SERVIÇO NACIONAL PENITENCIÁRIO

Tuberculose nos
Estabelecimentos
Penitenciários em
Moçambique

Cremilde Moambe Anli, MD, MPH

Maputo, 8 de Novembro de 2017

Sumário
✓ Contextualização do SERNAP

✓ Organização dos Serviços de saúde do SERNAP

✓ Vulnerabilidades

✓ A TB nos Estabelecimentos Penitenciários

✓Epidemiologia
✓Acções de Prevenção e Controlo

✓ Desafios
✓ Perspectivas

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CONTEXTO DO SURGIMENTO DO
SERNAP
OBJECTIVO
Adequar o funcionamento dos serviços penitenciários a uma
modernização estrutural e da segurança interna foi aprovada a lei n˚
03/2013 de 16 de Janeiro de 2013, que cria o Serviço Nacional
Penitenciário (SERNAP).

Este serviço se constitui como uma força de segurança interna, com

natureza de serviço público, que garante a execução das decisões
judiciais em matéria de privação da liberdade e das penas
alternativas, assegurando as condições de reabilitação e reinserção
social do cidadão condenado.

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 CONTEXTUALIZAÇÃO
População reclusa: 18.182 reclusos
Capacidade de internamento: 8,188 camas
Total de Estabelecimentos Penitenciários
(EPs)=79
Estabelecimentos Penitenciários (Eps) no Pais = 79
(01) EPs Preventivo na
Maputo
Cidade de Maputo
(01) EPs Especiais Maxima
Maputo
Seguranca
(02) EPs Especiais para
Maputo, Nampula
Mulheres
(03) EPs Regionais Gaza, Manica e Nampula
Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala,
(07) EPs Provinciais Zambezia, Nampula e Cabo
Delgado
Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala,
(65) EPs Distritais Zambezia, Nampula e Cabo
Delgado, Niassa, Manica e Tete

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 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
(Postos De Saúde , Tempo De Funcionamento, Recursos
Humanos)
19 Postos de Saúde 08 ambulâncias para
Estabelecimentos
Penitenciários o transporte dos
Regionais, Provinciais, doentes à unidade
Especiais e na Escola
Prática de Lhembe; sanitária de referência.

• Recursos humanos = 53
Atendimento é das profissionais de saúde
7.30 até as 15.30 • 05 Médicos, 03 Psicólogos
nos dias úteis, com Clínicos,04 Técnicos de
Medicina Geral ,, 29
excepção de alguns Enfermeiros gerais, 03 Enf
EPs que prestam SMI, 04 Técnicos de
Medicina Preventiva,01 Tec
serviços durante 24h de saúde pública e 04
todos dias. agentes polivalentes
elementares. 5
 AS PRINCIPAIS DOENÇAS NO AMBIENTE PENITENCIÁRIO:

• HIV/SIDA,
• Tuberculose,
• Malária,
• ITS´s (corrimentos e sífilis),
• Doenças da pele (Dermatites) e
• Diarreias

Óbitos 2015 2016 2017

HIV/SIDA 54 56 37
TB 5 12 11
TB/HIV 25
Outras doenças 61 71 88
Total 120 139 161

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 VULNERABILIDADES
Comportamentais Sociais
(exiguidade de programas (Reabilitação,
educativos de informação serviços
especifica sobre saúde) integração)

Programáticos
(staff qualificados de
saúde, organização dos
serviços de saúde)
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 Ficha de Actividades Individual

A Tuberculose nos
Estabelecimentos
Penitenciários

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 A Tuberculose nos Estabelecimentos
Penitenciários
✓Em todo mundo, as taxas de morbimortalidade pela TB são maiores
nas pessoas privadas de liberdade que na população em geral. Este
facto é verificado tanto nos países desenvolvidos quanto nos
subdesenvolvidos, com maior peso para os últimos (JUNIOR, Walter
2013).

Contribuem para as altas cifras:

✓ Superlotação
✓ Infraestruturas degradadas
✓ Dificuldade em separar reclusos com TB dos restantes
✓ Diagnóstico tardio
✓ HIV/SIDA, Malnutrição
✓ Fraco conhecimento da doença

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Em Moçambique
Estudo feito em 2013 pelo SERNAP em parceria com o INS
revelou

✓ Prevalência de 1.5% para a TB

✓ Prevalência de 24 % para o HIV nos reclusos e 18.5% nos
funcionários

Até o último trimestre foram notificados 357 casos de TB

✓ TB Sensível:350
✓ TB MR: 5
✓ TB XDR: 2

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Gráfico 1: Total de Casos Diagnosticados vs População
Penitenciária

18.182 18.774
20000 15.919

15000

10000

5000 114
370 357
0
2015
2016 Nº de Casos
2017 População Reclusória

11
Gráfico 2: Número de casos de TB por Penitenciária de Janeiro-
Setembro 2015 a 2017
2015 2016 2017

140
121 113
120 109
100
80 68 71
60
35
40 29 26 24
14 15 21921 918
20 1 54
12 3 8
01 511 9 7 7 12 6 7 12 512 3 0
0 10 1 3 2 1 0
0

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Gráfico 3: Nº de casos de HIV/SIDA vs TB até Último
Trimestre de 2017

Tuberculose HIV/SIDA

669

41 138 336 373

4 109 37 52 91 182
3 48 164
0 8 9 26 113 53
7 30
15 21 32 32
18
12 12 0

13
Gráfico 4: Óbitos por TB Jan-Set 2015-2016

Óbitos por TB Casos Notificados de TB

370
357

114

5
12
11

2015
2016
2017

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Acções de Prevenção e Controlo da TB
Rastreio do recluso à entrada Formação de activistas

Ampliação das janelas das celas Formação de Oficiais da Tosse

Salas de esprera ao ar livre (para US e Formação de Guardas Penitenciários

saída para os tribunais) em TB e HIV

Salas de atendimento ao recluso bem Fornecimento da Máscara cirurgica

arrejadas aos doentes com TB ou suspeita e N95
ao pessoal da saúde

Rastreio Trimestral para a TB e HIV

Separação dos reclusos com TB (onde
é possível)
Distribuição de Material IEC

Feiras de Saúde

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 Rastreio do Recluso à Entrada no EP

É feito até 72h após a entrada do recluso na penitenciária;

Mediante o preenchimento da ficha de rastreio;

Para além da avaliação do estado geral, o recluso é

rastreado para malária, HIV/SIDA, TB, epilepsia, doença
mental, e.t.c.

16
 Ampliação das Janelas das Celas
EP Regional Norte (Nampula)

17
Rastreio da TB- Nampula

18
Material IEC

19
 Formação de Activistas Educadores de Par
Activistas da Penitenciária de Ndlavela
Educação em Saúde
(prevenção de doenças
infecciosas, saneamento do
meio, higiene individual)

Rastreio de ITS, HIV, TB e

Malária

São o elo de ligação entre os

reclusos e a unidade sanitária

Referem os reclusos à US local

20
 Fluxo De Acesso Aos Cuidados De Saúde
Através Dos Activistas

O Educador de A guia é entregue

O GP encaminha o
Par passa a ao Guarda
recluso aos
guia de Penitenciário
serviços de saúde
referência do (GP)
seu par

O provedor de
saúde guarda
a guia de
O recluso referência e
entrega a entrega a
contra- O recluso é levado contra-
referência ao de volta a cela
referência ao
Educador de
recluso
par

21
 Feira de Saúde

Fotos de feira de saúde

22
 DESAFIOS
✓ Insuficiência de infraestruturas;

✓ Super internamento;

✓ Insuficiência de recursos humanos e

materiais;

✓ Ausência de politicas especificas de

promoção da saúde.
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 PERSPECTIVAS
✓Implantação de um Sistema de saúde Penitenciária;

✓Desenvolvimento de um Sistema de informação em saúde penitenciária;

✓Formação e capacitação técnica do pessoal de saúde incluindo os guardas penitenciários

em matérias de promoção da saúde;

✓Organização do quadro de pessoal para a área de saúde;

✓Elaboração de políticas, estratégias , programas e diretrizes para a saúde penitenciária

(HIV, tuberculose, etc.);

✓Desenvolvimento da atenção secundária através da Construção de complexos

penitenciários;

✓Desenvolvimento de quadros de indicadores de saúde específicos para o ambiente

penitenciário

24
Como Garantir uma Atenção
Integral à Saúde Nestas Condições?

25
 Thank you
Muito Obrigada
Khanimambo !

26
 Serviço Nacional Penitenciário

Cremilde Moambe Anli, MD, MPH

Directora Nacional do Serviço de Cuidados sanitários

Telefone : +258 4040270 ou +258 0061244

E-mail: cremilde.anli@gmail.com