cérebro como se fossem originados do
membro retirado = dor fantasma
● Podem se bifurcar ou anastomosar
* não da fibra nervosa: ocorre reagrupamento de fibras que passam a
constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir outro
* muita ramificação de fibras nervosas e sensitivas próximo à terminação
 Cranianos
● União feita com o encéfalo
 Espinais
● União feita com a medula
◊ Bainhas conjuntivas
= conferem grande resistência, mais espessas nos nervos superficiais (mais
expostos a traumatismos)
● Epineuro: envolve todo o nervo e emite septos para seu interior
● Perineuro: envolve os feixes de fibras nervosas
● Endoneuro: trama delicada de tecido conjuntivo frouxo que envolve cada
fibra nervosa

2. Condução dos impulsos nervosos


2.1 Nervos sensitivos (aferentes)
● Condução: prolongamentos periféricos -> prolongamento central
* não passa pelo corpo celular
- gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais e nos gânglios de alguns
nervos cranianos
● Pseudo-unipolares:
* prolongamento periférico = liga-se ao receptor. É um axônio
morfologicamente, mas funciona como o dendrito porque conduz o impulso
nervoso centripetamente
* prolongamento central = liga-se a neurônios da medula ou do tronco
encefálico. É um axônio morfo e funcionalmente, pois conduz o impulso
nervoso centrifugamente

2.2 Neurônios motores


● Condução: corpo celular -> efetuador
* dependendo da extremidade estimulada, um neurônio isolado funciona
como fio elétrico nos dois sentidos
* velocidade = depende do calibre da fibra (maior calibre = maior
velocidade)
◊ Classificação das fibras
● A: ricamente mielinizadas dos nervos mistos, de grande calibre. Podem
ser divididas quanto à velocidade
* alfa
* beta
* gama
● B: fibras pré-ganglionares = SNA
● C: fibras pós-ganglionares do SNA e fibras responsáveis pelos impulsos
dolorosos

3. Lesões dos nervos periféricos e regeneração de fibras nervosas


● Esmagamentos ou lesões = perda ou diminuição da sensibilidade e da
motricidade no território inervado
* degeneração Walleriana: da parte distal do axônio e sua bainha de
mielina, estendendo-se em direção proximal ate o nódulo de Ranvier mais
próximo da lesão
● Cromólise no corpo celular: grau inversamente proporcional à distância da
lesão ao corpo celular
● Alterações do corpo celular: desintegração do neurônio, mas pode haver
recuperação

3.1 Recuperação
● Crescimento das extremidades proximais e emissão de numerosos
brotamentos que alcançam o nível da lesão e penetram no tecido cicatricial
● Lâminas basais com laminina, uma glicoproteína, sintetizadas pelas células
de Schwann
● Ocorre em:
* nervos periféricos
* fibras nervosas da parte periférica do SNA
Ex: Doença de Chagas = inervação do coração
● Não ocorre em:
* fibras nervosas do SNC = inexistência no SNC de um substrato adequado
que permita o crescimento = sem células de Schwann e oligodendrócitos
impedem o crescimento dos axônios
- quando se enxerta pedaço de nervo periférico na medula: axônios crescem
por uma das extremidades do nervo enxertado, mas param de crescer
quando atingem a outra extremidade e entram em contato com o tecido do
SNC
◊ Secção com afastamento dos 2 cotos
● Neuromas: crescimento desordenado no tecido cicatricial = tecido
conjuntivo, células de Schwann, emaranhado de fibras nervosas “perdidas”
● Recuperação: remoção do tecido cicatricial e ajustamento dos cotos
nervosos por sutura epineural (justaposição das bainhas perineurais) =
permite que as fibras nervosas em regeneração penetrem no coto distal do
nervo = modificações nas células de Schwann = prolongamentos
citoplasmáticos envolvidos por várias lâminas basais muito pregueadas,
dispostas uma dentro da outra = formação de numerosos compartimentos ou
tubos extracelulares circundados por tecido conjuntivo do endoneuro,
dentro dos quais crescem distalmente as extremidades das fibras em
regeneração
* no início: emissão de numerosos ramos por cada axônio = maiores chances
de encontrar o caminho certo no coto distal
- neurônio motor em tubo que continha neurônio sensitivo ou vice-versa =
sem conexão funcional

Nervos espinais

1. Generalidades
● Inervam o tronco, os membros e parte da cabeça
● 31 pares
● Gânglio espinal: na raiz dorsal. Com corpos de neurônios sensitivos
pseudo-unipolares (prolongamentos central e periférico formam a raiz)
* raiz ventral formada por axônios que se originam em neurônios situados
nas colunas anterior e lateral da medula
● Tronco do nervo espinal: raiz dorsal, sensitiva + raiz ventral, motora =
funcionalmente misto

2. Componentes funcionais das fibras dos nervos espinais


● Em um mesmo nervo em um determinado momento podem existir fibras
situadas lado a lado, conduzindo impulsos nervosos de direções diferentes
para estruturas diferentes, enquanto outras fibras podem estar inativas =
são isoladas, ou seja, de funcionamento independente
◊ Fibras aferentes
 Viscerais
● Origem: interoceptores
 Somáticas
● Origem: proprioceptores ou exteroceptores
* exteroceptivas: condução de impulsos originados na superfície = dor,
temperatura, pressão, tato
* proprioceptivas: conscientes ou inconscientes
◊ Fibras eferentes
 Somáticas
● Terminam em músculos estriados esqueléticos
 Viscerais
● Terminam em músculo liso, cardíaco ou glândula, interligando o SNA

3. Trajeto dos nervos espinais


◊ Tronco do nervo espinal
● Sai do forame intervertebral
● Divide-se em dois ramos mistos
* dorsal = menores, distribuem-se aos músculos e à pele da região dorsal do
tronco, da nuca e da região occipital
* ventral = continuação do tronco nervoso espinal, distribuem-se pela
musculatura, pele, ossos e vasos dos membros, região ântero-lateral do
pescoço e do tronco
- dos nervos intercostais / espinais torácicos: trajeto aproximadamente
paralelo, seguindo cada um individualmente no seu espaço intercostal =
guardam a distribuição metamérica do início do desenvolvimento
- outros nervos: anastomosam-se, entrecruzam e trocam fibras = formação
de plexos
◊ Nervos originados dos plexos
● Plurissegmentares: com fibras originadas em mais de um segmento
medular
● Unissegmentares: com fibras originadas em um segmento medular
◊ Trajeto
● Caminho mais curto
● Exceções por fatores embriológicos
Ex: nervo laríngeo = contorna a A. subclávia, à direita, ou o arco aórtico, à
esquerda, antes de atingir seu destino nos músculos da laringe
 Superficial
● Sensitivos
* mas apresentam fibras eferentes viscerais (do SNA)
Ex: nervos cutâneos = para glândulas sudoríparas, músculos eretores dos
pêlos, vasos superficiais
 Profundo
● Motores
* mas apresenta sempre fibras aferentes que veiculam impulsos
proprioceptivos originados nos fusos neuromusculares
4. Territórios cutâneos de inervação radicular: dermátomos
◊ Dermátomos
= cervicais, torácicos, lombares e sacrais
● Território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal
* fibras radiculares: chegam a eles através de nervos
- unissegmentares = cada nervo corresponde a um dermátomo que se
localiza no seu território de distribuição cutânea
- plurissegmentares = contribui com fibras para vários dermátomos, pois
recebe fibras sensitivas de várias raízes
● Recebe o nome da raiz que o inerva
● No embrião: sucedem-se na mesma sequência das raízes espinais, em
faixas aproximadamente paralelas
* disposição mantém-se apenas no tronco
● Nos membros: disposição irregular, com aposição de dermátomos
situados em segmentos distantes = grande crescimento dos brotos
apendiculares durante o desenvolvimento
● Estudo da topografia = localização de lesões radiculares ou medulares
* mapas: estudo da repercussão sobre a sensibilidade cutânea das lesões e
afecções que acometem as raízes dorsais

5. Relação entre as raízes ventrais e os territórios de inervação


motora
◊ Campo radicular motor
● Território inervado por uma única raiz ventral
◊ Músculos
= conforme a inervação de uma ou mais raízes
● unirradiculares
● plurirradiculares: maioria. Sem separação entre as partes inervadas pelas
diversas raízes.
Obs.: aponeuroses podem separar

6. Unidade motora e unidade sensitiva


6.1 Motora
● Conjunto constituído por um neurônio motor somático com seu axônio e
todas as fibras musculares por ele inervadas (músculos estriados
esqueléticos)
* menor unidade funcional do sistema motor
● Suas fibras musculares se contraem aproximadamente ao mesmo tempo
por ação do impulso nervoso
* maior força
- ação de maior número de unidades motoras e de fibras musculares para
cada fibra nervosa
- maior frequência com que os neurônios motores mandam impulsos às
fibras musculares que eles inervam
* menor força / realização de movimentos mais delicados
- menor número de fibras musculares para cada fibra nervosa

6.2 Sensitiva
● Conjunto de um neurônio sensitivo com todas as suas ramificações e os
seus receptores
* receptores do mesmo tipo, mas pode haver percepção de várias formas
de sensibilidade em uma mesma área cutânea porque há grande superposição
de unidades sensitivas na pele

7. Eletromiografia
● Permite o estudo da atividade elétrica dos músculos estriados
esqueléticos durante a contração muscular: a amplitude do potencial é
diretamente proporcional ao número de fibras musculares que a unidade
motora contém
* avaliação do número e do tamanho de unidades motoras sob controle
voluntário
* distinção entre afecções que afetam os músculos (miopatias) daquelas que
afetam o neurônio (neuroapatia)
* acompanhamento do processo de reinervação de um músculo em caso de
lesão de um nervo seguida de neurorrafia
* esclarecimento do modo de participação de músculos ou grupos
musculares na execução de movimentos em diversas situações fisiológicas
● Método: eletrodos sobre a pele ou agulhas nos músculos a serem
estudados

ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO ENCEFÁLICO

1. Generalidades
● O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo:
ventralmente ao cerebelo
◊ Constituição
= podem estar relacionados a relevos ou depressões de sua superfície
● Núcleos
* recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos
nervos cranianos
- 10 dos 12 pares fazem conexão com ele
● Tratos ou fascículos / Lemniscos: agrupamento de fibras nervosas
◊ Divisões
● Bulbo: caudal
● Mesencéfalo: cranial
● Ponte: entre o bulbo e o mesencéfalo

2. Bulbo raquídeo ou medula oblonga


● Forma de tronco de cone
* extremidade menor continua caudalmente com a medula espinal
● Limite entre o bulbo e a medula espinal: em um plano horizontal que passa
imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do 1º nervo
cervical, ao nível do forame magno
● Limite superior do bulbo: sulco bulbo-pontino = sulco horizontal visível no
contorno ventral do órgão; margem inferior da ponte
● Sua superfície é percorrida longitudinalmente por sulcos paralelos, que
continuam com os sulcos da medula = delimitam áreas anterior (ventral),
lateral e posterior (dorsal) = continuação direta dos funículos da medula
● Fissura mediana anterior: termina cranialmente no forame cego
(depressão)
● Pirâmide: eminência alongada existente de cada lado da fissura mediana
anterior. Formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes,
que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula =
trato córtico-espinal ou trato piramidal.
● Decussação das pirâmides: feixes interdigitados que obliteram a fissura
mediana anterior na parte caudal, resultantes do cruzamento oblíquo das
fibras do trato no plano mediano
● Área lateral do bulbo: entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior
● Oliva: eminência na área lateral do bulbo. Formada por uma grande massa
de substância cinzenta logo abaixo da superfície, o núcleo olivar inferior
* pregueada, dobra-se sobre si mesma com uma abertura principal medial
● Filamentos radiculares
* do nervo hipoglosso (NC XII): emergem do sulco lateral anterior,
ventralmente à oliva
* dos nervos hipoglosso (NC IX) e vago (NC X): emergem do sulco lateral
posterior
* constituintes da raiz craniana ou bulbar do nervo acessório (NC XI): une-
se à raiz espinal, proveniente da medula
● Porção fechada do bulbo: metade caudal. Percorrida por um estreito
canal (continuação direta do canal central da medula), que se abre para
formar o IV ventrículo.
* assoalho constituído pela metade rostral ou porção aberta do bulbo
● Sulco mediano posterior: termina à meia altura
* afastamento dos lábios contribui para a formação dos limites laterais do
IV ventrículo
● Área posterior do bulbo: entre os sulcos mediano posterior e lateral
posterior. Continuação do funículo posterior da medula. Divide-se em (pelo
sulco intermédio posterior)
* fascículo grácil
- fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam no
núcleo grácil (massa de substância cinzenta), na parte mais cranial,
determinando o aparecimento do tubérculo do núcleo grácil (eminência)
* fascículo cuneiforme
- fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam no
núcleo cuneiforme (massa de substância cinzenta), na parte mais cranial,
determinando o aparecimento do tubérculo do núcleo cuneiforme
(eminência)
● Pedúnculo cerebelar inferior: continuação superior dos tubérculos, que
também se afastam lateralmente como dois ramos de um V. Formado por um
grosso canal de fibras ascendentes que forma as bordas laterais da metade
caudal do IV ventrículo, fletindo-se dorsalmente para entrar no cerebelo.

3. Ponte
● Ventral ao cerebelo
● Repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela turca
● Base: ventral. Com estriação transversal = numerosos feixes de fibras
transversais que a percorrem
● Pedúnculo cerebelar médio ou braço da ponte: volumoso feixe formado
pela convergência das fibras transversais. Penetra no hemisfério cerebelar
médio.
* limite entre ele e a ponte: ponto de emergência do nervo trigêmeo (NC V)
- raiz sensitiva do nervo trigêmeo = maior
- raiz motora do nervo trigêmeo = menor
● Sulco basilar: aloja a A. basilar. Longitudinal, na superfície.
● Sulco bulbo-pontino: separa sua parte ventral do bulbo. Dela emergem, de
cada lado da linha mediana
* nervo abducente (NC VI) = entre a ponte e a pirâmide do bulbo
* nervo facial (NC VII) = medial ao NC VIII, mantendo relações íntimas
com ele
* nervo vestíbulo-coclear (NC VIII) = lateral, próximo ao flóculo (pequeno
lóbulo do cerebelo)
* nervo intermédio = raiz sensitiva do NC VII, entre o NC VII e o NC VIII
● Síndrome do Ângulo ponto-cerebelar: compressão das raízes dos nervos =
tumores
● Assoalho do IV ventrículo: parte dorsal da ponte, que não apresenta linha
de demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo

4. Quarto ventrículo
4.1 Situação e comunicações
● O que é: cavidade losângica do rombencéfalo
● Localização: entre o bulbo e a ponte, ventralmente, e o cerebelo,
dorsalmente
● Continuações
* caudal: canal central do bulbo
* cranial: aqueduto cerebral (cavidade do mesencéfalo) = comunicação com
o III ventrículo
● Recessos laterais: prolongamentos de cada lado da cavidade. Na
superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior.
● Aberturas: por meio das quais o líquor atinge o espaço subaracnóideo
* Aberturas laterais / Forames de Luschka: comunicação de cada lado
entre os recessos laterais e o espaço subaracnóideo
* Abertura mediana / forame de Magendie: no meio da metade caudal do
teto do ventrículo

4.2 Assoalho / fossa rombóide


● Forma: losângica
● Constituição: parte dorsal da ponte + porção aberta do bulbo
● Limites
* ínfero-lateralmente: pedúnculos cerebelares inferiores e tubérculos dos
núcleos grácil e cuneiforme
* súpero-lateralmente: pedúnculos cerebelares superiores (braços
conjuntivos) = compactos feixes de fibras nervosas que se fletem
cranialmente e convergem para penetrar no mesencéfalo ao sair de cada
hemisfério cerebelar
● Sulco mediano: percorre-o
* perde-se cranialmente no aqueduto cerebral e caudalmente no canal
central do bulbo
● Eminência medial: limitada lateralmente pelo sulco limitante, de cada lado
do sulco mediano
* sulco limitante = separa os núcleos motores dos sensitivos
● Fóvea superior e fóvea inferior: alargamento do sulco limitante de cada
lado. Nas metades cranial e caudal da fossa rombóide.
● Colículo facial: elevação arredondada constituída por dilatação da
eminência medial, medialmente à fóvea superior. Formada por fibras do
nervo facial (contornam o núcleo do nervo abducente)
● Trígono do nervo hipoglosso: pequena área triangular de vértice inferior
de cada lado da parte caudal da eminência medial. Corresponde ao núcleo do
nervo hipoglosso.
● Trígono do nervo vago: lateral ao trígono do nervo hipoglosso e caudal à
fóvea inferior. Corresponde ao núcleo dorsal do nervo vago.
● Área vestibular: grande área triangular lateral ao sulco limitante,
estendendo-se de cada lado aos recessos laterais. Corresponde aos núcleos
vestibulares do nervo vestíbulo-coclear.
● Estrias medulares do IV ventrículo: finas cordas nervosas que cruzam
transversalmente a área vestibular e se perdem no sulco mediano.
● Lócus-ceruleus: lateral à eminência medial, da fóvea superior em direção
ao aqueduto cerebral. Relacionada com o mecanismo do sono.

4.3 Teto
◊ Metade cranial
● Véu medular superior: fina lâmina de substância branca entre os 2
pedúnculos cerebelares superiores.
◊ Metade caudal
● Pequena parte de substância branca do nódulo do cerebelo
● Véu medular inferior: fina lâmina branca presa medialmente às bordas
laterais do nódulo do cerebelo, formação bilateral
● Tela corióide do IV ventrículo: une as anteriores às bordas da metade
caudal do assoalho. Formada pela união do epitélio ependimário (interno)
com a pia-máter (externa).
* plexo corióide: projeções irregulares e muito vascularizadas que se
invaginam na cavidade ventricular (ao longo de 2 linhas verticais situadas
próximo ao plano mediano, que encontram perpendicularmente com uma linha
horizontal, dirigida aos recessos laterais, de cada lado) e produzem líquor.
- pequena porção exterioriza-se pelas aberturas laterais próximo do flóculo
do cerebelo

5. Mesencéfalo
5.1 Limites e divisão
● Localização: entre a ponte e o cérebro
* plano que liga os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior
separa-o do cérebro
● Aqueduto cerebral: atravessa-o
● Teto do mesencéfalo: dorsal ao aqueduto cerebral
● Pedúnculos cerebrais: ventrais. Dividem-se em
* tegmento = parte predominantemente celular. Dorsal
* base do pedúnculo = fibras longitudinais. Ventral
● Substância negra: rica em neurônios que contêm melanina, separa o
tegmento da base
● Sulcos longitudinais: margeam o limite entre a base e o tegmento
* lateral do mesencéfalo
* medial do pedúnculo cerebral
- dele emerge o nervo oculomotor (NC III)

5.2 Teto
= vista dorsal
● Colículos: eminência arredondadas, corpos quadrigêmeos, separadas por 2
sulcos perpendiculares (≈ cruz). Cada um se liga ao corpo geniculado
(peuqena eminência oval do diencéfalo) através de um feixe superficial de
fibras nervosas que constitui o seu braço.
* superiores
- ligam-se ao corpo geniculado lateral (na extremidade do trato óptico) pelo
braço do colículo superior (parte do trajeto é escondida entre o pulvinar do
tálamo e o corpo geniculado medial)
* inferiores
- ligam-se ao corpo geniculado medial pelo braço do colículo inferior
Obs.: corpo pineal = diencéfalo, na parte anterior do ramo longitudinal da
cruz
● Nervo troclear (NC IV): caudal a cada folículo inferior. Único que emerge
dorsalmente. Contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente entre ele e a
ponte.

5.3 Pedúnculos cerebrais


= ventrais
● 2 grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e
divergem cranialmente ara penetrar profundamente no cérebro
● Delimitam a fossa interpeduncular = limitada pelos corpos mamilares
anteriormente
* substância perfurada posterior

ESTRUTURA DO BULBO

1. Considerações sobre a estrutura do tronco encefálico


● Núcleos dos nervos cranianos: fragmentação longitudinal e transversal da
substância cinzenta = grande número de fibras de direção transversal
● Substância cinzenta homóloga à da medula: núcleos
● Substância cinzenta própria do tronco encefálico: núcleos sem
correspondência com nenhuma área da substância cinzenta da medula
● Formação reticular: rede de fibras e corpos de neurônios que preenche o
espaço situado entre os núcleos e os tratos mais compactos. Com estrutura
intermediária entre a substância branca e cinzenta.

2. Estrutura do bulbo
2.1 Fatores que modificam a estrutura do bulbo em comparação com a
da medula
Obs.: organização interna das porções caudais é bastante semelhante à da
medula
* Diferenças aumentam à medida que se examinam secções mais altas
- nível da oliva = sem semelhanças
● Aparecimento de novos núcleos próprios do bulbo: sem correspondência.
Grácil, cuneiforme e olivar inferior.
● Decussação das pirâmides ou decussação motora: das fibras do trato
córtico-espinal ao percorreram as pirâmides bulbares, para continuar como
trato córtico-espinal lateral. No trajeto, elas atravessam a substância
cinzenta, contribuindo para separar a cabeça da base da coluna anterior.
● Decussação dos lemniscos ou decussação sensitiva: fibras arqueadas
internas (originadas dos núcleos grácil e cuneiforme) mergulham
ventralmente, passam através da coluna posterior, contribuindo para
fragmentá-la, cruzam o plano mediano e infletem-se caudalmente para
constituir de cada lado o lemnisco medial.
* lemnisco medial = conduz ao tálamo os impulsos relacionados à
propriocepção consciente, sensibilidade vibratória e ao tato epicrítico, que
subiram nos fascículos grácil e cuneiforme da medula do lado oposto
● Abertura do IV ventrículo: os fascículos grácil e cuneiforme e seus
respectivos núcleos desaparecem em níveis progressivamente mais altos,
resultando em abertura do canal central, formado-se o IV ventrículo
* seu assoalho é constituído de substância cinzenta homóloga à da medula

2.2 Substância cinzenta do bulbo


◊ Homóloga (núcleos de nervos cranianos)
Ex: tomar sorvete
● Núcleo ambíguo: no interior do bulbo. Motor para a musculatura estriada
branquiométrica. Dele saem as fibras eferentes viscerais especiais do IX, X
e XI pares cranianos, que inervam a musculatura da laringe e faringe.
● Núcleo do hipoglosso: no triângulo do hipoglosso, assoalho do IV
ventrículo. Motor onde se originam fibras eferentes somáticas para a
musculatura da língua, que se dirigem ventralmente para emergir no sulco
lateral anterior do bulbo entre a pirâmide e a oliva
● Núcleo dorsal vago: coluna lateral da medula, no triângulo vago, assoalho
do IV ventrículo. Motor ao parassimpático, onde estão situados os neurônios
pré-ganglionares cujos axônios saem pelo nervo vago.
● Núcleos vestibulares: área vestibular do assoalho do IV ventrículo.
Sensitivos que recebem as fibras que penetram pela porção vestibular do
VIII par. Apenas o inferior e o medial atingem o bulbo.
● Núcleo do trato solitário: fibras com trajeto descendente no trato
solitário (quase totalmente circundado pelo núcleo), terminando em níveis
progressivamente mais caudais. Sensitivo que recebe as fibras aferentes
viscerais gerais e especiais que entram pelos nervos cranianos facial,
glossofaríngeo e vago (NC II, IX e X), relacionadas à gustação.
● Núcleo do trato espinal do nervo trigêmeo: substância gelatinosa da
medula com o qual se comunica. Aonde chegam fibras eferentes somáticas
gerais trazendo a sensibilidade de quase toda a cabeça pelos nervos
cranianos V, VII, IX e X – sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo
externo.
● Núcleo salivatório inferior: origina fibras pré-ganglionares que emergem
pelo nervo glossofaríngeo para inervação da parótida.
◊ Própria do bulbo
● Núcleos grácil e cuneiforme: formam o lemnisco medial
● Núcleo olivar inferior: recebe fibras do córtex cerebral, da medula e do
núcleo rubro (mesencéfalo). Envolvido na aprendizagem motora = realização
de tarefa com velocidade e eficiência cada vez maior quando ela se repete
várias vezes.
* fibras olivo-cerebelares: cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo
pelo pedúnculo cerebelar inferior, distribuindo-se a todo o córtex
● Núcleos olivares acessórios medial e dorsal: com basicamente a mesma
estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior = complexo olivar
inferior.

2.3 Substância branca do bulbo


◊ Fibras transversais / fibras arqueadas
● Internas: formam 2 grupos principais.
* constituídas pelos axônios dos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme
no trajeto entre eles e o lemnisco medial
* constituídas pelas fibras olivo-cerebelares: cruzam o plano mediano do
complexo olivar inferior, penetrando no cerebelo do lado oposto do
pedúnculo cerebelar inferior
● Externas: trajeto próximo à superfície do bulbo. Penetram no cerebelo
pelo pedúnculo cerebelar inferior.
◊ Fibras longitudinais
 Vias ascendentes
= tratos e fascículos ascendentes oriundos da medula, que terminam no
bulbo ou passam por ele em direção ao cerebelo ou ao tálamo + lemnisco
medial
● Fascículos grácil e cuneiforme: na porção fechada do bulbo
● Lemnisco medial: ventral ao trato teto-espinal. Forma uma fita compacta
de fibras de cada lado do plano mediano.
● Trato espino-talâmico medial: na área lateral do bulbo, medial ao trato
espino-cerebelar inferior = posição correspondente à posição na medula.
● Trato espino-talâmico anterior
● Trato espino-cerebelar anterior: superficialmente na área lateral do
bulbo, entre o núcleo olivar e o trato espino-cerebelar posterior. Entra no
cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior, continuando na ponte.
● Trato espino-cerebelar posterior: superficialmente na área lateral do
bulbo, entre o trato espino-cerebelar anterior e o pedúnculo cerebelar
inferior (confunde-se com ele)
● Pedúnculo cerebelar inferior ou corpo restiforme
 Vias descendentes
● Trato córtico-espinal / trato piramidal: fibras originadas no córtex
cerebral que passam no bulbo em transito para a medula, ocupando as
pirâmides bulbares.
● Trato córtico-nuclear: fibras originadas no córtex cerebral que terminam
em núcleos motores do tronco encefálico – núcleos ambíguo e do hipoglosso
= permite o controle voluntário dos músculos da laringe, faringe e língua
● Tratos extrapiramidais: fibras originadas em várias áreas do tronco
encefálico que se dirigem à medula.
* trato teto-piramidal, trato rubro-espinal, trato vestíbulo-espinal, trato
retículo-espinal
● Trato espinal do nervo trigêmeo: fibras sensitivas que penetram na ponte
pelo nervo trigêmeo e tomam trajeto descendente ao longo do núcleo do
trato espinal do nervo trigêmeo, onde terminam.
* lateral a esse núcleo
* menor número à medida que vão terminando no núcleo do trato espinal
● Trato solitário
 Vias de associação
● Fascículo longitudinal medial / fascículo próprio (via de associação da
medula): em toda a extensão e em níveis mais altos da medula; posição
medial e dorsal. Liga todos os núcleos motores dos nervos cranianos.
Relacionado com os movimentos da cabeça (núcleo de origem da raiz espinal
do nervo acessório que inerva os músculos trapézio e
esternocleidomastóideo) e do bulbo ocular (NC III, IV, VI) = reflexos que
os coordenam + que envolvem estruturas situadas em níveis diferentes do
tronco encefálico. Recebe um importante contingente de fibras dos núcleos
vestibulares, trazendo impulsos que informam sobre a posição da cabeça.

2.4 Formação reticular do bulbo


● Preenche todo o espaço não ocupado pelos núcleos de tratos mais
compactos
● Localizam-se
* centro respiratório: regula o ritmo respiratório
* centro vasomotor
* centro do vômito

2.5 Correlações anatomoclínicas


◊ Síndromes bulbares
● Lesões com sinais e sintomas variados
* disfagia = dificuldade de deglutição
* alterações da fonação = lesão do núcleo ambíguo
* alterações do movimento da língua = lesão do núcleo hipoglosso
* paralisias e perdas de sensibilidade no tronco e nos membros = lesão das
vias ascendentes ou descendentes

ESTRUTURA DA PONTE

● Substância branca: fibras transversais e fibras longitudinais


(descendentes, ascendentes ou de associação)
● Lemnisco espinal: trato espino-talâmico lateral + trato espino-talâmico
anterior
● Pedúnculo cerebelar superior: emerge do cerebelo constituindo
inicialmente a parte dorsolateral da metade cranial do IV ventrículo.
* decussação dos pedúnculos cerebelares superiores: cruzamento das
fibras eferentes do pedúnculo cerebelar superior com as do lado oposto ao
se aprofundarem no tegmento e já no limite com o mesencéfalo, a nível do
colículo inferior. Sobem envolvendo o núcleo rubro.
1. Parte ventral ou base da ponte
● Sem correspondentes
● Com íntimas conexões com o neurocerebelo e o neurocórtex: apareceram
juntos na filogênese
● Maior que o tegmento

1.1 Fibras longitudinais


◊ Trato córtico-espinal
● Fibras que se dirigem das áreas motoras do córtex cerebral aos
neurônios motores da medula
● Feixes dissociados
◊ Trato córtico-nuclear
● Fibras que se dirigem das áreas motoras do córtex aos neurônios
motores situados em núcleos motores de nervos cranianos
* facial, trigêmeo e abducente
● Destacam-se à medida que se aproximam de cada núcleo motor, podendo
terminar em núcleos do mesmo lado e do lado oposto
◊ Trato córtico-pontino
● Fibras que se originam em varias áreas do córtex cerebral e terminam
fazendo sinapse com os neurônios dos núcleos pontinos

1.2 Fibras transversais e núcleos pontinos


◊ Núcleos pontinos
● Pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte
● Neles terminam fazendo sinapse as fibras córtico-pontinas
● Fibras transversais da ponte / fibras pontinas / fibras ponto-
cerebelares: axônios de direção transversal cruzam o plano mediano e
penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio ou braço da ponte =
via córtico-ponto-cerebelar

2. Parte dorsal ou tegmento da ponte


● Assemelha-se estruturalmente ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo,
com os quais continua
● Com fibras ascendentes, descendentes e transversais, núcleos de nervos
cranianos e substância cinzenta própria
* recessos laterais do IV ventrículo, colículo facial, origem aparente do
nervo trigêmeo

2.1 Núcleos do nervo vestíbulo-coclear


● Fibras sensitivas que constituem as partes desse nervo terminam nos
núcleos cocleares e vestibulares da ponte
◊ Núcleos cocleares, corpo trapezóide, lemnisco lateral
= partes da via da audição: impulsos oriundos da cóclea são levados ao
córtex cerebral, onde são interpretados. Ela apresenta componentes
cruzados e não-cruzados, ou seja, o hemisfério cerebral de um lado recebe
informações auditivas provenientes dos 2 ouvidos.
● Núcleos cocleares: situados ao nível em que o pedúnculo cerebelar
inferior se volta dorsalmente para penetrar no cerebelo. Neles terminam as
fibras que constituem a porção coclear do nervo vestíbulo-coclear e são os
prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos do gânglio espiral
* dorsal
* ventral
● Corpo trapezóide: cruzamento para o lado oposto das fibras que
constituem a porção coclear do nervo vestíbulo-coclear
● Lemnisco lateral: formado quando as fibras que constituem a porção
coclear do nervo vestíbulo-coclear contornam o núcleo olivar superior e
inflectem-se cranialmente. Nele também seguem impulsos nervosos de
fibras dos núcleos cocleares que terminam no núcleo olivar superior, do
mesmo lado ou do lado oposto (muitas sobem do mesmo lado).
* terminam no colículo inferior, de onde os impulsos nervosos seguem para o
corpo geniculado medial
● Lemnisco medial: faixa de disposição transversal, cujas fibras cruzam
perpendicularmente as fibras do corpo trapezóide
◊ Núcleos vestibulares e suas conexões
= no assoalho do IV ventrículo, onde ocupam a área vestibular
● Núcleos vestibulares: lateral, medial, superior, inferior
● Recebem impulsos nervosos originados na parte vestibular do ouvido
interno e que informam sobre a posição e os movimentos da cabeça = passam
pelos neurônios sensitivos do gânglio vestibular e chegam aos núcleos
vestibulares pelos prolongamentos centrais destes neurônios que, em
conjunto, formam a parte vestibular do nervo vestíbulo-coclear
● Chegam fibras provenientes do cerebelo relacionadas com a manutenção
do equilíbrio
● Fascículo vestíbulo-cerebelar: fibras que terminam no córtex do
arquicerebelo
● Fascículo longitudinal medial: informações chegam através de suas
conexões com os núcleos vestibulares
● Trato vestíbulo-espinal: fibras levam impulsos aos neurônios motores da
medula. Mantém o equilíbrio.
● Fibras vestíbulo-talâmicas: levam impulsos ao tálamo, de onde vão ao
cótex
2.2 Núcleos dos nervos facial e abducente
● Fibras emergentes do núcleo do nervo facial: direção dorso-medial =
feixe compacto que se encurva em direção cranial abaixo do assoalho do IV
ventrículo
* encurvam-se lateralmente sobre a superfície dorsal do núcleo do nervo
abducente após percorrerem certa distancia ao longo do seu lado medial =
formam a elevação do assoalho do IV ventrículo = colículo facial
- curvatura = joelho interno do nervo facial
* depois, tomam direção ventro-lateral e ligeiramente caudal para emergir
no sulco bulbo-pontino

2.3 Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal


= parte craniana do SN parassimpático
● Originam fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo intermédio,
conduzindo impulsos para a inervação das glândulas submandibular,
sublingual e lacrimal

2.4 Núcleos do nervo trigêmeo


● Núcleo sensitivo principal: lateral
* continuação cranial e dilatada do núcleo do trato espinal
● Núcleo do trato mesencefálico: estende-se cranialmente em direção ao
mesencéfalo a partir do núcleo sensitivo principal
* acompanhado pelas fibras do trato mesencefálico do trigêmeo
* como o núcleo sensitivo principal, recebe impulsos relacionados com a
sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça.
● Núcleo motor / mastigador: medial
* origina fibras para os músculos mastigadores
● Lemnisco trigeminal: reunião de fibras ascendentes que saem dos núcleos
sensitivo principal e do trato mesencefálico e terminam no tálamo.

3. Correlações anatomoclínicas
◊ Comprometimento dos nervos cranianos
● Alterações da sensibilidade da face: NC V
● Alterações da motricidade da musculatura mastigadora: NC V
● Alterações da motricidade mímica: NC VII
● Alterações do músculo reto lateral: NC VI
● Tonteira e alterações do equilíbrio: NC VIII
◊ Lesão das vias ascendentes e descendentes que transitam pela ponte
● Paralisia ou perda da sensibilidade no tronco e membros
ESTRUTURA DO MESENCÉFALO

1. Teto
* parte de suas funções foi assumida pelo córtex cerebral com a evolução
● Porção dorsal
● Constituído de 4 eminências

1.1 Colículo superior


● Série de camadas superpostas constituídas alternadamente por
substância branca e cinzenta
* camada mais profunda confunde-se com a substância cinzenta central
● Relacionado com os órgãos da visão: reflexos que orientam nos olhos no
sentido vertical = fibras ligam-no ao núcleo do nervo oculomotor
(ventralmente no tegmento do mesencéfalo)
◊ Conexões
● Fibras oriundas da retina: atingem-no pelo trato óptico e braço do
colículo superior
● Fibras oriundas do córtex occipital: atingem-no pela radiação óptica e
braço do colículo superior
● Fibras que formam o trato teto-espinal e terminam fazendo sinapse com
neurônios motores da medula cervical
◊ Lesões
● Perda da capacidade voluntária ou reflexamente de mover os olhos na
vertical

1.2 Colículo inferior


● Relacionado com a audição
● Núcleo do colículo inferior: massa bem delimitada de substância cinzenta
que recebe as fibras auditivas que sobem pelo lemnisco lateral
● Braço do colículo inferior: através dele o núcleo do colículo inferior
manda fibras ao corpo geniculado medial
● Comissura do colículo inferior: fibras que cruzam de um colículo para
outro

1.3 Área pré-tetal / núcleo pré-tetal


● Com limites pouco definidos: extremidade dorsal dos colículos superiores,
no limite do mesencéfalo com o diencéfalo.
● Função: controle do reflexo das pupilas

2. Base do pedúnculo cerebral


* os pedúnculos cerebrais são maiores, ventrais e separados pelo aqueduto
cerebral, que percorre longitudinalmente o mesencéfalo e é circundado pela
substância cinzenta central ou periaquedutal.
● Parte ventral formada de fibras longitudinais descendentes dos tratos
córtico-espinal e córtico-nuclear, que formam um conjunto compacto.
◊ Lesões
● Paralisias que se manifestam do lado oposto

3. Tegmento do mesencéfalo
● Continuação do tegmento da ponte
● Com formação reticular, substância cinzenta e substância branca
● Fibras ascendentes percorrem-no: continuação dos segmentos que sobem
da ponte = 4 lemniscos e pedúnculo cerebelar superior
● Agrupamento dos 4 lemniscos em uma só faixa lateral ao nível do colículo
inferior: medial, espinal, trigeminal, lateral = sequência médio-lateral
* com exceção do lemnisco lateral, os lemniscos sobem e aparecem a nível
do colículo superior em uma faixa disposta lateralmente ao núcleo rubro
● Com fascículo longitudinal medial em toda sua extensão = feixe de
associação do tronco encefálico

3.1 Substância cinzenta


◊ Substância cinzenta homóloga (núcleos de nervos cranianos)
 NC V
● Núcleo do trato mesencefálico: continua na ponte e recebe informações
proprioceptivas que entram pelo nervo trigêmeo
 Núcleo do nervo troclear
● Localização: ao nível do colículo inferior, em posição imediatamente
ventral à substância cinzenta dorsal ao fascículo longitudinal medial
● Fibras saem de sua face dorsal, contornam a substância cinzenta central,
cruzam com as do lado oposto e emergem do véu medular superior,
caudalmente ao colículo inferior
● Peculiaridades
* únicas fibras que saem da face dorsal do encéfalo
* único nervo cujas fibras decussam antes de emergirem do SNC
● Inerva o músculo oblíquo superior
 Núcleo do nervo oculomotor / complexo oculomotor
* forma de V
● Localização: ao nível do colículo superior, intimamente relacionado com o
fascículo longitudinal medial
● Parte somática: neurônios motores responsáveis pela inervação dos
músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra
= vários subnúcleos
* fibras emergem na fossa interpeduncular depois de um trajeto curvo em
direção ventral, constituindo o nervo oculomotor
● Parte visceral / núcleo de Edinger-Westphal: neurônios pré-ganglionares,
cujas fibras fazem sinapses no gânglio ciliar e inervam os músculos ciliar e
esfíncter da pupila – pertencem ao SN parassimpático. Controlam o reflexo
do diâmetro da pupila em resposta a diferentes intensidades de luz.
◊ Substância cinzenta própria do mesencéfalo
● Relacionada com a atividade motora simpática
 Núcleo rubro / vermelho
● Forma: oblonga
● Extremidade caudal: fibras do pedúnculo cerebelar superior, que o
envolve
* penetram no núcleo à medida que sobem, mas grande parte termina no
tálamo.
● Parte parvicelular: neurônios pequenos
● Parte magnocelular: neurônios grandes
* pouco desenvolvida
● Função: controle da motricidade somática
● Trato rubro-espinal: influencia os neurônios motores da medula =
inervação da musculatura distal dos membros
● Fibras recebidas do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral.
● Circuito rubro-olivo-cerebelar: fibras rubro-olivares ligam-no ao complexo
olivar inferior
 Substância negra
● Separa o tegmento da base
● Núcleo compacto formado por neurônios que contêm inclusões de
melanina (particularidade)
* neurônios dopaminérgicos: neurotransmissor = dopamina
● Conexões com o corpo estriado nos dois sentidos
* fibras migro-estriatais = dopaminérgicas
* fibras estriato-migrais
● Síndrome de Parkson: degeneração dos neurônios dopaminérgicos = menor
dopamina do corpo estriado = graves perturbações motoras

3.2 Substância branca


FORMAÇÃO RETICULAR E NEURÔNIOS MONOAMINÉRGICOS
DO TRONCO ENCEFÁLICO

Formação reticular

1. Conceito e estrutura
● O que é: agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e
tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a
parte central do tronco encefálico = preenche todo o espaço que não é
preenchido pelos tratos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta
* estrutura = intermediária à substância branca e à cinzenta
* muito antiga
● Estende-se um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais altos da medula,
onde ocupa pequena área do funículo lateral.
● Com importante papel na ativação do córtex cerebral
● Núcleos da formação reticular: grupos mais ou menos bem definidos de
neurônios que são limitados por ela
* com axônios grandes, que se bifurcam = ramo ascendentes e ramo
descendente = estendem-se ao longo de todo o tronco encefálico, podendo
atingir a medula e o diencéfalo
* com vários tipos de neurotransmissores: monoaminas
● Divisão citoarquitetural
* zona magnocelular = células grandes. 2/3 mediais. Origina as vias
ascendentes e descendentes longas. Zona efetuadora da formação reticular.
* zona parvocelular = células pequenas. Terço lateral.
◊ Núcleos da rafe
●8
● Nucleus raphe magnus: ao longo da linha mediana (rafe mediana) em toda
a extensão.
● Ricos em serotonina
◊ Lócus ceruleus
● Localização: abaixo da área de mesmo nome no assoalho do IV ventrículo
● Com células ricas em noradrenalina
◊ Substância cinzenta periaquedutal / substância cinzenta central
● Circunda o aqueduto cerebral
* estrutura compacta
● Regula a dor
◊ Área tegmentar ventral
● Localização: parte ventral do tegmento do mesencéfalo, medialmente à
substância negra
● Com neurônios ricos em dopamina

2. Conexões da formação reticular


● Recebe impulsos que entram pelos NC
● Mantém relações nos 2 sentidos com o cérebro, o cerebelo e a medula
◊ Conexões com o cérebro
● Via talâmica e extratalâmica: projeção de fibras para todo o córtex
cerebral
● Projeção de fibras para outras áreas do diencéfalo
● Áreas do córtex cerebral, do hipotálamo e do sistema límbico: enviam
fibras descendentes à formação reticular
◊ Conexões com o cerebelo
● Nos 2 sentidos
◊ Conexões com a medula espinal
● Fibras ligam-na
* rafe-espinais
* constituintes do trato retículo-espinal
● Fibras espino-reticulares: enviam informações da medula
◊ Conexões com núcleos dos nervos cranianos
● Fibras dirigem-se à formação reticular através dos núcleos de nervos
sensitivos, pelos quais impulsos nervosos entram
* conexão teto-reticular: visão
* feixe prosencefálico medial: olfato

3. Funções da formação reticular


● Influencia quase todos os setores do SNC

3.1 Controle da atividade elétrica cortical: sono e vigília


● Regula a atividade elétrica do córtex cerebral, da qual dependem os
vários níveis de consciência, a partir do SARA, responsável pela regulação
do sono e vigília
◊ Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA)
* a atividade espontânea do córtex cerebral pode ser detectada colocando
eletrodos em sua superfície (eletrocorticograma) ou no crânio
(eletroencefalograma, EEG): os traçados do sono (sincronizados) são muito
diferentes dos traçados de vigília (dessincronizados)
* experiências
- Bremer, 1936: tomou potenciais corticais em gatos após secções do
neuroeixo (transição bulbo-medula ou entre os dois colículos no
mesencéfalo) = encéfalo isolado ou cérebro isolado. O primeiro tem apenas
traçado do sono enquanto o segundo mantém o ritmo diário normal de sono e
vigília. Concluiu que o ritmo normal de sono e vigília depende de mecanismos
localizados no tronco encefálico.
- Magoun e Moruzzi: animal sob anestesia ligeira (EEG de sono) acorda
quando se estimula eletricamente a formação reticular e animal acordado
dorme quando se destrói a parte mais cranial da formação reticular.
Concluiu que os mecanismos envolvem a formação reticular, na qual existe o
SARA
● É um sistema de fibras ascendentes que se projetam no córtex cerebral
e sobre ele têm uma ação ativadora
● Sua ação se faz através das conexões da formação reticular com os
núcleos inespecíficos do tálamo (vias extralemniscais)
● É ativado pelos impulsos sensoriais que chegam ao SNC pelos nervos
espinais e cranianos, que também seguem sua via específica
* por ramos colaterais
* por fibras espino-reticulares
* por conexões dos núcleos dos NC com a formação reticular
● Acordar com estímulos fortes: impulsos nervosos chegam à área auditiva
do córtex pelo SARA, que é ativado por fibras que se destacam da mesma
* vias auditivas intactas e lesão da parte mais cranial da formação
reticular: dorme mesmo submetido àqueles estímulos
● Redução de estímulos sensoriais facilita o sono: menor ação ativadora do
SARA
* mas o córtex é capaz de manter sua ativação através de conexões
córtico-reticulares, ativando a formação reticular = permite inibir
“voluntariamente” o sono normal até certo ponto
◊ Regulação do sono
● O sono depende da ação de certos núcleos na formação reticular
* certos estímulos em áreas específicas da formação reticular do bulbo e
da ponte produzem efeito contrário = sono
- preparação seccionada no meio da ponte não dorme nunca = secção das
conexões ascendentes dos núcleos da rafe
● Lesões dos núcleos da rafe: insônia permanente
● O sono possui vários estágios, ou seja, não é homogêneo
* estágio de sono paradoxal / MOR (movimentos oculares rápidos) / REM
(rapid eye movements): o indivíduo se encontra profundamente adormecido,
mas seu traçado eletroencefalográfico é dessincronizado = semelhante ao
do indivíduo acordado. É ativamente desencadeado a partir de grupos
neuronais situados na formação reticular, principalmente o lócus ceruleus
- grande relaxamento muscular
- movimento rápido dos olhos
- sonhos
Obs.: outras áreas também estão envolvidas, especialmente no hipotálamo

3.2 Controle eferente da sensibilidade


● Atenção seletiva: o sistema nervoso é capaz de selecionar as
informações sensitivas que lhe chegam até certo ponto, eliminando ou
diminuindo algumas e concentrando-se em outras = mecanismo ativo que
envolve fibras eferentes ou centrífugas capazes de modular a passagem dos
impulsos nervosos nas vias aferentes específicas
* controle feito principalmente por fibras localizadas na formação
reticular, em especial as fibras que inibem a penetração no SNC de impulsos
dolorosos – vias de analgesia (núcleo magno da rafe, substância cinzenta
periaquedutal, fibras rafe-espinais)

3.3 Controle da motricidade somática


● A estimulação elétrica da formação reticular resulta, conforme a área,
em ativação ou inibição da atividade dos neurônios motores medulares
* influência feita através do trato retículo-espinal
● Relaciona-se com as aferências recebidas das áreas motoras
* do córtex cerebral: via córtico-retículo-espinal = controle da motricidade
dos músculos axiais e apendiculares proximais
* do cerebelo: regulação automática do equilíbrio, do tônus e da postura,
agindo sobre os músculos axiais e apendiculares proximais
● Trato retículo-espinal também veicula comandos motores descendentes
gerados na própria formação reticular e relacionados com alguns padrões
complexos e estereotipados de movimentos

3.4 Controle do sistema nervoso autônomo


● Há projeções do sistema límbico e do hipotálamo para a formação
reticular, a qual se liga aos neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso
autônomo

3.5 Controle neuroendócrino


● + mesencéfalo: controle do ACTH e do ADH
● Mecanismos noradrenérgicos e serotoninérgicos: ação sobre o controle
hipotalâmico da liberação de vários hormônios adeno-hipofisários

3.6 Integração de reflexos, centro respiratório e vasomotor


● Centros desencadeiam respostas motoras, somáticas ou viscerais –
vômito, deglutição, locomoção, mastigação, movimentos oculares – e
alterações respiratórias e vasomotoras: funcionam como geradores padrões
de atividade motora estereotipada (pattern generators) = iniciada ou
modificada por estímulos químicos, comandos centrais (corticais ou
hipotalâmicos) ou aferências sensoriais
* centros integradores de reflexos: aferências sensoriais = impulsos
aferentes originam sequências motoras complicadas (execução envolve
vários núcleos e áreas diversas)
- centro do vômito, na formação reticular do bulbo = estende-se até a
parte inferior da ponte, onde se localiza o centro da deglutição
- centro controlador dos movimentos conjugados dos olhos no sentido
horizontal = núcleo parabducente, na formação reticular da ponte próxima
ao núcleo do nervo abducente
- centro locomotor, na formação reticular do mesencéfalo = ação conjunta
com centros locomotores da medula
● Centro respiratório e centro vasomotor: controle dos ritmos respiratório
e cardíaco e da pressão arterial = funcionam como osciladores = com
atividade rítmica espontânea (endógena = independente das aferências
sensoriais) e sincronizada respectivamente com os ritmos respiratório e
cardíaco
◊ Controle da respiração: centro respiratório
● Localização: formação reticular do bulbo
● Partes
* dorsal = controle da inspiração
* ventral = controle da expiração
● Recebe impulsos nervosos
* do núcleo do trato solitário, o qual recebe informações sobre o grau de
distensão dos alvéolos pulmonares pelas fibras aferentes viscerais gerais do
nervo vago
* originados no corpo carotídeo
- quimiorreceptores sensíveis à diminuição do O2 no sangue = enviam
impulsos, que chegam através de fibras do N. glossofaríngeo, após sinapse
no núcleo do trato solitário
● Fibras retículo-espinais: saem. Importantes para a manutenção reflexa
ou automática dos movimentos respiratórios. Recebem fibras do trato
córtico-espinal, que permite o controle voluntário da respiração. Fazem
sinapse com neurônios motores
* da porção cervical da medula = originam fibras que vão ao diafragma pelo
nervo frênico
* da porção torácica da medula = originam fibras que vão aos músculos
intercostais pelos nervos intercostais
● Sob influência
* do hipotálamo (emocional)
* do teor do CO2 no sangue
◊ Centro vasomotor
● Localização: formação reticular do bulbo
● Função: controle dos mecanismos que regulam o calibra vascular, do qual
depende a pressão arterial = também influencia o ritmo cardíaco
● Informações levadas pelas fibras aferentes viscerais gerais do N.
glossofaríngeo chegam ao núcleo do trato solitário a partir de
barorreceptores situados principalmente no seio carotídeo. Dele se dirigem
ao centro vasomotor, que coordena a resposta eferente.
● Dele saem fibras
* para neurônios pré-ganglionares do núcleo dorsal vago = impulsos
parassimpáticos
* retículo-espinais para os neurônios pré-ganglionares da coluna lateral =
impulsos simpáticos
- vasoconstritor = maior pressão
● Sob controle do hipotálamo (emocional)

4. Considerações anatomoclínicas
● O córtex cerebral depende de impulsos ativadores da formação reticular
para funcionar
* comprometimento direto e generalizado pode gerar coma
◊ Distúrbios da consciência
● Lesão da formação reticular com interrupção do SARA: processos
patológicos (a maioria é infra-tentorial), mesmo localizados, que comprimem
o mesencéfalo ou a transição deste com o diencéfalo quase sempre levam ao
coma (perda total da consciência)
◊ Hérnia do úncus
● Causas: tumores ou hematomas que aumentam a pressão no
compartimento supratentorial
● Conseqüência: coma = insinua-se sobre a incisura da tenda e o
mesencéfalo, comprimindo-o

Neurônios monoaminérgicos do tronco encefálico

1. Generalidades
● Monoaminas são formadas pela decarboxilação de aminoácidos. Elas
atuam na regulação de processos mentais, funcionando como
neurotransmissores
● Neurônios nmonoaminérgicos: contêm monoaminas
* serotoninérgicos
* noradreninérgicos
* dopaminérgicos
* adrenérgicos = território pequeno
* hsitaminérgicos = território pequeno
◊ Classificação das monoaminas
● Catecolaminas
* Dopamina
* Adrenalina e noradrenalina: neurotransmissores simpáticos (SNP)
● Triptamina
* Serotonina (5-hidroxitriptamina)
Obs.: melatonina também
● Derivado da hsitidina
* Histamina
◊ Drogas que atuam no SNC, principalmente interferindo no mecanismo das
monoaminas
● Reserpina: tranqüilizante = libera estoques de monoaminas no SNC
● Nialamida: antidepressivo = bloqueia a atividade da enzima
monoaminoxidase (MAO), que metaboliza as monoaminas com ação sobre o
SNC

2. Características dos neurônios monoaminérgicos centrais


◊ Morfologia
● Rede extremamente ramificada de terminais, que podem se estender a
regiões muito distantes do pericárdio
* número pequeno compensado pelos terminais
* corpos localizados em áreas relativamente pequenas do tronco encefálico,
em especial na formação reticular
- exceções: neurônios histaminérgicos, adrenérgicos e dopaminérgicos do
hipotálamo; neurônios dopaminérgicos da retina e do bulbo olfatório
● Parte funcionalmente ativa: dilatações ou varicosidades dos terminais que
contêm vesículas sinápticas granulares, ricas em neurotransmissores.
◊ Ação
● Neuromoduladores: modificam a condução nervosa dos circuitos já
existente nas áreas
◊ Localização e distribuição
= igual em todos os mamíferos

3. Neurônios e vias serotoninérgicas


◊ Localização e distribuição
● Formação reticular, nos núcleos da rafe
● Estendem do bulbo ao mesencéfalo na linha média
◊ Projeções
● Axônios originados nos núcleos situados em níveis mais altos: trajeto
ascendente = projeção a quase todas as estruturas do prosencéfalo, até
mesmo o córtex cerebral, hipotálamo e sistema límbico
* alguns para o cerebelo
● Situados no bulbo: projeção para a medula
◊ Fibras rafe-espinais
= via de analgesia
● Ganham a substância gelatinosa da medula do núcleo magno da rafe:
inibem a entrada de impulsos dolorosos
* alguns estão envolvidos com o mecanismo do sono
◊ Lesão ou inibição da síntese de serotonina
● Insônia permanente

4. Neurônios e vias noradrenérgicas


◊ Localização e distribuição
● Formação reticular do bulbo e da ponte
● Distribuição mais importante no núcleo lócus ceruleus
◊ Projeções
● Praticamente todo o SNC, inclusive o córtex cerebral
◊ Função
● Mecanismos que desencadeiam o sono paradoxal

5. Neurônios e vias dopaminérgicas


◊ Localização e distribuição
● Mesencéfalo
* área tegmentar ventral = formação reticular
- origina-se a via mesolíbica (projeta-se para o corpo estriado ventral, o
sistema límbico e o córtex pré-frontal) = regulação do comportamento
emocional
* substância negra
- origina-se a via nigro-estriada (término no corpo estriado) = controle da
atividade motora somática
◊ Projeção e distribuição
● Mais restrita e localizada
◊ Teoria dopaminérgica da esquizofrenia
● Sintomas psíquicos resultam de alterações na transmissão dopaminérgica
no sistema límbico e no córtex pré-frontal
* hiperatividade na via dopaminérgica mesolímbica
● Administração de drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO DIENCÉFALO

1. Generalidades
● Juntamente com o telencéfalo, forma o cérebro = 80% da cavidade
craniana, porção mais desenvolvida = prosencéfalo
● Encoberto quase completamente pelo telencéfalo
● Situação ímpar e mediana, visto na face inferior do cérebro
● Formado pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo = partes
relacionadas ao III ventrículo

2. III ventrículo
● O que é: cavidade estreita ímpar e mediana
● Comunica-se com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os
ventrículos laterais pelos forames interventriculares
● Sulco hipotálamo: depressão que se estende do aqueduto cerebral ao
forame interventricular. Visto quando o cérebro é seccionado no plano
mediano.
* tálamo = acima
* hipotálamo = abaixo
● Aderência intertalâmica: trave de substância cinzenta que atravessa em
ponte a cavidade ventricular
● Assoalho: quiasma óptico + infundíbulo + túber cinéreo + corpos
mamilares = hipotálamo
● Parede posterior: epitálamo (pequeno)
● Estrias medulares do tálamo: feixe de fibras nervosas que percorrem a
parte mais alta das paredes laterais, saindo de cada lado do epitálamo.
Marcam o limite entre a face superior e a face medial do tálamo.
● Teto: tela corióide = sai das estrias medulares do tálamo (insere-se
lateralmente nelas). Insere-se posteriormente na comissura das habênulas.
* sem ela = tênias do III ventrículo = bordas rotas aderidas às estrias
medulares
● Plexos corióides: invaginações na luz ventricular dispostas em duas linhas
paralelas. Contínuas através dos forames interventriculares com os dos
ventrículos laterais
● Parede anterior: lâmina terminal = fina lâmina de tecido nervoso que une
os 2 hemisférios; entre o quiasma óptico e a comissura anterior =
telencéfalo (derivadas da parte central não evaginada da vesícula
embrionária)
● Área pré-óptica: próxima à lâmina terminal, na parte mais anterior.
Pequena = deriva da porção central da vesícula telencefálica e não
corresponde ao diencéfalo. Funcionalmente, liga-se ao hipotálamo supra-
óptico.

3. Tálamo
● O que é: 2 massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovóide,
dispostas na porção látero-dorsal do diencéfalo, uma de cada lado
◊ Extremidade anterior
● Tubérculo anterior: eminência que delimita o forame interventricular
◊ Extremidade posterior
= maior
● Pulvinar
◊ Corpos geniculados
● Medial
● Lateral
◊ Face superior
● Porção lateral: participa do assoalho do ventrículo lateral; revestido de
epitélio ependimário (lâmina afixa)
● Porção medial: constitui, juntamente com teto do III ventículo, o
assoalho da fissura transversa do cérebro
* fissura transversa do cérebro = teto formado pelo fórnix e pelo corpo
caloso; ocupada por um fundo-de-saco da pia-máter, cujo folheto inferior
recobre a parte medial da face superior do tálamo e entra na constituição
da tela corióide
◊ Face inferior
● Continua com o hipotálamo e o subtálamo
◊ Face medial
● Forma a maior parte das paredes laterais do III ventrículo
◊ Face lateral
● Cápsula interna: compacto feixe que fibras que liga o córtex cerebral a
centros nervosos subcorticais e separa a face lateral do tálamo do
telencéfalo

4. Hipotálamo
● O que é: área relativamente pequena situada inferiormente ao tálamo
● Função: controle da atividade visceral, principalmente
● Compreende: estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo,
inferior ao sulco talâmico (separa-o do tálamo)

4.1 Formações do assoalho do III ventrículo que o compreendem


= formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro
◊ Corpos mamilares (2)
● O que são: eminências arredondadas de substância cinzenta na parte
anterior da fossa interpeduncular
◊ Quiasma óptico
● Recebe fibras mielínicas dos nervos ópticos (NC II): cruzam e continuam
nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de
contornar os pedúnculos cerebrais
◊ Túber cinéreo
● O que é: área ligeiramente cinzenta
● Localização: medial, posterior ao quiasma óptico e aos tratos ópticos,
entre estes e os corpos mamilares
● Função: prender a hipófise por meio do infundíbulo
◊ Infundíbulo
● O que é: formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber
cinéreo
● Recesso do infundíbulo: pequeno prolongamento da cavidade ventricular
● Eminência mediana do túber cinéreo: dilatação da extremidade superior
● Extremidade inferior continua com o processo infundibular ou lobo
nervoso da neuro-hipófise
Obs.: se o encéfalo romper = infundíbulo na sela turca, junto com a hipófise

5. Epitálamo
● Localização: limita posteriormente o III ventrículo, superior ao sulco
hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo
◊ Glândula pineal / epífise
= forma piriforme
● Ímpar, mediana, repousa sobre o teto do mesencéfalo
● Base do corpo pineal: prende-se anteriormente às comissuras posterior e
das habênulas
● Recesso pineal: pequeno prolongamento da cavidade ventricular que
penetra na glândula pineal entre as comissuras posterior e das habênulas
◊ Comissuras
● Posterior: limite entre o diencéfalo e o mesencéfalo = situada no ponto
em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo
● das habênulas: entre os trígonos da habênula (2 pequenas eminências
triangulares situadas entre a glândula pineal e o tálamo). Continua
anteriormente, de cada lado com as estrias medulares do tálamo. Inserção
posterior da tela corióide do III ventrículo.

6. Subtálamo
● O que é: zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do
mesencéfalo
* visto em cortes frontais do cérebro = sem relações com as paredes do
III ventrículo
● Localização: inferior ao tálamo.
● Limites
* lateral = cápsula interna
* medial = hipotálamo
● Núcleo subtalâmico

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO

1. Divisões e núcleos do hipotálamo


● Núcleo = agrupamento de substância cinzenta, às vezes de difícil
individualização
● Fórnix: sistema de fibras muito conspícuo que percorre súpero-
inferiormente cada metade do hipotálamo, terminando no respectivo corpo
mamilar. Divide o hipotálamo em 2 áreas.
◊ Área medial
● Entre o fórnix e as paredes do III ventrículo
● Com substância cinzenta e os principais núcleos do hipotálamo
◊ Área lateral
● Com fibras de projeção longitudinal
● Feixe prosencefálico medial: complexo sistema de fibras que a percorre
(muitas terminam no hipotálamo), estabelecendo conexões nos 2 sentidos
entre a área septal (sistema límbico) e a formação reticular do mesencéfalo.
◊ Divisão em 3 planos frontais
● Hipotálamo supra-óptico: quiasma óptico + área superior a ele nas
paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico
* núcleo supraquiasmático
* núcleo supra-óptico
* núcleo paraventricular
● Hipotálamo tuberal: túber cinéreo + área superior a ele nas paredes do
III ventrículo até o sulco hipotalâmico
* núcleo ventromedial
* núcleo dorsomedial
* núcleo arqueado ou infundibular
● Hipotálamo mamilar: corpos mamilares com seus núcleos + áreas
superiores a ele nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico
* núcleos mamilares
* núcleo posterior
◊ Outros núcleos
● Nervo anterior
● Nervo lateral
● Nervo tuberal lateral
● Nervo pré-óptico medial
● Nevo pré-óptico mediano
● Nervo pré-óptico periventricular
● Nervo periventricular posterior

2. Conexões
● Por meio de fibras que se reúnem em feixes bem definidos ou mais
difusos e de difícil visualização

2.1 Com o sistema límbico


= regulamentação do comportamento emocional
◊ Hipocampo
● Liga-se aos núcleos mamilares do hipotálamo pelo fórnix.
* impulsos nervosos: núcleos mamilares do hipotálamo  núcleo anterior do
tálamo = Circuito de Papez
 = fascículo mamilo-talâmico
- também chegam à formação reticular do mesencéfalo pelos núcleos
mamilares, através o fascículo mamilo-tegmentar
◊ Corpo amigdalóide
● Pela estria terminal, as fibras de seu núcleo chegam ao hipotálamo
◊ Área septal
● Ligada ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe
prosencefálico medial

2.2 Com a área pré-frontal


= comportamento emocional
● Diretamente
● Através do núcleo dorsomedial do tálamo

2.3 Viscerais
= com neurônios da medula e do tronco encefálico
◊ Aferentes
● Fibras solitário-hipotalâmicas: conexões diretas com o núcleo do trato
solitário = informações recebidas sobre a atividade das vísceras
◊ Eferentes
= controle do SNA
● Agem diretamente sobre os neurônios pré-ganglionares dos sistemas
simpático e parassimpático: fibras terminam nos núcleos da coluna eferente
visceral geral do tronco encefálico ou na coluna lateral da medula (fibras
hipotálamo-espinais)
● Agem indiretamente sobre os neurônios pré-ganglionares dos SNS e SNP
(formação reticular)

2.4 Com a hipófise


= eferentes
◊ Trato hipotálamo-hipofisário
● Origem das fibras: neurônios grandes (magnocelulares) dos núcleos
supra-óptico e paraventricular
● Término das fibras: neuro-hipófise
● Fibras ricas em neurossecreção
* principais componentes estruturais da neuro-hipófise
◊ Trato túbero-infundibular ou túbero-hipofisári
● Origem das fibras: neurônios pequenos (parvicelulares) do núcleo
arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal
● Término das fibras: eminência mediana e haste infundibular
● Fibras: neurossecretoras

2.5 Sensoriais
◊ Vias indiretas
Ex: recebimento de informações da área eretogênica = mamilos e órgãos
sexuais (ereção)
◊ Vias diretas
Ex: córtex cerebral e retina com o hipotálamo
- trato retino-hipotalâmico = termina no núcleo supraquiasmático

2.6 Monoaminérgicas
● Neurônios noradrenérgicos da formação reticular do tronco encefálico:
projetam-se
● Neurônios serotoninérgicos: estímulos oriundos do núcleo da rafe

3. Funções
● Relacionadas à homeostase = manutenção do meio interno dentro de
limites compatíveis com o funcionamento adequado dos diversos órgãos
● Papel regulador sobre o SNA e o sistema endócrino
● Controle de vários processos motivacionais importantes para a
sobrevivência, como fome, sede, sexo.

3.1 Controle do SNA


Obs.: SNA = sistema nervoso simpático e parassimpático
= hipotálamo é seu centro supra-segmentar mais importante
● Função exercida juntamente com outras áreas cerebrais: sistema límbico
◊ Estimulações no hipotálamo anterior
= controla principalmente o SNA parassimpático
● Aumento do peristaltismo gastrointestinal
● Contração da bexiga
● Diminuição do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea
● Constrição da pupila
◊ Hipotálamo posterior
= controla principalmente o SNA simpático

3.2 Regulação da temperatura corporal


= animais homeotérmicos
● Termostato que detecta as variações da temperatura do sangue que por
ele passa e ativa os mecanismos de perda ou conservação do calor
necessários à manutenção da temperatura normal
◊ Mecanismos
● Termorreceptores periféricos
● Neurônios localizados no hipotálamo anterior: funcionam como
termorreceptores
◊ Hipotálamo anterior
● Centro da perda de calor: vasodilatação periférica e sudorese
* lesão (TCE) = elevação incontrolável da temperatura (febre central),
quase sempre fatal
- cirurgias da hipófise em que se manipula a região hipotalâmica próxima ao
quiasma óptico
◊ Hipotálamo posterior
● Centro da conservação do calor: vasoconstrição periférica, tremores
musculares (calafrios), liberação do hormônio tireoidiano

3.3 Regulação do comportamento emocional


= raiva, medo, prazer
● Juntamente com o sistema límbico e a área pré-frontal

3.4 Regulação do sono e da vigília


◊ Parte posterior do hipotálamo
● Vigília
* reforça a ação do SARA (mais importante)
 Encefalite letárgica
● Sono
3.5 Regulação da ingestão de alimentos
* lesões = efeitos opostos aos da estimulação
● Envolve outras áreas do SNC: sistema límbico
◊ Estimulação do hipotálamo lateral: centro da fome
● Alimentação voraz
 Lesão
● Ausência completa do desejo de alimentar = inanição
◊ Estimulação do núcleo ventromedial do hipotálamo: centro da saciedade
● Saciedade: recusa a comer mesmo na presença de alimentos
 Lesão
● Alimentação exagerada = obesidade
● Por tumores supra-selares = obesidade + hipogonadismo (interferência
com os mecanismos hipotalâmicos que regulam a secreção dos hormônios
gonadotrópicos pela adeno-hipófise) = Síndrome adiposogenital de Fröhlich

3.6 Regulação da ingestão de água


◊ Hipotálamo lateral: centro da sede
● Com neurônios sensíveis às variações locais de pressão osmótica:
importante na regulação do seu funcionamento
● Estímulos aumentam a sede: pode morrer por excesso de ingestão de
água
 Lesão
● Perda da vontade de beber água: pode morrer por desidratação, mesmo
com água disponível

3.7 Regulação da diurese


= eliminação de água pela urina
● O hipotálamo regula a quantidade de água no organismo e, assim, a
quantidade de água eliminada na urina
● Núcleos: supra-óptico e paraventricular do hipotálamo = sintetizam o
hormônio antidiurético (ADH) / vasopressina
* o ADH aumenta a absorção de água nos túbulos renais = menor eliminação
de água pela urina

3.8 Regulação do sistema endócrino


● Regula a secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise = ação
controladora sobre quase todo o sistema endócrino

3.9 Geração e regulação de ritmos circadianos


● Ritmos circadianos: oscilações dos parâmetros fisiológicos, metabólicos
ou mesmo comportamentais que se repetem no período de 24 h (período de
oscilação)
* endógenas = ocorrem mesmo quando o animal é mantido em escuro
permanente, mas o ritmo perde seu sincronismo com o ritmo externo de
claro e escuro com o tempo (período de oscilação < 24 h)
Obs.: nome = aproximadamente um dia
● Marcapasso ou relógios biológicos: controlam os ritmos circadianos
* no núcleo supraquiasmático do hipotálamo = principal. Sua destruição
abole os ritmos circadianos. Com atividade circadiana evidenciável em seu
metabolismo ou em sua atividade elétrica (podem ser observados até in
vitro).
- recebe informações sobre a luminosidade através do trato retino-
hipotalâmico = sincronização dos ritmos circadianos com os ritmos de
claro/escuro.
Obs2.: o ritmo da temperatura corporal é preservado em caso de lesão, o
que sugere a existência de um 2º marcapasso

4. Relações hipotálamo-hipofisárias
4.1 Relações do hipotálamo com a neuro-hipófise
● O hormônio antidiurético é sintetizado pelos neurônios dos núcleos
supra-óptico e paraventricular do hipotálamo e é transportado pelas fibras
do trato hipotálamo-hipofisário até a neuro-hipófise, onde é liberado.
Ex: diabete insípido = mais urina eliminada, porém sem glicose (diabete
melito). Ocorre devida à diminuição dos níveis sanguíneos do ADH. Também
ocorre por certas lesões no hipotálamo, não apenas por processos
patológicos da neuro-hipófise.
● Neurossecreção: neurônios são capazes de conduzir impulsos nervosos e
de secretar substâncias ativas, como ADH e ocitocina (natureza
polipeptídica), além de substância Gomori-positiva (neurofisina)
Ex: grânulos de substância Gomori-positiva = em fibras do trato
hipotálamo-hipofisário e na neuro-hipófise, onde terminam (são
armazenados e liberados). Portadores dos hormônios que serão
encaminhados à neuro-hipófise.
- Caminho percorrido pelos hormônios = hipotálamo (síntese)  exoplasma
dos axônios do trato hipotálamo-hipofisário  neuro-hipófise  corrente
sanguínea (fibras do trato hipotálamo-hipofisário terminam em vasos
situados em septos conjuntivos)
● Ocitocina: promove a contração da musculatura uterina (parto) e das
células mioepiteliais das glândulas mamárias (ejeção do leite)
* ejeção do leite envolve reflexo neuroendócrino: impulsos sensoriais que
resultam da sucção do mamilo pela criança são levados à medula e, em
seguida, ao hipotálamo, onde estimulam a produção de ocitocina pelos
núcleos supra-óptico e paraventricular e sua liberação na neuro-hipófise.

4.2 Relações do hipotálamo com a adeno-hipófise


* sem relação: secreção mantida, mas em ritmo menor
* não é a “glândula mestra” reguladora de todo o sistema endócrino, mas
sim elo entre o hipotálamo e as glândulas endócrinas que ela regula
● O hipotálamo regula a secreção dos hormônios da adeno-hipófise por um
mecanismo que envolve
* conexão nervosa = neurônios neurossecretores situados no núcleo
arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal secretam substâncias
ativas que descem por fluxo axoplasmático nas fibras do trato túbero-
infundibular
* conexão vascular = através do sistema porta hipofisário (veias
interpostas entre rede de capilares)
- substâncias ativas liberadas na eminência mediana e na haste infundibular
passam através das veias à segunda rede de capilar situada na adeno-
hipófise, onde atuam regulando a liberação dos hormônios pelas células
adeno-hipofisárias.
● Há fatores de liberação para todos os hormônios
● Há fatores de inibição para alguns hormônios, como a prolactina
(monoamina = dopamina) e os fatores de crescimento = peptídeos

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SUBTÁLAMO E DO EPITÁLAMO

Subtálamo

1. Aspectos gerais
◊ Localização
● Parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo
◊ Limites
* sem se relacionar com a superfície externa do diencéfalo ou com as
paredes do III ventrículo = visto apenas em secções do diencéfalo
● Superior: tálamo
● Lateral: cápsula interna
● Medial: hipotálamo
◊ Estruturas
● Algumas são extensões das estruturas mesencefálicas: núcleo rubro,
substância negra, formação reticular
● Zona incerta do subtálamo: extensão da formação reticular do
mesencéfalo
● Algumas formações cinzentas e brancas lhe são próprias
* núcleo subtalâmico: conecta-se com o globo pálido nos 2 sentidos, através
do circuido pálido-subtálamo-palidal = regulação da motricidade somática
- Síndrome do hemibalismo: lesão do núcleo subtalâmico = movimentos
anormais das extremidades (podem ser muito violentos e não desaparecer
nem com o sono, podendo levar o doente à exaustão)
◊ Feixes de fibras que o atravessam
● Alça lenticular, fascículo lenticular ou campo H2 de Forel, fascículo
talâmico ou campo H1 de Forel, fascículo subtalâmico e fibras do campo pré-
rúbrio (campo H de Forel)
● Fibras do globo pálido: dirigem-se ao tálamo ou ao núcleo subtalâmico

Epitálamo

1. Aspectos gerais
◊ Localização
● Parte superior e posterior do diencéfalo
◊ Formação endócrina
● Glândula pineal
Obs.: órgão subcomissural = espessamento do epêndima; abaixo da
comissura posterior; envolvido na regulação do metabolismo da água e dos
sais minerais; pouco desenvolvido no adulto
◊ Formações não endócrinas
* pertencentes ao sistema límbico = núcleos da habênula, comissura das
habênulas, estrias medulares = relacionadas ao comportamento emocional
● Núcleos da habênula: no trígono da habênula
* ligam-se ao núcleo interpeduncular do mesencéfalo através do fascículo
retroflexo = circuito liga estruturas do sistema límbico ao mesencéfalo
● Comissura das habênulas
● Estrias medulares
* com fibras originadas na área septal e que terminam nos núcleos da
habênula do mesmo lado ou do lado oposto, cruzando-se na comissura das
habênulas
● Comissura posterior
* marca o limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo
* com fibras de origem variada
- da área pré-tectal, de um lado, cruzam para o núcleo e Edinger-Westphal,
do lado oposto, intervindo no reflexo consensual
Obs.: tumores da glândula pineal que comprimem a comissura posterior
podem lesá-las = sem reflexo consensual, mas o reflexo motor permanece
intato

2. Glândula pineal / corpo pineal / epífise


2.1 Filogênese, embriologia e estrutura
◊ Embriologia
● Divertículo ependimário no teto do III ventrículo, entre as comissuras
posterior e habenular
● Formação de um saco revestido de epêndima em comunicação com a
cavidade ventricular
● É invadida por tecido conjuntivo derivado da pia-máter que forma a
cápsula do órgão e penetra em seu interior formando septos
◊ Filogênese
* em vertebrados inferiores: células ependimárias da parede do saco
diferenciam-se em fotorreceptores = é um órgão sensorial que recebe
estímulos luminosos que atravessam a pele o crânio
- em alguns existe órgão parapineal: próximo à pineal, muito variável.
Constitui o terceiro olho, ímpar e mediano (entre os 2 olhos laterais)
● Em aves e mamíferos: as células ependimárias multiplicam-se, obliterando
a luz do divertículo, e diferenciam-se nas células parenquimatosas do corpo
pineal ou pinealócitos = é um órgão parenquimatoso e secretor
◊ Estrutura
= complexa
● Existem elementos mesodérmicos derivados
* da pia-máter: células e fibras encontradas no tecido conjuntivo frouxo
(com mastócito = histamina)
* do epêndima / neurectodérmicos: células da glia e pinealócito
● Concreções calcárias: aumentam com a idade
* opacas ao raio X = localização da pineal e identificação das mudanças
causadas por processos patológicos
● Muito vascularizada: capilares com fenestrações (≠ cérebro) = sem
barreira hematoencefálica
● Inervação: fibras simpáticas pós-ganglionares oriundas do gânglio
cervical superior = entram no crânio pelo plexo carotídeo, penetram no ápice
da glândula e terminam em relação com os pinealócitos e com os vasos
* importante na regulação da síntese do hormônio pineal

2.2 Aspectos funcionais


= atribuídos à melatonina (hormônio pineal)
Obs.: participa da regulação da atividade imunológica através da liberação
de melatonina
◊ Secreção da melatonina e ação da Luz sobre a pineal
● O que é: indolamina sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina
(existente em grande quantidade)
● Processo de síntese: ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras
simpáticas. Obedece a um ritmo circadiano (não é contínuo).
* dia: fibras com pouca atividade = níveis baixos de melatonina
* noite: inervação simpática da pineal é ativada = liberação de noradrenalina
= aumento dos níveis de melatonina circulantes (no sangue)
Obs.: o ritmo circadiano não é intrínseco da pineal, pois decorre da
atividade rítmica do núcleo supraquiasmático do hipotálamo, transmitida à
pineal através de sua inervação simpática.
● Abolição da síntese: destruição do núcleo supraquiasmático ou
desnervação simpática da pineal
● Ação da luz: indireta = circuito nervoso que envolve as conexões da retina
com o núcleo supraquiasmático e deste com a pineal através do sistema
simpático
* sob ação constante da luz: pineal mais leve e com teor diminuído de
serotonina e melatonina
* cegueira ou permanência na escuridação constante: pineal mais pesada e
com teor aumentado de serotonina e melatonina
◊ Ação antigonadotrópica da pineal
● Tumores na pineal = puberdade precoce: destruição dos pinealócitos,
cessando a ação frenadora que a pineal exerce sobre as gônadas
* pinealectomia causa esse fato
● Injeção de melatonina: aumento da ação frenadora
● A luz também tem efeito estimulador sobre as gônadas
* ação da luz = estro permanente: ação inibidora da luz sobre a pineal =
menor efeito inibidor da pineal sobre as gônadas
* escuro = atrofia das gônadas: estimula a pineal = maior efeito inibidor da
pineal sobre as gônadas
- também no inverno (período de hibernação): estímulo da pineal pelos
períodos escuros cada vez maiores no início do inverno
Obs.: certas alterações da época de aparecimento da puberdade em
meninas cegas de nascença poderiam ser explicadas desse modo
◊ Regulação dos ritmos circadianos
* em répteis e aves: ritmo circadiano de atividade locomotora desaparece
com a pinealectomia
● A liberação cíclica de melatonina faz com que a pineal aja sincronizando
os vários ritmos circadianos com o ciclo externo de dia / noite, devido a sua
ação sobre o próprio núcleo supraquiasmático (rico em receptores)
* pinealectomia = dessincronização de vários ritmos circadianos
* administração de melatonina em intervalos adequados = mudança de fase
dos ritmos circadianos
- pode até mesmo corrigir alterações: aplicação clínica como cronobiótico =
substância usada como agente profilático ou terapêutico em casos de
desordens dos ritmos circadianos, especialmente do ritmo de sono e vigília
(ex: vôos internacionais)

ESTRUTURA E FUNÇÕES DO TÁLAMO

1. Generalidades
◊ Localização
● Acima do sulco hipotalâmico
◊ Constituição
● 2 massas ovóides de tecido nervoso
* tubérculo anterior do tálamo: extremidade anterior pontiaguda
* pulvinar do tálamo: extremidade posterior proeminente que se projeta
sobre os corpos geniculados medial e lateral
● Aderência intertalâmica: une as massas ovóides
● Corpos geniculados (medial e lateral)
* podem ser considerados uma parte independente do diencéfalo =
metatálamo
● Substância cinzenta com vários núcleos
● Extrato zonal do tálamo: superfície dorsal revestida por lâmina de
substância branca
● Lâmina medular externa: extensão do extrato zonal do tálamo a sua face
lateral
● Núcleo reticular do tálamo: entre a lâmina medular externa e a cápsula
interna. Lateral.
● Lâmina medular interna: septo formado pela penetração do extrato zonal
no tálamo. Percorre-o longitudinalmente. Ponto de referência para a divisão
dos núcleos do tálamo em grupos.
* núcleos talâmicos anteriores = localizados na área delimitada
anteriormente pela bifurcação em Y da extremidade anterior da lâmina
medular interna
* núcleos intralaminares do tálamo = pequenas massas de substância
cinzenta existentes em seu interior
◊ Limites dos 2 ovóides talâmicos
● Medial: III ventrículo
● Lateral: cápsula interna
● Superior: fissura cerebral transversa e ventrículos laterais
● Inferior: hipotálamo e subtálamo
◊ Partes
= nem sempre levam em conta a orientação em relação aos planos de
constituição do corpo
● Dorsal ou superior: voltada para o vértex do crânio
● Ventral ou inferior: oposta à dorsal
● Anterior: voltada para o pólo frontal do cérebro
● Posterior: voltada para o pólo occipital do cérebro

2. Núcleos do tálamo
● Numerosos
● Divididos em 5 grupos de acordo com a posição

2.1 Grupo anterior


◊ Localização
● Tubérculo anterior do tálamo
◊ Limites
● Posterior: bifurcação em Y da lâmina medular interna
◊ Núcleos
● Fascículo mamilo-talâmico: envia fibras dos núcleos mamilares aos núcleos
desse grupo
● Projetam fibras para o córtex do giro do cíngulo, integrando o Circuito de
Papez (sistema límbico) = relacionados ao comportamento emocional

2.2 Grupo posterior


◊ Pulvinar
● Conexões recíprocas com a área de associação têmporo-parietal do córtex
cerebral situada nos giros angular e supramarginal
● Lesões: problemas de linguagem, mas sem síndrome particular ou déficit
sensorial
◊ Corpo geniculado medial
● Relé das vias auditivas
● Recebe fibras provenientes do colículo inferior ou diretamente do
lemnisco lateral pelo braço do colículo inferior
● Projeta fibras para a área auditiva do córtex cerebral
◊ Corpo geniculado lateral
● Formado de camadas concêntricas de substância branca e cinzenta: não é
um núcleo
● Recebe fibras provenientes da retina pelo trato óptico
● Projeta fibras para a área visual do córtex (nas bordas do sulco
calcarino) pelo trato genículo-calcarino
● Participa das vias ópticas

2.3 Grupo lateral


= mais importante e complicado
● Localização: lateral à lâmina medular interna
* subgrupo dorsal = núcleo lateral dorsal, núcleo lateral posterior
* subgrupo ventral = núcleo ventral anterior, núcleo ventral lateral, núcleo
ventral póstero-lateral, núcleo ventral póstero-medial, núcleo reticular do
tálamo
◊ Núcleo ventral anterior (VA)
● Recebe a maioria das fibras que do globo pálido se dirigem ao tálamo
● Projeta-se para as áreas motoras do córtex cerebral
● Função ligada à motricidade somática
◊ Núcleo ventral lateral (VL) / ventral intermédio
● Recebe
* fibras do cerebelo
* parte das fibras que do globo pálido se dirigem ao tálamo
● Projeta-se para as áreas motoras do córtex cerebral
● Integra a via cerebelo-tálamo-cortical
◊ Núcleo ventral póstero-lateral
● Relé das vias sensitivas
● Recebe fibras dos lemniscos medial (tato epicrítico e propriocepção
consciente) e espinal (temperatura, dor, pressão, tato protopático)
● Projeta fibras para o córtex do giro pós-central (área somestésica)
◊ Núcleo ventral póstero-medial
● Relé das vias sensitivas
● Recebe
* fibras do lemnisco trigeminal (sensibilidade somática geral de parte da
cabeça)
* fibras gustativas provenientes do núcleo do trato solitário (fibras
solitário-talâmicas)
● Projeta fibras para as áreas somestésica e gustativa = giro pós-central
◊ Núcleo reticular do tálamo
● Fina calota de substância cinzenta disposta lateralmente entre a massa
principal de núcleos que constitui o ovóide talâmico e a cápsula interna
● Atravessado pela quase totalidade das fibras talâmico-corticais ou
córtico-talâmicas que passam pela cápsula interna = dão colaterais que
estabelecem sinapses
● Conexões com os demais núcleos talâmicos: ação moduladora
* sem projeções para o córtex cerebral

2.4 Grupo mediano


● Localização: próximo ao plano mediano, na aderência intertalâmica ou na
substância cinzenta periventricular
● Pequenos e de difícil delimitação
● Conexões com o hipotálamo
● Relacionados com as funções viscerais

2.5 Grupo medial


● Localização: dentro da lâmina medular interna (núcleos intralaminares) e
entre a lâmina medular interna e os núcleos do grupo mediano (núcleo
dorsomedial)
◊ Núcleos intralaminares
● Recebem muitas fibras da formação reticular
● Papel ativador sobre o córtex cerebral
 Núcleo centro-mediano
◊ Núcleo dorsomedial
● Recebe fibras principalmente do corpo amigdalóide e do hipotálamo
● Com conexões recíprocas com a parte anterior do lobo frontal = área de
associação pré-frontal
● Funções relacionadas às desta área

3. Relações tálamo-corticais
◊ Radiações talâmicas
= fibras tálamo-corticais + fibras córtico-talâmicas
● Constituem parte da cápsula interna
● Dirigem-se às áreas sensitivas do córtex: responsáveis pelas conexões
recíprocas entre o córtex e o tálamo
◊ Núcleos talâmicos específicos
● Ao serem estimulados, pode-se tomar potenciais evocados apenas em
certas áreas específicas do córtex, relacionadas com funções específicas
Ex: núcleo ventral póstero-lateral; corpo geniculado medial
◊ Núcleos talâmicos inespecíficos
● Recebem muitas fibras da formação reticular
● O SARA exerce sua ação sobre o córtex através deles
● Em relação às conexões com o córtex, compõem o sistema talâmico de
projeção difusa

4. Considerações funcionais e clínicas sobre o tálamo


4.1 Funções
* por ser um agregado de núcleos de conexões muito diferentes, possui
funções diversas
◊ Relacionadas à sensibilidade
● Distribui impulsos que recebe das vias lemniscas (sensitivos, com exceção
dos impulsos olfatórios) às áreas específicas do córtex, além de integrá-los
e modificá-los
* o córtex só interpreta impulsos já modificados
● Sua sensibilidade não é discriminativa e não permite o reconhecimento de
muitos impulsos, como a forma e o tamanho de um objeto pelo tato
(estereognosia)
* Interpreta apenas alguns impulsos sensitivos, como dor, temperatura e
tato protopático
◊ Relacionadas à motricidade
● Por meio dos núcleos ventral anterior e ventral lateral
◊ Relacionadas ao comportamento emocional
● Através dos núcleos do grupo anterior (integrantes do sistema límbico) e
do núcleo dorsomedial (conexões com a área pré-frontal)
◊ Relacionadas à ativação do córtex
● Através dos núcleos talâmicos inespecíficos (conexões com o SARA)

4.2 Afecções
◊ Síndrome talâmica
● Causa: lesões de alguns vasos
● O que é: alterações da sensibilidade
* crises da dor central = espontânea e pouco localizada que se irradia a
toda metade do corpo situada do lado oposto ao tálamo comprometido
* sensações desproporcionalmente intensas, desagradáveis e não
facilmente caracterizadas pelos doentes = desencadeadas por estímulos
térmicos ou táteis, mesmo com o aumento do limiar de excitabilidade

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