ARTIGO 4 – Martín-Lorente et al. (2017).
A DIREITA INVERTIDA COMO UM PADRÃO
TÁTICO DO TÊNIS PROFISSIONAL MASCULINO.
Objetivos: Analisar o uso da direita
invertida e o seu impacto no jogo
profissional masculino.
Metodologia: Análise de 18 jogos de Grand
Slam/ATP Finals entre 2011 e 2014, de 11
jogadores top 15 do ranking ATP.
Variáveis observadas: 1) Zona da quadra em que
a direita invertida foi realizada, 2) Golpe anterior
à direita invertida, 3) Direção do golpe e
consequências no ponto, 4) Consequências
técnicas.
Resultados:
TABELA 1 – INCIDÊNCIA DO USO DE GOLPES DE DIREITA INVERTIDA POR ZONA DA QUADRA.
Zona 1 Zona 2
Incidência 9,4% 36,3%
Resultados e Discussão: FIGURA 1 – Divisão da quadra por Zonas.
- Os maiores índices de direita inverti-
da foram realizados a partir das Zonas
2 e 3, correspondendo a quase 70% dos
golpes (Tabela 1).
- 98% das direitas invertidas foram
executadas a partir do lado esquerdo
da quadra – Zonas 2 a 5 (Figura 1).
- O golpe que mais antecede o uso da
direita invertida é o backhand (25,5%),
seguido pelo forehand (17%), o backhand
de devolução (14,9%) e o backhand
defensivo (14,1%).
Zona 3 Zona 4 Zona 5
33% 19% 2%
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TÁTICO DO TÊNIS PROFISSIONAL MASCULINO.

Resultados: Resultados e Discussão:

- Os valores obtidos mostram que o golpe de direita invertida foi
direcionado em 58,8% dos casos para a cruzada (“inside out”), contra
41,2% para a paralela (“inside in”).
FIGURA 2 – Direções da direita invertida.
- De modo geral, verificou-se que na maioria dos casos a direita invertida
não é utilizada como uma bola de ataque da linha de base, mas como
um golpe Neutro durante o rally ou como forma de trocar o Ritmo do
ponto, com exceção dos golpes realizados da Zona 5, onde se observa
uma incidência maior de trocas de Ritmo e winners (Tabela 2).

- Segundo os autores, a direita invertida está associada principalmente a

uma situação em que o jogador tenta cobrir seu backhand, e/ou
promover uma troca de Ritmo ou Direção.

- Do ponto de vista tático, as principais consequências derivadas do uso

da direita invertida são: as bolas de Transição; às mudanças de Ritmo;
e as bolas Vencedoras, respectivamente nesta ordem.

TABELA 2 – CONSEQUÊNCIAS NO PONTO DO USO DA DIREITA INVERTIDA.

Winners Transição Approach Troca de ritmo Erros não-forçados

Incidência 14% 37,6% 5,5% 32,8% 10,1%

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Resultados: FIGURA 1 – Divisão da quadra por Zonas.

TABELA 3 – CONSEQUÊNCIAS DA DIREITA INVERTIDA DE ACORDO COM A ZONA DA QUADRA.

Ações Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5

% % % % %
N N N N N
total total total total total
Winner 37 1,4% 116 4,1% 126 4,2% 105 3,7% 16 0,6%
Transição 121 4,3% 494 17,5% 325 11,4% 126 4,5% 5 0,1%
Approach 23 0,8% 46 1,7% 57 2,0% 27 1,0% 2 0,0%
Troca de
51 1,8% 303 10,8% 343 11,9% 217 7,4% 21 0,7%
ritmo
Erro não • As bolas de Transição são executadas com maior
35 1,2% 100 3,5% 69 2,4% 68 2,4% 15 0,5%
forçado frequência partir da Zona 2 do que nas Zonas 4 e 5.
Total 267 1059 920 43 59
• As bolas de Aproximação são golpeadas
principalmente a partir da Zona 1.
Resultados e Discussão:
• A mudança de Ritmo com a direita invertida é
- Foi encontrada uma relação significativa entre a Zona na qual a direita realizada geralmente a partir das Zonas 3 e 4.
invertida é executada e suas consequências no ponto:
• Já os erros Não Forçados com a direita invertida
• a maior parte das bolas Vencedoras de direita invertida são jogadas a possuem maior incidência a partir dos golpes
partir da Zona 4 e 5. realizados nas Zonas 4 e 5.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS:
- O uso da direita invertida ocorre em 14% dos golpes realizados no tênis, sendo
utilizado taticamente como uma “arma” para neutralizar as ações adversárias
dirigidas ao backhand e para provocar a mudança de Ritmo.

- Como golpe de ataque a direita invertida é determinante para o sucesso na

partida, sendo responsável por uma de cada três bolas vencedoras.

- Os resultados do estudo indicaram uma maior tendência de vitória por parte dos
jogadores que realizaram um maior número de direitas invertidas ao longo do
jogo e de bolas vencedoras por meio desse golpe.

- Como implicações práticas, sugere-se aos treinadores atenção ao treinamento

desse padrão de jogo e seus desdobramentos em função do posicionamento em
quadra.

REFERÊNCIA: MARTÍN-LORENTE, E.; CAMPOS, J.; CRESPO, M. The inside out forehand as a tactical pattern in men’s professional
tennis. International Journal Of Performance Analysis In Sport, v. 17, n. 4, p. 429-441, 2017.

Depto. de Capacitação de Treinadores:

Caio Corrêa Cortela
Rodrigo Vieira Bulso (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

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