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Exm. Dra. Juíza de Direito do Juizado Especial Cível de Paço do Lumiar - MA.

Marilea Pereira Araujo, brasileira, solteira, funcionaria


publica, CPF nº. 094.807.573-20, domiciliada à Av. Principal, Qd. 01, casa 01, Parq. Novo
Horizonte, Paço do Lumiar/MA, por seu advogado infra-assinado, vêm propor a presente Ação
de Obrigação de Fazer com Tutela Antecipada e Indenização por Danos Moral, em face de
Companhia Energética do Maranhão (CEMAR), CNPJ nº. 06.272.793/0001-84, Alameda A,
Quadra SQS, s/n, Altos do Calhau, São Luís/MA, CEP. 65071-680, diante dos fatos e
fundamentos jurídicos, a seguir expostos:

A suplicante é consumidora de energia elétrica fornecida pela


empresa suplicada, tendo seu imóvel sido registrado como Unidade Consumidora (UC) nº.
30058615;

A suplicante fora surpreendida com o recebimento da fatura de


Energia da Competência de Fevereiro de 2016 (02/2016), emitida no valor de R$ 427,03
(quatrocentos e vinte e sete reais e três centavos) o que corresponde a 507 kw/h de consumo
mensal.( Doc. anexo);

Trata-se, de cobrança indevida, considerando a evidente


incompatibilidade com o consumo médio mensal da Unidade Consumidora, em torno de
42kw/h. As demais faturas anexadas aos autos com a inicial, demonstram a
desproporcionalidade em relação à fatura contestada;

A suplicante não possui a mínima condição financeira para


pagamento da fatura de competência 02/2016, por esta razão recorre ao Poder Judiciário,
primeiramente para pleitear medida liminar, com objetivo de evitar o corte no fornecimento da
energia da UC, assim como para obter a garantia de que a conta de energia seja refaturada para
sua média mensal de consumo e, finalmente para que a Companhia Energética seja condenada a
indenizar-lhe pelos danos morais que vem sendo submetida;

A suplicante já tentou de todas as formas amigáveis, obter da


direção da empresa suplicada, a solução para o seu problema, mas não fora atendidas em suas
reivindicações;

Em situações similares já se pronunciaram os tribunais


brasileiros:

Av. 04, nº 31, Quadra 29, Conjunto Maiobão, Paço do Lumiar – MA. Fone: 98169-7379
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TJ-RS- APLELAÇÃO APL 01489413520108190001 (TJ-RJ)

Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE COBRANÇA. LIGAÇÃO CLANDESTINA DE


ENRGIA ELETRICA ENTRE MEDIDORES DE IMOVEIS VIZINHOS. SETENÇA DE
PROCEDENCIA. CONDENAÇÃO DA RÉ AO RESSARCIMENTO DA DIFERENÇA
ENTRE O QUE FOIPAGO PELA AUTORA E SUA MEDIA DE CONSUMO. Incontroversa a
irregularidade no medidor da autora em beneficio do imóvel vizinho. 2.Flagrante aumento das
contas de energia elétrica que não condiz com o consumo da autora.3 Apelante que não nega a
existência da ligação clandestina, limitando-se a sustentar a ausência de comprovação de que foi
a responsável pelo desvio de energia.4. Ainda que a ré, ora apelante, não tenha realizado a
ligação clandestina, não pode a apelada arcar com o pagamento pelo serviço de fornecimento de
energia à residência da recorrente. 5. Procedência do pedido da autora que se impõe, sob pena
de enriquecimento sem causa da ré. 5.Setença irretocável. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO

TJ-RS-Recurso Cível 71004354916 RS (TJ-RS)


Ementa: CONSUMIDOR. ENERGIA ELETRICA. ERRO DE MEDIÇÃO.
COMPROVAÇÃO INSUFICIENTE DOS MOTIVOS PARA O AUMENTO DA CONTA DE
LUZ.REVISAO DAS FATURAS.1.A autora postulou revisão de duas contas de luz, por os
valores estarem destoando consumo habitual.2. A ré não trouxe provas suficientes que
confirmassem devidas as cobranças das faturas. Assim, sem a identificação de possível falha no
medidor ou de motivos contundentes para o aumento das faturas, considera erro de mediação.
RECURSO DESPROVIDO. ( Recurso Cível nº 71004354916,Terceira Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 08/05/2014).

TJ-DF –Apelação Cível do Juizado Especial ACJ2013011543896 (TJ-DF)

Ementa: CEB. CONTA DE ENERGIA ELETRICA. AUMENTO EXCESSIVO DO


CONSUMO MEDIDO. ONUS DA PROVA DA CONCESSIONARIA. 1 DE ACORDO
COMA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DESTA TURMA RECURSAL, SE É
REGISTRADO O AUMENTO EXCESSIVO DO CONSUMO DE ENERGIA ELETRICA
CABE A CONCESSIONARIA, EM ATENÇÃO À VOCAÇÃO PROTETIVA DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR E À DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA
PROVA,PROVAR A ORIGEM DO CONSUMO.2.SE INEXISTE PROVA NESSE SENTIDO,
DEVE SER PRESTIGIADA A SETENÇA QUE DETERMINOU A CORREÇÃO DA
FATURA DE ACORDO COM A MÉDIA HISTORICA DA UNIDADE
CONSUMIDORA.3.RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO 4. ACORDÃO
PROLATANDO NA FORMA DO ARTIGO 46 DA LEI 9099/95.5. CONDENO A
RECORRENTE AO PAGAMENTO DAS CUSTAS E DOS HONORARIOS, ESTES
FIXADOS EM 10% DO VALOR DA CAUSA.

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A atitude da empresa suplicada, em emitir fatura de energia de
forma indevida, constitui-se como ato ilícito, sobretudo em razão da intransigência em proceder
ao refaturamento e proceder à ameaças a consumidora ,inclusive com cortes no fornecimento de
energia e negativações nos órgãos de proteção ao crédito. Neste aspecto, dispõe os dispositivos
previstos no Código Civil e Código de Defesa do Consumidor:

Art. 186 (CC) – “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.”

Art. 927 (CC) – “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 927), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Art. 6º (CDC) – “São direitos básicos do consumidor”:

VI – “A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais”;

VII – “O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à


prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados”;

VIII – “A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do


ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”;

Art. 14 .(CDC) – “O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos”.

Art. 22. (CDC) “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos”.

Diante do exposto, requer a V. Exa.:

1) Com fulcro na disposição do artigo 303 do CPC, ser concedida a Tutela


Antecipada, para fins de determinar que a empresa suplicada abstenha-se de efetuar corte de
energia da UC nº 30058615, bem como enviar o nome da suplicante, aos órgãos de proteção ao
crédito, em razão de inadimplência da fatura de energia de competência de 02/2016, sob pena de
multa diária a ser arbitrada por V. Exa:.

2) Que julgue procedente a ação, para que a empresa suplicada seja


condenada a pagar à suplicante, a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de
indenização por danos moral;

3) A condenação da empresa suplicada a proceder ao refaturamento da conta


de energia de competência de 02/2016, para a média de consumo da U.C, em torno de 42kw/h;

4) Aplicação do princípio da inversão do ônus da prova, conforme art. 6º


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VIII do CDC;

5) Para que a Concessionaria de Energia promova a aferição no Conjunto de


Medição da UC nº. 30058615;

6) Que lhes sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, por ser pobre
na acepção Jurídica do Termo;

Dá-se à causa o valor de R$ 20.427,03 (quatrocentos e vinte e


sete reais e três centavos).

Nestes Termos

Pede Deferimento

Paço do Lumiar/MA, 01 de Setembro de 2016.

Cláudio Trinta
OAB-MA nº 2956

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