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CONFIABILIDADE
Aluno: .......................................................................................................................................................................
Cursos: .......................................................................................................................................................................
Turma: .................................................................
Sumário
1.0 Introdução ......................................................................................................................... 2
2.0 Generalidades e definições ............................................................................................... 5
3.0 Tipos de Falha .................................................................................................................. 10
4.0 MTBF – Medium Time Between Failure .......................................................................... 19
5.0 Distribuições da Confiabilidade ....................................................................................... 20
5.1 Distribuição exponencial ................................................................................................. 20
5.2 Distribuição Weibull ........................................................................................................ 20
6.0 Manutenibilidade ............................................................................................................ 22
7.0 Disponibilidade ................................................................................................................ 23
8.0 Prevenção e recuperação de falhas ................................................................................ 27
9.0 Failure Mode And Affect Analysis ................................................................................... 29
9.1 Etapas para a Aplicação do FMEA ................................................................................... 32
10.0 Faut Tree Analysis ........................................................................................................... 36
11.0 Causas de falhas em sistemas eletrônicos ...................................................................... 39
12.0 Redundância .................................................................................................................... 40
13.0 Objetivos políticas da Confiabilidade .............................................................................. 42
14.0 2.11 A confiabilidade e o impacto em custos ................................................................. 45
15.0 Teste do quociente de confiabilidade ............................................................................. 46
1.0 Introdução
A introdução de novas tecnologias, o aumento da competição e a disputa por novos
mercados, e a flexibilização das relações trabalhistas, têm provocado nos últimos anos
grandes mudanças no ambiente industrial e lançado as empresas numa incessante
busca por qualidade e produtividade. Portanto, é nesse cenário que a confiabilidade
adquire um alto grau de importância, pois além de contribuir para a melhoria da
qualidade do produto, colabora para o aumento da produtividade e da
competitividade da empresa, influindo diretamente na redução dos custos de
retrabalho, correções de projeto e de pós‐venda.
A confiabilidade de um produto ou serviço está diretamente associada às necessidades
básicas dos consumidores. Ela é capaz de influenciar a percepção e a avaliação que os
consumidores terão sobre a qualidade de determinado produto ou serviço. A
confiabilidade dará ao consumidor a garantia de que aquele produto ou serviço por ele
adquirido exercerá as funções, no mínimo, da maneira esperada, podendo até mesmo
superar as expectativas que ele viesse a ter. A confiabilidade pode associar a sua marca
a um conceito amplo de qualidade. As falhas em equipamentos podem representar
grandes perdas econômicas e, em muitos casos, comprometimento significativo para a
imagem da empresa.
Para uma indústria, à medida que os produtos são desenvolvidos com prazos
reduzidos e pressão por custos cada vez menores, conhecer ou estimar a
confiabilidade de determinado produto é de fundamental importância para a sua
competitividade, pois através desses dados o fabricante poderá estimar o maior prazo
de garantia possível, sem que os custos envolvidos com reparos, que possam vir a
ocorrer nessa época, tragam prejuízo ao mesmo.
As várias técnicas de confiabilidade devem ser aplicadas durante todo o ciclo de vida
do produto, a fim de evitar que falhas ocorram quando o produto está na mão do
usuário. No entanto, o fato de aplicar estas técnicas de confiabilidade não elimina a
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possibilidade de que falhas ocorram, pois não é possível predizer com certeza quais
são todos os fatores que podem induzir sua ocorrência.
De acordo com Villemeur (1992), as técnicas de dependabilidade (dependability), que
engloba os termos confiabilidade (reliability), disponibilidade (availability),
manutenibilidade (maintainability) e segurança de funcionamento (safety), foram
desenvolvidas relativamente tarde se comparada às técnicas de outros ramos da
engenharia. Ainda, de acordo com o autor, a noção de confiabilidade foi apenas
recentemente desenvolvida em matéria de conceitos e técnicas, e o termo por si só
possui pouco mais de quarenta anos. O termo manutenibilidade foi concebido um
pouco mais tarde e o termo segurança possui pouco mais de dez anos de uso.
A confiabilidade como um ramo da engenharia surgiu em meados de 1950 nos Estados
Unidos devido o desenvolvimento da eletrônica. A crescente complexidade dos
sistemas eletrônicos, especialmente os utilizados nos equipamentos militares, foi
responsável por grandes taxas de falhas e significantes diminuições da disponibilidade
desses equipamentos. Também os custos para diagnóstico e reparo desses dispositivos
estavam se tornando cada vez maiores. Esses fatos levaram o Departamento de Defesa
Americano e as indústrias eletrônicas da época a criarem um grupo de pesquisa para
conduzir estudos sobre confiabilidade. A idéia inicial e que aos poucos ganhou força
nos grupos de trabalho foi a de que é mais sensato projetar um equipamento confiável
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do que esperar por falhas e necessitar consertá‐lo posteriormente. Foi sugerido que
novos equipamentos deveriam ser testados por horas nos mais diversos ambientes
(temperaturas elevadas e baixas, vibrações, entre outros), de modo que os pontos
fracos dos mesmos fossem corrigidos antes do início da produção em massa.
Na década de 60, a partir dos esforços do International Electrotechnical Commission
(IEC), as normas de confiabilidade ganharam um nível de padrão mundial. Como regra
geral, os métodos de confiabilidade eram intensivamente utilizados apenas nas
indústrias de alta tecnologia. Entretanto, as preocupações com a confiabilidade
ganharam terreno nas atividades civis e nas indústrias de bens de consumo. Outro fato
importante é que no final da década de 1960 a indústria japonesa também começou a
assimilar os conceitos de qualidade e confiabilidade aos seus produtos. Foi nesta época
também o desenvolvimento dos conceitos da árvore de falhas e do FMEA (Failure
Mode and Effects Analysis).
Nas décadas de 70 e 80 surgiram vários estudos de confiabilidade para industrias de
diferentes segmentos. Nesta época registraram‐se os primeiros trabalhos voltados à
confiabilidade de software. Também foram introduzidas novas técnicas nas indústrias
de bens de consumo com o objetivo de se melhorar a qualidade e a confiabilidade dos
seus produtos. Nas indústrias japonesas surgem os primeiros círculos da qualidade,
visando primeiramente a solução de problemas relacionados à qualidade, à segurança,
produtividade e condições de trabalho. Assim como os estudos de confiabilidade
aplicados à fabricação de componentes eletrônicos, na década de 80 a indústria
automobilística também usou intensivamente os métodos estatísticos.
A partir da década de 80 as preocupações dos engenheiros, antes limitadas à
confiabilidade e à segurança, passaram a englobar também a disponibilidade e a
manutenibilidade, o que levou ao nascimento de uma nova disciplina na engenharia
chamada de Dependabilidade. Daí em diante a aplicação da confiabilidade tem se
propagado em diversos segmentos industriais e em serviços.
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2.0 Generalidades e definições
Qual é a vida, ou quanto tempo o equipamento é capaz de funcionar sem falhar?
Qual é a hora certa de se fazer a substituição de um equipamento, antes que ele
falhe?
São essas perguntas que o estudo da confiabilidade tenta responder, através de
ferramentas matemáticas ou modelos estatísticos, que trataremos nos tópicos à
frente.
O grande problema que a Teoria da Confiabilidade deve encarar é a predição da
confiabilidade e a avaliação da mesma. A predição consiste na criação de modelos
matemáticos que permitem predizer a confiabilidade de um sistema, sugerir métodos
para melhorá‐la, desenvolver princípios de projetos de sistemas e componentes, novos
materiais e tecnologias de processo. A avaliação da confiabilidade consiste na
utilização de técnicas, que permitem medir os valores reais de Confiabilidade, verificar
as predições efetuadas com base nos modelos, controlar a manutenção de um nível
exigido de confiabilidade.
De acordo com a British Standard (BS 4778), confiabilidade é a capacidade de um item
desempenhar satisfatoriamente a função requerida, sob condições de operação
estabelecidas, por um período de tempo determinado. Com base no manual APQP
(Advanced Product Quality Planning and Control Plan), desenvolvido em conjunto
pelas empresas Chrysler, Ford e General Motors, temos outra definição para
confiabilidade, qual seja, a “probabilidade de que um item continuará a funcionar de
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acordo com os níveis de expectativa do usuário a um ponto mensurável, sob um
ambiente específico e nas condições cíclicas determinadas”.
O conceito de performance satisfatória utilizado nas definições de confiabilidade, está
relacionado a combinação dos fatores qualitativos e quantitativos que definem a
função de sistemas através de seus requisitos. Podendo ser aplicado a qualquer tipo de
sistema, seja ele um serviço, um simples componente, um eletrodoméstico utilizado
por uma dona de casa, etc.
Atualmente existem várias definições para confiabilidade, mas um significado comum
e válido é que a confiabilidade significa a confiança que o usuário tem seu dispositivo
(VILLERMEUR, 1992).
Na definição da ABNT, o conceito de confiabilidade contém quatro elementos
significativos:
• Função dada ‐ Antes de iniciar qualquer estudo deve‐se definir bem aquilo que
se chama desempenhar uma função e indicar de que função se trata. O nível em que
essa função é desempenhada pode ser definido pelo tipo de falha. Podemos distinguir
os seguintes tipos falhas:
Segundo o grau de influência na capacidade de trabalho total ou parcial;
Pelo caráter físico de aparecimento da falha ‐ catastrófica ou paramétrica;
Dependente ou independente de outras falhas;
Segundo o caráter do processo de aparição ‐ repentino ou gradual;
Tempo de existência da falha – estável, temporária ou intermitente;
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Intrínseca: em bancos de prova, onde as condições são bem controladas.
Operacional: nas condições reais de uso.;
• Tempo:
Produtos que devem funcionar um certo tempo, de maneira intermitente ou
uma única vez. Este parâmetro pode ser, dependendo do caso, a duração de
uma missão, um número de ciclos ou quilometragem.
Produtos cuja utilização não se observa a intervenção de tempo.
Com relação às condições de operação, relacionadas ao cenário no qual o sistema
opera, os fatores do ambiente são fatores críticos nas condições da confiabilidade de
um sistema, incluindo ciclo de temperatura, umidade, vibração, aspiração de pó, entre
outros. Estas considerações devem representar não somente as condições de
operação do sistema, mas também as condições de operação das atividades de
manutenção.
A aplicação dos requisitos de confiabilidade em um sistema requer sempre uma
análise quantitativa na maioria das vezes, definindo‐se sua probabilidade de operação,
portanto, a função básica da confiabilidade pode ser descrita como:
R = 1 – F
Onde “R” é a confiabilidade do sistema e “F” é a probabilidade de que o sistema falhe
num instante qualquer. Quando se está analisando a distribuição de falhas, geralmente
se quer obter o valor das falhas em um determinado período de tempo. Para se
efetuar esta estimativa, a distribuição de passos (esta distribuição é de alguma forma
análoga à distribuição binomial) pode ser aplicada. Por esta distribuição, quando a taxa
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Figura 1 ‐ Curva exp
ponencial
• Confiabilidade ope
eracional (oou confiabiilidade observada) – é resultantte da
obseervação e da
d análise do comporrtamento de
d entidade
es idênticass sob cond
dições
operracionais;
• Confiabilidade pre
editiva – éé a medidaa da confiabilidade ffutura estimada
levan
ndo‐se em cconta o projjeto do sist ema e a con
nfiabilidade
e de seus coomponentess;
• Confiabilidade extrrapolada – é resultantte de uma e
extensão, ppor interpolação,
da co
onfiabilidad
de operacion
nal para differentes durrações ou condições dee estresse.
Villem
meur descrreveu um sentido maiss amplo paara a confiabilidade, suurgindo o termo
t
depeendabilidade, definido
o por ele como “a ciência da
as falhas. Ela abrange o
conh
hecimento dessas
d has, suas avvaliações, suas
falh s previssões, suas medidas e seus
controles”.
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Os principais conceitos que caracterizam a dependabilidade são apresentados por
Villemeur (1992), como seguem:
R(t) = P [ E não falhar durante [0, t] ]
• Disponibilidade – é a habilidade de uma entidade estar em um estado de
executar uma função requerida sob dadas condições a um dado instante de tempo. Ela
é geralmente medida pela probabilidade de que uma entidade E esteja em um estado
para executar uma função requerida sob dadas condições e em um dado instante t:
A(t) = P [ E não estar em falha no instante t ]
M(t) = P [ da manutenção de E estar completada no tempo t ]
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Este conceito aplica‐se apenas a sistemas reparáveis. A manutenibilidade caracteriza a
habilidade de um sistema retomar o desempenho de suas funções após uma falha.
• Segurança – é a habilidade de uma entidade não causar, sob dadas condições,
eventos críticos ou catastróficos. Ela é geralmente medida pela probabilidade de que
uma entidade E, sob dadas condições, não causará eventos críticos ou catastróficos.
3.0 Tipos de Falha
A falha pode ser classificada conforme mostrado nos itens subsequentes:
• Classificação quanto à repentinidade:
Falha gradual: falha devido a uma gradual mudança com tempo de uma dada
característica de uma entidade, que geralmente pode ser antecipada por
análise prévia ou monitoramento.
Falha repentina: falha que não resulta em uma perda progressiva do
desempenho e que não pode ser antecipada por análise prévia ou
monitoramento.
• Classificação quanto ao grau:
Falha parcial: falha resultante do desvio das características além dos limites
especificados, mas que, no entanto não causam uma completa perda das
funções.
Falha total: falha resultante do desvio das características além dos limites
especificados e que causam uma completa perda das funções.
• Classificação quanto à repentinidade e ao grau:
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Falha cattastrófica: ffalha que é ao mesmo tempo repe
entina e tottal.
Falha deegradante: ffalha que é ao mesmo
o tempo parrcial e graduual. Ao longgo do
tempo p
pode levar aa uma falha total.
• Classificaação quanto à época d
de ocorrênccia dentro d
da vida útil do sistema
a:
Frequentemente, entidades
e c ujas taxas de falha sã
ão dependeentes do te
empo,
podem ser caracte
erizadas poor um mod
delo chama
ado de currva da ban
nheira
b curve), mo
(bathtub ostrada na FFigura 2.
Figura 22 ‐ Curva da b
banheira
Falhaas precocess – Infância
11
Falhaas precocess podem ser totalmentte depuradaas através d
de um conttrole rigoroso na
fabricação e taambém mediante testtes antes do
d envio do produto ao consum
midor
(burn
n‐in). São exxemplos:
Anormallidades de ffabricação;
defeituoso;
Projeto d
Uso dem
masiadamen
nte intenso.
Falhaas por desggaste ‐ Velhice
Falhaas casuais ‐ Vida útil
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Figura 3 ‐ Curva da banheira
Usualmente, sempre existe break‐in ou mortalidade infantil, período em que
problemas de projeto e de processo ocorrem. Nesta fase, se introduzidas ações
corretivas o sistema vai atingir seu valor natural de confiabilidade sem a presença de
causas especiais. Posteriormente a esta fase obtém‐se a estabilização da taxa de falha,
tornando‐a relativamente constante, até o ponto em que seus componentes se
desgastam e a taxa de falha volta novamente a aumentar.
Os componentes de hardware só apresentam taxa de defeitos constante durante um
período de tempo chamado de vida útil, que segue uma fase com taxa de falhas
decrescente chamada de mortalidade infantil. Para acelerar a fase de mortalidade
infantil, os fabricantes recorrem a técnicas de burn‐in, onde é efetuada a remoção de
componentes fracos pela colocação dos componentes em operação acelerada antes de
colocá‐los no mercado ou no produto final.
É questionável se a curva da banheira pode ser aplicada também para componentes de
software. Pode ser observado, no entanto, que os componentes de software também
apresentam uma fase de mortalidade infantil ou taxa de erros alta no início da fase de
testes, que decresce rapidamente até a entrada em operação do software. A partir
desse momento, o software apresenta um taxa de erros constante até que,
eventualmente, precise sofrer alguma alteração ou sua plataforma de hardware se
torne obsoleta. Nesse momento, a taxa de erros volta a crescer. Intencionalmente
mencionamos taxa de erros para software e não defeitos, porque erro é o termo
usualmente empregado quando se trata de programas incorretos.
A classificação de falhas proposto por BLACHE (1994) inseri outras duas classificações,
a saber:
• Falha intermitente: “falha que resulta na falta de alguma função do
produto, apenas por um curto período de tempo. O componente volta
completamente ao seu estado funcional imediatamente após a falha”.
• Falha estendida: “falha que resulta em uma falta de algumas funções, e
que continuarão até que as partes falhadas sejam substituídas ou
reparadas”.
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Relacionado à classificação de falhas está a necessidade ou não do reparo. Desta
forma, os sistemas os sistemas podem ser classificados em não‐reparáveis e
reparáveis. Os não‐reparáveis são aqueles em que seus componentes não são
reparados ou substituídos quando falham. Isso não significa que eles não poderiam ser
reparados, pois, por questões econômicas, não faz sentido fazê‐lo, já que seu reparo
poderia custar tanto quanto uma unidade nova (RELIASOFT, 2003).
Por outro lado, sistemas reparáveis são aqueles que são reparados quando falham.
Isso é feito através do reparo ou da substituição do componente que falhou. Em
sistemas reparáveis são considerados dois tipos de distribuições. A primeira é uma
distribuição de falhas, e que descreve o tempo que um componente leva para falhar. A
segunda é uma distribuição de reparos, e que descreve o tempo que se leva para
reparar um componente. Nesse tipo de sistema, a distribuição de falhas não é
suficiente como única medida de desempenho. Para medi‐la, então, é necessária a
utilização do conceito de disponibilidade, que leva em conta tanto a distribuição de
falhas quanto a distribuição de reparos (RELIASOFT, 2003).
Como calcular ou medir a FALHA? Conforme o descrito anteriormente existem três
formas:
• Taxa de falha – com que frequência uma falha ocorre;
• Confiabilidade – a probabilidade de uma falha ocorrer;
• Disponibilidade – o período de tempo útil disponível para a operação.
A taxa de falha e a confiabilidade são diferentes formas de medir a tendência de um
produto ou processo falharem. Já a disponibilidade é uma medida das conseqüências
da falha.
A taxa de falha (TF) pode ser medida como a porcentagem do número total de
produtos testados (Ntp) ou como o número de falhas (Nfalhas) no tempo.
Nfalhas
TF 100
Ntp
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Nfalhas
TF , onde to é o tempo de operação.
to
Segundo Smith (1976) a taxa de falha pode ser representada pela seguinte equação:
f t
t
Rt
Dessa maneira, “a taxa de falha instantânea (a um dado tempo t) é igual à função
densidade de probabilidade (PDF) dividida pela confiabilidade, com ambas as funções
avaliadas em um determinado tempo t”, segundo Smith (1976).
A função densidade de probabilidade, PDF (probability density function), representada
aima por f(t), é uma das mais importantes funções estatísticas aplicadas na
confiabilidade representa a freqüência relativa dos tempos de falha como uma função
do tempo (RELIASOFT, 2003).
Se X é uma variável aleatória contínua, a função densidade de probabilidade de X é
uma função f(x), de tal forma que para dois números a e b, onde a b, temos:
Ou seja, a probabilidade de que X assuma um valor no intervalo [a, b] é a área sob a
curva da função de densidade, conforme ilustrado na figura abaixo:
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Figura 4: Exemplo de uma função densidade de probabilidade
Vamos fazer alguns exercícios!
Um lote de 50 componentes eletrônicos é testado durante 2.000 horas. Quatro
dos componentes falham durante o teste, como segue:
• Falha 1 ocorreu após 1.200 horas;
• Falha 2 ocorreu após 1.450 horas;
• Falha 3 ocorreu após 1.750 horas;
• Falha 4 ocorreu após 1.875 horas.
Calcule a taxa de falha como porcentagem e como tempo.
Solução
Nfalhas 4
Sabe‐se que: TF 100 , portanto: TF 100 8% , onde o tempo total
Ntp 50
do teste foi de: to = 50 X 2.000 = 100.000 horas de componentes.
Porém:
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‐ um componente não operou 2.000 – 1.200 = 800 horas;
‐ um componente não operou 2.000 – 1.450 = 550 horas;
‐ um componente não operou 2.000 – 1.750 = 280 horas;
‐ um componente não operou 2.000 – 1.875 = 95 horas.
Portanto:
O tempo total de não operação foi de 1.725 horas e o tempo de operação (to) é de:
to = 100.000 – 1.725 = 98.275 horas.
Nfalhas 4
Sabe‐se que = TF = 0,000041
to 98.275
Agora vamos dar exemplo de confiabilidade aplicada a um processo. Por exemplo, uma
pizzaria possui em seu processo cinco máquinas com os seguintes níveis de
confiabilidade:
‐ Misturador de massa: confiabilidade = 0,95;
‐ Rolo e cortador de massa: confiabilidade = 0,99;
‐ Aplicador de massa de tomate: confiabilidade = 0,97;
‐ Aplicador de queijo: confiabilidade = 0,90;
‐ Forno: confiabilidade = 0,98.
Qual seria a confiabilidade do sistema ou qual seria a probabilidade do processo não
falhar?
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Neste caso, os componentes do sistema são interdependentes, uma falha em um
compromete o sistema todo. Portanto, a confiabilidade do sistema é dada pelo
produto da confiabilidade dos componentes que a compõem.
Ou seja:
R = R1 X R2 X ... X Rn
R = 0,95 X 0,99 X 0,97 X 0,90 X 0,98 = 0,805
Desta forma, quanto maior o número de componentes interdependentes de um
sistema, tanto menor será sua confiabilidade.
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4.0 MTBF – Medium Time Between Failure
O elemento tempo é muito significativo, porque ele representa a medida em relação à
qual o sistema é avaliado. Um sistema é projetado para desempenhar uma função,
mas por quanto tempo? Um particular interesse nesta análise está relacionado à
habilidade de se definir a probabilidade de um sistema desempenhar sua função
durante um intervalo de tempo sem falhas. Estas medições são efetuadas através do
MTBF (Mean Time Between Failures), que representa em suma o tempo médio entre
falhas.
O MTBF é recíproco da taxa de falhas (em tempo). Portanto:
ho
MTBF , onde ho significa horas de operação.
TF
Assim, para o exercício sobre os componentes eletrônicos, onde taxa de falhas (em
tempo) foi de 0,000041, temos o MTBF daquele componente de:
ho 1
MTBF 24.390,24 horas.
TF 0,000041
Isto significa que em média uma falha pode ser esperada a cada 24.390,24 horas.
Estatisticamente o MTBF é representado pela seguinte função:
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5.0 Distribuições da Confiabilidade
5.1 Distribuição exponencial
Um dos modelos mais populares e fáceis de utilizar para representar o tempo para
falhar é a distribuição exponencial. Utilizando‐a, implica que a taxa de falha é
constante sobre a faixa de prognóstico. Para certas situações de falha ou trecho da
vida do produto, isso pode ser bastante apropriado (KAPUR).
A função que descreve a densidade de probabilidade de uma variável aleatória tempo‐
para‐falhar (T), exponencialmente distribuída, é dada por:
Logo, a função da confiabilidade é dada por:
Rt e t , onde t 0
5.2 Distribuição Weibull
A distribuição de Weibull é uma das mais utilizadas nos cálculos de confiabilidade e
estimativa de tempo de vida, pois através de uma adequada escolha dos seus
parâmetros, diversos comportamentos de taxa de falha podem ser modelados.
Segundo Lewis (1996), ela pode ser formulada com dois ou três parâmetros.
O modelo de distribuição Weibull é de ampla aplicabilidade, e deve sempre ser usado
quando não se tem nenhuma informação sobre o desempenho do produto. Os outros
tipos de distribuições, Exponencial, Normal, Log‐normal, entre outros, acabam sendo
casos particulares da distribuição de Weibull.
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A função de densidade da variável aleatória t (tempo) no modelo de Weibull tem a
forma:
Onde:
Figura 5 ‐ Gráfico f(t) X t no modelo Weibull
‐ parâmetro de localização ‐ também conhecido como vida mínima.
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> 0 : produto recondicionado, neste caso temos uma curva convexa para
cima.
< 0 : produto passível de falha antes de entrar em funcionamento (Ex:
produtos perecíveis).
‐ parâmetro de escala ‐ também conhecido como vida característica. Esse
parâmetro nos permite obter informações relativas aos intervalos de tempo
que em média ocorrerão as falhas.
‐ parâmetro de forma. É o parâmetro mais importante, o qual define a forma
da distribuição.
6.0 Manutenibilidade
Segundo a Reliasoft (2003, p. 199), manutenibilidade é definida como “a probabilidade
de executar uma ação de reparo bem sucedida dentro de um dado tempo”. Ou seja, a
manutenibilidade mede a facilidade e a velocidade com que um sistema pode ser
restaurado para um estado operacional após uma falha ocorrer. Por exemplo, se um
sistema possui 90% de manutenibilidade em uma hora, isso significa que há 90% de
probabilidade de que o mesmo será reparado dentro de uma hora. A principal variável
levada em conta para o cálculo da manutenibilidade é o tempo de reparo.
Segundo Kraus (1988), o parâmetro de manutenibilidade mais comumente utilizado é
o tempo médio para reparo, ou MTTR (mean time to repair). O MTTR é medido como o
tempo transcorrido para se efetuar uma operação de manutenção, e é utilizado para
se estimar o tempo em que o sistema não está operacional e também a sua
disponibilidade.
Sua representação é dada por:
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Onde,
i = taxa de falha da unidade i;
i = tempo para reparo da unidade i;
n = número de unidades.
7.0 Disponibilidade
A disponibilidade é um critério de medida de desempenho utilizado em sistemas
reparáveis, e que considera a confiabilidade e a manutenibilidade dos componentes de
um sistema. Ela é definida como a “probabilidade de que o sistema esteja operando
adequadamente quando ele é requisitado para uso”. Analogamente, é a probabilidade
de que o sistema não está falho ou necessitando uma ação corretiva quando ele
precisa ser utilizado (RELIASOFT, 2003).
Por exemplo, para uma lâmpada que tem 99,9% de disponibilidade, haverá uma vez
em mil que, quando alguém precisar utilizar a lâmpada, ela estará não operacional,
seja porque ela está queimada ou porque está sofrendo um processo de substituição.
A figura a seguir ilustra a relação existente entre a confiabilidade, manutenibilidade e
disponibilidade.
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Figura 6: Relação entre a confiabilidade, manutenibilidade e disponibilidade
Segundo Kraus (1988), existem várias maneiras de se medir a disponibilidade. Três
delas são citadas pelo autor: a disponibilidade inerente, a disponibilidade atingida e a
disponibilidade operacional.
• Disponibilidade inerente – probabilidade de que um sistema ou equipamento
irá operar satisfatoriamente em um determinado momento de tempo. Ela é
considerada em um ambiente de manutenção ideal e exclui os tempos não‐
operacionais de esperas administrativas, manutenção, logística, entre outros (KRAUS,
1988). Ela pode ser calculada da seguinte maneira:
• Disponibilidade atingida – probabilidade de que um sistema ou equipamento
irá operar satisfatoriamente em um determinado momento de tempo. Ela é
considerada em um ambiente de manutenção ideal e exclui os tempos não‐
operacionais de esperas administrativas e de logística. Ela inclui os tempos não‐
operacionais de ação preventiva ou corretiva (KRAUS, 1988). Pode‐se calculá‐la da
seguinte maneira:
Para computá‐la, deve‐se considerar o tempo médio entre manutenções, MTBM
(mean time between maintenance), e o tempo médio não‐operacional de manutenção
( M ).
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• Disponibilidade operacional – probabilidade de que um sistema ou
equipamento irá operar satisfatoriamente em um determinado momento de tempo.
Ela considera os tempos de esperas administrativas, logística, e o tempo em que o
equipamento está pronto, mas inativo ou desligado (KRAUS, 1988). Ela pode ser
calculada da seguinte maneira:
De acordo com Villemeur (1992), o tempo médio não‐operacional, MDT (mean
downtime), é a média de tempo em que o sistema está indisponível devido à falha. Ele
considera os tempos de detecção das falhas, de reparo e o tempo necessário para
colocar novamente a unidade em operação.
Segundo a Reliasoft (2003), a disponibilidade operacional é aquela que o consumidor
efetivamente experimenta, sendo essencialmente a posteriori, pois é baseada em
eventos que aconteceram no sistema. A disponibilidade prévia, ou a priori, é baseada
em modelos de falhas e distribuições que levam em conta os tempos de inatividade.
Na maioria dos casos, a disponibilidade operacional não pode ser controlada pelo
fabricante, devido a variação em localização, recursos e outros fatores atribuídos
exclusivamente ao usuário final do produto.
Vamos a um exemplo!
Uma empresa que concebe e produz cartazes para exposições e eventos de promoção
de vendas, compete fortemente com base em sua rapidez de entrega. Uma peça
específica de do equipamento que a empresa usa está causando alguns problemas. É
sua impressora colorida a laser de plataforma grande. Atualmente, o tempo médio
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entre falhas da impressora é de 70 horas e o tempo médio de para consertá‐la é de
seis horas.
Temos que:
70
Ai = 0,92
70 6
A empresa discutiu seu problema com o fornecedor da impressora, que ofereceu duas
propostas alternativas para o serviço. Uma opção seria adquirir via terceirização a
manutenção preventiva, que seria realizada em cada final de semana. Isto aumentaria
o MTBF da impressora para 90 horas. A outra opção seria contratar um serviço de
reparos mais rápido, o que reduziria o MTTR para quatro horas. As duas opções
custariam o mesmo. Qual daria a maior disponibilidade para a empresa?
Com o MTBF aumentando para 90 horas teríamos:
90
Ai = 0,938
90 6
Com o MTTR reduzido para quatro horas teríamos:
70
Ai = 0,946
70 4
26
A disponibilidade seria maior se a empresa aceitasse a proposta que oferecia o tempo
de conserto mais rápido.
8.0 Prevenção e recuperação de falhas
Segundo Slack (2000) existem três tarefas de prevenção e recuperação de falhas:
• Recuperação – lidar com a situação quando as coisas vão mal de fato.
Apagar incêndio;
• Melhorar a confiabilidade do sistema – fazer as coisas pararem de dar
errado;
• Detecção e análise de falhas – descobrir o que está saindo errado e por quê.
Dentre os mecanismos mais conhecidos para identificação de falhas de forma proativa,
estão:
• Verificação no processo – os funcionários verificam durante o próprio
processo se o serviço ou produto sendo montado é aceitável;
• Diagnóstico de máquinas – rotinas executadas nas máquinas para a
confirmação de seu adequado funcionamento;
• Entrevistas na saída – no final de um serviço verificar se o mesmo foi
satisfatório ou não;
• Pesquisas telefônicas – solicitar opinião do consumidor potencial sobre um
produto ou serviço;
• Grupos focalizados – identificar um grupo de clientes e solicitar análise de
produto ou serviço;
• Fichas de reclamações ou feedback – solicitar do consumidor seu ponto de
vista sobre os produtos ou serviços;
• Questionários – podem ser direcionados aos consumidores ou para uma
27
equipe especializada em um determinado produto ou serviço. Geram
respostas as mais variadas e podem não identificar queixas específicas.
Existem métodos estatísticos utilizados principalmente pela força de venda, com o
interesse de medir não somente a opinião negativa ou produtiva de um produto ou
serviço, mas também o de auxiliar na previsão de demandas. Alguns deles são:
• Métodos Qualitativos:
Avaliação Subjetiva:
Pesquisa de opinião junto à força de vendas;
Pesquisa de Mercado com consumidores finais;
Júri de executivos.
Avaliação Exploratória:
Métodos de construção de cenários;
Método Delphi (utilizam‐se uma seqüência de questionários aplicados a
especialistas da empresa);
Método de analogia (comparação com situações anteriores e com
concorrentes, entre outros).
• Métodos Quantitativos:
Projeção de Tendência:
Extrapolação;
Suavização;
Médias.
Métodos causais ou explicativos:
Correlação;
Regressão;
Modelos econométricos.
Estes métodos descritos podem ser automatizados através de recursos de simulação
computacional, tornado uma tarefa complexa (por utilizar estatística e especialistas da
empresa) em uma ferramenta diária para a execução de planejamento.
28
De posse das informações que identificam as falhas é necessário meios para sua
análise e correção, de forma que não exista o efeito de reincidência da falha. Dentre
estes meios está a Análise do Efeito e Modo de Falhas (FMEA – Failure Mode And
Affect Analysis), visto em mais detalhes no próximo tópico.
9.0 Failure Mode And Affect Analysis
A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do inglês
Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em princípio, evitar,
por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que
ocorram falhas no projeto do produto ou do processo. Este é o objetivo básico desta
técnica, ou seja, detectar falhas antes que se produza uma peça e/ou produto. Pode‐se
dizer que, com sua utilização, se está diminuindo as chances do produto ou processo
falhar, ou seja, estamos buscando aumentar sua confiabilidade.
Esta dimensão da qualidade, a confiabilidade, tem se tornado cada vez mais
importante para os consumidores, pois, a falha de um produto, mesmo que
prontamente reparada pelo serviço de assistência técnica e totalmente coberta por
termos de garantia, causa, no mínimo, uma insatisfação ao consumidor ao privá‐lo do
uso do produto por determinado tempo. Além disso, cada vez mais são lançados
produtos em que determinados tipos de falhas podem ter conseqüências drásticas
para o consumidor, tais como aviões e equipamentos hospitalares nos quais o mau
funcionamento pode significar até mesmo um risco de vida ao usuário.
Apesar de ter sido desenvolvida com um enfoque no projeto de novos produtos e
processos, a metodologia FMEA, pela sua grande utilidade, passou a ser aplicada de
diversas maneiras. Assim, ela atualmente é utilizada para diminuir as falhas de
produtos e processos existentes e para diminuir a probabilidade de falha em processos
administrativos. Tem sido empregada também em aplicações específicas tais como
análises de fontes de risco em engenharia de segurança e na indústria de alimentos.
29
A norma QS 9000 especifica o FMEA como um dos documentos necessários para um
fornecedor submeter uma peça/produto à aprovação da montadora. Este é um dos
principais motivos pela divulgação desta técnica. Deve‐se, no entanto implantar o
FMEA em um empresa, visando‐se os seus resultados (vide importância) e não
simplesmente para atender a uma exigência da montadora.
Esta metodologia pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto
como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas,
ambas diferenciando‐se somente quanto ao objetivo. Assim as análises FMEA´s são
classificadas em dois tipos:
• FMEA de produto: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com
o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas
no produto ou no processo decorrentes do projeto. É comumente denominada
também de FMEA de projeto.
• FMEA de processo: são consideradas as falhas no planejamento e execução do
processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como
base as não conformidades do produto com as especificações do projeto.
Há ainda um terceiro tipo, menos comum, que é o FMEA de procedimentos
administrativos. Nele analisam‐se as falhas potenciais de cada etapa do processo com
o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha.
Pode‐se aplicar a análise FMEA nas seguintes situações:
• Diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos
produtos ou processos;
30
• Diminuir a probabilidade de falhas potenciais, ou seja, que ainda não
tenham ocorrido em produtos/processos já em operação;
• Aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por
meio da análise das falhas que já ocorreram;
• Diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos
administrativos.
O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de FMEA e a aplicação,
ou seja, se é FMEA de produto, processo ou procedimento e se é aplicado para
produtos/processos novos ou já em operação. A análise consiste basicamente na
formação de um grupo de pessoas que identificam para o produto/processo em
questão suas funções, os tipos de falhas que podem ocorrer, os efeitos e as possíveis
causas desta falha.
Em seguida são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices e, com
base nesta avaliação, são tomadas as ações necessárias para diminuir estes riscos,
aumentando a confiabilidade do produto/processo.
Para aplicar‐se a análise FMEA em um determinado produto/processo, portanto,
forma‐se um grupo de trabalho que irá definir a função ou característica daquele
produto/processo, irá relacionar todos os tipos de falhas que possam ocorrer,
descrever, para cada tipo de falha suas possíveis causas e efeitos, relacionar as
medidas de detecção e prevenção de falhas que estão sendo, ou já foram tomadas, e,
para cada causa de falha, atribuir índices para avaliar os riscos e, por meio destes
riscos, discutir medidas de melhoria.
31
9.1 Etapas para a Aplicação do FMEA
Planejamento:
Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e compreende:
• Descrição dos objetivos e abrangência da análise: em que se identifica qual
(ais) produto(s) /processo(s) será (ão) analisado(s);
• Formação dos grupos de trabalho: em que se definem os integrantes do
grupo, que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e
multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade,
desenvolvimento e produção);
• Planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com
antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar
paralizações;
• Preparação da documentação (ver na figura 3 a documentação necessária).
Análise de Falhas em Potencial:
Esta fase é realizada pelo grupo de trabalho que discute e preenche o formulário FMEA
de acordo com os passos que seguem abaixo:
• Função (ções) e característica(s) do produto/processo;
• Tipo(s) de falha(s) potencial (is) para cada função;
• Efeito(s) do tipo de falha;
• Causa(s) possível(eis) da falha;
• Controles atuais.
Avaliação dos Riscos:
Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de severidade (S), ocorrência (O) e
detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com critérios previamente definidos
32
(um exemplo de critérios que podem ser utilizados é apresentado nas tabelas abaixo,
mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua realidade
específica). Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio
da multiplicação dos outros três índices.
Observações Importantes
• Quando o grupo estiver avaliando um índice, os demais não podem ser
levados em conta, ou seja, a avaliação de cada índice é independente. Por
exemplo, se estamos avaliando o índice de severidade de uma determinada
causa cujo efeito é significativo, não podemos colocar um valor mais baixo
para este índice somente porque a probabilidade de detecção seja alta.
• No caso de FMEA de processo podem‐se utilizar os índices de capacidade da
máquina, (Cpk) para se determinar o índice de ocorrência.
Melhoria:
Nesta fase o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e até mesmo outras
técnicas como brainstorming, lista todas as ações que podem ser realizadas para
diminuir os riscos. Estas medidas podem ser:
• Medidas de prevenção total ao tipo de falha;
• Medidas de prevenção total de uma causa de falha;
• Medidas que dificultam a ocorrência de falhas;
• Medidas que limitem o efeito do tipo de falha;
• Medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa
de falha;
Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então definidas as que
serão implantadas. Uma forma de se fazer o controle do resultado destas medidas é
33
pelo próprio formulário FMEA por meio de colunas que onde ficam registradas as
medidas recomendadas pelo grupo, nome do responsável e prazo, medidas que foram
realmente tomadas e a nova avaliação dos riscos.
Continuidade:
O formulário FMEA é um documento “vivo”, ou seja, uma vez realizada uma análise
para um produto/processo qualquer, esta deve ser revisada sempre que ocorrerem
alterações neste produto/processo específico. Além disso, mesmo que não haja
alterações deve‐se regularmente revisar a análise confrontando as falhas potenciais
imaginadas pelo grupo com as que realmente vem ocorrendo no dia‐a‐dia do processo
e uso do produto, de forma a permitir a incorporação de falhas não previstas, bem
como a reavaliação, com base em dados objetivos, das falhas já previstas pelo grupo.
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Ponderação dos Riscos:
Importância Avaliação
Defeito Improvável: repercursão não perceptível no comportamento do
produto ou do sistema. O cliente não perceberá o defeito. 1
35
Importância:
A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa:
• Uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos
produtos/processos;
• Melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos;
• Ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e
devidamente monitoradas (melhoria contínua);
• Diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas;
• O benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de
falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com
a satisfação dos clientes.
Integração FMEA de Processo com CAPP:
Na confecção do FMEA de processo deve‐se primeiramente levantar e registras todas
as características do processo. Se a empresa estiver trabalhando com um sistema
CAPP, que possua operações padrão, todas as operações deveriam ser interfaceadas
automaticamente para o FMEA. Assim, o tempo de obtenção do FMEA seria menor e
seria garantida a consistência com os processos/operações definidas.
10.0 Faut Tree Analysis
A crescente necessidade de melhorar a qualidade de produtos e a satisfação dos
clientes tem popularizado vários métodos e técnicas que visam melhorar a
confiabilidade de produtos e processos, ou seja, aumentar a probabilidade de um item
desempenhar sua função sem falhas.
A análise da árvore de falhas (Fault Tree Analysis – FTA) visa melhorar a confiabilidade
de produtos e processos através da análise sistemática de possíveis falhas e suas
conseqüências, orientando na adoção de medidas corretivas ou preventivas.
36
A Construção do Diagrama
O diagrama da árvore de falhas mostra o relacionamento hierárquico entre os modos
de falhas identificados no FMEA. O processo de construção da árvore tem início com a
percepção ou previsão de uma falha, que a seguir é decomposto e detalhado até
eventos mais simples. Dessa forma, a análise da árvore de falhas é uma técnica de
eventos gerais que são desdobrados em eventos mais específicos.
Como a Árvore de Falha é um processo lógico, uma simbologia de lógica padrão e
eventos é utilizada para representá‐la (O’CONNOR, 1983), conforme mostrado abaixo.
Figura 7: Simbologia utilizada na árvore de falhas
Legenda:
• Figura 12a – Porta E – a falha ocorrerá se todas as entradas falharem;
• Figura 12b – Porta OU – a falha ocorrerá se qualquer entrada falhar;
• Figura 12c – Retângulo – uma falha que resulta de efeitos combinados ou
de outra falha;
• Figura 12d – Círculo – evento básico, que não necessita de subdivisões;
37
• Figura 12e – Diamante – evento básico, que pode ser subdivido em outros
eventos básicos, mas que não é feito por falta de informações ou utilidade;
• Figura 12f – Diamante duplo – evento básico, que depende de outros
eventos inferiores, e importante o suficiente para justificar uma análise em
separado.
A seguir é mostrado um exemplo de um diagrama FTA aplicado a uma falha em um
motor de elétrico. O evento inicial, que pode ser uma falha observada ou prevista, é
chamado de evento de topo, e está indicado pela seta azul. A partir desse evento são
detalhadas outras falhas até chegar a eventos básicos que constituem o limite de
resolução do diagrama. As falhas mostradas em amarelo compõem o limite de
resolução deste diagrama.
Figura 8: Aplicação de FTA
É possível adicionar ao diagrama elementos lógicos, tais como ‘e’ e ‘ou’, para melhor
caracterizar os relacionamentos entre as falhas. Dessa forma é possível utilizar o
diagrama para estimar a probabilidade de um falha acontecer a partir de eventos mais
específicos. O exemplo abaixo mostra uma árvore aplicada ao problema de
superaquecimento em um motor elétrico utilizando elementos lógicos.
38
Figura 9: Aplicação de FTA com portas lógicas
11.0 Causas de falhas em sistemas eletrônicos
Segundo Denson (1998), a premissa dos métodos tradicionais é de que a causa
primária que determina a taxa de falha em um sistema, são os seus componentes.
Mas, um número importante de falhas também pode ser atribuído como sendo de
não‐componentes, tais como, design e fabricação.
As principais causas de falha, segundo Denson (1998), podem ser distribuídas da
seguinte maneira:
1. Componentes (22%) – falhas resultantes de um componente, como por exemplo,
um transistor, um microprocessador, um resistor, entre outros;
2. Sem defeito (20%) – falhas percebidas, mas que não podem ser reproduzidas
mesmo com testes adicionais. Podem não ser realmente uma falha, mas causam a
remoção e reposição logística;
3. Fabricação (15%) – resultante de anomalias no processo de fabricação, tais como
soldas inadequadas, conectores tortos, entre outros;
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4. Induzidas (12%) – falhas resultantes de anomalias externas, tais como tensões
inadequadas da rede elétrica e quedas;
5. Design (9%) – falhas que advém de um desenvolvimento inadequado do
equipamento, ou um projeto não‐robusto o suficiente para determinada condição
ambiental;
6. Envelhecimento (9%) – falhas resultantes do envelhecimento dos componentes, tais
como capacitores eletrolíticos, tubos de imagem, contatos de relês, entre outros;
7. Software (9%) – falha de um sistema em executar determinada função devido à
manifestação de um defeito de software;
8. Gerenciamento do sistema (4%) – falhas em interpretar os requisitos do sistema, ou
em providenciar os recursos necessários para desenvolver e fabricar um sistema
confiável.
12.0 Redundância
Introduzir redundância em uma produção significa ter sistemas ou componentes de
reserva para casos de falhas. Pode ser uma solução dispendiosa para reduzir a
probabilidade de falha e é geralmente usada quando a interrupção do funcionamento
pode ter um impacto crítico. Redundância significa duplicar ou triplicar alguns dos
componentes de um sistema, de forma que estes elementos redundantes possam
entrar em ação quando um componente falha. Por exemplo, hospitais possuem
geradores de eletricidade de reserva, que entram em ação quando da interrupção de
energia pela concessionária. O componente de reserva também pode ser pessoas,
como também ocorre em hospitais.
A confiabilidade de um componente junto com sua reserva é dada pela soma
da confiabilidade do componente original e a probabilidade de que o componente de
reserva seja tanto necessário como esteja trabalhando. Desta forma:
40
Ra b Ra Rb P falha , onde:
• Ra+b é confiabilidade do componente a com seu componente de reserva b;
• Ra é a confiabilidade do componente a sozinho;
• Rb é a confiabilidade do componente de reserva b;
• P(falha) é a probabilidade que o componente a falhe e, portanto, o
componente b seja necessário.
Vamos retornar ao exemplo da pizzaria!
Naquele exemplo um dos componentes do sistema era o aplicador de queijo. Este
componente apresentava um nível de confiabilidade menor dentre os demais. Por ele
ser menos confiável foi necessário adaptar um segundo aplicador de queijo que
entrará em função se o primeiro falhar.
Os dois aplicadores de queijo possuem confiabilidade de 0,90, trabalhando juntos
terão uma confiabilidade de:
Ra b Ra Rb P falha 0,90 0,90 1 0,90 0,99
A confiabilidade de todo o sistema é então de:
R = R1 X R2 X ... X Rn
R = 0,95 X 0,99 X 0,97 X 0,99 X 0,98 = 0,885
As áreas tradicionais onde são empregados sistemas tolerantes a falhas ou
redundantes são:
41
• Aplicações críticas de sistemas de tempo real como medicina, controle de
processos e transportes aéreos;
• Aplicações seguras de tempo real como transportes urbanos;
• Aplicações em sistemas de tempo real de longo período de duração sem
manutenção, como em viagens espaciais, satélites e sondas;
• Aplicações técnicas como telefonia;
• Aplicações comerciais como sistemas de transação e redes locais.
Essas áreas não abrangem todo o universo de aplicações onde tolerância a falhas pode
ser empregada com vantagens para o usuário de sistemas de computação. Exigências
quanto a disponibilidade e confiabilidade são encontradas em qualquer área. Usuários,
que inicialmente se mostram satisfeitos em contar apenas com a simples automação
de serviços, logo passam a desejar que esses serviços sejam prestados corretamente e
sem interrupções. Sistemas tolerantes a falhas são caros e portanto empregados
apenas naquelas situações em que a sua não utilização acarretaria prejuízos
irrecuperáveis.
13.0 Objetivos políticas da Confiabilidade
Segundo Bradin (1988), os objetivos servem para dirigir a organização em direção aos
resultados e também como padrões nos quais as realizações podem ser mensuradas.
Dependendo da área de atuação da empresa, os objetivos ou os requisitos de
confiabilidade de um produto são especificados contratualmente pelos consumidores
ou podem ser estabelecidos internamente por aqueles que decidem qual o nível de
confiabilidade o produto deve possuir. No último caso, ela seria baseada em fatores de
mercado através do balanço entre o custo da confiabilidade e o risco da
inconfiabilidade.
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Um modelo de como a inter‐relação das atividades de planejamento de um produto
pode influenciar no estabelecimento dos objetivos da confiabilidade pode ser visto na
figura a seguir.
Figura 10: Interação das atividades no planejamento de um produto
A confiabilidade experimentada por consumidores, de itens produzidos por uma
empresa, é resultado das ações, ou inações, de todos os elementos organizacionais
que contribuíram ou influenciaram nos requisitos, na criação e no modo de ser do
produto. Esses elementos estão distribuídos por toda a companhia, desde o
departamento de marketing, vendas, serviços de campo, entre outros. Alguns desses
elementos criam confiabilidade, ao passo que outros preservam ou fazem melhorias
nela. Alguns impactam diretamente sobre ela, e outros de forma indireta, mas todos,
de uma maneira ou outra, têm um potencial, maior ou menor, para causar algum
impacto sobre ela.
43
De acordo com Slack (2002), raramente as falhas são resultados de aleatoriedades. A
origem das falhas é primeiramente devido a algum tipo de erro humano, como por
exemplo, um projeto ruim, uma manutenção inadequada, um erro na gestão de um
programa de fornecimento, uma operação inadequada, instruções de uso imprecisas,
entre outros. Isso significa que até certo ponto as falhas podem ser controladas, e que
as organizações podem aprender com elas e conseqüentemente modificar seus
comportamentos. Slack (2002) definiu o chamado conceito de “falha como uma
oportunidade”, com a seguinte citação:
“Em vez de identificar um ‘culpado’, que é considerado responsável e criticado pela
falha, elas são vistas como uma oportunidade de examinar porque ocorreram e de
implementar procedimentos que eliminam ou reduzem a probabilidade de ocorrerem
novamente”.
No contexto acima descrito, cabe às empresas a definição clara e objetiva com relação
às políticas de confiabilidade utilizadas por sua organização. Estas freqüentemente se
deparam com situações em que se faz necessário um estabelecimento da direção por
parte da gerência, de modo a assegurar que as decisões e ações tomadas conduzam ao
completo atendimento da missão e dos objetivos pretendidos. As políticas
estabelecem esta direção definindo as áreas de preocupação e indicando o resultado
desejado, ou especificando quais são essas direções e as ações que devem ser
tomadas.
Segundo Brandin (1988) as políticas de confiabilidade são necessárias nas organizações
para assegurar a criação, manutenção e melhoria da confiabilidade e, para ser efetiva,
ela deve partir da alta administração. Se a alta administração apoiar tais políticas, elas
ganham credibilidade e legitimidade, e serão dessa maneira respeitadas. A
responsabilidade final sobre a confiabilidade recai sobre o topo da administração. Ela é
responsável por perseguir a confiabilidade da maneira e da extensão prescrita pela
política.
44
14.0 2.11 A confiabilidade e o impacto em custos
Segundo Moss (1988), apesar de o termo confiabilidade ser repetido por dezenas de
engenheiros e gerentes, na maioria dos casos ele é mais sustentado apenas por
palavras do que por ações, sem uma noção real de como aplicá‐lo. O autor cita ainda
que pior é a crença de que alta qualidade e confiabilidade são caras e dessa crença ser
aceita quase que universalmente, até mesmo por aqueles que conhecem sobre o
assunto. Na realidade, os custos para se remediar a qualidade ou a confiabilidade são
muito superiores ao custos para estimá‐la e preveni‐la.
De acordo com estudos apresentados por Moss (1988), em grandes e supostamente
bem administradas companhias, os custos da qualidade podem exceder em 20% a
receita, e que até três quartos desses custos são devido às atividades que se
prolongam, ou ainda existem porque o produto ou serviço não estava correto da
primeira vez. Segundo Moss (1988), em uma indústria de produtos eletrônicos, as
principais atividades que podem acarretar um aumento desses custos são:
• Engenharia – o abandono – depois de pronto – de projetos defeituosos,
reprojeto de produtos defeituosos, testes e documentação de reprojetos e
esforços de projeto desviados para a produção;
• Manufatura – localização e diagnóstico de defeitos, retrabalhos e testes,
rejeitos defeituosos, obsolescência devido ao reprojeto, aumento do
estoque, retrabalho em peças que ainda não estão terminadas, mudança de
documentação, apressamento da manufatura, aumento das horas‐extras;
• Marketing – altos custos de venda, altos custos de produção, altos custos da
instalação, altos custos de manutenção e suporte, altos custos da garantia.
Moss (1988) ainda explica que alguns custos atribuídos ao marketing, como por
exemplo, altos custos de venda, são difíceis de se avaliar, mas todos concordamos que
é muito mais difícil vender um produto não‐confiável, pois os gastos para promovê‐lo
são maiores.
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Outros custos são mais tangíveis, como por exemplo, o alto custo de produção, pois a
produção e entrega de produtos problemáticos é atrasada ou intermitente. Os altos
custos de manutenção e suporte são ocasionados por uma maior necessidade de
pessoas contratadas e treinadas, mais equipamentos e instrumentos e um maior
estoque de peças sobressalentes deve ser mantido. Finalmente, os custo de garantia
aumentam porque é necessário bancar com recursos próprios os custos para
substituir ou reparar o produto defeituoso.
15.0 Teste do quociente de confiabilidade
Determine o Quociente de Confiabilidade (QC) da sua organização respondendo a este
breve questionário (fonte: http://www.philipcrosby.com.br):
1) Os processos para a qualidade da sua organização têm os resultados
esperados?
2) As atividades organizadas rotineiramente acontecem conforme foram
planejadas?
3) Os problemas são solucionados de forma permanente ao invés de ser
remediados temporariamente?
4) Todos os requisitos dos processos de trabalho são efetivos, consistentes e
comunicados a todas as pessoas envolvidas?
5) Todos os colaboradores de sua organização entendem que é sua
responsabilidade pessoal fazer as coisas certo?
6) Os clientes consideram que sua organização é confiável, ou seja, que fornece
exatamente aquilo que necessitam na hora certa, de modo eficiente e a preços
acessíveis?
7) Se você é o gerente ou diretor de Qualidade, considera que "fazer a qualidade
acontecer" é fácil na sua organização?
8) Seus colegas desejam fazer as coisas certo e sabem como fazer isso acontecer?
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9) A Alta Administração está satisfeita com o tempo que é necessário esperar para a
obtenção de resultados provenientes dos esforços dedicados à melhoria?
10) A Gerência sabe como sensibilizar e mobilizar toda a organização para promover a
confiabilidade?
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