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SAIBA

COMO
LIDAR
COM O
AUTISMO
SAIBA COMO LIDAR COM O AUTISMO página 1
AUTISMO
O autismo é um transtorno de desenvolvimento que compromete
as habilidades de comunicação e interação social e geralmente
aparece até os 3 anos de vida.

a Síndrome de Asperger, foi incorporado a um novo termo médico e


englobador, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

O Transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de


déficits persistentes na comunicação social e na interação social em
múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia, de acordo
com o DSM-V.

Primeiros sinais de autismo


A maioria dos pais de crianças com autismo suspeita que algo está
errado antes de a criança completar 18 meses de idade e busca
ajuda antes que ela atinja 2 anos.

Entre os sintomas apresentados, as crianças com autismo


normalmente têm dificuldade em:

• Brincar de faz de conta;


• Interações sociais;
• Comunicação verbal e não verbal.

Algumas crianças com autismo parecem comuns antes de um


ou dois anos, mas de repente “regridem” e perdem as habilidades
linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente. Esse tipo de
autismo é chamado de autismo regressivo.

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UMA PESSOA COM AUTISMO PODE APRESENTAR OS SINTOMAS:
• Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis
(por exemplo, eles podem se recusar a usar roupas “que dão
coceira” e ficam angustiados se são forçados a usá-las);
• Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma
mudança na rotina;
• Fazer movimentos corporais repetitivos;
• Demonstrar apego anormal aos objetos.

AS CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO PODEM VARIAR DE


MODERADOS A GRAVES. OS PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
NO AUTISMO PODEM INCLUIR:
• Não poder iniciar ou manter uma conversa social;
• Comunicar-se com gestos em vez de palavras;
• Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la;
• Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras
pessoas estão olhando;
• Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer
“você quer água” quando a criança quer dizer “eu quero água”);
• Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos
(acontece nos primeiros 14 meses de vida);
• Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais;
• Usar rimas sem sentido.

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DETECTANDO AUTISMO
Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem
sempre a criança apresentará todos eles. Os sintomas do autismo
podem ser agrupados em:

1. INTERAÇÃO SOCIAL DO AUTISTA


• Não faz amigos;
• Não participa de jogos interativos;
• É retraído;
• Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato
visual;
• Pode tratar as pessoas como se fossem objetos;
• Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado;
• Mostra falta de empatia.

2. RESPOSTA A INFORMAÇÕES SENSORIAIS NO AUTISTA


• Não se assusta com sons altos;
• Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou
diminuídos;
• Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as
mãos;
• Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo;
• Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe;
• Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor.

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3. SINTOMAS DO AUTISMO NAS BRINCADEIRAS
• Não imita as ações dos outros;
• Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas;
• Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação.

4. SINTOMAS DO AUTISMO NOS COMPORTAMENTOS


• Acessos de raiva intensos;
• Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança);
• Baixa capacidade de atenção;
• Poucos interesses;
• É hiperativo ou muito passivo;
• Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo;
• Necessidade intensa de repetição;
• Faz movimentos corporais repetitivos

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TIPOS DE AUTISMO
O transtorno do espectro autista pode ser dividido em três tipos:

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1. SÍNDROME DE ASPERGER
A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico enquadrado
dentro da categoria de transtornos globais do desenvolvimento.
Ela foi considerada, por muitos anos, uma condição distinta, porém
próxima e bastante relacionada ao autismo.

A Síndrome de Asperger, assim como o autismo, foi incorporada a


um novo termo médico e englobador, chamado de Transtorno do
Espectro do Autismo (TEA). Com essa nova definição, a síndrome
passa a ser considerada, portanto, uma forma mais branda de
autismo. Dessa forma, os pacientes são diagnosticados apenas em
graus de comprometimento, dessa forma o diagnóstico fica mais
completo.

A causa exata da Síndrome de Asperger, assim como do Transtorno


do Espectro do Autismo, ainda não é conhecida. Os cientistas,
por outro lado, acreditam que uma anormalidade no cérebro das
crianças portadoras seja a causa mais provável.

Outras doenças, como depressão e transtorno bipolar, também


podem estar relacionados à Síndrome de Asperger e ao Transtorno
do Espectro Autista.

Ao contrário do que algumas pessoas costumam pensar, a Síndrome


de Asperger não é causada pela privação emocional ou por uma
forma específica que os pais educam seus filhos.

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2. TRANSTORNO AUTISTA OU
AUTISMO CLÁSSICO
As pessoas com transtorno autista costumam ter atrasos linguísticos
significativos, desafios sociais e de comunicação e comportamentos
e interesses incomuns. Muitas pessoas com transtorno autista
também têm deficiência intelectual.

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3. TRANSTORNOS INVASIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
As pessoas que atendem alguns dos critérios de transtorno autista
ou síndrome de Asperger, mas não todos, podem ser diagnosticadas
com transtorno do desenvolvimento invasivo.

As pessoas com esse tipo de transtorno geralmente têm sintomas


menores e mais leves do que aqueles com transtorno autista. Os
sintomas podem causar apenas desafios sociais e de comunicação.

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ATUALMENTE O TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA É DIVIDIDO EM GRAUS E SUA
GRAVIDADE:

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NÍVEL 3 - EXIGINDO APOIO MUITO SUBSTANCIAL
• COMUNICAÇÃO SOCIAL: Déficits graves nas habilidades de
comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves
de funcionamento, limitação em iniciar interações sociais e
resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros.
• COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E RESTRITOS: Inflexibilidade
de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança
ou outros comportamentos restritos/repetitivos interfere
acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. Grande
sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.

NÍVEL 2 - EXIGINDO APOIO SUBSTANCIAL


• COMUNICAÇÃO SOCIAL: Déficits graves nas habilidades
de comunicação social verbal e não verbal, prejuízos sociais
aparentes mesmo na presença de apoio, limitação em dar início
a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas
sociais que partem dos outros.
• COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E RESTRITOS: Inflexibilidade
do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou
outros comportamentos restritos/repetitivos aparecem com
frequência suficiente para serem óbvios ao observador casual e
interferem no funcionamento em uma variedade de contextos.
Sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.

NÍVEL 1- EXIGINDO APOIO


• COMUNICAÇÃO SOCIAL: Na ausência de apoio, déficits na
comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para
iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas
ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode aparentar
pouco interesse por interações sociais.
• COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E RESTRITOS: Inflexibilidade
de comportamento causa interferência significativa no
funcionamento em um ou mais contextos. Dificuldade em trocar
de atividade. Problemas para organização e planejamento são
obstáculos à independência.

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CAUSA DO AUTISMO
As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na
área é cada vez mais intensa. Provavelmente, há uma combinação
de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes
externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno.

De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de


uma criança desenvolver autismo por causa da herança genética é
de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a
fatores exógenos, como o ambiente de criação.

De qualquer maneira, muitos genes parecem estar envolvidos nas


causas do autismo. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis
ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a
comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a
gravidade dos sintomas.

Quanto aos fatores externos que possam contribuir para o


surgimento do transtorno estão a poluição do ar, complicações
durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato
digestório, contaminação por mercúrio e sensibilidade a vacinas.

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AUTISMO E VACINAS
E por falar nelas, ainda se acredita muito que algumas vacinas
possam causar autismo em crianças. Os pais podem pedir ao médico
ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusem a aplicação da
vacina. No entanto, é importante pensar também nos riscos de não
vacinar a criança.

Algumas pessoas acreditam que uma pequena quantidade de


mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum
em vacinas multidose, causa autismo ou TDAH. No entanto, as
pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro.

A American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine


dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela
é responsável pelo número de crianças que atualmente são
diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios
das vacinas são maiores do que os riscos.

Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas


de dose única em que não foi adicionado mercúrio.

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QUANTAS CRIANÇAS TÊM
AUTISMO?
O número exato de crianças com autismo é desconhecido. Um
relatório publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios
relacionados são muito mais comuns do que se imagina. Não está
claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior
capacidade de diagnóstico do problema.

O autismo afeta quatro a cinco vezes mais meninos do que meninas.


Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar
no risco de autismo.

Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se


deve a novas definições do transtorno. O termo “autismo” agora
inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em
dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional
poderia ser simplesmente considerada tímida ou com dificuldade
de aprendizado há 30 anos.

OUTROS TRANSTORNOS DE DESENVOLVIMENTO PARECIDOS


INCLUEM:
• SÍNDROME DE RETT: muito diferente do autismo, só ocorre no
sexo feminino;
• TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA: doença rara
em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece
tudo antes dos 10 anos de idade;
• TRANSTORNO DE DESENVOLVIMENTO PERVASIVO: não
especificado, também chamado de autismo atípico.

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DIAGNÓSTICO
Para fazer o diagnóstico, o médico procurará por sinais de atraso no
desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas
do autismo, ele encaminhará a criança em questão para um
especialista, que poderá fazer um diagnóstico mais exato e preciso.
Geralmente, ele é feito antes dos três anos de idade, já que os sinais
do transtorno costumam aparecer cedo.

Para realizar o diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual


de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, da Associação
Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a criança poderá ser
diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos
sintomas clássicos do transtorno.

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EXAMES
Todas as crianças devem fazer exames de desenvolvimento de rotina
com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o médico ou
os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito
principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem.

Essas crianças poderão fazer uma avaliação auditiva, teste de


chumbo no sangue e teste de triagem para autismo, como a lista
de verificação de autismo em crianças (CHAT) ou o questionário
para triagem de autismo.

Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de autismo


normalmente é necessário para fazer o diagnóstico. Como não há
testes biológicos para o autismo, o diagnóstico muitas vezes será
feito com base em critérios muito específicos.

Uma avaliação de autismo normalmente inclui um exame físico e


neurológico completo. Pode incluir também alguma ferramenta
de exame específica, como:

• Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR);


• Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS);
• Escala de classificação do autismo em crianças (CARS);
• Escala de classificação do autismo de Gilliam;
• Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.

As crianças com autismo ou suspeita de autismo normalmente


passarão por testes genéticos em busca de anomalias nos
cromossomos.

O autismo inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma


avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da
criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a
criança com suspeita de autismo. Eles podem avaliar: comunicação,
linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de
pensamento.

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AJUDA MÉDICA
Não existe cura para autismo, mas um programa de tratamento
precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de
crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas
aumentará os interesses da criança com uma programação
altamente estruturada de atividades construtivas. Os recursos
visuais geralmente são úteis.

O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais


e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do
autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.

Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado


às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma
equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança.
Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo:

• Terapias de comunicação e comportamento;


• Medicamentos;
• Terapia ocupacional;
• Fisioterapia;
• Terapia do discurso/linguagem.

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Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de
comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao
autismo. Alguns focam na redução de problemas comportamentais
e na aprendizagem de novas habilidades.

Outros procuram ensinar crianças a como agir em certas situações


sociais e a se comunicar propriamente. Um desses programas é a
ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento.

A ABA usa uma abordagem de aprendizado individual que reforça


a prática de várias habilidades. Os programas de ABA normalmente
são feitos na casa da criança sob a supervisão de um psicólogo
comportamental.

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ALIMENTAÇÃO
Alguns alimentos tendem a melhorar ou a agravar os sintomas do
autismo, por isso é importante estar atento ao que a criança come.
Os alimentos que não devem ser ingeridos incluem o leite e seus
derivados porque contém caseína, industrializados e com corantes,
devendo-se dar preferência aos alimentos orgânicos, comprados
na feira, ricos em antioxidantes e ômega 3.

A dieta SGSC é a mais recomendada para crianças com o Autismo.


Crianças que seguem a dieta SGSC podem apresentar uma
síndrome de abstinência nas primeiras 2 semanas, onde podem se
exacerbar os sintomas de hiperatividade, agressividade e alterações
do sono. Isso normalmente não apresenta uma piora do quadro de
autismo e passa ao fim desse período.

Os primeiros resultados positivos da dieta SCSG surgem após 8 a 12


semanas de dieta, sendo possível observar melhora na qualidade de
sono, diminuição da hiperatividade e aumento da interação social.

Para fazer corretamente esta dieta, deve-se retirar da alimentação


o glúten e a caseína, seguindo-se as seguintes orientações:

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1. GLÚTEN
O glúten é a proteína do trigo e, além do trigo, ela também está
presente na cevada, no centeio e em alguns tipos de aveia, devido à
mistura de grãos de trigo e de aveia que normalmente acontece nas
plantações e nas fábricas de processamento de alimentos. Assim, é
preciso retirar da dieta alimentos como:

• Pães, bolos, salgados, biscoitos e tortas;


• Macarrão, pizza;
• Gérmen de trigo, bulgur, sêmola de trigo;
• Ketchup, maionese ou molho shoyu;
• Salsichas e outros produtos muito industrializados;
• Cereais, barras de cereais;
• Qualquer alimento que seja feito a partir de cevada, centeio e
trigo.

É importante olhar no rótulo dos alimentos para ver a presença


ou não de glúten, pois pela legislação brasileira o rótulo de todos
os alimentos deve conter a indicação de contém ou não contém
glúten.

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2. CASEÍNA
A caseína é a proteína do leite, e portanto está presente em alimentos
como queijo, iogurte, coalhada, creme de leite, requeijão, e todas as
preparações culinárias que utilizam esses ingredientes, como pizza,
bolo, sorvete, biscoito e molhos.

Além disso, alguns ingredientes utilizados pela indústria também


podem conter caseína, como caseinato, fermento lácteo e soro do
leite, sendo importante sempre verificar no rótulo antes de comprar
um produto industrializado.

Uma vez que esta dieta limita a ingestão de produtos lácteos, é


importante aumentar o consumo de outros alimentos ricos em
cálcio, como brócolis, amêndoas, linhaça, nozes ou espinafre, por
exemplo, sendo que, caso seja necessário, um nutricionista também
poderá indicar um suplemento de cálcio.

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ENTÃO O QUE COMER?
Na dieta para autismo deve-se fazer uma alimentação rica em
alimentos como vegetais e frutas em geral, batata inglesa, batata
doce, arroz integral, milho, cuscuz, castanhas, nozes, amendoim,
feijão, azeite, coco e abacate. A farinha de trigo pode ser substituída
por outras farinhas sem glúten como a de linhaça, de amêndoas,
de castanha, de coco e a farinha de aveia, quando o rótulo da aveia
traz a indicação de que o produto é sem glúten. Já o leite e seus
derivados podem ser substituídos por leites vegetais como leite de
coco e de amêndoas, e pelas versões veganas para queijos, como o
tofu e o queijo de amêndoas.

A dieta SGSC ajuda a controlar o autismo porque esta doença pode


estar ligada a um problema chamado Sensibilidade Não Celíaca
ao Glúten, que é quando o intestino é sensível ao glúten e sofre
alterações como diarreias e sangramentos quando o glúten é
consumido. O mesmo vale para a caseína, que é má digerida quando
o intestino é mais frágil e sensível. Essas alterações intestinais
parecem estar muitas vezes ligadas ao autismo, levando à piora dos
sintomas, além de causar problemas como alergias, dermatites e
problemas respiratórios, por exemplo.

No entanto, é importante destacar que nem sempre a dieta SGSC


vai funcionar para melhorar os sintomas do autismo, pois nem
todos os pacientes têm o organismo sensível para glúten e caseína.
Nesses casos, deve-se seguir uma alimentação saudável geral de
rotina, lembrando que sempre deve ser feito o acompanhamento
com o médico e com o nutricionista.

Aqui temos uma tabela com um cardápio de 3 dias dessa dieta:

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REFEIÇÕES DIA 1 DIA 2 DIA 3

1 copo de leite de
mingau de leite de 2 ovos mexidos com
castanha + 1 fatia de
CAFÉ DA MANHÃ coco com aveia sem orégano + 1 copo de
pão sem glúten + 1
glúten suco de laranja
ovo
LANCHE DA MANHÃ 5 morangos em 1 banana amassada
2 kiwis pedaços + 1 col de + 4 castanhas de
sopa de coco ralado caju
ALMOÇO / JANTAR 1 coxa de frango
batata e legumes purê de batata
+ arroz + feijão +
assados no forno doce + 1 bife frito no
salada refogada de
com azeite + 1 posta azeite com salada
repolho, cenoura e
pequena de peixe de couve manteiga
tomate
LANCHE DA TARDE

1 fatia de pão
vitamina de banana 1 tapioca com ovo + integral com geleia
com leite de coco suco de tangerina 100% fruta + 1
iogurte de soja

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É importante lembrar que este é apenas um exemplo de cardápio
sem glúten e sem lactose, e que a criança com autismo deve
ser acompanhada pelo médico e pelo nutricionista para que
a alimentação favoreça o seu crescimento e desenvolvimento,
ajudando a minimizar os sintomas e as consequências da doença.

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LIDANDO COM O AUTISMO
NA INFÂNCIA
Resistente a mudanças, hipersensível, com dificuldade para o
contato físico, mas principalmente singular. Assim é o indivíduo
com autismo, transtorno que se manifesta em diferentes níveis
sendo, portanto, equivocado generalizar a condição das crianças
com o transtorno. É preciso analisar caso por caso.

No entanto, mesmo que você não seja um estudioso do assunto,


basta estar atento determinadas características para saber como
estabelecer um contato amigável. Confira abaixo algumas dicas,
que podem te ajudar nesse contato:

SAIBA COMO SE COMUNICAR


Ao falar com a criança autista, procure modular a voz, fazendo
entonações que a ajudem a identificar emoções. Gesticule de
maneira a mostrar que você tem interesse em entendê-la. Use
palavras simples e curtas, expresse-se usando olhos, boca, nariz e
corpo. Converse sobre assuntos que agradam ela e tenha paciência,
dando tempo para a criança processar as informações.

DESPERTE A ATENÇÃO
Aproveite os momentos em que ela está relaxada. Use estímulos
visuais criando ambientes físicos, minimizando estímulos de
distração como luz e sons, por exemplo. Figuras, imagens de
objetos e paisagens podem facilitar sua aproximação. Além disso,
demonstre que você se importa com a presença dela naquele lugar.

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BRINQUE COM ELA
O professor explica que lojas especializadas oferecem pela internet,
produtos para atividades com crianças autistas. No entanto, ele
indica que papel, papelão, balde e potes podem muito bem ser
utilizados como brinquedos, porque se tornam ilimitados pela
criatividade.

CONTE HISTÓRIAS
Conte histórias para a criança usando um repertório de gestos,
olhares e tons de voz. Esse pode ser um jogo bem produtivo, porque
incentiva a concentração sobre a história, enriquece a linguagem e
favorece o vínculo.

CUIDADO AO TOQUE E COM AS PALAVRAS


A criança autista é hipersensível. Então cuide com a intensidade da
voz, com os gritos e até abraços. Ao perceber que uma determinada
palavra a incomoda, procure estudar o que isso pode significar para
a criança. Tudo o que você falar, explique palavra por palavra.

AJUDE-A QUANDO ELA SE ASSUSTAR


Descubra o que a assustou. Se for um ruído, veja se consegue
eliminar esse estímulo. Se ela se debater ou sacudir o corpo, afaste
objetos que possam machucá-la. Ao proteger a cabeça da criança,
pegue-a no colo ou deixe uma almofada ou travesseiro sob sua
cabeça. Para acalmá-la você pode fazer uma pequena massagem
nas têmporas, nos ombros nas costas ou pés. Se puder permita
que ela ouça uma pequena canção acompanhada de movimentos
suaves e cuidadosos.

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QUANDO FOR NECESSÁRIO QUEBRAR A ROTINA
A criança autista pode ter resistência a mudanças e uma rotina
modificada por provocar reações como comportamentos
repetitivos. Para quebrar rotinas dessa criança, apresenta sinais de
transição (objetos, gestos), use um timer, uma campainha para a
criança se acostumar com uma mudança de atividade. Se for de
um lugar para o outro, explique como, quando e para onde ela está
indo.

INCENTIVE O CONTATO COM OUTRAS PESSOAS


Manter objetos de agrado da criança à sua vista, mas inalcançáveis,
fazem com que ela tenha de se comunicar com adultos para
conseguir o que quer.

APRESENTE UM AMIGO ANIMAL


De acordo com o especialista, estudos recentes, como o da
Universidade de Missouri (EUA), indicam melhoria no ambiente
de crianças autistas através do contato com cães. Elas se sentem
à vontade para agir com os animais e isso acaba estimulando
habilidades sociais. Entre os ganhos obtidos nos diversos estudos
feitos, aponta-se a melhora na socialização e comunicação, redução
do isolamento e solidão, estímulo de afeição e prazer, melhora do
humor, da atenção, da aprendizagem e na expressão de sentimentos
e confiança.

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OPÇÕES MENOS COMUNS
Como é uma doença bastante nova e cheia de possibilidades,
alguns estudos apontam maneiras menos usuais que podem ter
resultados positivos, quando relacionados com o autismo.

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1. MÚSICA
A música faz parte do que é ser humano. Nenhum outro animal
compreende e domina completamente todos os aspectos da
música, como ritmo, melodia e harmonia. Engajar-se em atividades
musicais, como cantar e tocar instrumentos em terapias individuais
pode melhorar as habilidades de comunicação sociais das crianças
autistas, melhorar sua qualidade de vida e de sua família, além de
aumentar a conectividade cerebral em locais importantes.

A musicoterapia é bastante utilizada no Brasil. Por se tratar


de um híbrido entre arte e saúde, os profissionais da área, os
musicoterapeutas, se formam em cursos superiores oferecidos
em escolas de arte, tendo em vista que, para praticar a profissão,
é necessário ter um domínio avançado de instrumentos musicais
como o piano e o violão.

Os musicoterapeutas trabalham em clínicas, hospitais psiquiátricos,


instalações de reabilitação, ambulatórios, centros de tratamento
de creche, agências que atendem pessoas com problemas de
desenvolvimento, centros de saúde mental, centros de idosos,
instalações correcionais, escolas e diversos outros lugares.

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2. REALIDADE VIRTUAL
Recursos tecnológicos fazem parte cada vez mais da medicina.
Teleconsultas, cirurgias por robôs e realidade virtual têm ajudado
médicos e pacientes em busca de saúde e qualidade de vida.

Alguns estudos mostram que a tecnologia pode ajudar crianças


e até adultos com autismo. Isso porque, pelas telas, os pacientes
podem encarar diversas situações onde geralmente têm medo,
fobias e dificuldade de relações pessoais. Problemas que pessoas
com autismo convivem diariamente.

A descoberta ainda pode ajudar principalmente as crianças


desenvolverem um controle sobre as fobias e limitações, pois cerca
de 25% sofrem com o pânico e medo de algumas situações.

Os tratamentos para pessoas com autismo são, em geral, bastante


difíceis e incluem técnicas multidisciplinares para acompanhar o
desenvolvimento psicológico, social e físico. Agora, os pacientes
contam com mais uma opção bastante tecnológica e que tem
demonstrado bons resultados.

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VACINAS CAUSAM AUTISMO?
A desconfiança sobre a efetividade e a segurança das vacinas
costuma levar algumas pessoas a questionar profissionais da
saúde, laboratórios farmacêuticos e governos sobre possíveis efeitos
colaterais que possam prejudicar a saúde de bebês e crianças.

Recentemente, uma suposição ressurgiu nas redes sociais e


aplicativos de mensagens. É bem possível que você tenha se
deparado com “notícias” garantindo que a vacinação pode ocasionar
autismo em crianças — inclusive quando a imunização ocorre em
mulheres ainda em gestação.

Somada a várias outras especulações, essa suposição tem sido


responsabilizada pela redução na procura pela imunização das
crianças, algo que tem preocupado as autoridades de saúde.

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COMO ESSA IDEIA SURGIU
Essa relação entre vacinação e autismo surgiu em 1998, quando
o médico Andrew Wakefield publicou um artigo na revista The
Lancet, afirmando que 12 crianças desenvolveram comportamentos
autistas após receberem imunização tríplice contra sarampo,
caxumba e rubéola.

Reforçou-se então a associação do timerosal ao acometimento


do autismo. Esse componente é utilizado como conservante,
impedindo o crescimento de bactérias e fungos, e a consequente
contaminação das medicações.

O impasse está no fato do timerosal conter mercúrio, elemento que


pode causar toxicidade ao nosso organismo.

Contudo, várias pesquisas posteriores já comprovaram que a baixa


concentração de mercúrio existente nas vacinas não tem potencial
danoso a nossa saúde — o que já é consenso entre instituições
respeitadas como a Organização Mundial da Saúde, o Institute of
Medicine nos EUA e o Ministério da Saúde.

De fato várias pesquisas apontam que as vacinas não causam


autismo. Inúmeros estudos sérios têm sido conduzidos para verificar
a relação e nenhum deles encontrou qualquer evidência.

Um dos maiores estudos foi divulgado em 2015 e avaliou 95.727


crianças nos Estados Unidos, entre 2001 e 2012. A análise dos dados
mostrou que a vacinação com uma ou duas doses da tríplice viral
não estava associada com um risco aumentado de TEA em qualquer
idade.

Todas as vacinas que hoje são ofertadas no serviço de vacinação


passaram por rigorosos padrões de exigência e qualidade dos
laboratórios fabricantes em todas as suas fases de desenvolvimento.

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CONCLUSÃO
COMPLICAÇÕES
O autismo pode estar associado a outros distúrbios que afetam o
cérebro, como a Síndrome do X frágil, déficit intelectual e esclerose
tuberosa. Algumas pessoas com autismo podem, também,
desenvolver convulsões.

O estresse de lidar com o autismo pode levar a complicações sociais e


emocionais para a família e os cuidadores, bem como para a própria
pessoa com autismo. Por isso, acompanhamento psicológico tanto
para um, quanto para o outro é essencial.

O autismo continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e suas


famílias, mas a perspectiva atual é muito melhor do que na geração
passada. Naquela época, a maioria das pessoas com autismo era
internada em instituições.

Hoje, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo


podem melhorar, mesmo que algumas pessoas permaneçam com
alguns sintomas durante toda a vida. A maioria das pessoas com
autismo consegue viver com suas famílias ou na sociedade.

A perspectiva depende da gravidade do autismo e do nível de


tratamento que a pessoa recebe. Procurar ajuda de outras famílias
que tenham parentes com autismo e por profissionais que deem
o suporte necessário aos parentes também é uma alternativa
interessante.

Ajude seu filho ou a pessoa que sofre com o autismo, leve-o a


um médico para que ele faça o diagnóstico e ajude a lidar com o
problema, tendo talvez até que utilizar as medicações em alguns
casos.

SAIBA COMO LIDAR COM O AUTISMO página 33


SAIBA COMO LIDAR COM O AUTISMO página 34

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