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INVESTIGAÇÃO

EPIDEMIOLÓGICA
Conceito
 Trabalho de campo, realizado a partir de casos
notificados (confirmados ou suspeitos)
 Com objetivo de:

 Identificar fonte e modo de transmissão


(cadeia epidemiológica)
 Grupos expostos a maior risco

 Fatores determinantes

 Confirmar diagnóstico

 Orientar medidas de controle – impedir novos


casos
Quando surge a IE

 Na ocorrência de novos casos de uma doença


na forma de surto ou epidemia

 População em risco
Se há suspeita, pergunte......
 1 – trata-se realmente de caso da doença
suspeita?
 2 – Quais os principais atributos individuais do
caso? Características biológicas, ambientais,
sociais
 3 – A partir do quê ou de quem foi contraída a
doença? Fonte de infecção
 4 – Qual via de transmissão?
 5 – Outras pessoas foram infectadas pela
mesma fonte?
Continue perguntando.......
 6 – A quem foi transmitida a doença?
 7 – Quais fatores determinaram a ocorrência?
Fatores de risco
 8 – O doente ainda pode estar transmitindo a
doença?
 9 – Como evitar que atinja outras pessoas?
Passos para investigação de
epidemias ou surtos
 O que é epidemia e surto?

 Considera-se surto ou epidemia quando há


mais casos de uma determinada doença do
que o esperado
 Epidemia: para um grupo maior de pessoas
Inicialmente gerar assistência ao
doente
 1 – Assistência médica ao paciente

 2 – Qualidade da assistência

 3 – Proteção individual

 4 – Proteção coletiva
Roteiro da investigação
 Alguns passos são cruciais na investigação
epidemiológica e se obedecidas as etapas a
possibilidade de êxito é iminente......
1 – confirmação do surto
 Houve elevação no numero de casos? Como
confirmar?

 Comparar registro de casos em meses ou


anos anteriores, onde........
 Hospitais, vigilância epidemiológica,
laboratórios, taxa de mortalidade
 Casos estes não apresentem dados confirmar
com profissionais da áreas
 Cuidado: a falta de notificação anterior leva a
uma falsa epidemia hoje!!!!!!!!!
2 – confirmação do diagnóstico
 Avaliar prontuários, dados clínicos e exames
laboratoriais
 Oferecer exames complementares coletando
amostras de um grupo determinado de
doentes (mínimo 10)
 Conversar com o doente e levantar possíveis
causas
3 – caracterização da epidemia
 Em relação ao tempo....
 Qual o período de duração?
 Qual o período provável da exposição?

 Em relação ao lugar....
 Qual a distribuição geográfica predominante?

 Em relação as pessoas.....
 Quais grupos etários e sexo?
 Que características distinguem os afetados da
população geral?
3 – caracterização da epidemia
 quadro
4 – geração e avaliação de
hipóteses
 As hipóteses devem ser testáveis e gerar
conclusões como:

 A disseminação se deu por veículo comum,


pessoa a pessoa ou ambas as formas.
 Provável agente causal

 Para isso calcula-se a taxa de ataque (TA)


Como calcular Taxa de ataque
(TA)

 TA = Pessoas doentes expostas x 100


Pessoas expostas

 TA = Pessoas doentes não expostas x 100


Pessoas não expostas
Agora calcule o Risco Relativo
(RR)

 RR = TA dos expostos
TA dos não expostos

Interpretando.....
Se RR for maior que 1 há uma associação com
a doença e quanto maior for, maior a
associação.

Vamos praticar.......
Caso
 Após um almoço de domingo em uma igreja
algumas pessoas apresentaram vômitos e
enxaquequa. Calcule a TA e o RR

Consumiram Não consumiram


Alimento doentes sadio total TA doentes sadios Total TA

Espinafre 29 17 46 17 12 29

Presunto 26 17 43 20 12 32

Maionese 23 14 37 23 14 37

Leite 16 7 23 30 22 52

Sorvete 43 11 54 3 18 21
Resultado

Consumiram Não consumiram


Alimento doentes sadios total TA doentes sadios Total TA RR

Espinafre 29 17 46 O,63 17 12 29 0,58 1,1

Presunto 26 17 43 0,56 20 12 32 0,62 0,9

Maionese 23 14 37 0,62 23 14 37 0,62 1

Leite 16 7 23 0,69 30 22 52 0,57 1,2

Sorvete 43 11 54 0,79 3 18 21 0,14 5,6


5 – refinamento das hipótese e
estudos complementares
 Discussão das análises com outros
profissionais
 Consolidação dos dados
 Busca de dados adicionais
6 – Processamento e análise
final
 Consolidar dados em tabelas, gráficos,
mapas, fluxos de pacientes
 Calcular, se for o caso, indicadores como:

 Coeficiente de incidência
 Letalidade
 Mortalidade
 Prevalência
7 – Recomendações de medidas
de controle
 Elaboração de um relatório descritivo

 Implementação imediata

 As medidas podem ser direcionadas a


qualquer elo da cadeia epidemiológica,
visando sua interrupção
8 – Relatório final e divulgação
 Deve constar: descrição do evento, situação
epidemiológica atual, causa da ocorrência,
medidas de prevenção implementadas a
curto, médio e longo prazo,
 O relatório deve ser divulgado à profissionais
da saúde, participantes da investigação,
representantes da comunidade e autoridades
locais.
 Sempre que possível divulgação por boletins
FIM

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